Dia da Soberania incomoda vizinhos do Japão
O Japão celebrou oficialmente pela primeira vez neste domingo o 61º aniversário da reconquista de sua soberania, após a derrota na 2ª Guerra Mundial. O evento é uma intensificação da campanha nacionalista do primeiro-ministro Shinzo Abe.
Após assumir o cargo em dezembro do ano passado, Abe focou principalmente em melhorar a economia. Mas recentemente ele mudou o foco para perseguir sua agenda conservadora. O marco do aniversário é visto como um passo para angariar apoio para a revisão da Constituição japonesa, de forte inspiração pacifista, feita durante o período de intervenção dos Estados Unidos. O partido conservador de Abe denunciou durante anos que a atual Constituição foi imposta pelos norte-americanos, que ocuparam o país do final da 2ª Guerra Mundial, em 1949, até 1952.
No mês passado, o Conselho de Ministros aprovou um plano do partido para designar a data de 28 de Abril como o dia “da recuperação da soberania” no Japão e, neste domingo, a cerimônia foi o primeiro evento patrocinado pelo governo para lembrar o dia. Eventos similares foram organizados anteriormente de forma privada, entre alguns legisladores ultraconservadores, principalmente do Partido Liberal Democrático, de Abe.
As comemorações deste domingo estavam repletas de rituais nacionalistas, considerados símbolos do regime que levou o Japão a diversos confrontos com seus vizinhos asiáticos no Século XX. A cerimônia começou com o polêmico hino “Kimigayo” (“Reino de sua Majestade”) e terminou com saudações para o imperador Akihito. Houve também a subida de um enorme sol decorativo no centro do palco.
Durante a cerimônia, Abe instou os Japoneses a marcar o dia em seus corações, comprometendo-se a fazer do Japão um forte país com orgulho nacional. Ele disse que há 61 anos atrás, os japoneses tinham grandes esperanças e compromisso para fazer um melhor Japão, acrescentando que hoje em dia as pessoas precisam atender a essas expectativas. “Nós somos obrigados a fazer um Japão forte e resistente para que nos tornemos um país com o qual o resto do mundo possa contar”, disse o primeiro-ministro. Abe falou que está procurando fazer do Japão uma nação melhor e “mais bonita”. Essa é a sua frase favorita, mas os críticos dizem que tem um tom nacionalista.
A cerimônia foi a última de uma série de eventos nacionalistas e observações que incitaram duras reações nos países vizinhos, que sofreram agressões do Japão nos tempos de guerra. As visitas de vários ministros e quase 170 legisladores ao santuário de guerra de Tóquio esse mês teriam enfurecido a China e a Coreia do Sul. O Santuário Yasukini relembra a morte de 2,3 milhões pessoas, incluindo 14 mandatários japoneses condenados por crimes de guerra.
Abe também provocou a China e a Coreia do Sul ao dizer que não há uma clara definição de “agressão” e que o Japão não irá “sucumbir a qualquer tratado”. O primeiro-ministro ainda fez campanha para o reconhecimento das Forças de Autodefesa do Japão como um corpo nacional de pleno direito, para a revisão das desculpas japonesas para as atrocidades cometidas pelo seu Exército Imperial, antes e durante a 2ª Guerra Mundial, e para atualizar o status do imperador para chefe de Estado.
Celebrando 28 de abril como o dia de recuperação da soberania provocou duras críticas do sul da ilha de Okinawa, onde a ocupação dos EUA continuou até 1972. Na cidade de Ginowan, milhares de manifestantes fizeram um comício em um parque para protestar contra a cerimônia. Okinawa é atualmente o lar de cerca de três quartos das tropas norte-americanas alocadas no Japão, sob os termos de um pacto de segurança bilateral. O governador de Okinawa, Hirokazu Nakaima, boicotou a cerimônia deste domingo. As informações são da Associated Press.
FONTE: O Estado de S. Paulo
Parabéns ao povo Japonês por esse grande dia.
Agora resta saber quando os Americanos finalmente entregarão a Base Okinawa ?
“Okinawa é atualmente o lar de cerca de três quartos das tropas norte-americanas alocadas no Japão”
A esmagadora maioria dos japoneses de Okinawa apoiam a presença americana na ilha.
Aliás, nem podia ser diferente: é uma segurança pela qual eles não pagam nada. Sem falar nas enormes divisas que atrai a base.
Eh dificil julgar sem compreender a cultura de um Pais; as vezes sao necessarios anos de convivencia p/ compreender o mindset da populacao (politicos, etc). Alguns colegas aqui talvez possam explicar pois tem convivencia com a cultura japonesa.
Como nunca vivi no Japao, confesso que nao compreendo a necessidade de varrer p/ baixo do tapete, que tanto irrita os vizinhos, todas as atrocidades cometidadas pelo Japao durante a segunda guerra.
As atrocidades cometidas foram maiores, segundo a maioria dos historiadores, do que as cometidadas pelos nazistas; na Alemanha, em contraste, existem museus do holocausto espalhados por todo pais, p/ que ninguem esqueca o que aconteceu ou repita tais atrocidades. Mas estes museus nao denigrem, muito antes pelo contrario, a Alemanha.
Mas no Japao o tema do holocauto oriental eh praticamente inexistente, um tabu; como escrevi antes, eh uma questao cultural deles que nao compreendo.
[]s!
Pelo que eu saiba, Okinawa era um reino independente que foi conquistado pelo Japão.
Bacchi
Bacchi voce esta absolutamente certo! Apesar de isso ter sido a muito tempo ja.
Uma pergunta off-topic pra voce, voce saberia dizer qual e a composicao dos batalhoes de carros de combate do EB hoje? Seriam quantos e com quantos CCs? Acho interessante que nunca vejo a tabela de organizacao e equipamento de varios tipos de unidades do EB seja aqui ou na internet em geral.
Marine,
O off-topic foi para o Reginaldo Bacchi, mas é um assunto que gosto de acompanhar e não poderia perder a oportunidade de, atrevidamente, me intrometer.
O batalhão de carros de combate no EB são chamados de Regimento de Carros de Combate – RCC, com a seguinte organização:
– 01 (um) esquadrão de comando e apoio; e
– 04 (quatro) esquadrões de carros de combate.
O esquadrão de comando e apoio, salvo engano, alinha 2 (dois) ou 4 (quatro) carros de combate para o comandante e sub, além das viaturas de comando.
O esquadrão de carros de combate é formado por 1 (uma) seção de comando e 3 (três) pelotões de carros de combate.
O pelotão de carro de combate é a unidade básica das forças blindadas, composto por em 2 (duas) seções com 2 (dois) carros de combate cada uma.
Assim sendo, cada esquadrão alinha 13 (treze) carros de combate e o RCC alinha 54 (cinquenta e quatro) a 56 (cinquenta e seis) carros de combate.
Os Batalhões de Infantaria Blindada seguem a mesma métrica, apenas equipados com VBTP, pois o EB não dispõe de nenhum VBCI.
As Brigadas Blindadas também possuem estrutura quaternária, com 2 (dois) RCC e 2 (dois) BIB, de acordo como o Plano Básico de Estruturação do Exército (PBEEx) de 2003.
Entretanto tenho lido algo sobre uma redução nos RCB de 4 (quatro) para 3 (três) esquadrões, como medida de ECONOMIA.
Há um trabalho interessante do então Major de Cavalaria Jorge Francisco de Souza Junior, que agora deve ser Tenente-Coronel ou Coronel, sobre as Forças Blindadas do Exército Brasileiro que deixo o link abaixo.
http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/FBEBP.pdf
Grande abraço e desculpem minha intervenção,
Ivan, a old infantryman.
Ivan disse:
2 de maio de 2013 às 15:56
Ivan, salvo se as coisas mudaram desde a minha época os BIBs não seguem a mesma métrica da cavalaria, mas sim são compostos por 3 Cia Fzo Bld e, cada uma destas, 3 Pel Fzo Bld.
Confirae…
Sds.
PS: excelente a monografia. Vou ler com mais calma em casa.
Marine, desculpe-me não ter respondido, mas não estou na minha residencia onde tenho as informações.
Ivan, muito obrigado por ter intervindo.
Bacchi
MiLord Vader,
Cada Cia Fzo Bld tem 1 (uma) seção de comando, 3 (três) Pel Fzo Bld e um Pel Apoio, como vc indicou.
Mas desconfio que ao menos no manual cada BIB das Brigadas Blindadas deveria seguir a formação quaternária de companhias para formar forças tarefas com os esquadrões de carros de combate.
De qualquer forma é um tema interessante para investigar.
Abç.,
Ivan.
Ivan, Bacchi, e Vader
Muito Obrigado pelo esforco e informacoes!
Agora so me falta um especilaista do aereo pra me informar sobre o numero de avioes em cada esquadrao de caca da FAB. Nao sei se seriam 12 ou mais em cada.
Sendo assim entao o EB possui hoje 7 unidades valor batalhao de carros de combate com 54 tanques em cada mais sobressalentes. Seria isso?
Ivan disse:
2 de maio de 2013 às 17:05
Ivan, o número de ouro da Infantaria é o 3, como da Cavalaria é o 4.
São 3 para garantir a superioridade de 3 para 1. Não sei quem foi o grande matemático da estratégia, mas descobriu-se que para se tomar o terreno de uma unidade na defensiva, entocada e preparada, é necessário no mínimo 3 vezes mais homens do que os que estão na defensiva.
Assim, na ofensiva um Pel Fzo (3 GCs) ataca no máximo 1 GC (2 esquadras + 1 Cmt GC – normalmente um 3o Sgt) entocado; 1 Cia Fzo (3 Pel Fzo) ataca sempre 1 Pel Fzo entocado; 1 BI (3 Cia Fzo) ataca 1 Cia Fzo entocada; e assim por diante.
Um BIB não é diferente, uma vez que a função do blindado é apenas entregar o boina preta pronto pro combate e ficar dando apoio de fogos, mas não deixando de ser infantaria.
Me lembro que na guerra de selva, por conta do ambiente de combate extremamente agressivo e fechado (o que facilitaria a defensiva), a conta deveria ser diferente: a matemática passaria para 4 para cada 1. Assim, um BIS deve ter 4 Cia Fzo Slv, cada uma com 4 Pel Fzo e, até onde sei (nunca fui guerreiro de selva, rs) cada Pel Fzo deve ter 4 GCs.
No entanto creio que a maioria – senão todos – os BIS não estão mobiliados com 4 Cias Fzo (o 51o BIS por exemplo tem 3 Cia Fzo).
Quanto à pergunta do Marine, lá em cima: a ordem de batalha do EB está aqui:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e0/Brazilian_Army_-_CoOpTer_12%2C5.png
No papel são:
Infantaria (Brigadas):
– Selva: 1a, 2a, 16a, 17a e 23a;
– Motorizadas: 3a, 4a, 7a, 8a, 9a, 10a, 13a, 14a, 15a;
– Leve (GLO): 11a;
– Aeromóvel: 12a;
– Blindada: 6a;
– Fronteira: 18a;
– Paraquedista;
– Operações Especiais.
Some-se a isso uma porrada de batalhões ligados diretamente aos Comandos Militares (só o do Nordeste tem 7 batalhões e outras tantas cias destacadas);
Cavalaria: (Brigadas)
– Mecanizadas: 1a, 2a, 3a, 4a;
– Blindada: 5a;
Somar mais 4 regimentos ligados a Comandos Militares: 1 no Nordeste, 1 no Leste e 2 no Sul;
Artilharia:
– 1a Divisionária;
– 1a Antiaérea;
– 3a Divisionária;
– 5a Divisionária;
– 6a Divisionária;
Somar mais 1 Grupo no CM do Planalto (6o de Lançadores Múltiplos) e um no CM do Sudeste
Engenharia: (Grupamentos)
– 1o, 2o, mais 9 Batalhões ligados a Comandos Militares;
Aviação: 3 Batalhões;
Mais um monte de unidades espalhadas pelo Brasilzão afora, ligadas diretamente a Comandos Militares.
Sds.
Negativo.
O EB possui 2 (dois) tipos de unidade blindada com carros de combate.
* Regimento de Carro de Combate (RCC):
– 1 Esquadrão de Comando (2 ou 4 CC); e
– 4 Esquadrões de Carros de Combate (4×13 CC).
* Regimento de Cavalaria Blindada (RCB):
– 1 Esquadrão de Comando (2 ou 4 CC);
– 2 Esquadrões de Carros de Combate (2×13 CC); e
– 2 Cia Fzo Bld (2×14 VBTP).
Assim sendo a dotação formal dos RCC fica entre 54 e 56 CC e dos RCB entre 28 e 30 CC.
Claro que ‘de fato’ não é bem assim, não só pelo número limitado de blindados (algumas unidades de RCB ainda usava M-41C Caxias até pouco tempo), mas também pela disponibilidade dos Carros de Combate, que varia muito.
Relacionar as unidades com Carros de Combate fica um pouco mais difícil neste momento, até porque há unidades deslocadas das grandes unidades blindadas, como o 20º Regimento de Cavalaria Blindado de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, equipado com 32 (trinta e dois) M-60 em 2 (dois) Esquadrões de CC, porém apenas uma Cia Fzo Bld com 14 M-113.
Abç.,
Ivan, a old infantryman.
O fato é o seguinte:
Quando se olha para a ordem de batalha do EB, ao menos no papel, é um POWTA de um exército: são 20 brigadas de Infantaria, 2 de Cavalaria, 5 de Artilharia, 2 de Engenharia, mais UM MONTE de unidades nas mãos dos Comandos Militares.
Ainda, algumas grandes unidades são organizadas em Divisões:
1a (Rio de Janeiro);
2a (São Paulo);
3a (Santa Maria);
5a (Curitiba);
6a (Porto Alegre);
7a (Recife).
Convenhamos: 30 Brigadas, 6 Divisões, pra um Exército que está praticamente em paz há 130 anos, é tropa PRA CARAMBA!
Pode ser pequeno perto do tamanho do Brasil, mas é UM MUNDO de tropa para QUALQUER inimigo! Arrisco-me a dizer que até mesmo potências globais teriam extrema dificuldade em enfrentar-nos em nosso terreno.
Se se pensar ainda que as três últimas classes do serviço militar obrigatório podem ser mobilizadas quase que imediatamente (6 meses), em tese multiplicando por 3 os números, não é difícil entender porque nossos “hermanos” vizinhos SE BORRAM de medo da gente!
E se se pegar todos os reservistas aptos, inclusive os TG, o Exército Brasileiro seria um dos maiores exércitos DO MUNDO em números de conscritos. Com pouquíssima dificuldade levantaríamos 1 ou 2 milhões de homens em armas! (se ia ter FAL pra todo mundo são outros quinhentos…)
Realmente, chega a ser apavorante o poder militar que temos, em tese. Mesmo descontando metade disso aí, que possui baixo nível de operacionalidade, ainda é muita coisa.
Mas tem algumas coisas que eu não entendo na OB do EB:
Porque tem tantas unidades sem estarem organizadas em nível Brigada: só no NE dava pra levantar quase mais três Bdas só com o que tem de Batalhão e Cia isolado!
Outra coisa: porque não tem nenhuma Divisão na amazônia? Será que é organizacional ou será bagunça ou falta de recursos mesmo?
E finalmente: porque tantas Brigadas sem divisões?
Sds.
MiLord Vader,
Foi assim, 3 por 1, que aprendi também no meu tempo.
Mas a Doutrina Delta preconizava unidades de manobra quaternárias, para permitir formação de forças tarefas flexíveis de acordo com a missão.
Assim sendo, não sei responder se os BIB das duas grandes unidades blindadas são formados por 4 (quatro) ou 3 (três) Cia Fzo Bld. No papel era para ser quaternário, combinando com os RCC.
Outro ponto curioso.
Tanto a 5ª Brigada de Cavalaria Blindada (Brigada General Tertuliano de Albuquerque Potyguara do Paraná) 6ª Brigada de Infantaria Blindada (Brigada Niederauer do Rio Grande do Sul) possuem formação quaternária identica, com 2 (dois) RCC e 2 (dois) BIB como unidades de manobra.
Mas a 5ª é nominalmente de cavalaria e
a 6ª é nominalmente de infantaria.
Abç.,
Ivan, a old infantryman.
Ivan, na cavalaria eu não sei, mas nos 4 BIBs (7o, 13o, 20o e 29o) são 3 Cia Fzo.
Vai por mim… 🙂
MiLord Vader,
Então é a prática se sobrepondo a teoria.
E a Doutrina Delta com grandes unidades e unidades blindadas (cavalaria e infantaria) quaternárias foi para a fogueira da eterna falta de recursos em detrimento da efetiva capacidade operacional.
Fazer o que?
Abç.,
Ivan.