As coisas acontecem com muita rapidez na área de defesa. Informa a Embraer que o consórcio Tepro, formado por Savis Tecnologia e Sistemas S/A e OrbiSat Indústria e Aerolevantamento S/A, empresas controladas pela Embraer Defesa e Segurança, foi o único escolhido pelo Exército Brasileiro para a próxima fase do processo de seleção do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron). A etapa seguinte será a negociação do contrato. Isso envolve proteção de quase 17 mil km de fronteiras, com 11 países vizinhos. Acrescenta a Embraer: “A Savis, empresa da Embraer Defesa e Segurança, foi criada de acordo com as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, visando a desenvolver a tecnologia no setor e com possibilidades de exportação”.

Acrescenta que a Embraer atua na área há 40 anos e sua produção inclui aviões militares, tecnologias de radar de última geração, veículos aéreos não tripulados (vant) e sistemas avançados de informação e comunicação, como as aplicações de comando, controle, comunicações, computação e inteligência, vigilância e reconhecimento. Os aviões e as soluções militares da Embraer estão presentes em mais de 50 forças armadas de 48 países. Segundo fontes do setor, a licitação incluiu todas as grandes empreiteiras, que se organizaram, em parceria com gigantes nacionais e do exterior, de olho nos bilhões do Exército.

Analistas independentes destacam que uma das mais tradicionais empresas do setor, a Fundação Atech – que brilhou com o projeto Sivam, de vigilância da Amazônia – passou por mutação. Da tradicional Fundação Atech surgiu, da noite para o dia, a Atech S/A, recebendo, como prêmio, todos os contratos da Fundação Atech com a Aeronáutica sobre controle do tráfego aéreo que estavam em andamento. Em seguida, a Atech S/A foi vendida sem demora à Embraer. No entanto, como foi a Atech que fez o projeto básico para implantação do Sisfron, deveria, pelas leis em vigor, ser proibida de participar das licitações seguintes. A lei é sábia, pois procura impedir que quem fez o projeto básico compita com os demais concorrentes.

A esta coluna, afirma fonte do setor: “A Atech S/A não poderia participar do certame em andamento, nem a Embraer, nem qualquer organização que tenha as pessoas em seus quadros proprietários e dirigentes relacionadas com a empresa que fez o projeto básico do Sisfron”. Daí, a Embraer criou, sem muito alarde, uma nova empresa, a Savis, para competir no Sisfron, em consórcio com a Orbisat, que é a empresa que industrializou um radar desenvolvido pelo Exército. Não se sabe qual a qualificação exata da novata Savis.

Acrescentam técnicos que o grupo Embraer – Orbisat, Savis e Atech – usou para valer o fato de ter feito o projeto básico. Ganhou nota nove na concorrência, enquanto os outros pesos-pesados ficaram abaixo de seis. Por isso, não será surpresa se concorrentes pedirem que ocorra algo parecido com a CBF, que acaba de trocar o diretor de seu departamento de árbitros. Pode ser que, com base na lei de concorrências, a velha 8.666/93, tudo volte atrás.

FONTE: Monitor Mercantil / Colunista  Sergio Barreto Motta

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Mauricio R.
Mauricio R.
12 anos atrás

Pegou mau mesmo, ou será que algum “peso pesado” se sentiu incomodado???
Daí a reclamação.
O que importa é que o país não tem que levar empresa privada nacional pela mãozinha, somente pq esta fabrica material de defesa.
E nem tolerar lobby de certas entidades (Condefesa, Abinde), que acham que dinheiro público é exclusivamente p/ empresas privadas brincarem de “feira de ciências”.

Giordani
Giordani
12 anos atrás

A embraer tem tantas raízes no Poder quanto a cbf…pra mexer nesse ve$pero, só no dia em que o Rei-Sol reconhecer que houve men$alão…