Assembleia-Geral da ONU reconhece Palestina como Estado observador
Em uma decisão histórica, a Assembleia-Geral das Nações Unidas reconheceu ontem a Palestina – nas fronteiras pré-1967 e com capital em Jerusalém Oriental – como Estado observador da ONU. Foram 138 votos a favor da proposta apresentada pelo presidente Mahmoud Abbas, 9 contra e 41 abstenções.
A aprovação ocorreu no dia do aniversário de 65 anos da Partilha, que previa a criação de uma nação judaica e ao lado de uma árabe na região da Palestina histórica. A decisão de ontem não significa a independência da Palestina. Ramallah, entretanto, poderá ingressar em uma série de agências e órgãos ligados à ONU, incluindo o Tribunal Penal Internacional (TPI), no qual poderá acusar autoridades israelenses.
A decisão em Nova York foi comemorada na Cisjordânia e na Faixa de Gaza (mais informações na página A17). Para o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, a votação “não muda nada”. Ele qualificou o discurso de Abbas de “propaganda mentirosa” (mais informações nesta página).
O texto dos palestinos pedindo o reconhecimento afirma o “compromisso em uma resolução permanente do conflito com base em dois Estados, vivendo lado a lado em paz e segurança”. A liderança palestina acrescentou estar “comprometida com negociações para o status final de Jerusalém, refugiados palestinos, assentamentos, fronteiras, segurança e água”.
Israel e os EUA estiveram entre os poucos países que se posicionaram contra a elevação do status da Palestina, que até ontem era apenas uma “entidade” observadora na Nações Unidas. A partir de agora, está no mesmo patamar do Vaticano e da Suíça até 2002, quando o país europeu optou por se tornar membro pleno.
As principais potências emergentes, como Brasil, China, Índia, Rússia e Turquia, assim como algumas europeias, como a França e a Espanha, votaram em favor do reconhecimento da Palestina como Estado observador.
No ano passado, Abbas começou a sua ofensiva na ONU ao tentar se tornar um membro pleno da entidade. O problema é que esse status exige aprovação também do Conselho de Segurança, no qual os EUA anteciparam que usariam o poder de veto. A ideia não foi adiante.
Diante desse cenário, o líder palestino decidiu optar apenas pela categoria de Estado observador, a qual poderia ser alcançada com uma maioria simples na Assembleia-Geral.
Para os EUA e Israel, a iniciativa palestina na ONU é um ato unilateral e viola os Acordos de Oslo. Os dois governos insistem que não são contra o reconhecimento da Palestina, mas esta deve ser criada por meio de negociações bilaterais.
“Uma resolução desafortunada e contraproducente colocou mais obstáculos no caminho da paz”, disse após a votação a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton. Não houve praticamente diálogo entre israelenses e palestinos durante os quatro anos do governo Obama.
Alguns países europeus, incluindo a França, surpreenderam ao anunciar nos últimos dias que votariam em favor dos palestinos. Com o aumento da popularidade do Hamas desde a guerra na Faixa de Gaza, os franceses e outros europeus avaliaram como necessário o fortalecimento de Abbas, da Fatah, com a votação na Assembleia-Geral.
FONTE: O Estado de S. Paulo
Vitória de Pirro para a Cisjordânia. Não passarão disso, e agora o congresso americano corta a verba de auxílio à autoridade nacional palestina (meio bilhão de dólares).
Ia comentar exatamente isso, mas aí o Lord do Mal passou na minha frente!
Interessante…em 1948 as fronteiras dos dois países estavam definidas…um lado não aceitou, invadiu o lado que aceitou, tomou uma surra…daí não satisfeito tomou outra surra…e novamente não satisfeito, mais uma surra…e continuou tomando novas pauladinhas…então resolvem que as fronteiras agora são válidas!!! É…delenga Cartago, já dizia o grande Catão…
E novamente os europeus, que não resolvem os próprios problemas sem a ajuda dos EUA, vide a ex-Iugoslávia, mais uma vez se metendo aonde não foram chamados.
E o que dizer do Brasil votando a favor, hein? De fato, nossa diplomacia é um desastre. Entretanto, devo dizer, é coerente. Por quê? Porque apoia todo tipo de ditadura e terroristas pelo mundo, nunca o contrário.
E pensar que a assembléia de criação do Estado de Israel foi presidida por um brasileiro…
Ora Daglian, isso era mais do que previsível…o que esperar de uma nação com política de cumpañero, que se diz democrática mas apoia os regimes totalitários?