Coreia do Sul diz que há ‘altíssima probabilidade’ de Norte testar míssil
A Coreia do Sul disse na quarta-feira (10) que existe uma “altíssima” probabilidade de que a Coreia do Norte, após semanas de ameaças bélicas, teste um míssil de médio alcance a qualquer momento, como demonstração de força.
O chanceler Yun Byung-se disse que a Coreia do Sul havia pedido à China e à Rússia para interceder junto ao Norte a fim de amenizar as tensões, que se agravaram desde que o Conselho de Segurança da ONU impôs novas sanções a Pyongyang, em fevereiro, por causa do seu terceiro teste com armas atômicas.
Em Washington, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, disse que a Coreia do Norte está chegando perto de uma “linha perigosa” com suas ameaças quase diárias contra os EUA e a Coreia do Sul, e alertou que os EUA estão preparados para responder a qualquer movimento de Pyongyang.
“A Coreia do Norte está, com sua retórica belicosa… chegando muito perto de uma linha perigosa. Suas ações e palavras não ajudam a acalmar uma situação inflamável”, disse Hagel em entrevista coletiva no Pentágono.
A maioria dos analistas diz que a Coreia do Norte não tem a intenção de iniciar um conflito que poderia levar à sua própria destruição, mas alertam para os riscos decorrentes de um eventual erro de cálculo na península da Coreia, um dos lugares mais militarizados do planeta.
Em Seul, o clima era de absoluta calma, já que os sul-coreanos estão acostumados às frequentes injúrias do regime comunista do Norte. A Bolsa local teve uma ligeira alta de 0,77 por cento, depois de atingir nesta semana seu menor nível em quatro meses e meio, mas o movimento continua fraco, num sinal de que as ameaças norte-coreanas perturbam o cenário.
A Coreia do Sul disse também que a vigilância sobre a atividade do Norte foi reforçada. Veículos transportadores de mísseis foram vistos na província de Hamgyong do Sul, na costa leste da Coreia do Norte – possível local de um lançamento.
A Coreia do Norte celebrará várias datas cívicas do seu regime nos próximos dias, as quais podem servir de pretextos para demonstrações de força militar. Elas incluem o primeiro aniversário da ascensão oficial do líder Kim Jong-un ao poder, o 20º aniversário da ascensão do pai dele, Kim Jong-il (que morreu em 2011), e o aniversário de nascimento, já na próxima segunda-feira, do avô de Kim, o fundador do Estado norte-coreano, Kim Il-sung.
As ameaças quase diárias das últimas semanas contra a Coreia do Sul e os EUA desapareceram da imprensa estatal norte-coreana na quarta-feira, quando o foco se voltou em grande parte às iminentes festividades.
A TV estatal mostrou concentrações populares, inclusive de mulheres em trajes tradicionais, escutando discursos, depositando flores em monumentos e participando de um concurso culinário.
A agência de notícias KCNA disse que o povo está “empenhado ao máximo em decorar as cidades”. Outro despacho relatava uma “disparada na produção” de carvão, aço, ferro e madeira, com cifras mostrando que as metas trimestrais foram amplamente superadas.
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Mísseis coreanos ‘estão prontos para disparar’, diz representante diplomático de Pyongyang
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O representante diplomático do regime comunista da Coreia do Norte, Alejandro Cao de Benós, diz que “nossas bases de mísseis estão prontas para disparar. Podemos derrubar qualquer alvo, pusemos em órbita três satélites e capacidade tecnológica não falta”. Cao de Benós, de origem espanhola e único cidadão estrangeiro a quem foi concedida a cidadania norte-coreana já que decidiu combater por Pyongyang, deu essas declarações ao jornal italiano “Oggi”, cujo site publica nesta quarta-feira (10).
O espanhol, que adotou o nome Alejandro-Zu, ameaça: “quando o sinal for dado abateremos todos os aviões B2 e B52 e arrasaremos as bases americanas de Guam, do Havaí e do Missouri”.
“As consequências serão terríveis: o planeta inteiro será contaminado e Seul afundará no mar. A bomba é nossa segurança na vida. Se for necessário, não hesitaremos em usá-la”, assevera. O representante é membro do Partido do Trabalho e do Exército Popular, além de delegado especial do comitê governamental da Coreia do Norte para relações culturais com os países estrangeiros.
Benós diz não ser o único que combate a favor de Kim Jong-un, a Brigada Internacional que está organizando já conta com 200 adesões desde 11 de março, poucos dias após a Coreia do Norte anunciar o fim do acordo de armistício e a promessa de não agressão vigente desde 1953.
Nas últimas semanas, a tensão aumentou até o ponto que Pyongyang se declarou em estado de guerra contra o sul, ameaçando com a “guerra total” contra seus vizinhos e os Estados Unidos.
FONTE / FOTOS: Reuters, EFE e AP, via Uol
INFOGRÁFICO: Uol
Na torcida…
Esse abitolado das cucuias está blefando. Se ele fizer isso realmente, ele vai virar poeira cósmica. O f… é ir-mos junto nessa loucura toda.
Não é bem assim. A defesa americana é composta de:
USA:
1- Sistema Patriot, principalmente o PAC-3, para interceptação endoatmosférica (30 km de altitude). Eficaz contra TBM (até 300 km de alcance) e SRBM (até 1000 km de alcance). Pouco eficaz contra MRBM.
2- Sistema THAAD, para interceptação endo (abaixo de 100 km) e exoatmosférica (entre 100 e 150 km de altitude). Eficaz contra SRBM, MRBM, IRBM e provavelmente contra ICBM.
USN (baseado em navios AEGIS)
1- Míssil SM-2 Block IV, para interceptação endoatmosférica (até 30 km de altitude). Eficaz contra TBM e SRBM.
2- Míssil SM-3, para interceptação exoatmosférica. Eficaz contra SRBM, MRBM, IRBM e futuramente contra ICBM.
USAF (baseado em silos subterrâneos situados no Alasca e na Califórnia)
1- Sistema GBI (interceptador baseado em terra), para interceptação exoatmosférica. Protege os Estados Unidos. Eficaz contra ICBMs e SLBMs.
Vader, me corrige se estou errado: entendo que os EEUU e seus aliados, têm plenas condições de interceptar qualquer míssil do gordinho, no instante em que for iniciado o disparo. Abriu a tampa do silo, bábaus… A interceptação pode (e deve!), ocorrer em cima do território da própria Coréia do Norte. A grande força do gordinho é terrestre que, ainda no meu entender, não vai ser decisiva. A supremacia vai ser imposta pelos ares, já desde a flagrante possibilidade da criação de zonas de exclusão. Certo?
aldoghisolfi disse:
11 de abril de 2013 às 7:45
Aldo, alguma coisa irá passar. Como demonstrou o Iron Dome, não existe nada 100% eficaz.
Sds.
Aldo,
Ainda não existem sistemas antibalísticos que atuam na fase de ascensão, em que o motor está ligado.
Todos os sistemas atuais ou atuam na fase intermediária ou na fase terminal, portanto, fica difícil fazer o míssil atacante cair no próprio território.
Dentro de alguns anos o SM-3 lançado de navio terá uma versão (Block II e IIA) que irá incorporar esta capacidade, mas por enquanto ele só atua na fase intermediária.
No início da década foi cancelado um programa americano que visava desenvolver exatamente um míssil que seria instalado ao redor de países dotados de ICBMs e que seria capaz de interceptar o míssil na fase inicial (ou de ascensão), mas ele foi cancelado. Era o KEI (interceptador de energia cinética).
Outro programa que visava essa fase da trajetória de um míssil balístico era o Boeing YAL-1, que usaria um laser disparado por um B-747 e que poderia interceptar cerca de 100 mísseis a mais de 400 km de distância.
Hoje o desenvolvimento de sistemas que visam a interceptação nessa fase se concentra em mísseis ar-ar para fazer o serviço.
Testaram o Patriot PAC-3 lançado de um F-15 mas o desenvolvimento foi cancelado em favor do míssil NCADE, meio que baseado no Amraam, só que com 2 estágios e com seeker do AIM-9X. Poderá ser lançado tanto por caças quanto por UAVs e será capaz de interceptar um míssil na fase inicial a mais de 300 km de distância e até 100 km de altitude.
Um abraço.
Só complementando, a melhor maneira de atingir um míssil balístico na fase inicial é com armas baseadas no espaço, que só ainda não estão operacionais (até onde a gente sabe) por força do tratado de limitação de armas no espaço.
Mas como tudo tem um jeitinho, já estão fazendo uma releitura desses tratados de modo a permitir que armas defensivas possam lá permanecer, e não tarda o dia em que haverá uma constelação de satélites lasers capazes de interceptar mísseis balísticos logo que subam além da altura das nuvens.
Há uma série de implicações filosóficas, políticas, etc, a respeito da interceptação precoce de mísseis, mas tecnicamente é possível fazê-lo.
Correção: onde escrevi fase inicial ou de ascensão lê-se fase inicial ou de impulsão.
Apenas agora relendo o texto é que notei meu erro.
Na fase intermediária também em parte dela o míssil (ou seu veículo de reentrada) está em ascensão (por inércia) até chegar no apogeu e começar a descer, quando então reentra na atmosfera e aí começa a fase terminal.