Reunião em SP trata da participação de militares na segurança de grandes eventos
Às vésperas do sorteio das chaves das seleções que vão disputar a Copa das Confederações, em 2013, no Brasil, o Ministério da Defesa promoveu, nesta sexta-feira, uma reunião com os oficiais generais coordenadores das ações da Defesa para os chamados “grandes eventos”. O encontro aconteceu na sede do Comando Militar do Sudeste (CMSE), em São Paulo, sob a coordenação do Estado-Maior das Forças Armadas (EMCFA).
Além de preparativos para a própria Copa das Confederações, a reunião abordou medidas de segurança para a Copa do Mundo FIFA 2014, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em meados do próximo ano, e as Olimpíadas Rio 2016. Em videoconferência, foi feita também uma avaliação preliminar da Operação Atlântico III.
Para o chefe do EMCFA, general José Carlos De Nardi, as Forças Armadas têm se preparado para corresponder às necessidades do país em assegurar que os grandes eventos transcorram sem maiores transtornos.
De Nardi indicou aos oficiais generais que, pela complexidade, o maior desafio em termos de segurança será a visita do Papa Bento XVI. Ele disse também que os militares terão acompanhamento minucioso em duas questões: contraterrorismo e ataques cibernéticos.
“Vejo a visita do Papa como sendo o nosso maior desafio. Iremos trabalhar para que nada venha a manchar esse grande evento. É o compromisso que assumimos com a presidenta Dilma Rousseff”, assegurou o general.
Escolha de São Paulo
A capital paulista foi escolhida para reunir os oficiais generais pelo fato de sediar, neste sábado, o sorteio das chaves para formação da tabela da Copa das Confederações. Com a iniciativa, os coordenadores militares das 12 cidades-sede onde haverá jogos das Copas das Confederações e do Mundo, esta última em 2014, puderam se inteirar de assuntos relacionados às competições esportivas e ao evento religioso promovido pela Igreja católica.
“Em segurança, não há espaço para erro”, explicou o general De Nardi. “Em reunião com a presidenta Dilma, restou claro que não será aceito um só arranhão em qualquer dos grandes eventos”, disse. “Nos reunimos em São Paulo porque amanhã teremos o sorteio das chaves e esse exercício servirá de teste para os dois eventos”, completou.
Durante o encontro, De Nardi explicou, em linhas gerais, que as Coordenações de Defesa de Áreas (CDAs) devem estar estritamente ligadas aos comando das operações para que o plano possa ser colocado em prática com o devido sucesso.
O general assegurou que o Governo Federal tem destinado os recursos financeiros necessários para a execução do planejamento. Segundo ele, além dos temas afetos aos comandos, será dada atenção às ações de terrorismo e de ataque cibernético. No primeiro caso, caberá à Brigada de Operações Especiais, com sede em Goiânia (GO), liderar o plano de segurança. Já o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), situado no QG do Exército, em Brasília, cuidará de proteger as redes de telecomunicações.
Na conversa, o chefe do EMCFA pediu ainda que cada oficial general presente levasse as ideias discutidas na reunião para as respectivas sedes, como forma de desenvolvê-las e aprimorá-las. E destacou que qualquer deslize afetará não apenas a imagem da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, mas de todo o Brasil.
Operação Atlântico III
Além do debate sobre a segurança dos grandes eventos, o EMCFA participou de videoconferência de avaliação da Operação Atlântico III. Na ocasião, os Comandos Militares apresentaram os principais resultados e as sugestões para as próximas operações conjuntas.
Segundo o general De Nardi, o exercício, que empregou 10 mil militares no Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, serviu de teste para o plano de segurança a ser colocado em prática já no próximo ano, quando ocorrem a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude.
Um dos pontos de destaque foi o adestramento, por parte da 1ª Divisão do Exército – Divisão Mascarenhas de Moraes, em pontos de infraestrutura, como a Refinaria Duque de Caxias, as linhas de transmissão de Furnas, a rede de telecomunicação da Embratel, em Tanguá, e as usinas nucleares, em Angra do Reis.
Na conversa, o chefe do EMCFA classificou como fator positivo a interoperabilidade das Forças e enfatizou que esse será o objetivo principal das operações conjuntas. Ele sugeriu ainda que, numa próxima edição, Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants) sejam incluídos nos exercícios. Por fim, anunciou que o Estado de São Paulo fará parte da área de adestramento da Operação Atlântico.
FONTE: Ministério da Defesa