BERNARDO MELLO FRANCO
ENVIADO ESPECIAL A GENEBRA (SUÍÇA)
NATUZA NERY
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

vinheta-clipping-forte1O brasileiro Roberto Azevêdo, 55, foi eleito nesta terça-feira como diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio). É a primeira vez em que um latino-americano é eleito para um mandato completo de quatro anos.

Na última fase da disputa, Azevêdo derrotou o mexicano Herminio Blanco, 62, e trouxe ao Brasil uma de suas maiores vitórias diplomáticas. A decisão foi tomada em Genebra com a participação dos 159 países que integram a entidade.

A presidente Dilma Rousseff e o Itamaraty fizeram campanha intensa pelo brasileiro desde dezembro de 2012. O chanceler Antonio Patriota já recebeu a notícia da vitória, e a delegação do México já reconheceu a derrota.

O placar da votação ainda não foi divulgado. Ontem, a União Europeia decidiu votar em bloco a favor do México, e com isso o Brasil contabilizou ter perdido cerca de 12 votos. Mesmo assim, conforme fontes diplomáticas, os votos mostram que o brasileiro conta com uma grande margem de representatividade e teve vitória “inequívoca”.

O resultado será anunciado oficialmente na quarta-feira (8) e a nomeação de Azevêdo será oficializada no dia 14, durante reunião do Conselho Geral da OMC. Ao todo, nove candidatos concorreram à sucessão do francês Pascal Lamy, dono do cargo há oito anos. Azevêdo assume o posto em setembro.

Nesta terça-feira, os três embaixadores que integram a comissão de seleção do novo diretor-geral se reuniram com as delegações do Brasil e do México para antecipar o resultado da disputa.

FONTE: Folha de São Paulo

Inscrever-se
Notificar de
guest

19 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Claudio Dönitz
Claudio Dönitz
11 anos atrás

Mais uma rasteira dos nossos “parceiros estratégicos”.

Jacubao
11 anos atrás

Vixi maria, se ja detonam as riquezas do Brasil, imaginem da OMC?????

Leandro_O.
Leandro_O.
11 anos atrás

“Parceiros estratégicos”. Acho que seria mais correto dizer, interesses estratégicos. Porque no mundo é só o que existe. Nada de amiguxos…
No mais, parabén a nossa diplomacia. Na qual quase não se tem noticia…

Heron
Heron
11 anos atrás

não sei se comemoro ou fico triste com essa noticia.
por um lado é um brasileiro nos representando lá fora, e
quem sabe defendendo nossos interesses comerciais

Por outro lado, pode ser mais um brasileiro corruPTo fazendo o que melhor sabe fazer, ROUBAR !

Observador
11 anos atrás

Ah, o anúncio oficial é amanhã?

Então, ainda dá tempo para a diplomacia brasileira levar uma bola nas costas.

Eu não duvido de nada.

Vader
11 anos atrás

Mais uma vitória de Pirro para a sempre gloriosa diplomacia do Itamaralívia.

Como a tese “multilateralista” do Itamaraty do PT tomou um pau monumental das grandes economias do mundo na Rodada Doha da OMC, ganhamos agora o prêmio de consolação, graças ao resto dos pobres do mundo, que votam na OMC.

Enquanto o mundo segue fazendo seus acordos bilaterais entre as economias, o Brasil tem um único acordo de bilateral de comércio com… Israel!!! Era para ter também com Egito e… Palestina (!) mas… naufragaram ambos!

Sim, porque até o Mercosul virou uma peça de ficção, ainda mais depois que a Argentina detonou com as bases de liberdade do acordo e que a Venezuela entrou à sorrelfa, graças a um golpe dado contra o Paraguai, membro fundador do bloco.

À turma que tá batendo bumbo, sugiro informar-se melhor do que significa essa verdadeira “vitória de pobre”:

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/um-brasileiro-na-omc-o-mundo-aplaude-a-nossa-incompetencia-porque-isso-lhe-e-irrelevante/

No mais, segue o enterro:

“Like a rock, like a planet
Like a fucking atom bomb
I’ll remain unperturbed by the joy and the madness
That i encounter everywhere i turn,”

Generator – Bad Religion

Raul
Raul
11 anos atrás

Pelo menos na esfera diplomática o Brasil mudou muito. Foi se a época que os EUA mandavam e os diplomatas vira-latas abaixavam a cabeça.

Wellington Góes
Wellington Góes
11 anos atrás

Realmente eu não entendo esse pessoal, se algum compatriota perde a chance de chefiar uma importante instituição internacional, o pessoal agora achar culpados pelo “fracasso”. Se ganha é a mesma choradeira?

Ah tá, é a tal da ideologia partidária, só pode!!!

O cara foi eleito não porque é partidário desse ou daquele partido político brasileiro, o cara foi eleito porque teve uma carreira irrepreensível durante toda a sua carreira na instituição, ponto. O resto, é dor de cotovelo de coisa que não tem nada haver com o ocorrido.

Parabéns ao Diplomata Azevêdo e que lhe faça um bom serviço a frente da OMC.

Até mais!!! 😉

Manock
Manock
11 anos atrás

Parabéns ao País, ao Itamaraty e ao Governo.

Se tal cargo não significasse nada não haveria interesse por ele, simples assim. Mas é bom lembrar que em diplomacia as mudanças são lentas, simbólicas e graduais, e nesse sentido, é inegável que o multilateralismo tem se tornado cada vez mais uma realidade, ainda por se edificar, mas em vias dê.

Quem não vê isso, ou é estúpido, ou por ódio ao pensamento divergente do seu, se cega no polo oposto àquele que mais combate e aí, fica perdido no doutrinamento ideológico à direita ou à esquerda , tanto faz, está cego do mesmo jeito.

Templário
Templário
11 anos atrás

UFA! Ainda bem que a UE votou em peso no México. Se isso aconteceu, deve dar a lógica no F-X2: SF-18A Super Hornet ou Grippen NG.
Os americanos são FDP, mas se existe uma coisa certa é que com eles “vale o que está escrito”, e nem em Las Vegas há o jogo do bicho!
Já os franceses, eles não cumprem o que se acerta, seja nos bastidores (Lula e NJ que o digam), seja na letra. A FAB sabe muito bem disso, quando da implantação do SISDACTA com material francês, fornecida pela antiga THOMSON.
Já os suecos, vendo como eles conduzem suas multis por aqui, o atrito seria na condução do programa – deixar um engenheiro brasileiro como CEO seria muito difícil!
Mas ainda sim, o GRIPPEN seria o que melhor atenderia o Brasil, a FAB e o nosso complexo industrial de defesa.

Vader
11 anos atrás

A idéia do multilateralismo é linda. Num mundo perfeito, é o melhor a se fazer. Mas o mundo não é perfeito, e não adianta ser “sonhático” entre nações: nações tem interesses, não amigos.

Só que o Brasil/PT se esqueceu de “combinar com os russos”, ou seja: Estados Unidos, Europa, China e Japão, entre outras das maiores economias do mundo.

Como essas nações representam mais da metade da economia do planeta, o Brasil vai fazer multilateralismo sem a maior parte do globo terrestre, ou seja: vai dividir a OMC que, no final das contas, passará a ser irrelevante.

É o PT aparelhando e destruindo até instituições internacionais.

Enquanto o Brasil insiste na tese derrotada na Rodada Doha, alguns países da América Latina, como México, Chile, Peru e Colômbia firmam seus acordos bilaterais com os países mais ricos do mundo e vivem muito bem, obrigado. Assim o mundo e o comércio vai se tornando mais e mais interligado, independente do multilateralismo da OMC. E quem está dentro do jogo usufrui os benefícios.

Quem está fora fica negociando com as potências econômicas Argentina, Uruguai e Venezuela. E Israel…

Enquanto isso o Brasil se alia aos pobres do mundo, mais uma vez. O campeão dos pobres.

Quem será que é estúpido mesmo? 😉

O Brasil precisa urgentemente de mais pragmatismno e menos ideologia.

fernandes
11 anos atrás

tem gente que não sabe o que escreve…..mas é melhor que ele escreva ….

Capovilla
Capovilla
11 anos atrás

Quem acompanha as relações internacionais, onde não há inocentes, mas interesses, reconhece a enorme vitória política brasileira. Primeiro porque é na OMC que as “guerras comerciais” se desenvolvem, dando grande poder para quem media os conflitos. Segundo, pelo fato do Brasil derrotar no voto os “grandes países”, coisa que reforça a tese de que a ONU precisa se readequar aos tempos do pós-guerra fria, dando espaço para novos atores globais. E, por último, observar que os países menores, ampla maioria no mundo, enxergam no Brasil um aliado confiável, um mediador entre o uns poucos grandes e muitos pequenos.
Sem dúvida uma vitória histórica da diplomacia nacional. No México, uma hora dessas, devem estar questionando a “aliança estratégica” que fizeram com os EUA como uma das causas da derrota para o Brasil!!! Coisas da política internacional…

Skyraider
Skyraider
11 anos atrás

Não sou especialista em comércio exterior, mas me parece que se acordos bilaterais devem ser complicados, acordos multilaterais me cheiram utopia.

Manock
Manock
11 anos atrás

Então o PT vai destruir as instituições internacionais?

Santo divino pai do céu das pessoas de bom senso… o bolsonarinho escreveu isso mesmo?

(tô passando mal de rir aqui)

Vader
11 anos atrás

Manock disse:
8 de maio de 2013 às 19:36

Parceiro, já destruiu. Já aparelhou. A OMC sai dividida do episódio, com mais da metade da economia do mundo (do dinheiro, e consequentemente do poder) não apoiando a escolha, que foi determinada pelos votos dos países menores e mais pobres.

Qual a consequência? Os países de economia mais forte vão se afastar cada vez mais da OMC e vão prosseguir firmando seus acordos bilaterais. Quando estiverem bem resolvidos, vão negociar com a “OMC do B” de uma posição de força, e não irão estar nem aí para o tal multilateralismo, a não ser de uma maneira que os deixem em vantagem (o que os países pobres evidentemente não irão aceitar).

E aí fica assim: o Brasil, capitaneando os pobres do mundo, vai fazendo seus acordos com potências do naipe de Uruguai, Venezuela, Israel, Palestina…

Em matéria de negócios não adianta forçar a corda: ela sempre vai estourar do lado mais fraco.

O Brasil do PT forçou a corda. Só vai conseguir com isso esvaziar a OMC.

Vitória de Pirro para o Brasil do PT. Ou, como diria Machado de Assis, “ao vencedor, as batatas”.

Capovilla
Capovilla
11 anos atrás

Caro Vader.

Não é bem assim como você imagina. Os países ricos precisam das commodities principalmente agrícolas dos países pobres em troca querem garantia que seus produtos industrializados não sejam “pirateados”, principalmente softwares. Isso independe de acordos bilaterais, necessitam de uma negociação global, que está paralisada muito antes do Brasil assumir a direção da OMC. A falta de um acordo global só beneficia a China e alguns países asiáticos. Acredito que os europeus entenderam o recado, o mundo não é mais bipolar (embora alguns ainda acham que sim) e vão abrir negociações no sentido do acordo. Na prática da política internacional o Brasil emergiu como sendo o único que pode mediar esse impasse. Commodities sempre serão úteis e necessários para qualquer um, reconhecer propriedade intelectual depende de quem te ofereça…
Como você mesmo disse precisamos de “mais pragmatismo e menos ideologia” inclusive em nossos comentários…

Vader
11 anos atrás

Capovilla disse:
9 de maio de 2013 às 12:21

Parceiro vc não disse nada novo em seu comentário, embora eu faça a ressalva de que os EUA por exemplo são a maior potência agrícola do mundo, e podem muito bem viver sem o Brasil e outros emergentes exportadores de commodities.

O fato é: enquanto o Brasil insiste na sua tese multilateralista, países menores estão se dando muito melhor com base em acordos bilaterais.

O multilateralismo morreu em Doha. Foi assassinado por quem tinhapoder para isso: os países ricos. Se o Brasil ficar se apegando a ideologias ultrapassadas ao invés de fazer seus acordos bilaterais, só vai conseguir afastar da OMC os países importantes, enquanto perde dinheiro.

Aprenda meu amigo: a bola é deles! Ou você aprende a jogar o jogo conforme as regras deles (e sempre que o Brasil fez isso se deu bem), ou não joga. A coisa é simples assim.

Bater de frente não vai melhorar em nada nossa situação; só contribui para inflar o discurso ufano-demagógico dos governantes do PT.

Fabio Silva
Fabio Silva
11 anos atrás

De que adianta colocarmos alguém para dirigir a OMC? A nossa participação no comércio mundial é irrisória, pequena demais… Foi um esforço em vão(mais um do nosso Governo Federal).