Otan teme cartada final do ditador Assad para se manter no poder ou o acesso de terroristas a arsenal

 


Deborah Berlinck

 Aos grandes riscos que o Oriente Médio enfrenta hoje – batalha campal no Egito, conflito entre Israel e palestinos – somou-se outro com consequências potencialmente trágicas: o temor crescente de um ataque químico na Síria. O regime de Bashar al-Assad estaria pronto para utilizar armas químicas como cartada desesperada para sobreviver no poder, segundo a Turquia, os Estados Unidos e a Otan.

No último dia 14, os EUA autorizaram o envio de uma bateria antimísseis e de soldados àfronteira com a Turquia, após a aprovação pela Otan do pedido turco. Foguetes de artilharia sírios já haviam cruzado a fronteira, e Ancara acredita que os mísseis Scud soviéticos, aos quais o regime começou a recorrer, podem aterrissar na Turquia. A mensagem da Otan ao regime foi clara: que não se meta fora de seu território.

– A possível utilização de armas químicas seria totalmente inaceitável para toda a comunidade internacional e, se alguém recorrer a estas terríveis armas, eu espero uma reação imediata da comunidade internacional – disse, em tom de alerta, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen.

O regime de Assad reagiu dizendo que isso é “pretexto” para uma intervenção estrangeira. Usando ou não essas armas, um elemento é suficiente para alarmar as potências internacionais: a Síria é o primeiro país com armas de destruição em massa a mergulhar numa guerra civil, e esse arsenal pode cair nas mãos de grupos terroristas.

Barril de pólvora

“O país é um barril de pólvora química pronto para explodir”, alertou um relatório de julho do Centro James Martin de Estudos de Não Proliferação do Instituto Monterey de Estudos Internacionais. O instituto cita pelo menos quatro locais de produção dessas armas: al-Safira, Hama, Homs e Latakia, enquanto os depósitos estariam em Khan Abu Shamat (a nordeste de Damasco) e Furqlus (perto de Homs). E está convencido que o arsenal – criado essencialmente contra Israel – é vasto.

– Eles têm gases que foram usados na Primeira Guerra Mundial, como mostarda e cianeto. Também desenvolveram gases nervosos (que atacam o sistema nervoso e provocam morte por asfixia) e também têm o mais moderno e persistente gás nervoso VX – disse Leonard Spector, vice-diretor do Centro James Martin, numa entrevista à rádio “Voice of America”.

E o temor é nas mãos de quem esse arsenal pode cair: al-Qaeda, Hezbollah?

– A Síria tem provavelmente um dos maiores e mais sofisticados programas de armas químicas do mundo – avaliou o presidente da Federação de Cientistas Americanos (FAS, na sigla em inglês), Charles Blair.

Blair lembrou que os insurgentes sírios estão se radicalizando. Ele teme que a revolta acabe nas mãos de jihadistas, e as armas, com terroristas. Blair argumenta que é difícil guardar armas quando um governo desmorona.

– Durante a intervenção americana no Iraque, mais de 330 toneladas de explosivos militares desapareceram da instalação militar de al-Qaqaa. Mais de 200 toneladas do mais poderoso explosivo do Iraque, HMX, usado por alguns Estados para detonar a bomba atômica, estavam lacrados pela Agência Internacional de Energia Atômica. E várias toneladas deste HMX selado desapareceram – relata Blair.

Fora dos tratados

Armas químicas têm uma longa história de tragédias. Começaram a ser usadas na Primeira Guerra Mundial. Um ataque com elas tem consequências imprevisíveis. Em 1995, a seita Verdade Suprema matou 13 pessoas e deixou 5.500 intoxicadas ao usar gás sarin, uma das armas que acredita-se que a Síria possuiria, no metrô de Tóquio.

A maioria dos países prometeu destruir seus estoques com a Convenção de Armas Químicas. E também assinaram tratados que proíbem o uso de armas biológicas. Em 2008, EUA e Rússia declararam ter destruído 40% de seus estoques. Apenas oito países, entre eles Síria e Coreia do Norte, não assinaram o tratado.

O programa de armas químicas do país teria começado nos anos 1970. Ninguém sabe em que pé está, mas especialistas dizem que o país conseguiu produzir o VX. Oficialmente, a Síria não assume que tenha estas armas.

– Não creio que usarão armas químicas. Seria um suicídio, significaria o abandono dos aliados. Os russos não vão aceitar e até os iranianos estão inquietos – opinou Salam Kawakibi, diretor do Arab Reform Initiative, em Paris. – Mas o regime pode ameaçar usá-las para reforçar sua posição numa eventual negociação.

FONTE: O Globo, via resenha do EB

FOTO: Engineering & Technology Magazine

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest

18 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Blind Man's Bluff
Blind Man's Bluff
11 anos atrás

A grande questão hoje não é mais ‘se’, mas sim ‘quando’ essas armas quimicas serão usadas e por quem.

Sabe-se que entre os agitadores e rebeldes existem grupos anti zionistas que buscam desesperadamente por essas armas. As consquencias seriam devastadoras.

Primeiramente seria uma grande vitória para o Iran, pois imediatamente abriria um novo ‘front’ contra Israel, EUA e OTAN, que seriam forçados a tomar uma atitude ‘ativa’ contra a Siria, desviando recursos e postergando uma ação efetiva contra o Iran, que por sua vez ganha tempo no desenvolvimento de seu arsenal nuclear. Sem falar da possivel catastrofe que esperaria Israel.

Em segundo lugar fica a duvida de qual será a reação Russa para defender seus interesses na região e seu principal pé no Oriente Médio, em Tartus e de seus aliados.

O fim do mundo não chegou ontem, mas na pior das hipoteses, ainda tem muito problema por vir.

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

A utilização de agentes químicos letais como arma de destruição em massa é mais mito que realidade.
Devido à grande imprevisibilidade relativa às variáveis meteorológicas, topográficas e geográficas, seriam necessários dezenas de Scuds para se garantir um grande número de baixas. Quinhentos quilos de agentes químicos letais lançados sobre uma cidade tem efeito muito mais psicológico que real.
Se brincar, dependendo onde caísse, seria mais efetivo que ele tivesse armada com 500 kg de explosivos.
Já taticamente, para surtir o efeito desejado, depende de uma grande quantidade de material (preferencialmente, persistente) disperso homogeneamente numa determinada área num espaço de tempo adequado, preferencialmente por foguetes de saturação ou obuses de artilharia.
Assim mesmo, o efeito é mais psicológico que prático, salvo que uma região “tratada” por gases persistentes reduz a mobilidade de um exército, obriga que a região seja evitada, etc.
A rigor, armas de destruição em massa pra valer são as nucleares (explosivas) e as biológicas.

hamadjr
hamadjr
11 anos atrás

Mapa bem parecido com aquele do Iraque

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Os agentes químicos são temidos, mas só funcionam na prática como armas de destruição em massa quando usados as centenas de toneladas.
Na PGM foram usados mais de 120 mil TONELADAS de agentes químicos letais e registrou-se cerca de 100 mil mortes ocasionadas pelos mesmos, o que dá mais de 1 tonelada por pessoa, na média.
Ou seja, armas químicas, em que pese serem altamente letais, estão em outro patamar se comparado às armas nucleares e biológicas.
Alguns quilos de material físsionável/fusionável em armas nucleares pode literalmente matar centenas de milhares de pessoas instantaneamente.
Igualmente, algumas gramas de material biológico agressivo pode matar milhões em alguns meses.

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Agentes químicos causam terror desproporcional por vários motivos.
Um deles é que é “silencioso”, furtivo.
Outro motivo é que é fácil de produzir no fundo de casa, dirá por um país “terrorista”.
Outro ainda é que tem potencial de causar dano distante de onde é lançado é por tempo prolongado, até que seus efeitos cessem, e não raro, isso só ocorre após procedimentos de neutralização química bem complicados.
Também o “terror desproporcional” é explicado devido a uma percepção do senso comum que “se não mata, aleija”. rsrss.
O senso comum também liga os agentes químicos às fotos de vítimas cegas e com o corpo coberto de bolhas na PGM, com os Campos de Concentração na SGM e com a foto de família inteiras mortas por Saddan Hussein.
A mídia também tem grande responsabilidade na divulgação dos agentes químicos como armas de incrível poder de destruição e morte, muito provavelmente baseado no puro e simples “senso comum”, sem nenhuma análise mais profissional do tema.
Só pra citar um exemplo, no ataque ao metrô de Tóquio em 1995 onde morreram 7 pessoas, foram usados 5 quilos de agente neurotóxico Sarín.
Tivessem os terroristas usados 5 quilos de TNT e certamente haveriam dezenas de mortos.
No atento ao metrô de Madri foram usados explosivos (algo entre 20 e 100 kg distribuídos em 10 explosões individuais) e morreram 191 pessoas.
Quando vemos informações que dizem respeito á toxicidade dos agentes químicos letais, por exemplo, que 0,1 miligrama é suficiente para matar um homem de 70 kg em alguns minutos, ficamos com a percepção errada de que 1 kg desse mesmo agente se espargido em uma cidade populosa iria matar 1 milhão de pessoas.
Isso claro, não é verdade. Só seria se essa dose letal (0,1 mg) fosse inoculado individualmente em 1 milhão de indivíduos.

Giordani
Giordani
11 anos atrás

Mas nobre Bosco jr, no ataque iraquiano aos curdos, apenas um ou dois Mirage F1, causou milhares de mortes…
Na I GM eram precisos toneladas de agentes químicos, hoje bastam algumas gramas…

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Giordani,
Eu de modo algum estou fazendo pouco caso do perigo representado pelas armas químicas, só que comparativamente aos armamentos nucleares e biológicos, as considero um nível abaixo.
Quanto ao ataque aos curdos, não sei qual o método utilizado por Saddan, se bombas, se bombas de fragmentação ou se por aspersão direta, mas uma coisa é certa, os civis foram pegos de surpresa e parece que a vila era cercada por montanhas, o que facilitaria um ataque químico.
Quanto a quantidade de material usado, duvido muito que tenha sido apenas 1 ou 2 Mirages, o que daria algo em torno de 4 a 8 toneladas, que subtraindo-se o peso “morto”, sobraria algo em torno de 2 a 4 toneladas de material químico letal.
Levando em conta o quanto desse material se perde sem entrar em contato com o alvo (ser humano) e o quanto é preciso para se ter um determinado nível de saturação por metro cúbico por um tempo determinado de modo a que um ser humano se exponha a uma dose letal eu não ficaria surpreso se o ataque tivesse sido com uma quantidade bem maior de Mirages, que apenas um ou dois.
De longe, o melhor método de ataque químico é o de aspersão, mas claro que só é efetivo contra civis sem capacidade de defesa antiaérea, como no caso dos curdos. Se foi esse método o usado por Saddan, aí sim o uso de uma menor quantidade de aeronaves se justifica.
Mas vou dar uma pesquisada no Google pra ver se acho quantas toneladas de material foi usado e o método de dispersão.
Um abraço.

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Giordani,
Esse artigo da Wiki: http://en.wikipedia.org/wiki/Halabja_poison_gas_attack, sugere que foram horas de operação com o uso de várias surtidas com inúmeros caças.

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Outro fator que aumenta o temor às armas químicas é o fato das mesmas (no caso, dos agentes químicos letais) terem ação exclusivamente anti-pessoais, ou seja, elas produzem seus efeitos unicamente sobre o ser humano, não tendo como “mascarar” a intenção do usuário.
Quando se usa uma bomba de 1 t contra um prédio e há dezenas de mortos, o atacante pode dar a desculpa que o alvo era o prédio e que ele não tinha controle se havia ou não pessoas no prédio na hora do ataque.
Diferente de quem faz uso de agentes químicos letais, onde está subentendido que o alvo é exclusivamente humano.
Isso é visto pelo senso comum, pelo bom senso e pelo “politicamente correto” como um ato de crueldade indesculpável e indescritível.

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Também é digno de nota que os efeitos de agentes químicos letais no ser humano provocam em geral, sofrimento “exagerado” a quem a eles são expostos.
E muitas vezes a morte só ocorre minutos ou mesmo horas após a exposição.
Também se a vítima é exposta a uma dose sub-letal ou se é socorrida à tempo, ela pode vir a ficar com sequelas para o resto da vida.
Sem falar das consequências genéticas e na persistência de efeitos no meio ambiente.
Por tudo isso, são armas realmente que devem ser temidas e banidas.

Uitinã
Uitinã
11 anos atrás

Um Fator determinante seria qual agente químico usado, seja o Tabun, Sarin ou o Somam oito vezes mais letal que o Tabun e 2 vezes mais mortal que o Sarin, utilizados em grandes quantidades algo que não e impossível nem pra síria, as baixas seriam milhares, dezenas de milhares ou até centenas de milhares.

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Sem dúvida os agentes químicos hoje são muito mais tóxicos que os antigos, notadamente os neurotóxicos. Também há um controle muito maior das características de persistência dos mesmos e meios mais práticos e eficientes de lançá-los.
Mas meu ponto é que um, dois, três ou uma dúzia de “Scuds” que caiam em uma cidade carregados de agentes químicos letais, por pior que seja, não irão levar necessariamente a dezenas ou mesmo centenas de milhares de baixas.
Quinhentos quilos, uma tonelada ou dez toneladas de agentes químicos neurotóxicos (G e V) muitas vezes podem não trazer muito mais destruição que a mesma massa de agentes explosivos convencionais, principalmente se lançados em cidades precavidas.
Claro que a quantidade de vítimas aumentaria ou não conforme o modo de distribuição desses agentes adotado no míssil. Por exemplo, o míssil pode impactar no solo fazendo com que o invólucro do agente seja corrompido e ele escape de forma praticamente instantânea. Pode haver ou não uma carga explosiva associada.
Outro método seria usando submunições carregadas de agentes, que seriam dispersos por alguns quilômetros quadrados, fazendo com que eles fossem melhor distribuídos numa dada região. Mas há dúvidas se um míssil balístico com mais de 400/500 km de alcance pode adotar esse método tendo em vista a necessidade de ter que adotar um veículo de reentrada maciço.

Requena
Requena
11 anos atrás

Creio que a Síria caminha para se tornar uma nova Iugoslávia. Vai acabar sendo toda dividida, dando origem a pelo menos uns três novos países.

Vader
11 anos atrás

Se tem uma coisa que ensinam em defesa QBN no EB é: “quem gaseia acaba gaseado”. Armas químicas são tão idiotas e ineficazes que estão cada vez mais em desuso no mundo todo. Armas químicas são eficazes TATICAMENTE, para impedir a progressão de uma tropa em determinado terreno, por exemplo. Mas para uso estratégico são um fiasco.

Tolice é achar que armas químicas, qualquer que seja seu número, ou nas mãos de quem quer que seja que acabem por cair, iriam impedir Israel de fazer algo contra quem quer que seja.

Se Israel não foi atacado até hoje quimicamente, nem sequer pelos Scuds do Saddam na Desert Storm (quando o Iraque TINHA tal capacidade e não a usou), é por um motivo simples: se acontecer de Israel ser atacado com armas de destruição em massa, o atacante sofrerá um ataque nuclear massivo. Simples assim.

De mais a mais, as crianças israelenses aprendem aos dez anos como vestir uma máscara e um macacão QBN. Os efeitos de um ataque desses em Israel seriam pífios.

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Tirando o efeito psicológico de provocar terror, o uso de agentes químicos letais, na prática, só se justificaria e se mostraria mais eficiente que armas de destruição tradicionais se o atacante visasse apenas os alvos humanos, com objetivo de preservar a região atacada preservando seus recursos intactos.
Essa “seletividade” que os agentes químicos compartilham com os agentes biológicos (e em menor grau com a bomba de nêutrons e com as bombas “sujas”) pode ser um isentivo à sua utilização.
Na PGM havia até uma justificativa operacional para o uso de agentes químicos, que era o de tentar desalojar os soldados entrincheirados tendo em vista que não existiam recursos mais eficientes à época, e os morteiros e obuses não se mostravam produtivos para a tarefa, o que causava uma imobilidade irritante da “linha de frente”.
Já na SGM, apesar dos dois lados terem vastos estoques de agentes letais, não foi utilizado tanto por temor de que o outro lado também usaria, mas muito mais por não haver justificativa do ponto de vista operacional tendo em vista a guerra não ser mais de trincheira, e sim altamente móvel, além do uso maciço do bombardeio aéreo.
Sem uma justificativa bem fundamentada os riscos e as dificuldades de se lidar com o material tóxico não fazia sentido.

Bosco Jr
Bosco Jr
11 anos atrás

Vader,
Até para impedir a progressão de um exército em movimento ou direcionar seu deslocamento pela interdição de uma área, as armas químicas são superadas pelas minas, por exemplo, que têm mais persistência que os agentes químicos (mesmo os persistentes).
Talvez hoje haveria uma justificativa tática que seria a de abrir grandes brechas na linha de frente, mas é um método perigoso, pouco prático e oneroso. Na prática não funciona, mesmo porque o vento munda de direção e como você disse, “quem gaseia pode acabar gaseado”.

Vader
11 anos atrás

Bosco:

O problema do uso de minas terrestres é que, salvo uma montagem de campo minado muito cuidadosa, através de croquis seguros e bastante fiéis, que deixem os necessários corredores para sua própria tropa, e que permitam o posterior desarme, o que rarissimamente é possível se fazer no calor de uma guerra, elas ferram a progressão para ambos os lados e, o pior, podem interditar e inutilizar uma área para uso civil por décadas.

A regra da montagem de campo minado é saber exatamente onde está cada mina, para que as equipes de sapa possam desarmar o campo com facilidade, passada a ameaça. Mas como o amigo pode imaginar, terminado o conflito nem sempre se pode dizer onde cada lado colocou suas minas. Desarmar um campo minado “selvagem” (sem os croquis de montagem, ou se tais croquis não são fieis) é um trabalho lento, doloroso, custoso e de resultados incertos. Aliás, se tem uma missão desgraçada por natureza é a de desmontar campo minado. Quem faz isso mundo afora já nasceu herói, e merece todas as nossas homenagens.

Já houve casos em África, por exemplo, de um campo minado acabar sendo montado em cima de outro, parcialmente desmontado. Ou casos em que houve montagem superposta de campos e AMBOS os lados perderam os croquis. Agora imagine desmontá-los depois, podendo ser atingido por mina de ambos os campos!

Minas são armas terríveis; é a arma do desesperado, por excelência, e a tendência é de que a população civil pague por elas um preço muitas vezes mais terrível que o pago pelo exército invasor.

A vantagem das armas químicas para uso tático seria a de não deixar muitas sequelas no terreno, permitindo sua posterior utilização. Por outro lado armas químicas são excelentes para desalojar construções, por exemplo, sem danificá-las, como disse o amigo.

Enfim, ambas as armas tem vantagens e desvantagens, e seu uso deve ser para lá de criterioso. Até sob pena de qualquer uso indiscriminado configurar crime de guerra ou, pior, crime contra a humanidade, com as consequências de praxe.

Sds.