Operação Formosa 2012 – o maior treinamento já feito no Planalto Central

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Pedro Peduzzi

Brasília – Os fuzileiros navais da Marinha encerraram hoje (30) o maior treinamento já feito no Planalto Central. Com a participação de aproximadamente 2,2 mil militares, a Operação Formosa 2012 preparou militares para ações dentro e fora do país. A preparação habilita fuzileiros a atuarem em regiões de conflito, como o Líbano, ou na garantia da lei e da ordem em ações humanitárias.

Parte da preparação visa também a ações, como os Jogos Olímpicos de 2016, a Copa das Confederações (2013) e a Copa do Mundo, em 2014. Mas os fuzileiros atuarão em diversos outros eventos, como no 3° Encontro Mundial de Juventude, marcado para a segunda quinzena de julho do ano que vem, e no encerramento do mesmo evento, que terá a visita do Papa Bento XVI.

Os militares preparados em operações como a de hoje, na cidade de Formosa (GO), já atuaram, por exemplo, na ocupação das favelas cariocas, até então tomadas por traficantes; em desastres naturais, como as enchentes de 2011 na região serrana do Rio de Janeiro; ou no socorro às vítimas de catástrofes, como no terremoto ocorrido no Chile em 2010.

Os agrupamentos que participaram do treinamento vieram do Rio de Janeiro, por uma rota de 1,6 mil quilômetros. “Para se ter uma ideia do que isso representa, o deslocamento das Forças Armadas norte-americanas na Guerra do Kuwait foi de 1,2 mil quilômetros”, disse o comandante Fábio, responsável por detalhar a operação.

Segundo o comandante-geral do Corpo de Fuzileiros Navais, almirante-de-esquadra Marco Antônio Guimarães, foram gastos R$ 5 milhões com a Operação Formosa. Iniciada no dia 19 de outubro, o treinamento envolveu o uso de aviões, carros de combate, veículos blindados de transporte de tropas, veículos anfíbios sobre esteiras, vários tipos de mísseis (anti-carro, superfície-ar) e veículos aéreos não tripulados (Vant) e artilharia.

“Só com combustível foram gastos R$ 197 mil. A alimentação da tropa custou R$ 320 mil. Gastamos R$ 120 mil com despesas diversas, como a compra de geradores, banheiros químicos, entre outras coisas. E R$ 850 mil nas licitações para a área de transporte. A maior parcela foi gasta com munições: R$3,5 milhões”, disse Guimarães.

A Agência Brasil assistiu à uma demonstração do treinamento do grupo. Na oportunidade, foi simulada uma missão envolvendo tiros de canhões anti-aéreos, seguidos de disparos de Míssil Bill – armamento usado para atacar blindados. Após os disparos iniciais, entrou em operação o veículo não tripulado Carcará, que tem alcance para cobrir uma área de oito quilômetros.

Feito o reconhecimento pelo Carcará, um Helicóptero UH-14 aportou no local trazendo a tropa e um cão farejador, que simulou a identificação de explosivos. A equipe deixou o local para, em seguida, explodi-lo. Por fim, chegaram ao local diversos soldados, por terra, e veículos blindados, entre eles, anfíbios e tanques.

Com atividades tão intensas, o risco de acidentes aumenta, principalmente cortes, fraturas ou ferimentos de tiro, segundo o médico capitão-de-fragata Maués. Por isso, hospitais de campanha, similares aos usados em situações de emergência no Brasil e no Chile, foram armados para dar assistência aos fuzileiros. “Em 48 horas, temos condições de instalar um posto como esse em qualquer lugar do Brasil”, informou o médico.

“Havendo necessidade e solicitação podemos ampliar as ações para outros tipos de atendimentos menos emergenciais, como serviços odontológicos”, acrescentou, informando que a ação foi adotada na região serrana do Rio de Janeiro, afetada por enchentes no ano passado, e durante o terremoto que abalou o Chile, em 2010.

Esse tipo de treinamento, que acontece desde 2001 em Formosa (GO), visa a garantir a prontidão dos militares para atuarem imediatamente, caso seja necessário. “Somos uma força de emprego pronta e rápida. Temos de estar sempre prontos”, enfatizou Guimarães. “Preparamos, anualmente, cerca de 2 mil soldados. Praticamente, 10 mil já passaram por aqui. Alguns, mais de uma vez”, completou Fernando Antônio, o comandante da Força de Fuzileiros de Esquadra.

 

FONTE/FOTOS: Agência Brasil

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Giordani
Giordani
12 anos atrás

“…foram gastos R$ 5 milhões com a Operação Formosa.”

Ih…a turma do foro de SP, as marias-do-rosário e o frei beto vão ter chiliques por estes gastos…

É dose saber que “empleiteira” recebe três vezes mais do que isso para levantar murinho na frente de porcaria de estádio de futebol…

aldoghisolfi
aldoghisolfi
12 anos atrás

Porque os FNs no Planalto Central? Tudo seco…

shipbuildingbr
12 anos atrás

Já se vão alguns anos desde que o CFN começou a usar Formosa (lar dos Astros).

Antes eles tinham a disposição, mas não me lembro se usaram, o Campo de Gericinó no Rio de Janeiro. Depois que a 5º Brigada de Cavalaria foi embora Gericinó foi caindo em desuso fora que parece que o entorno começou a ser ocupado. Creio que esteja praticamente fechada. Eu não sou do Rio e mesmo sempre tido vontade de conhecer esse Campo, nunca consegui. Talvez alguém mais ligado a região ou que tenha servido em alguma unidade que tenha operado lá possa falar sobre o assunto melhor.

O CFN começou em Formosa com exercícios de artilharia, mas sendo o campo amplo e com instalações modernas passou a levar para lá também os elementos mecanizados e de infantaria.

Formosa oferece bons espaços para exercícios com armas coletivas, AAe, Artilharia, Blindados, Infantaria, Operações Helitransportadas e o melhor uso de munição real. Oferece também a oportunidade de longas marchas administrativas exercitando toda a parte logística e de organização e isso pode ser feito a parte da especialidade anfíbia da Força.

E ainda tem um aspecto muito bom que é integração e o intercambia com o Exercito.

wwolf22
wwolf22
12 anos atrás

Os FN receberao no ano que vem seus lancadores de foguetes Astros 2020…
sera que tem alguma coisa a ver ?!?!?!

Universal
Universal
12 anos atrás

Desculpem minha ignorância, mas existem fusileiros “navais” que não sejam da marinha, conforme informa o texto?
As forças armadas conseguiram munição onde? Até um passado recente só tinham o suficiente para apenas um dia, se não me engano e vocês anunciavam isto em todas as sua páginas. Quem a está fornecendo para gastarem assim num treinamento? Onde conseguiram tanta munição “real”? Agora só teremos munição suficiente para defender o Brasil por “meio” dia?

Requena
Requena
12 anos atrás

Universal

Se você usar toda a munição que foi gasta nessas manobras, deve dar umas duas horas de uso numa guerra de verdade. No começo da guerra do Iraque os americanos gastavam muito mais do que isso(algo em torno de 2 milhões de dólares) por hora.

Quer fazer ironia pra defender esse governo ridículo, escolha melhor o alvo.

shipbuildingbr
12 anos atrás

Sim existem fuzileiros navais que não são de marinha. As tropas anfibias no Egito, na China, Israel, na Italia (Marinha e Exército), França (Marinha com os Commandos de OpEs e o Exército com tropas de alem mar, antigas formacoes coloniais) e por ai vai.

shipbuildingbr
12 anos atrás

No mais é um Clipping e portanto uma reprodução não sendo de responsabilidade desse Blog. O original é de um dos vários comites de propaganda do Politiburo de plantão.

Universal
Universal
12 anos atrás

Requena, como sua mente é pequena!
Quem anunciou que o Brasil só tinha munição para 1 (um) dia de guerra foi a imprensa.
O que os EUA usaram no Iraque não não serve como parâmetro para este treinamento, A China usou muito mais na Coreia e não se se fala mais nisso. Você deve ter algum trauma pós 1964, pois ninguém citou qualquer o governo, irônica ou seriamente, e você já ergue a bandeira da extrema direita. Aposto que é eleitor do Serra.

Universal
Universal
12 anos atrás

Sr. Shipbuilderbr, boa tarde.
De fusileiros, ou tropas, navais em outros paises eu tenho conhecimento mas como o exercício objeto da matéria ocorre no Brasil, em Fornosa (GO), acreditei que as outras forças tivessem criado seus próprios grupos de fusileiros, o que não seria mal para ninguém.
De qualquer forma muito obrigado pela informação, pelo conhecimento demostrado e cortesia na resposta.
Tenha um ótimo final de semana.

aldoghisolfi
aldoghisolfi
12 anos atrás

Diga-se de passagem, UNIVERSAL, que não há nada demais em ser eleitor do Serra. Aliás, é preferível ser eleitor do Serra do que de um administrador público ‘desse governo ridículo’ cheio de fraudes e corrupção na sua administração do MEC e que lançou uma cartilha (dita ‘do MEC’) onde o nome da Roberta Close apareceu muitas vezes mais do que o singelo nome do Juscelino Kubsticheck; sim, sem falar no tal de kit gay. És apoiador do kit gay? E da Roberta?

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

shipbuildingbr escreveu em 3 de novembro de 2012 às 10:29

“… Sim existem fuzileiros navais que não são de marinha. …… França (Marinha com os Commandos de OpEs e o Exército com tropas de alem mar, antigas formacoes coloniais) e por ai vai. …”.

Detalhando um pouco: estas tropas forma criadas pelo 1º Ministro de Luis XIII, o Cardeal de Richelieu, como fuzileiros navais destinados a servir nos navios da Marinha.

Em meados do seculo XIX passaram a ser utilizados em terra como guarnições das varias colonias francesas.

No fim daquele seculo com a criação do Ministerio das Colonias passarão para este e receberam o nome de “Troupes coloniales”.

Com o fim das colonias, as unidades que sobraram foram obrigadas a abandonar a designação de “coloniais” e baseando-se na sua origem adotaram o nome de “Troupes de Marine”.

Bacchi

shipbuildingbr
12 anos atrás

Obrigado Xará por enriquecer o meu comentário com mais informaçoes.

Requena
Requena
12 anos atrás

Universal

Se tem alguém com trauma de 64 é você. Aliás todos vcs de esquerda tem traumas daquela época…

E vcs eleitores do PT(Partido dos Traidores da pátria) sempre tentam levar essa discussão para a briga PT x PSDB. Que no fundo são dois partidos de esquerda, entreguistas e 100% anti-nacionalista. Ou seja, são farinhas do mesmo saco.

No mais aqui não é lugar pra discussões políticas. Peço desculpa aos moderadores do blog por tocar novamente no assunto.

É que fica difícil aguentar esses MAV´s enchendo o saco por aqui….

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

Faltou uma informação: as tropas coloniais foram transferidas do Ministerio das Colonias para o Ministério do Exército em Junho 1900.

Bacchi

Bosco Jr
Bosco Jr
12 anos atrás

Os fuzileiros navais americanos (Marines) não são da marinha já que formam uma força independente, sendo comandadas por generais e não por almirantes.

rsbacchi
rsbacchi
12 anos atrás

O orgão ao qual os Fuzileiros Navais dos USA pertencem é o: Department of the Navy.

O chefe do Department é o Secretary of the Navy.

O Secretary of the Navy tem dois oficiais que comandam as unidades de combate:

Chief of Naval Operations e Commandant of the Marine Corps.

Desde sua criação durante a Guerra da Independencia (10 Novembro 1775), os Fuzileiros Navais dos USA usam postos do exercito.

Possivelmente foram influenciados pelos Fuzileiros Navais do Reino Unido que também, por sua vez, desde sua criação usam postos do exército.

Bacchi

Bosco Jr
Bosco Jr
12 anos atrás

Pois é, foi o que eu disse.
O USMC é independente da USN que juntos são subordinados ao Department of the Navy, que é comandado por um civil.

Um abraço Bacchi.

Bosco Jr
Bosco Jr
12 anos atrás

Ah!
E quem manda em todo mundo por enquanto é o Obama.