Romney tropeça no Oriente Médio
Por DAVID E. SANGER*, THE NEW YORK TIMES – O Estado de S.Paulo
Ninguém jamais teve ilusões quanto à posição de Mitt Romney no tocante aos dois problemas mais explosivos no Oriente Médio: a discussão envolvendo a criação de um Estado palestino e o debate sobre o que deve ser feito para assegurar que o Irã não se arme com uma bomba nuclear. Em ambos os casos, Romney adota posições muito próximas às do premiê de Israel, Binyamin “Bibi” Netanyahu, seu amigo desde a época em que eram jovens consultores em Boston.
Se for eleito presidente em novembro e se envolver nas negociações sobre um futuro Estado palestino na fronteira com Israel, Romney poderá descobrir que seu comentário durante um evento de arrecadação de fundos de campanha, gravado em vídeo, segundo o qual “de nenhuma maneira um Estado separado será viável”, pode prejudicar sua capacidade de unir os dois lados. E qualquer negociação com os mulás poderá não ser facilitada, já que ele se referiu a eles como “gente maluca”.
Em entrevistas, os assessores de Romney, na sede da campanha em Boston, procuraram não dar importância aos comentários. Disseram que não há nenhuma novidade nas suas afirmações sobre o Irã e Romney simplesmente está defendendo uma estratégia mais confiável que provoque temor na liderança iraniana. Acrescentaram que a posição do candidato sobre a questão palestina não mudou: ele acredita numa solução de dois Estados na forma endossada pelo presidente George W. Bush no início da sua presidência.
Nos dois casos, da Palestina e do Irã, os assessores declararam que o problema na verdade é o presidente Barack Obama, que, segundo eles, não tem sido duro o suficiente com o Irã e deixou o processo de paz do Oriente Médio definhar, agravando o problema ao afastar os EUA de Israel, deixando seu aliado inseguro e sem disposição para negociar.
Um dos assessores, Alex Wong, disse que, para Romney, embora o presidente Obama afirme que a opção militar no caso do Irã está em discussão, “ele está mais preocupado com um ataque israelense ao Irã, do que em impedir que o Irã se dote de armas nucleares”.
Os comentários de Mitt Romney, gravados em vídeo, deixaram uma forte impressão de que, para ele, um Estado palestino, próximo de cidades economicamente vibrantes e vitais de Israel, é impraticável.
Ele afirmou que há algum tempo “sente que os palestinos não têm nenhum interesse em estabelecer a paz e concluir o caminho na direção da paz é impensável”.
Romney disse ter imaginado um mapa onde “a fronteira ficaria talvez a cerca de 11 quilômetros de Tel-Aviv”, e “no outro lado do que seria o novo Estado palestino estaria a Síria num ponto ou a Jordânia”. “E naturalmente os iranianos gostariam de fazer, através da Cisjordânia, o mesmo que fizeram no Líbano, o que fizeram em Gaza”, disse o candidato, “ou seja, os iranianos gostariam de introduzir mísseis e armamentos na Cisjordânia e assim ameaçar Israel”.
Se Israel patrulhasse a fronteira, prosseguiu, “os palestinos diriam ‘Absolutamente. Somos um país independente. Vocês não podem vigiar a nossa fronteira com outras nações árabes'”.
“E quanto a um aeroporto? Como será o tráfego aéreo nesta nação palestina? Vamos permitir que aviões militares cheguem e armamentos também? E caso contrário, quem vai impedir que isso ocorra? Bem, os israelenses. E os palestinos dirão ‘não somos uma nação independente se Israel tiver poderes para chegar aqui e nos dizer quem pode aterrissar no nosso aeroporto'”.
E ele concluiu: “Vejo que os palestinos não querem a paz de maneira alguma por motivos políticos, comprometidos com a destruição e eliminação de Israel, e essas questões espinhosas, e afirmo, não existe nenhuma maneira”.
Romney afirmou que o melhor que se pode esperar é “alguma estabilidade, mas é preciso reconhecer que este continuará sendo um problema sem solução”.
Os palestinos, é claro, têm uma opinião diferente. Yehia Moussa, membro do Hamas em Gaza, afirma que os EUA “nunca foram adequados” como árbitros na disputa entre israelenses e palestinos porque os americanos instintivamente se colocam do lado de Israel.
“Estamos notando um novo tipo de aliança entre o lobby sionista e os americanos de direita que acreditam nas lendas e prognósticos sionistas”, disse Moussa. “Romney faz parte disso”.
O porta-voz de Netanyahu, Mark Regev, disse que o premiê não se manifestará a respeito.
Quanto ao Irã, Romney ofereceu um argumento – com frequência repetido por especialistas de ambos os partidos – de que o maior risco do programa nuclear iraniano é que o Irã pode fornecer a grupos terroristas meios para fabricarem uma bomba nuclear ou “uma bomba suja”, uma arma convencional envolta em material radioativo que pode tornar partes de uma cidade inabitáveis. Mas o problema está em como ele caracteriza a liderança iraniana. “Os EUA podem ser acuados e chantageados pelo Irã, pelos mulás, por pessoas malucas”, afirmou. “De modo que realmente não temos outra opção, senão impedir o Irã de se dotar de uma arma nuclear.”
Os assessores de Romney não disseram se ele acha que os líderes iranianos são atores racionais que podem ser submetidos a uma pressão.
TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
*É COLUNISTA DE POLÍTICA EXTERNA
FONTE: O Estado de S. Paulo
De um modo geral, todo revolucionário encontra vozes dispostas a escutá-lo onde há pobreza. Se Israel quer ver a paz com seus vizinhos palestinos, eles tem que tirar essa vantagem dos radicais islâmicos. Caso contrário, sempre haverá quem se voluntarie para um ataque suicida contra Israel.
É triste, mas é a verdade! Enquanto os palestinos se preocuparem mais em lutar contra Israel do que de terem um estado soberano e pacifico, esse problema continuará sem solução. Os palestinos simplesmente passam a impressão de que não são confiáveis e não querem a paz . . .
Senhores,
O problema é que há radicais de ambos os lados. E gente sem escrúpulos que deseja lucrar com a situação de conflito.
Só que Israel tem que ceder um pouco para ter a paz que precisa. E precisa mesmo ter paz com os vizinhos.
É que a população israelense de origem palestina hoje é minoritária, mas como tem uma taxa de natalidade maior, com o passar dos anos vai ultrapassar a parcela de origem judia. Até por isto ainda aceitam de braços abertos a imigração de judeus de todas as partes do Mundo.
Ou seja, se os israelenses não fizerem a paz logo, chegará um dia em que serão a minoria dentro de seu próprio território, e serão forçados através dos instrumentos democráticos a fazer um acordo que lhes será ainda mais caro.
Por outro lado, se chegar o dia em que a população não-judia (e talvez muçulmana) for a maioria, não existirá mais desculpas para os malucos atacarem este país.
Ou será que surgirão desculpas novas?
Posso estar enganado, Observador, mas somente Israel cedeu alguma coisa. O que os palestinos cederam além de voluntários para ataques suicidas?
E outra coisa, estava vendo o jornal nacional hoje e passou uma reportagem falando que mulheres muçulmanas no Paraná, não querem tirar as fotos para documentos (RG, RH, etc.) sem o lenço na cabeça. Ora, a partir do momento que decidiram morar no Brasil eles tem que cumprir todas as obrigações que qualquer cidadão brasileiro cumpre. Se acham que é demais, voltem para o país de origem!
O problema é que os muçulmanos de hoje (de vários lugares e corrente religiosas) se tornam cada vez mais extremistas. Eles ainda não perceberam que em um mundo globalizado como está, essas idéias medievais de religião estão ultrapassadas. Eles precisam ser mais tolerantes. Uma idéia que a própria religião deles prega. Mas após todos esses anos que eles saíram do oriente médio e imigraram para outros países, qual é a imagem que eles passam para o mundo? O de povos (geralmente refugiados de guerras) que buscam a paz e uma vida melhor ou de terroristas extremistas? Basta ver os protestos que eles estão fazendo sobre esse filme que ridiculariza Maomé. Falando nisso, como alguém pode ser idiota a ponto de fazer um filme desses?
Não é somente um lado que deve ceder, mas todos os lados envolvidos. E a primeira coisa que os muçulmanos devem ceder é tolerância. Afinal, se Israel precisa viver em paz com os seus vizinhos, os vizinhos de Israel também precisam viver em paz com ele e com o mundo.
Lutar contra Israel é uma forma de Poder.
Lutar contra o hezbolah e outros fanáticos é uma forma de Poder.
Ninguém de ambos os lados quer uma solução. Seria o mesmo que o governo fazer a reforma agrária, coisa que o MST jamais vai querer que aconteça. Por quê? Simples. Com reforma agrária, quem vai querer um MST? Seus lideres vão ter que trabalhar, de labutarem como qualquer cidadão, ao invés de ficarem recebendo dinheiro do próprio governo que combate…e assim é na explosiva região…
Os israelenses se fazem de vítimas, sentados sobre um arsenal enorme, inclusive nuclear. Atacam quando se lhes dá na telha, e sempre com a desculpa de que foi para se defender.
Agora, querem atacar o Irã, com a desculpa de que os iranianos os odeiam e querem destruí-los.
Ridículo!!!
Só tolos acreditam nisso.
Imaginem só: os iranianos atacam Israel, e são pulverizados por armas nucleares.
Sensacional!!! Uma nova forma de encontrar Maomé!
Se Israel quiser paz, terá que negociar. Mas não vai fazer isso. Por que a soberba associada ao Poder Militar e às vitórias conseguidas contra os seus adversários (além da situação deplorável da maioria deles, atualmente) os levam achar que poderão ficar esperando o tempo passar e o mundo se conformar com a situação de fato. Ganharam a terra em guerras de conquista e não vão devolver.
E para ajudá-los o lobby israelense em Washington nunca foi tão influente. O rabo está mais que balançando o cachorro. Manda nele.