Gepard: o primeiro já chegou …
… e está sendo apresentado pela KMW na LAAD 2013
Na foto acima, equipe do Exército Brasileiro que trabalha no projeto de aquisição e incorporação dos blindados de defesa antiaérea Gepard.
O blog das Forças Terrestres (FORTE)/Revista Forças de Defesa obteve informações exclusivas sobre o programa que em breve serão passadas para os nossos leitores. Dentre elas, podemos adiantar que a munição do canhão de 35mm do Gepard pode ser empregada sem problemas nos canhões duplos Oerlikon de 35mm já empregados pelo Exército, mas o oposto não é verdade. No entanto, isto não é motivo de preocupação. No pacote negociado com os alemães o Brasil adquiriu perto de meio milhão de projéteis.
Pelo que sei, a artilharia AA é uma das prioridades do EB na atualidade, como atestam as compras do Gepard, do Pantisyr e provavelmente do RBS-70. Como a nota, citou o canhões de 35mm já no inventário, pergunto aos amigos do blog o que será feito deles: darão baixa ou serão repontencializados? O mesmo questionamento vale também para os 40/L-70, que também estão tecnologicamente defasados.Compensa repontencializá-los?
Além do Gepard, o que mais a KMW apresentou na Laad?
Reportagem da Globo sobre a LAAD:
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/04/rj-feira-reune-equipamentos-modernos-de-seguranca-e-defesa.html
Como se “meio milhão” de projéteis fosse grande coisa…
Posso estar errado, mas se deixar os soldados treinar pra valer, padrão U.S.Army, os caras “queimam” 5 mil numa tarde…
Mas como aqui é Brasil… 🙁
Este Gepard já está pintando na camuflagem padrão do EB?
No mais, espero ansiosamente por mais informações sobre esta aquisição.
Manda para a Síria para testar.
Se aguentar uma ataque de RPG, é bom!
Requena disse:
12 de abril de 2013 às 12:23
“Como se “meio milhão” de projéteis fosse grande coisa…”
Pensei isso na hora. Meio milhão de projetis para duas baterias dá para uns dois dias de combate.
O EB deve tratar urgentemente de mandar a Imbel fabricar localmente essa munição.
Sds.
Meio milhão dá mais ou menos 14000 projéteis por veículo. Se levarmos em conta que existem 2 canhões em cada é cerca de 7000 projéteis por canhão.
Levando-se em conta a cadência de 550 tiros por minuto de cada, ele poderia ficar atirando cerca de 12 minutos com seus mais de 7000 projéteis, mas se levarmos em conta que um Gepard transporta cerca de 700 projéteis, ele poderá ser remuniciado cerca de 10 x com carga plena.
Não é nada mal para uma aquisição inicial.
Há de se saber qual a vida útil de cada canhão (que imagino deve ser por volta de uns 20.000 tiros) e quantos canos sobressalentes virão (se é que virão).
Uma pena é que semelhante aos AR de 35 mm, o Gepard não é qualificado para usar munição AHEAD, o que iria permitir uma letalidade inigualável.
Quantos tiros devem ser dados em um engajamento?
Supondo que seja em média uma salva de 3 segundos, seriam disparados cerca de 55 projéteis por vez.
Havendo mesmo cerca de 700 projéteis disponíveis, na média cada veículo pode engajar umas 12 vezes contra alvos aéreos a uns 5 km.
Eu não consegui ir a LAAD esse ano (de novo) mas é como se tivesse ido. Só se fala disso aqui em casa kkkk.
Minha namorada foi escala pra LAAD esse ano (de novo), e só se fala disso aqui em casa. Até os brownies de um stand eu já comi kkkk…
Daí ela me liga e diz: Ah, encontrei o Guilherme.
Eu: Que Guilherme?
Ela: O Poggio do Poder Aéreo!
Eu: KKKKKK… Tá íntima já.
Parabéns aos amigos por terem aguentado a peleja que foi a LAAD esse ano. Ano que vem tem mais e eu, se deixarem, apareço!
E voltando ao tópico…
Lembro da primeira vez que ouvi de um Tenente Coronel amigo que o exército estava pensando em adquirir Guepard.
Pelas minhas contas, isso foi em 1999 ou 2000.
Por outro lado antes tarde do que nunca. E o Pantsir, Paraná, seja lá o que for, nadica de nada. Se não anunciaram nessa LAAD, acho que já “está de molho”.
digamos que 30 unidades serao operacionais
cada Gepard leva 320 , 320x 30 = 9,600
da entao para disparar 50 vezes o total de municao que cada Gepard leva, mais do que suficiente para uns 5-10 anos de treinos.
joseboscojr disse:
12 de abril de 2013 às 17:13
Hehehe Bosco, sem fazer as suas contas cheguei às mesmas conclusões.
É muito pouca munição. Dá só pra dotação operacional (emergência) e olha lá.
Agora imagina você comandante de um Gepard acompanhando uma coluna blindada, aviões e helicópteros inimigos caindo que nem abelha no mel, e você com 12 salvas por veículo.
Só dá para ficar parado ao lado de estádio. Que é provavelmente o motivo pelo qual o governo federal achou estar comprando essas armas (claro que os motivos do EB são bem outros).
Agora o EB tem que se virar pra arrumar munição. Vamos torcer para que a Imbel sirva para alguma coisa e consiga replicá-la.
Senão vai ser flórida…
Vader,
Mas 12 salvas de 3 segundos corresponde a uma dotação de 12 mísseis sup-ar. Está em conformidade com o outros sistemas de defesa aérea autopropulsados, seja míssil ou canhão.
Cerca de 700 projéteis de 35 mm ocupam um baita espaço no interior da torre, tendo em vista que cada cartucho é do tamanho de um coca-cola litro.
Não achei tão pouco não. Pra mim está de bom tamanho.
Thomas,
Apesar de algumas fontes citar que são levados 320 + 20 projéteis no Gepard, creio ser por canhão.
Outras fontes de informação falam de 660 projéteis como dotação máxima por veículo, o que acho mais razoável tendo em vista serem 2 canhões e a cadência de tiro.
Claro que em treino não há necessidade de se levar tantos, e como você bem lembrou muito provavelmente não estarão todos os 34 veículos operacionais.
A INBEL produz munições de 40mm para canhões L/60 M1.
A EMGEPRON fornece munições de 40mm para canhões L/60 e L/70.
A CBC produz as munições utilizadas nos caças da FAB e MB (20X102, 20×110, 30×113), e para alguns navios da marinha (20×128).
Qualquer um pode ser capaz de produzir estas munições, mas provavelmente será a INBEL.
A INBEL deverá também trabalhar na munição 30×173 a ser usada nas torres (UT30BR) dos VBTP-MR Guaranis e (este calibre também é utilizado no canhão principal dos NaPaOc Amazonas, só o timpo de munição que muda, eu acredito que a ENGEPRON vai brigar por essa).
Caso venham os Pantsir, provavelmente a INBEL é quem irá fabricar as munições 30×165.
Resta saber quem fabricará as munições de 23×115 dos AH-2.
Quanto aos canhões laterais de 25×137 dos NaPaOc Amazonas, acredito que logo logo a Engepron estará fabricando suas munições.
Lyw,
Só pra complementar, você só não disse quem fabrica no Brasil a munição do Oerlikon 35 mm(35×228) usado pelo EB.
Devem ser eles que fabricarão a munição específica do Gepard.
Ou essa não tem fabricante nacional.
joseboscojr disse:
13 de abril de 2013 às 18:18
Bosco eu não falei porque não encontrei essa informação, esqueci de mencionar este fato importante rsrsrs…
Há basicamente dois tipos de sistemas de canhões AA terrestres, aqueles de menor calibre (entre 20 e 35 mm), grande cadência (entre 1000 e 5000 t/min) e projétil de impacto (explosivo ou não) e os de maior calibre (entre 35 e 76 mm), cadência reduzida (entre 100 a 1000 t/min) e projétil pré-fragmentado que detona por espoleta de proximidade ou pre-programação.
O de 35 mm está nas duas categorias, sendo o mais poderoso projétil de impacto à disposição no mundo, com maior capacidade destrutiva e com maior alcance (4 km + ou -), embora seja o de menor cadência (1100 t/min), o que de certa forma é irrelevante devido à reduzida dispersão do pesado projétil na distância útil.
Como exemplos são os canhões adotados pelo EB, tanto o auto-rebocado 2×35 mm Oerlikon quanto o autopropulsado Gepard, dotado do mesmo sistema de canhões.
O único exemplo da segunda categoria usado no Brasil são os canhões auto-rebocados de 40 mm da Bofors, 40L60 e o 40L70, sendo o primeiro considerado obsoleto há muito tempo e provavelmente não mais em uso pelo EB.
Na Alemanha, país de origem do Gepard e que incorporou a fabricante de canhões Oerlikon , os canhões KD de 35 mm (e 550 t/min) de projétil de impacto foram substituídos por um novo canhão revólver do mesmo calibre mas com quase o dobro da cadência de tiro (1000 t/min), designado genericamente de 35/1000, e que tem como característica mais importante a adoção de um projétil pré-fragmentado designado de AHEAD.
Esse projétil libera num ponto do espaço determinado pela diretora de tiro 152 sub-projéteis que devido à rotação do projétil original se espalham no ar cobrindo uma grande área.
Tal canhão é hoje a base para uma família completa de sistemas de canhões tanto navais quanto terrestres e é talvez o mais letal canhão antiaéreo do mundo.
Mas de forma alguma, embora não representem o “estado da arte”, os canhões de 35 mm usados por nós nos reparos auto-rebocados e no Gepard são obsoletos, e com certeza representam uma adição substancial à nossa capacidade de defesa antiaérea.
Só de curiosidade há uma terceira categoria de canhões antiaéreos que é a dos que disparam projéteis guiados.
Até agora o único exemplar dessa categoria é o de calibre 76 mm da Oto Melara, usado no sistema Draco.
joseboscojr escreveu em14 de abril de 2013 às 10:05:: “… Mas de forma alguma, embora não representem o “estado da arte”, os canhões de 35 mm usados por nós nos reparos auto-rebocados e no Gepard são obsoletos, e com certeza representam uma adição substancial à nossa capacidade de defesa antiaérea. …”.
Bosco, esta frase é bem confusa. Será que você não quiz escrever o seguinte:
“… Mas de forma alguma, os canhões de 35 mm usados por nós nos reparos auto-rebocados e no Gepard são obsoletos, embora não representem o “estado da arte”.
Com certeza representam uma parcela substancial de nossa capacidade de defesa antiaérea. …”.
Abraços
Bacchi
Valeu Bacchi.
Um abraço.
Eu tenho mania de colocar esse tal de “aposto” (???) ou seja lá o que for, que dificulta a interpretação do texto.
Como já não estudo gramática há uns 35 anos e como minha profissão é completamente avessa à escrita, sou meio que deficiente nesse tal de “português”. rsrsrs
As duas duplas de canhões 2A38M do Pantsir disparam tanto munições HE como perfurantes/traçantes. Inclusive o operador do sistema pode mudar o tipo de munição dependendo da natureza do alvo!
Lyw,
A munição HE é de explosão por impacto e não de proximidade.
Ué mas eu não mas eu não disse isto, só citei que estas opções (HE e perfurantes/traçantes) também podiam ser utilizadas no Pantsir, além das HEAD.
Lyw, por favor, o que é “HEAD”?
Bacchi
Bacchi,
Minhas desculpas, eu quis dizer HEAT, errei uma letra! É o que dá escrever com muito 😛
Liw, muito obrigado por sua amavel resposta.
Todavia pelo que descobri a munição 30X165mm do canhão russo 2A38 não tem cartucho HEAT.
São disponiveis para este canhão os seguintes cartuchos: HEI (designação russa: OFZ), HEI-T (OT), HE-T (FT), AP-T (BT) e APDS-T (BP).
A MECAR (Belgica) fabrica APDSFS-T para este canhão.
Faendo uma verificação no Jane’s Ammunition Handbook eu só encontrei munição HEAT disponivel para munição de 57 mm para cima.
Bacchi
rsbacchi disse:
15 de abril de 2013 às 19:28
Muito obrigado Bacchi, a fonte onde me informei pelo visto não tinha o mínimo de confiabilidade!
Só pra complementar a discussão e totalmente off-topic: a munição normal para canhões até 35 mm é HE (alta explosiva de espoleta de impacto) e perfurante (cinética), e suas diversas variações (incendiária, traçante, etc)
Existem projéteis HE de explosão no ar (AB) dotados de uma sofisticada espoleta pré-programável para uma determinada distância, disponíveis aos canhões de 35, 30 e 25 mm.
Há também munições de 35 mm (agora também em calibre 30 mm) do tipo AHEAD, que liberam sub-projéteis numa configuração cônica, numa dada distância pré-estabelecida do alvo.
Projéteis perfurantes HEAT, como têm eficiência diretamente proporcional ao diâmetro, só estão disponíveis para canhões em calibres acima de 57 mm, como bem frisou o mestre Bacchi.
Complementação 2:
Calibres com espoleta de proximidade só estão disponíveis em calibres de 40 mm e acima.
joseboscojr disse:
15 de abril de 2013 às 20:17
E por isto que eu gosto do Trinity, principalmente na versão mais moderna (Mk3). Um sistema relativamente barato e eficiente, embora se contraponha à ideia de sistemas CIWS como o Phalanx, o Goalkeeper, o russo Kashtan (e sua cópia chinesa) que saturam o curso dos alvos com centenas de projéteis, a espoleta de proximidade das munições de 40mm tornam o Trinity mais capaz, ao saturar o curso dos alvos com sub-projéteis.
Observação: Quando eu disse que “torna o Trinity mais capaz”, não disse que ele torna-se mais capaz que os sistemas CIWS que citei, mas sim que este supera sua aixa cadência de tiro, utilizando-se do recursos citado!
Correção, onde está escrito “aixa”, leia-se “baixa”!
Lyw,
Eu também gosto do Trinity, mas sou fã mesmo do canhão revólver 35/1000 da Rheinmetall/Oerlikon que dispara a munição AHEAD, que tem conceito bem diverso do usado no canhão 40L70.
Pra mim o 35/1000 é de longe o mais letal canhão do mundo na faixa até 40 mm, seja para qualquer uso que se imagine.
Ele sozinho consegue ter uma cadência de tiro semelhante ao do Gepard (que tem dois canhões), chegando a 1000 tiros por minuto, e dispara o avançado projétil AHEAD (também designado de KETF), que se “abre” numa distância determinada por radar (ou laser) e lança devido a força centrífuga 154 sub-projéteis em direção ao alvo, como se fosse uma espingarda gigante, ou melhor, como se fosse um mini ICBM lançando suas MRVs.
Por exemplo, uma rajada de 1 segundo dispara cerca de 17 projéteis, que é capaz de saturar o alvo lançando mais de 2500 sub-projéteis numa configuração cônica.
Seu uso inicialmente era antiaéreo e antimíssil naval (Millennium), mas hoje sua utilidade expandiu e é usada como C-RAM (MANTIS) e também é uma das mais letais armas na guerra naval assimétrica contra “enxames” de pequenos barcos.
E lógico, seu uso tático contra alvos em terra é também fenomenal e estará armando o novo SPAAG com a torre Skyranger, que será o sucessor do Gepard no exército alemão.
Ah com certeza meu caro, este sistema é sensacional, não é a toa que com a reformulação da doutrina de atilharia anti-aérea em implementação em alguns exércitos da OTAN, sistemas dotados destas armas aposentaram ótimos meios como o Gepard.
Um artigo informativo escrito pelo amigo Carlos sobre o Skyshield: http://landcombatcb.blogspot.com.br/2009/11/oerlikon-skyshield-35-evolucao-da.html