Luiz Carlos Aguiar

vinheta-clipping-forte1O cenário geopolítico mundial está mudando e hoje o Brasil participa de forma mais ativa como ator regional e global, aumentando a necessidade de investimentos na defesa e segurança da nação. Somos um povo pacífico, mas ainda sofremos com a violência, o narcotráfico e a exploração ilícita de nossos recursos naturais. O mesmo país que foi escolhido para sediar as próximas edições da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos é também um dos maiores consumidores de drogas do mundo, mesmo sem ser produtor primário dessas substâncias.

Felizmente, dois projetos poderão começar a mudar esta triste realidade: o primeiro satélite geoestacionário brasileiro, para comunicações estratégicas e ampliação do programa nacional de banda larga, e o sistema de monitoramento integrado de fronteiras (Sisfron). Em ambas as iniciativas a indústria brasileira lidera esses projetos em conjunto com parceiros internacionais.

Com uma força de engenharia invejável, nos setores aeroespacial e de defesa, estamos certos de que podemos fazer muito mais. A indústria nacional de Defesa se diversificou e está se consolidando em torno daquilo que mais gosta e sabe fazer: a gestão de projetos complexos de alta tecnologia nos campos aeroespacial e de defesa e segurança. Radares, sistemas de apoio à decisão e de comunicação inteligente, além de veículos aéreos não tripulados, fazem parte das nossas soluções integradas, assim como os aviões militares.

O campo aeronáutico continuará a ser a força motriz do crescimento deste setor e serve como excelente exemplo desse novo ciclo virtuoso. O cargueiro militar KC-390, que será produzido pela Embraer Defesa & Segurança, continua em pleno desenvolvimento e será um vetor importante na arena internacional, estabelecendo um novo conceito de mobilidade, capacidade preconizada na nossa Estratégia Nacional de Defesa.

É importante esclarecer que os benefícios de uma indústria de defesa fortalecida se estendem por todos os segmentos da sociedade civil, ao estimular o desenvolvimento tecnológico, criar produtos de exportação de alto valor agregado e gerar emprego e renda. Para isso, as empresas brasileiras precisam conceber tecnologia e exportá-la para outros mercados. A nona edição da maior feira de defesa da América Latina, que acontece semana que vem, no Riocentro, é uma excelente oportunidade para ver de perto os avanços desta indústria no País.

Nosso DNA de desenvolver tecnologia e transformá-la em produtos, serviços e soluções que servem para o Brasil e para o mundo ocorrerá com a maturação de todos esses projetos. A indústria brasileira realizou com sucesso projetos no ramo aeronáutico militar e já exportou para mais de 40 países em todos os continentes, gerando empregos, divisas, renda e tributos para o Brasil.

Por fim, gostaria de reafirmar a capacidade transformadora que o poder de compra do Estado tem para a indústria que desenvolve tecnologia. No entanto, o investimento nesta área precisa ser perene e, para que isso aconteça, as empresas brasileiras devem buscar a integração competitiva de suas respectivas cadeias de suprimentos e, desta forma, reunir condições de exportar.

FONTE: O Globo via Resenha do Exército

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