General do Brasil é convidado para comandar missão de paz no Congo
Santos Cruz, de 60 anos, foi comandante da missão da ONU no Haiti. Ele chefiará tropa de imposição da paz que deverá ‘neutralizar’ rebeldes.
Tahiane Stochero
Do G1, em São Paulo
O general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, de 60 anos, foi convidado pela Organização das Nações Unidas para comandar a missão de paz no Congo (Monusco), que possui o efetivo de mais de 23,7 mil homens, tem caráter de imposição da paz e é a única atualmente com autorização para intervir em um conflito.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, foi informado na manhã desta quarta-feira (24) do convite, que foi feito diretamente pela ONU a Santos Cruz em reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelo Exército na missão de manutenção da estabilidade no Haiti (Minustah), comandada pelo Brasil desde 2004.
Santos Cruz foi o comandante das forças da ONU no Haiti entre 2006 e 2009, chefiando mais de 12 mil homens. Ele foi o general brasileiro que mais tempo ficou no posto.
“Recebi o convite e estamos na fase administrativa, em que é necessário o envio de documentação e alguns acertos devem ser feitos com o governo brasileiro. O processo ainda está em andamento para oficialização. É com honra que pretendo representar o Brasil na missão, pois o convite representa um reconhecimento ao trabalho das Forças Armadas brasileiras”, disse Santos Cruz ao G1.
O general Santos Cruz trabalhou no Haiti em conjunto com o representante da ONU na Minustah, o guatemalteco Edmond Mulet, no processo de pacificação das regiões mais violentas do país caribenho, como Cité Soleil, em que foram necessárias operações robustas para que os capacetes azuis recuperassem áreas dominadas por grupos armados.
Atualmente Mulet é subchefe do Departamento de Missões de Paz das Nações Unidas (DPKO). Em setembro de 2012, em entrevista exclusiva ao G1 no Rio de Janeiro, Mulet afirmou que havia feito a Amorim o pedido para que o Brasil enviasse tropas para outra missão de paz no mundo, além do Haiti. O processo de negociação para que soldados do Exército integrem a força no Líbano começou em 2013, após a ONU consultar o Brasil se um batalhão poderia ser enviado.
Santos Cruz é general de divisão, tendo passado para a reserva do Exército em novembro de 2012, após não ter sido promovido à mais alta patente da Força. Atualmente, integra a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.
ONU quer ‘neutralizar’ rebeldes
O conflito no Congo teve início após o genocídio em Ruanda, em 1994, segundo a ONU, e em seu período mais sangrento, entre 1996 e 2003, teria resultado em 4 milhões de mortes.
Desde então, diversos grupos rebeldes se ramificaram pelo país. O maior deles é o Movimento 23 de Março (M23), formado por ex-militares e que, em 2012, tomou o controle de diversas áreas do país. Desde julho de 2010, quando a missão foi criada, 55 soldados da ONU morreram em ataques rebeldes.
Em 28 de março de 2013, uma resolução do Conselho de Segurança, em uma situação inédita na história da ONU, deu à Monusco um mandato para ocupar territórios dominados por grupos rebeldes, em especial o M23, acusado de ataques contra a população, abusos aos direitos humanos, exploração sexual e violação ao direito internacional. A ONU determinou que fosse adicionada à tropa atual no terreno uma “brigada de intervenção”, que terá três batalhões de infantaria, uma artilharia e uma companhia de Forças Especiais.
O objetivo da tropa será “neutralizar” os grupos armados no país, tendo direito a usar “todos os meios necessários” para recuperar as áreas dominadas pelos rebeldes, prendê-los e garantir a paz. A missão tem caráter ofensivo e pró-ativo e foi criticada por rebeldes disseram que a ONU estava perdendo a imparcialidade.
No mandato da Monusco que criou a brigada de internveção, o Conselho de Segurança diz que o caso tem “base excepcional”, “não cria precedente” e também não prejudica os princípios que gerem as missões de paz.
FONTE: G1 / FOTO: Logan Abass-ONU
“… convite, que foi feito diretamente pela ONU a Santos Cruz …”.
Não entendo destas altas políticas mas, convidando diretamente o General,a ONU não rompeu a hierarquia?
Santos Cruz foi para a reserva, portanto o convite pode ser feito diretamente à ele, sem que o Governo do Brasil tenha de dar pitaco, creio. eu.
Durante a Grande Era do Apedeuta Mor, quando o senhor Celso era Ministro das Relações Exteriores, época em que transformou o Itamaraty em um lixo, inúmeros brasileiros altamente competentes foram convidados a assumir cargos em organizações internacionais, os quais, sem nenhuma consulta junto aos convidados e, talvez por ignorância, talvez em busca do tal assento do pinico do banheiro da ONU, talvez por pequenez, talvez por ideologia ou talvez por burrice mesmo, foram retirados os nomes dos mesmos para apoiar nomes propostos por ditaduras infames.
Não a partir do fato que ele passou para a reserva no exército. Ele será contratado da ONU e receberá uma mandato como comandante militar cedido pelo Brasil.
O Brasil nesta modalidade terá MUITA DIFICULDADE em negar o pedido e isto pressionará muito o governo a fornecer tropas brasileiras para auxiliá-lo na missão pois como Comandante da Monusco ele poderá requisitar oficiais brasileiros de sua confiança para o governo brasileiro…
Um enorme honra e um problema real…
Acabou o recreio nas missões ONU, agora o brasil se envolveu em briga de cachorro grande de VERDADE…
giltiger
Tropas e MEIOS.
O problema são os meios, rsrsrs…
Se a possibilidade vale para um paisano, o mesmo não acontece para um militar, ainda mais um General.
Acho que houve quebra da hierarquia e falta de respeito conosco.
Uma grande honra pessoal, sim! mas muito discutível em termos institucionais.
Um grande problema real, principalmente em relação aos meios, sempre os benditos meios.
Será que o General se contenta com caminhões?
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O Congo Belga era o TO do Tarzan e da Chita…
Sês tão loucos ?
A ONU não desrespeitou o Brasil PELO CONTRÁRIO.
Agora se o governo quiser não manda ninguém para lá é uma opção política, mas quem quer ser player mundial as vezes tem, ou é obrigado como neste caso a correr riscos.
Para uma missão desta POR EXEMPLO, a tropa deve ser despachada já portando os novos fuzis IA2 para teste real de campo.
E claro mandar pessoal selecionado e preferencialmente originário das tropas especiais do exército como CIGS (guerra na selva), forças especiais e PQD. Voluntários de tropas profissionais.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brigada_de_Operações_Especiais
Para quem conhece o Gen Santos Cruz o convite não é nenhuma surpresa. No comando das tropas no Haiti teve um desempenho notável. A ONU procura competência e experiência e, essas qualidades o Gen
Santa Cruz comprovou na prática.Daí o convite!
Não acho que tenha havido falta de respeito… Também não sei se o “convite” foi assim diretamente para ele… creio que “o convite foi feito diretamente para ele”, quer dizer que quando a ONU pediu alguém para comandar, nominou quem ela queria, mas não que o contato tenha sido feito direto com o Santos Cruz…
No mais, creio que os MI 35 da FAB (se tivéssemos mais, e no exército) seriam um dos meios mais eficientes… capacidade de ataque e transporte de tropa no mesmo Meio… ou os Black Hawk, este com menos ataque e mais transporte…
Mas os nossos maravilhosos EC nacionais não, pois o Congo fica do outro lado do atlântico hehehe…
Abraços
Acho que, quanto à forma de convite, o Ribeiro tem razão, assim espero. Nada contra a qualificação profissional do General, conhecida de todos nós, sem dúvida alguma, mas aceito o convite quem haverá de bancar os custos com pessoal, meios e toda a logística será o país. Depois, outra: o General não havia posto o pijama?
Desrespeito ao Governo brasileiro e seu Ministério de Relações Exteriores doutrinado ideologicamente? Talvez.
Desrespeito ao Exército Brasileiro? Definitivamente não. Isso só demonstra a confiança da ONU na capacidade de nossos soldados e oficiais!
Almeida: ninguém, falou em desrespeito ao Exército, ao menos não encontrei nenhuma referência. Acho que houve foi uma má disponibilidade da notícia, pois essa força vai na modalidade de interventora ‘para impor a paz’! Vai haver combate e, seguramente muito ranger de dentes em terras tupiniquinhas… o país precisava ser consultado em primeiro lugar, mesmo citando e referindo o nome do General pois a Nação pode não ter como custear as despesas inerentes à missão, logística, meios e pessoal. Vai ser phoda…
Olha aldoghisolfi, até onde sabemos quem foi convidado foi um general da reserva. A ONU não está obrigando o Brasil a enviar tropas para esta missão, portanto não vamos custear nada além do nosso dízimo, como você afirmou. Quando e se isto acontecer, pode ter certeza de que o país, leia-se nossos dirigentes, terão sido consultados antes.