Destaque da reunião da FAES-PP/Espanha com UPLA em Santiago do Chile em 10-11/01/2013
1. Hoje se quer levar a política como uma atividade técnica, o que desintegra a política. Conflitos de valores são também parte da política. Há que alimentar a política com ideias. Que a política volte a ser um espaço para as ideias. As ideias estão perdendo peso na política. Um desvio é tomar a política como comunicação. Outro desvio é a política de governo ser vista como administração das coisas. Outro desvio é a sentimentalização do discurso político, sua manipulação.
2. Essa sensação que as ideologias se aproximam, inibe desenvolver ideias e comparar modelos e ideias. A crise de valores impactou a política. Há uma sensação de mal estar nas democracias, o que é grave. Há que reforçar a democracia representativa. As pessoas não votam por programas, mas por relatos, por projetos. A direita não prioriza o campo da Cultura como a esquerda o faz, mas o da Economia. As ideias não caminham sozinhas. Precisam de pregadores. A direita não forma pregadores.
3. Faltou base institucional para o Euro como moeda única. EUA reagiu melhor porque tem comando unitário. Desafio político: como administrar as expectativas. Crise global não atingiu sistema financeiro chileno, mas criou um clima de insegurança. Chile tem TLC com 90 países e 90% das exportações chegam a eles.
4. Sapatero, chefe de governo da Espanha, estava muito popular e, por isso mesmo, a prioridade foi centrar a critica nele (Da mesma forma deve-se fazer com Lula e Bachelet agora). Desenvolvimento depende das instituições. Chile tem instituições estáveis. A democracia não é um sistema de regras formais, mas um sistema de valores. Se a Constituição não tem uma base de valores, não é uma constituição. Latinbarometro: só 32% confiam em seus parlamentos na AL. Devemos ter convicções. Não legislar pelos que gritam mais alto. Subir nas pesquisas não pode ser um objetivo político. Parlamentos devem buscar consensos onde for possível. Estimular a confiança nos Parlamentos deve ser um objetivo político hoje. Partido no governo, hoje, são administradores do poder.
5. O que favorece o populismo é o vazio de argumentos. As redes sociais Impedem o microclima parlamentar. Mas isso não quer dizer substituir os parlamentos. União dos afins foi o grande sucesso do PP, unificando partidos com ideias afins. PSOE deixou de ser um partido no governo e passou a ser um Regime o que desdobrou em desvios e corrupção. Para ganhar é necessário um partido, uma ideia e um líder.
6. PP uniu todos os que estavam à direita da esquerda, numa mesma sigla. União foi um projeto comum. As ideias nos distinguem. Fomos e somos uma alternativa. Ser melhores gestores dos paradigmas da esquerda, desmontando os mitos da esquerda. Para ganhar da esquerda não há que se parecer com a esquerda. Esquerda sabe manipular os sentimentos. Devolver o protagonismo às pessoas.
7. Países latino-americanos crescem com o que têm (matérias primas,…) e não com o que fazem (produtividade). Competitividade está estancada. Uma nova classe média cresceu, mas sem voz politica e os políticos não a estão interpretando. Hoje há um monte de palavras, mas não há um RELATO (projeto). Consumimos mais história do que criamos.
FONTE: Ex-Blog do Cesar Maia