“Embora os processos políticos continuem a evoluir – e nem sempre de forma linear –, a América do Sul é hoje um continente politicamente mais maduro, no qual defesa e democracia se reforçam mutuamente”. Assim, o ministro da Defesa, Celso Amorim, definiu como enxerga, hoje, o momento por que passa a região.

A afirmação foi feita durante aula magna do Curso Avançado de Defesa Sul-americano (CAD-Sul), promovido pela Escola Superior de Guerra (ESG). Com um público que inclui aproximadamente 30 estagiários de países vizinhos, o curso foi inaugurado nesta quarta-feira (29), na Urca, no Rio de Janeiro.

Segundo Amorim, a publicação do Livro Branco de Defesa Nacional, cuja versão preliminar foi entregue no mês passado ao Congresso Nacional brasileiro, é um entre vários exemplos que mostram que há mais transparência e democracia no subcontinente sul-americano.

“Iniciativas como essa, já corriqueiras em nossa região, suscitam o acompanhamento atento e crítico dos assuntos de defesa pela sociedade civil, fator imprescindível para políticas de defesa em sintonia com os interesses nacionais”.

De acordo com o ministro, “essa representatividade é exemplificada, no caso brasileiro, pelo sólido vínculo entre política de defesa e política de desenvolvimento, que orienta nossa Estratégia Nacional de Defesa”.

Curso Avançado

Celso Amorim compareceu ao auditório da ESG para proferir a aula magna inaugural do curso promovido pela ESG. Estagiários da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela presenciaram a exposição.

Sob o título “Por uma identidade sul-americana em matéria de defesa”, o ministro iniciou a palestra ressaltando a importância do curso, que foi incluído no plano de ação para 2012 pelo Conselho de Defesa Sul-americano.

De acordo com ele, a capacitação “dá mais um passo significativo – ao lado de iniciativas como a criação do Centro de Estudos Estratégicos de Defesa – rumo à construção de uma identidade sul-americana em matéria de defesa.”

Nas próximas dez semanas – período de duração do curso – os alunos terão o que Amorim definiu como “uma visão dos contornos dessa identidade, pelo estudo da realidade de defesa sul-americana, pelo contato com autoridades da nossa região e pela visita a algumas das principais organizações brasileiras na área de defesa”.

Ao longo de sua exposição, o ministro fez um relato sobre a importância da relação entre os países do continente sul-americano. “Falar em identidade regional em matéria de defesa é falar na grande maturidade de nossos países ao colocarem suas relações nesta área sabidamente sensível sob o signo da paz e da cooperação”, enfatizou.

Ele lembrou do ano 2000, quando se deu em Brasília a primeira cúpula dos chefes de Estado da América do Sul, oportunidade em que “um período surpreendentemente longo de afastamento começou a ser superado”. Amorim explicou que essa desconexão lançava suas raízes no passado colonial de nossas sociedades, tempos em que os “territórios ligados a uma ou outra metrópole mantinham entre si rivalidades exógenas, depois projetadas sobre a vida independente de nossas nações”.

Além dos estagiários, a palestra foi acompanhada pelo comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, do subcomandante da ESG, vice-almirante Nelson Garrone Palma Velloso, e demais autoridades militares.

FONTE: Ministério da Defesa

NOTA DA EDITORA: Você pode ler na íntegra a palestra do ministro Celso Amorim clicando no link: Por uma identidade sul-americana em matéria de defesa

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Marcos
Marcos
12 anos atrás

Amadurecimento de mais dá em podridão.

erabreu
erabreu
12 anos atrás

…e blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá….

Observador
Observador
12 anos atrás

A afirmação mostra bem como o barbudinho pensa.

Para ele, lógico que está melhor: estamos cercados por bolivarianos, ex-terroristas, ex-comunistas e populistas por todos os lados (Uruguai, Argentina, Bolívia, Peru, Equador, o qual graças a Deus, não faz fronteira conosco e, claro, a Venezuela Bolivariana).

As exceções são o Chile, a Colômbia e o Paraguai, os quais a nossa diplomacia de centro acadêmico estudantil empurrou para o colo dos americanos.

Nos aliamos à escória, que sempre que pode nos sacaneia, e nos passa para trás.

E por isto o caminho escolhido nos levará ao atraso, à pobreza e, tomara que não, ao desastre e à tragédia, mesmo rumo traçado pelos líderes da América Espanhola.

Como disse o colega Marcos, a América do Sul está PODRE de tão madura.