A secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, espera que os aliados da Otan cheguem a um acordo nesta semana sobre a instalação de mísseis Patriot na Turquia para defender esse país contra eventuais ataques da Síria, segundo uma autoridade dos EUA.

Os 28 países da Otan –incluindo EUA e Turquia– se reúnem na terça e quarta-feira em Bruxelas.

A Turquia, que já oficializou um pedido de ajuda da Otan para reforçar suas defesas antiaéreas, apoia entusiasticamente os rebeldes que lutam para derrubar o presidente da Síria, Bashar al Assad.

A Turquia repetidamente mobiliza jatos na região da fronteira comum, e reage à altura quando projéteis disparados na guerra civil síria caem no território turco, em incidentes que reforçam os temores de que o conflito na Síria, iniciado há 20 meses, poderia desestabilizar toda a região.

“Estamos todos positivamente considerando (a solicitação)”, disse um alto funcionário do Departamento de Estado, falando a jornalistas a caminho da Europa, onde Hillary iniciou uma viagem com uma parada em Praga.

“Estamos esperançosos de que a Otan estará em posição de responder positivamente… e que os três países contribuintes que estão sendo considerados –Estados Unidos, Alemanha e Holanda– estarão em posição de também contribuir.”

O funcionário disse que os detalhes sobre o número de mísseis a serem instalados, onde e por quanto tempo não devem ser finalizados nesta semana, pois os locais ainda estão sendo avaliados.

Essa fonte disse também que provavelmente será “pelo menos uma questão de semanas” até que os mísseis Patriot estejam instalados na Turquia, por causa da decisões a serem tomadas em nível nacional.

A Rússia, que vai participar da reunião da Otan, tem atritos com a aliança a respeito de como lidar com a crise na Síria. Moscou já vetou várias resoluções da ONU que tentavam pressionar Assad a conter a violência, e o chanceler russo, Sergei Lavrov, deve manifestar preocupação com a possível instalação de mísseis da Otan na fronteira.

A Turquia gostaria também de implementar uma zona de exclusão aérea dentro do território turco, para conter os bombardeios de Assad contra os rebeldes. Mas o funcionário norte-americano disse que a instalação dos mísseis não seria parte de um “avanço inexorável” rumo à adoção dessa zona de exclusão aérea.

Paquistão

Hillary aproveitará a viagem para se reunir, nesta segunda-feira em Bruxelas, com a chanceler do Paquistão, Hina Rabbani Khar, e com o mais graduado militar desse país, general Ashfaq Kayani.

Autoridades dos EUA disseram que ela irá encorajar o que Washington vê como uma melhora no ambiente entre o Paquistão e o vizinho Afeganistão, onde forças sob o comando dos EUA tentam se desvencilhar de uma longa e sangrenta guerra.

Uma segunda fonte norte-americana observou também que as relações dos EUA com o Paquistão estão se recuperando, depois da crise causada pela ação militar norte-americana secreta que resultou na morte do militante Osama bin Laden em território paquistanês, em 2011.

FONTE: O Estado de S. Paulo

FOTO: Wikimedia Commons

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Bosco Jr
Bosco Jr
12 anos atrás

Não é o caso, mas vale a pena ser comentado.
O desenvolvimento tecnológico permite hoje que mísseis sup-ar de grande alcance como o Patriot PAC-2 e PAC-3 possam ser usados numa função sup-sup.
Na verdade mísseis sup-ar de grande alcance já são usados nessa função há muito tempo, haja vista os Standards da USN que têm função antinavio secundária.
Havia mesmo um programa no âmbito da USN que visava dotar alguns Standards MR de capacidade sup-sup, removendo a cabeça de busca semiativa e incluindo um GPS. Era o SM-4 (LASM) e teria alcance de 250 km contra alvos no solo. Foi cancelado posteriormente por falta de verba.
Com a crescente tendência de se combinar um sistema GPS ao inercial a mísseis sup-ar, tais mísseis se tornaram terríveis mísseis semibalísticos contra alvos em terra, aumentando muito a flexibilidade dos mesmos.
Como disse não é o caso dos Patriots, que não possuem GPS e se usados contra alvos em terra, teriam precisão restrita que limitaria muito sua eficiência.

Bosco Jr
Bosco Jr
12 anos atrás

Muito provavelmente um Patriot PAC-2 com alcance de 180 km e uma ogiva de 75 kg seria (se tivesse o piloto automático adequado, bateria adequada e integrasse um GPS) tão eficaz quanto um ATACMS.
Se um PAC-2 tem alcance de 180 km contra um alvo a 25 km de altitude, ele provavelmente cairia a partir de uma trajetória balística numa distância equivalente ao do ATACMS que atinge 300 km com uma carga de 250 kg.
O problema é o custo, um ATACMS deve sair bem mais em conta que um Patriot, além de fazer melhor o serviço (ogiva 3 x maior).