O desenvolvimento do Exército da China não representa nenhuma ameaça para o mundo, afirmou o ministro da Defesa chinês, Liang Guanglie, nesta terça-feira, em um esforço para acalmar os temores entre os vizinhos asiáticos em meio a prolongadas disputas marítimas.

Estados Unidos, Japão e muitos outros Estados do Sudeste Asiático têm expressado com frequência preocupações com o aumento de dois dígitos nos gastos da China com Defesa e com a expansão de alcance naval, alegando que os planos de Pequim não são transparentes.

“Não há absolutamente nenhuma necessidade disso”, disse Liang à Reuters, quando questionado sobre as preocupações dos países vizinhos.

“O Exército chinês precisa desenvolver-se, mas não há nenhuma ‘preocupação’ ou ‘medo’ como dizem os estrangeiros”, disse, antes de uma reunião com o Secretário da Marinha norte-americana, Ray Mabus, que está de visita no país. “A China não se trata disso”.

A crescente influência militar da China coincidiu com um tom diplomático mais assertivo, evidente em disputas com o Japão e o Sudeste Asiático, com relação a ilhas disputadas. A China também disse aos Estados Unidos, que voltaram o foco de sua política externa para a Ásia, para não se envolverem.

Falando no Ministério da Defesa chinês, Liang ressaltou a necessidade de cooperação entre os governos chinês e norte-americano, que pediu à China para que compartilhasse mais sobre suas ambições militares.

“Nós devemos desenvolver laços entre nós, entre nossos dois Exércitos, tocar em algumas de nossas diferenças, resolver pontos de vista conflitantes”, disse Liang antes de se encontrar com Mabus.

O Exército chinês realizou testes de voos com seus primeiros caças furtivos e inaugurou seu primeiro porta-aviões, que foi comprado da Ucrânia e reformado. Este mês, revelou um novo helicóptero de combate.

A China também tem aumentado sua evidência nos mares do Sul e do Leste da China este ano, reafirmando sua soberania sobre ilhas ou águas que também são contestadas pelas Filipinas, Vietnã, Malásia, Japão e outros.

FONTE: EXAME

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Observador
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12 anos atrás

É, não haverá uma nova guerra fria.

Estes dois países farão como Portugal e Espanha, há séculos atrás: traçarão um Meridiano de Tordesilhas, dividindo o Mundo em duas partes e demarcando cada um a sua área de influência.

África e Oriente Médio para a China; Europa e Américas para os EUA. O resto do Mundo vai depender de alianças locais.

Os americanos estão partindo para outras fontes de energia e vão perder o interesse no Oriente Médio, que exportará cada vez mais petróleo para a China. E quem tem investido pesadamente na África também é a China.

Quanto a América Latina, além dos americanos estarem se tornando cada vez mais latinos, eles já começaram a perceber que a economia da AL é do tamanho da chinesa. Quanto a Europa, por uma questão de valores, é claramente favorável aos EUA.

Não que os americanos não possam ter négócios na área de influência da China ou vice-versa; é que cada potência em seu lado do meridiano terá a última palavra sobre tudo.

Vai ser engraçado ver o Golfo Pérsico patrulhado por porta-aviões chineses para manter as linhas de navegação desimpedidas para o transporte de petróleo…