IVECO entrega primeiro lote de Guaranis para o EB

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Nesta quinta-feira, 6 de dezembro, a Iveco entregou o primeiro lote da viatura VBTP-MR Guarani ao Exército Brasileiro em Sete Lagoas. Esta entrega é a primeira de um contrato de R$ 246 milhões assinado pela Iveco e pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro, para a fabricação de 86 unidades do Guarani até 2014.

Blindado, o Guarani é um veiculo com tração 6×6 e é um desenvolvimento conjunto entre o Exército Brasileiro e a Iveco. O modelo é uma versão base de uma família de veículos de transporte de 18 toneladas, equipada com motor diesel FPT Industrial de 383cv, transmissão automatizada, e capacidade anfíbia, capaz de transportar 11 militares.

A expectativa é de que a produção dos blindados seja feita totalmente na fábrica da Iveco em Sete Lagoas com a média de 100 unidades por ano. O projeto VBTP-MR, do qual o Guarani faz parte, tem como objetivo aumentar a operacionalidade da Força Terrestre e apresenta diferentes configurações para atender às diversas necessidades operacionais, como transporte de pessoal, reconhecimento, socorro, ambulância etc.

FONTE/FOTOS: IVECO

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tpivatto
tpivatto
12 anos atrás

Alguém sabe quantas unidades foram entregues nesse primeiro lote de 86?

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

A noticia que eu li em outro sitio. falava em 1 carro: o primeiro.

Bacchi

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

Correção:

A noticia que eu li em outro sitio, falava em 1 carro: o primeiro.

Bacchi

tpivatto
tpivatto
12 anos atrás

Grato pela resposta, Mestre Bacchi.

tpivatto
tpivatto
12 anos atrás

Aproveitando o ensejo, Professor Bacchi, gostaria de esclarecer uma dúvida acerca da reportagem com o senhor, divulgada no número 4 da Revista Forças de Defesa: diante do constante quadro de insuficiência de recursos do nosso país, o senhor sugere, ao final do texto, a construção de um carro de combate com uma configuração de motor dianteiro, a exemplo do TAM ou do Merkava, para propiciar, tbm, a obtenção de VsBsTP, carro oficina e outros especilizados.
Descartando o projeto do TAM, por ser um tanto o quanto antigo, um carro de combate nessa configuração não ficaria muito pesado, como o Merkava, a ponto de ter sua mobilidade restringida?
Finalmente, devo dizer que gostaria muito de poder ler nas Forças de Defesa um texto de vossa autoria, abordando o futuro dos carros de combate. Fica aqui minha humilde sugestão.
Respeitosamente,
Tales.

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

Pivatto, o peso de um carro é PRINCIPALMENTE derivado da proteção que seu projetista pretende que o mesmo tenha.

Veja varios exemplos de carros de combate com motor dianteiro: Scorpion (Inglaterra) com 8 toneladas, AMX 13 (França) com 13 toneladas, TAM (Argentina), mencionado acima por você, com 30 toneladas.

Poderia dar muitos mais exemplos, mas acho que chega.

O unico defeito (na minha opinião) do carro com motor dianteiro, é ele ser mais alto do que um equivalente com motor traseiro.

Bacchi

P.S.: Você é parente do Cel. Pivatto que foi meu colega na ENGESA?

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

Pivatto, obrigado por sua confiança em meus conhecimentos.

Isto me deixa bastante orgulhoso!

Eu pensei inumeras vezes em escrever artigo(s) sobre o futuro dos veiculos blindados.

Não o fiz até hoje (e talvez nunca o faça) por que o problema não é o futuro dos blindados.

O problema é descobrir o futuro da guerra – ou talvez: das guerras.

Com efeito, tudo que aconteceu no periodo Guerra Fria foi baseado na grande luta final entre as forças da OTAN e as do Pacto de Varsovia.

Isto terminou.

E agora?

EUA versus China?

Guerras locais tipo OTAN versus Serbia, tipo EUA versus Sadam Hussein, tipo EUA versus quem manda no Afeganistão?

Guerra global ou guerra local?

Guerra urbana?

Todas?

Em suma eu só vejo um monte de duvidas.

Bacchi

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

Pivatto, quando eu falei do carro de combate com motor dianteiro para dar origem a uma familia de veiculos, eu na realidade estava falando sobre o futuro do carro de combate, não só sobre o carro de combate futuro do EB.

Exércitos menores >>> menor quantidade de equipamento >>> comunizar (ou padronizar) equipamento para baratear produção.

Maior uso de veiculos blindados sobre rodas por que estes podem usar equipamentos usados na industria de caminhões.

Bacchi

Bacchi

Mauricio R.
Mauricio R.
12 anos atrás

Novos blindados sul-coreanos em 6 x 6 e 8 X 8:

(http://snafu-solomon.blogspot.com.br/2012/12/hyundai-rotem-wins-big-in-s-korea.html)

O 6 X 6 deles tb tem o mesmo gap entre os 2º e 3º eixos, como no Guaraní.
Para quem é e SP, essa Hyundai Rotem é a mesma empresa que fabricou os trens da Linha 4, do Metrô.

Mauricio R.
Mauricio R.
12 anos atrás

APC/MRAP da Sérvia, terá suas primeiras exportações:

(http://snafu-solomon.blogspot.com.br/2012/12/lazar-mrapapc-gets-its-first-foreign.html)

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

Mauricio R. escreveu: “… O 6 X 6 deles tb tem o mesmo gap entre os 2º e 3º eixos, como no Guaraní. …”.

Não Mauricio, elas não tem o mesmo gap (que em português se chama espaçamento), e sim um espaçamento derivado da carga sobre as rodas.

Isto é que é importante: a carga sobre as rodas!

Bacchi

giltiger
giltiger
12 anos atrás

Bacchi falar sobre o futuro é como falar de astrologia ou advinhação. Mas a curiosidade humana é assim mesmo.

Faz algum tempo que tenho a idéia que o futuro dos carros de combate é elétrico.

Não só para propulsão como também para auto defesa e uma fonte de eletricidade de campanha.

A forte evolução dos motores elétricos, a possibilidade de motor drive onde a cada roda corresponde um motor elétrico, e a possibilidade de implementação ABS, ESP e tração integral por software direto nas rodas.

Com um pequeno conjunto de baterias de “buffer”, bastante combustível líquido (álcool, diesel, gasolina e etc) e um motor-gerador estacionário de ultra-alta eficiência um carro de combate nesta configuração poderia ter um alcance e mobilidade impossíveis com as configurações convencionais atuais.

Minha escolha de tecnologia – motor-gerador cerâmico de ciclo rotativo – baixa perda mecânica e térmica e baixíssimo consumo e multicombustível por construção podendo ser abastecido com qualquer líquido disponível no campo de batalha.

http://www.ceramicrotaryengines.com

Isto sim seria uma evolução, que demandaria inclusive o projeto de unidades robóticas de ressuprimento para manter estes carros combatendo por mais tempo sem retorno para abastecimento de munição e combustível.

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

No artigo para a Tecnologia & Defesa que escrevi ha muitos anos atrás sobre o Programa Stryker do exército dos USA eu fiz um adendo sobre um estudo que tinha feito na ENGESA para veiculo blindado sobre rodas com tração hibrida (diesel/elétrico).

No programa do Future Combat System este tipo de veiculo estava previsto, foi construido protótipo e após testes foi abandonado.

A Hägglunds (hoje parte da BAE Systems) também fez projeto e protótipo deste tipo de veículo.

Pouca gente sabe que o M60 na sua origem era o T26, um carro de combate com propulsão hibrida.

O T26 estava destinado a ser produzido como o M26, mas na ultima hora sua produção foi cancelada e liberada sua versão com transmissão mecanica convencional.

Bacchi

tpivatto
tpivatto
12 anos atrás

Novamente agradecido pela resposta, Prof. Bacchi.
Eu não fui muito específico, nem muito claro na minha pergunta anterior: na verdade o que eu gostaria de saber é se o senhor acredita que seja possível construir um carro de combate e que tbm sirva como VBTP com uma blindagem capaz de (suficiente para) fazer frente às ameaças modernas, sem que isso implique excesso de peso. Era um pouco provocativa minha indagação, pois eu tinha em mente, como ameaça no ToT Sul-Americano, os Leopard 2A4 do Exerc. Chileno, com seus canhões de 120mm. Mas, como o senhor bem colocou a questão sobre minha sugestão de texto: o grande problema é saber como será a guerra futura… Por consequência, difícil, senão impossível, predizer quais sejam as “ameaças futuras”.
Respondendo sua pergunta, SIM, meu pai é primo em um grau mais afastado do Cel. Pivatto que trabalhou para Engesa (acho que em segundo ou terceiro grau, mas confesso não ter certeza, pois o meu “velho” é que é verdadeiro especialista em assuntos familiares). Eu tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente nos anos 90, quando ele visitou meu pai, que reside no interior do RS, em Lajeado. Na época eu ainda era universitário mas já vivia em Porto Alegre (recém havia deixado o curso de Eng. Mecânico na UFRGS, para estudar Adm. de Empresas e Direito), e ele, apesar de gaúcho como nós, vivia em Curitiba-PR. Senão me engano, lembro que ele falou trabalhar ou ter trabalhado na área de suporte para clientes estrangeiros da Engesa, mas não estou mais certo se isso ainda foi antes da decretação da falência dessa ou se já era um outra empresa, posterior à Engesa. Enfim, faz muito tempo que não tenho contato o Cel. Pivatto da Engesa, mas creio que meu pai ainda mantém algum meio de comunicação “aberto”.
Apenas para esclarecer: refiro-me ao Cel. Pivatto “da Engesa”, pois ele não é o único Cel. do EB que temos na família: coincidentemente são dois os Coronéis Pivatto do Exército e ambos já reformados. Então, volta e meia é uma confusão, eheheh… Embora eu não tenha optado pela profissão militar, como outros parentes, tenho um grande amigo de infância passada em Lajeado (embora eu seja natural de Porto-Alegre), Major da ativa do EB, da arma de Engenharia, que recentemente (agora em meados de novembro) embarcou para a Missão de Paz no Haiti.
Sem querer abusar de sua paciência, por acaso o senhor lembra que número da Rev. Tecnologia e Defesa o senhor publicou o texto sobre o Striker? Eu ainda sou colecionador da revista, fui assinante, e até ainda tenho guardado um cartão de identificação do F. Ferro (Editor Chefe) com uma pequena dedicatória.
Meu respeito e admiração,
Tales.

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

Pivatto escreveu: “… Eu não fui muito específico, nem muito claro na minha pergunta anterior: na verdade o que eu gostaria de saber é se o senhor acredita que seja possível construir um carro de combate e que tbm sirva como VBTP com uma blindagem capaz de (suficiente para) fazer frente às ameaças modernas, sem que isso implique excesso de peso. …”.

Pivatto, eu gostaria muito de responder, mas, sinceramente, não entendo tua pergunta.

Todavia um dado pode ajudar: do carro de combate Merkava foi derivado um VBTP.

O que eu poodia escrever sobre o assunto, já escrevi.

Cabe a você chegar a uma conclusão.

Bacchi

P.S.: O Cel Pivatto da ENGESA trabalhava na ENGEXCO que era a area comercial responsavel pelas vendas.

giltiger
giltiger
12 anos atrás

rsbacchi, veículos de propulsão híbrida onde o motor químico ajuda diretamente na propulsão em paralelo acaba não sendo uma solução efetiva pelas perdas de compromisso e a maior complexidade de um motor propulsor que tem de funcionar numa margem de funcionamento e desempenho.

O design de carro de combate que imagino é de propulsão 100% elétrica, um motor por roda e que substitui o pesado conjunto de baterias (que sempre degrada o desempenho final dos veículos elétricos) por um (ou dois se possível) pequeno e ultra-eficiente motor estacionário cerâmico acoplado a um potente gerador elétrico (grupo motor-gerador).

Os avanços tecnológicos dos últimos 10 anos (mesmo usando tecnologia mais convencional) podem ter alterado substancialmente a viabilidade deste design que em desenvolvimentos de 10 anos atrás acabaram rejeitados.

Por exemplo do que hoje é possível é o gerador da notícia abaixo, um carro de combate com uma unidade geradora de 200 Kg possível de ser instalada num carro de combate de porte e é capaz de fornecer 2,5 MW !!!

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=gerador-ultra-miniaturizado&id=010115111207

Empiricamente acho que é potência demais mesmo para um carro de combate mais pesado de 30/40 ton.

Como não sou engenheiro para fazer cálculos de viabilidade, meu parâmetro são os carros da Tesla Motors que estão na faixa de 10 a 40 KW de potência.

http://www.teslamotors.com

Não tenho ideia de qual a grandeza de potência elétrica seria necessária num design proposto em configuração de veículo 6×6 como o Guarani capaz de carregar de 15/20 ton a 100 Km/h…

Mas ACHO que 2,5 MW deve ser demais…

Se hoje se pode achar um gerador desta potência com 200 Kg e mais o peso do motor capaz de gerar 15.000 rpm para este gerador…

Um conjunto motor-gerador para um carro de combate viável, se já não é possível (mesmo sem minha solução mais radical em cerâmica) está bem perto disso…

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

giltiger – infelizmente não tenho conhecimento suficiente para comentar suas ideias.

Bacchi

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

giltiger – voltando ao assunto.

Eu escrevi aneriormente: ” … No artigo para a Tecnologia & Defesa que escrevi ha muitos anos atrás sobre o Programa Stryker do exército dos USA eu fiz um adendo sobre um estudo que tinha feito na ENGESA para veiculo blindado sobre rodas com tração hibrida (diesel/elétrico). …”.

Daí giltiger escreveu: “… rsbacchi, veículos de propulsão híbrida onde o motor químico ajuda diretamente na propulsão em paralelo acaba não sendo uma solução efetiva pelas perdas de compromisso e a maior complexidade de um motor propulsor que tem de funcionar numa margem de funcionamento e desempenho. …”

Eu realmente não consigo entender seu raciocinio.

Da a impressão que você está criticando o que eu escrevi.

Por um acaso você sabe o que eu escrevi no artigo?

Você sabe como foi a proposta feita para o veiculo hibrido do programa FCS?

Vôcê sabe como é a proposta da Häglunds (BAE Systems)?

Em suma, eu realmente não entendo a razão de sua critica sem uma analise do que eu escrevi, e do que foram as propostas das duas firmas, fazendo criticas e elogios onde for cabivel.

Bacchi

tpivatto
tpivatto
12 anos atrás

rsbacchi escreveu: “(…) gostaria muito de responder, mas, sinceramente, não entendo tua pergunta. Todavia um dado pode ajudar: do carro de combate Merkava foi derivado um VBTP. (…)”

Professor: tentarei reformular a questão. O cerne da minha dúvida, diante de sua sugestão, repousa no trinômio BLINDAGEM versus PESO versus MOBILIDADE. Muito se critica o peso de alguns CC modernos. Em que pese a adoção de blindagens compostas, reativas e outros sistemas de defesa, tanto ativos (hard kill), como passivos (soft kill), nota-se um substancial aumento do peso dos carros de combate ao longo das últimas décadas (desconsiderando aqui, é claro, alguns projetos “sui generis”, como alguns alemães da WW II, extremamente pesados para a época, como o “Elefant”).
O próprio Merkava é um exemplo: muitos o criticam, como CC, pelo peso excessivo, não obstante seja utilizado tbm como VBTP. Como bem colocado pelo Sr., o peso é diretamente proporcional ao nível de blindagem. E essa tem aumentando, em razão da eficiência de novas ameaças (v.g., o Javelin, novas RPGs, IEDs, etc…). Ainda como o Sr. bem sabe, na época do projeto do Osório, o EB tinha alguns requisitos muito específicos (e restritos) sobre peso e dimensão de um CC. Se não me falha a memória, os dois protótipos do Osório (até mesmo pq se tratava de um projeto autônomo, particular, da indústria que não se destinava a atender especificamente um pedido do exército pátrio, mas, sim, buscar uma parcela do mercado internacional de defesa) acabaram por extrapolar um pouco os requisitos dimensionais então almejados pelo EB.
Ocorre que na reportagem da RFD o senhor propõe um CC que tbm atue como VBTP. Diante das considerações anteriores, imagino ser lícito supor que um Veículo Blindado de Transporte de Pessoal derivado de um CC moderno (portanto, com uma blindagem adequada ao nível das atuais ameaças), como, por exemplo, o Leopard 2, o Abrams ou o Challenger 2, seriam ainda MAIS PESADOS do que os modelos originais com uma única função. Assim, um CC que tbm atue como VTBP não seria por demais pesado, mormente considerando o nível de mobilidade que o EB almeja? Ou seria possível produzir, a um custo não excessivo, uma versão dual CC-VBTP com menos blindagem (ou, ainda, com blindagem que possa ser parcialmente retirada ou desmontada) do que um veículo especificamente construído para a função de MBT?

Em outro aspecto, ontem à noite telefonei para meu pai, que me esclareceu ser primo em segundo grau (o avô do coronel era irmão do avô do meu velho) do Cel. A.C. (eu não me lembrava mais do prenome composto), que trabalhava na área de vendas internacionais do grupo Engesa, o que corrobora sua informação.

Grato pela paciência.
Sauds. cordiais,
Tales.

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

Pivatto escreveu: “… Ocorre que na reportagem da RFD o senhor propõe um CC que tbm atue como VBTP. Diante das considerações anteriores, imagino ser lícito supor que um Veículo Blindado de Transporte de Pessoal derivado de um CC moderno (portanto, com uma blindagem adequada ao nível das atuais ameaças), como, por exemplo, o Leopard 2, o Abrams ou o Challenger 2, seriam ainda MAIS PESADOS do que os modelos originais com uma única função. Assim, um CC que tbm atue como VTBP não seria por demais pesado, mormente considerando o nível de mobilidade que o EB almeja? …”.

Pivatto, o termo “… ainda mais pesados do que os modelos originais com uma única função …” é extranho.

Sinceramente, estou tendo problema em entende-lo.

E mais, não vejo motivo para isto. Projeta-se o carro de combate, e deriva-se um VBTP do projeto.

Do Merkava 1 que entrou em serviço em 1979 foi derivado no começo do anos 2000 um VBTP o Namer.

Quando o Merkava foi projetado ninguém pensava em fazer isto

Aliás, pergunto: por que você afirma isto?

Mais outra pergunta: por que o VBTP deve ser menos protegido do que o carro de combate?

Os dois estão combatendo lado a lado. Há situações em que os carros de combate lideram e há situações em que os VBTP lideram.

Não deveriam ter a mesma proteção?

Veja por exemplo o ultimo VBTP adotado pelo exército alemão: o Puma.

Seu peso de combate é de 42 toneladas. (Para comparação o M113BR tem 12,3 toneladas).

Quando o Marder foi introduzido no exército alemão pesava em ordem de combate 28,2 toneladas. Na sua ultima versão atingiu 37 toneladas.

Aliás, entre parêntesis um comentário, sobre seu comentário: “… O próprio Merkava é um exemplo: muitos o criticam, como CC, pelo peso excessivo, não obstante seja utilizado tbm como VBTP. …”.

Existem esta mania de dizer que o Merkava é muito pesado!

Markava Mk 4 >>> Peso de combate: 65 toneladas;

Challenger 2 >>> Peso de combate: 62,5 toneladas

Abrams M1A2 >>> Peso de combate: 63 toneladas

Leopard 2A6EX >>> Peso de combate: 62,4 toneladas

Esta diferença é significativa??? Eu a acho desprezível.

Pivatto estou tendo muita dificuldade em entende-lo!!!

Bacchi

giltiger
giltiger
12 anos atrás

rsbacchi não claro que não, o modelo híbrido é um design de engenharia, uma ideia que acredito no tempo que trabalhavas na ENGESA era um caminho correto a ser pesquisado. Mas na melhor hipótese era sempre um desing alternativo. O design que ACHO hoje o mais promissor para o futuro a 10/20 atrás não era viável tecnologicamente e se implementado com o sucesso tem o potencial de se tornar um novo padrão de propulsão dominante tanto pelo alcance potencial e as possibilidades que abre ao projeto.

É que no tempo atual a preocupação “verde” já chegou inclusive ao Exército Americano. E muitas pessoas no geral acreditam e defendem que os veículos elétricos são não só o carro do futuro, mas também o carro de combate do futuro.

O GRANDE problema dos veículos elétricos se chama BATERIA, em geral elas representam cerca de metade do valor do veículo e mais da metade de seu peso total. Boa parte da eficiência da propulsão elétrica é perdida na necessidade de desloca-las com o veículo e no tempo de se recarregar as baterias após o uso.

Trocar mundialmente os veículos movidos por motores de combustão interna abastecidos com combustíveis fósseis ou renováveis por veículos elétricos resultaria na verdade em trocar a poluição gasosa do escape dos motores atuais pela poluição sólida gerada pelo necessário descarte das baterias usadas por uma frota mundial de veículos puramente elétricos.
TODA bateria por mais avançada que seja tem um número finito de ciclos de carregamento, ao fim do qual a bateria tem de ser descartada e resposta por uma nova. Num carro elétrico vender um veículo com baterias antigas ou próximas do final do ciclo de vida ou gastar metade do preço de um veículo novo para trocar o conjunto de baterias para um veículo de 4 ou 5 anos de uso… Representa uma perda de valor de revenda de um bem caro e/ou um custo periódico de manutenção inaceitável em comparação aos veículos de combustão interna.

No caso de um carro de combate o design elétrico com baterias é impraticável tanto pelo peso como pelo volume das baterias. Mas usar a propulsão elétrica teria muita vantagem de mobilidade, controle e a possibilidade de eletrificar a blindagem externa no caso de ataque de infantes inimigos tentarem subir na viatura.

A solução de um motor estacionário otimizado para trabalhar numa faixa fixa e econômica, cerâmico, compacto e multicombustível por construção acoplado a um gerador elétrico capaz de fornecer potência direto aos motores acoplados aos eixos (ou a cada roda) poderia proporcionar um alcance de 3 a 5 vezes maior que o obtido com a mesma quantidade de diesel com um propulsor convencional.

Com o bônus adicional que cada carro de combate quando estacionado poderia ser opcionalmente usado como um gerador elétrico de emergência para o acampamento ou para outros sistemas como diretoras de tiro ou lançadores de mísseis.

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

Desejo boa sorte para você.

Desisto.

Bacchi

tpivatto
tpivatto
12 anos atrás

Professor Bacchi: ENFIM, tenho por expungida minha dúvida. Demorou a entrar na “cachola”, mas, como preconiza a máxima popular, “contra fatos, não há argumentos”. E os dados citados pelo Sr. demonstram claramente que o incremento no peso não é tão significativo quanto eu supunha/imaginava.
Meu equívoco foi presumir que o projeto de um VBTP derivado de um CC, em razão do necessário aumento dimensional para transportar as tropas, em acréscimo à tripulação, implicaria (considerando, por óbvio, a manutenção do nível de proteção balística) o aumento EXPONENCIAL do peso do veículo. Ocorre que adotei um raciocínio matemático simplista em demasia e que se revelou um tanto raso – para não dizer ridículo: parti de relações primárias entre dimensão e volume, como, por exemplo, o caso de um cubo: se dobrarmos sua aresta, seu volume é multiplicado por oito. Por óbvio, o projeto de um CC moderno é muito mais complexo que a mera aplicação de uma “função de terceiro grau”, o que, agora, ficou bem evidente, em razão dos dados citados.
Não obstante, remanesce uma questão, que eu qualificaria como “curiosidade”: qual seria o limite de “peso de combate” de um eventual projeto de CC que o EB reputaria aceitável para o teatro de operações nacional? Pergunto isso, pois, como já referi alhures, lembro que já na época do Osório o EB se mostrava preocupado em obter um CC capaz de ser transportado tanto pela malha ferroviária, como pela rodoviária então existente.
Obrigado, novamente, pela paciência.
Tales.

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

Tales, entendi sua duvida.

Acontece que a grande maioria dos grupos de combate dos varios exércitos atualmente é de 7 a 9 homens, o que cabe (sem muito conforto) dentro do espaço que no carro de combate é ocupado pela torre.

Caso o espaço não seja considerado suficiente, pode se considerar o alongamento do chassi pela instalação de mais uma roda.

Aliás, isto ja acontece com a versão autopropulsada do TAM que foi alongada desta maneira.

Se bem que o chassi vai ser diferente o grau de comunização seria bem grande.

Quanto ao peso: o requisito do exército até hoje não foi modificado. Continua nas 36 toneladas.

Eu acredito que com a experiencia adquirida do Leopard 1, o peso maximo será de 42 toneladas, que foi a meta da ENGESA para o Osório.

Eu acho que este é um limite aceitavel para um eficiente carro de combate.

Bacchi

tpivatto
tpivatto
12 anos atrás

Obrigado pela informação, Professor Bacchi.
É sempre um grande prazer ler suas didáticas explicações. O senhor realmente tem o dom de tornar compreensíveis assuntos complexos, como o Professor Newton Soler Saintive, oriundo da primeira turma do ITA.
Sauds.