ONU condena ataque a base militar na Guiné-Bissau e pede calma
Em comunicado divulgado no último domingo (21), o gabinete do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condena o ataque e a perda de vidas, afirmando estar a “acompanhar a situação de perto”. Na madrugada de domingo, um grupo de homens armados tentou tomar à força o quartel dos para-comandos, uma unidade de elite das forças armadas da Guiné-Bissau. O incidente resultou em seis mortos, todos do grupo assaltante. A informação foi prestada pelo governo de transição, que diz que o grupo era comandado pelo capitão Pansau NTchama e acusa Portugal, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e o primeiro-ministro guineense deposto, Carlos Gomes Júnior, de envolvimento no ataque.
No comunicado do último domingo, a ONU “apela à calma e a todos os guineenses para que resolvam as suas divergências por meios pacíficos, incluindo através de um diálogo inclusivo”, tal como expresso na resolução do Conselho de Segurança aprovada após o golpe militar de abril. A nota adianta que o representante da ONU em Bissau, Joseph Mutaboba, está em contacto com as autoridades e a comunidade internacional, informando constantemente a sede da ONU em Nova York.
O comunicado também afirma que a ONU vai continuar a trabalhar com os guineenses, União Africana, comunidade regional (CEDEAO), comunidade lusófona (CPLP) e União Europeia, tendo em vista repor a ordem constitucional, incluindo com o início do processo eleitoral, em linha com as determinações do Conselho de Segurança. Na última reunião do Conselho sobre a Guiné-Bissau, a 18 de setembro, os países membros manifestaram preocupação com o “contínuo impasse político”, e o impacto negativo na situação socioeconômica e de segurança, sublinhando a urgência de realização de eleições que levem a uma transição no país.
As declarações após as consultas fizeram eco do último relatório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que afirma que a “falta de progressos na reposição total da ordem constitucional” está se agravando por conta das “divisões entre atores nacionais e parceiros internacionais sobre a legitimidade do atual governo de transição”. O relatório aponta ainda que, em violação das sanções decretadas em maio, o chefe de Estado maior das Forças Armadas guineenses, General António Indjai, esteve na Costa do Marfim e no Mali, viajando através do Senegal, para participar em reuniões de militares.
FONTE: SIC Notícias (Portugal) (Adaptação e edição pelo Forças Terrestres. Título original: “ONU condena ataque a base militar na Guiné Bissau e apela à calma”)
IMAGEM: Reuters