A Operação Ágata 5, encerrada no último dia 20 pelo Ministério da Defesa, resultou na prisão de 31 pessoas e apreensão de 6 toneladas de entorpecentes. Em 15 dias de ação o aparato militar recolheu 182 carros e embarcações numa área de 3,9 mil quilômetros de fronteira com Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. Os resultados foram apresentados durante videoconferência ao ministro Celso Amorim.

Esta edição da Ágata mobilizou 17 mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, além de civis, nos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na primeira semana, o serviço de inteligência conseguiu localizar material explosivo em Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Apenas na fazenda Santa Mariana, em Itiquira (MT), foram apreendidos 7.725 quilos de nitrato de amônia e 3.855 quilos de emulsão de dinamite. Essa carga estava no interior de um caminhão e a destinação do material será investigada pelo Exército.

As Forças Armadas realizaram também ações cívico-sociais com o objetivo de atender a população carente que reside na área de fronteira. De acordo com o balanço, em duas semanas ocorreram 122 ações desta natureza com 7.617 atendimentos médico-odontológicos e 15.638 atendimentos diversos aos cidadãos, como por exemplo, entrega de medicamentos ou roupas.

As ações cívico-sociais contaram com a participação do Ministério da Saúde no repasse de medicamentos para a população carente. Em duas semanas foram distribuídos cerca de 3 mil kits com remédios e materiais médicos. Os produtos foram entregues em 30 municípios e localidades dos quatro estados.

A parceria entre os Ministérios da Defesa e da Saúde possibilitou também o atendimento em reservas indígenas. A expectativa é que na próxima edição da Ágata o procedimento seja mantido e outros setores do governo possam participar da operação.

Parte do Plano Estratégico de Fronteira (PEF), instituído por decreto da presidenta Dilma Rousseff de junho de 2011, a quinta edição da Ágata contou também com a participação de oito ministérios e cerca de 30 agências reguladoras ou organismos públicos federais, estaduais e municipais. Até o fim do ano, o Ministério da Defesa deverá deflagrar a Ágata 6. A região de fronteira ainda será definida pelo setor de inteligência.

Fronteiras brasileiras

O Brasil tem uma fronteira de 16.880 quilômetros com dez países da América do Sul. Esse trecho vai do Chuí (RS) ao Oiapoque (AP). Como forma de assegurar a presença do Estado na região, o Ministério da Defesa articula a Ágata que sempre é sucedida pela operação Sentinela, a cargo do Ministério da Justiça.

A Ágata 5 foi iniciada no dia 6 de agosto com o deslocamento das tropas para a região de fronteira. De acordo com o balanço, foram feitas ações de fiscalização de aeródromos e patrulhamento em rios ou barreiras nas rodovias e estradas vicinais. No período, ainda de acordo com os resultados divulgados, ocorreram 191.868 apreensões, vistorias e revistas; 148 inspeções em aeródromos, combustível de aviação, aeronaves e pilotos.

Durante a operação foram feitas 879 inspeções em acampamentos ribeirinhos que resultaram em 48 notificações. Além disso, segundo os números divulgados, ocorreram 205 fiscalizações de produtos controlados. Foram montados 2.274 postos de bloqueio e controle de estradas e fluviais. O Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) realizou 19 interceptações aéreas.

Sisfron

Durante visita ao 11º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Ponta Porã (MS), o ministro Amorim recebeu informações sobre o projeto piloto do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron). Com o objetivo de monitorar a área de fronteira, o sistema vai ser iniciado na região do Mato Grosso do Sul a cargo do Comando Militar do Oeste (CMO).

De acordo com o general João Francisco Ferreira, comandante do CMO, o Sisfron será importante para controlar e monitorar toda a fronteira brasileira. Ele disse que o projeto piloto está sendo desenvolvido na região Centro-Oeste por ser rota de entrada dos principais ilícitos. Deste modo, os equipamentos poderão ser úteis para reduzir a incidência de tais crimes.

Após a apresentação, o ministro da Defesa conheceu parte dos equipamentos como, por exemplo, radares e antenas de comunicação, além do veículo Marruá. “Com a Ágata estamos marcando cada vez mais a presença do Estado brasileiro na região de fronteira”, disse Amorim.

FONTE: Ministério da Defesa

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