O Exército Brasileiro e a Iveco assinaram, nesta terça-feira à tarde, o contrato para aquisição de 86 viaturas blindadas de transporte de tropas sobre rodas VBTP-MR Guarani, mais conhecidas como blindados Guarani. A cerimônia aconteceu no Salão de Honra do Ministério da Defesa e contou com a presença do ministro Celso Amorim.

A assinatura do contrato acontece quatro dias depois da publicação, no Diário Oficial da União, da autorização para a fabricação do Lote de Experimentação Doutrinária (LED) dos novos blindados, que chegam para promover a reestruturação das forças mecanizadas do Exército Brasileiro. O valor global do lote é de aproximadamente R$240 milhões.

As 86 unidades representam o início da produção, pela Iveco, da encomenda prévia de 2.044 unidades do blindado para o Exército. As viaturas serão utilizadas pela Infantaria e Cavalaria da força terrestre, que farão uma experimentação operacional do produto. A expectativa é de que sejam entregues ao Exército cerca de 100 unidades por ano nos próximos 20 anos.

PAC Equipamentos

Durante a cerimônia, o presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, destacou que se sentia orgulhoso em participar da “retomada da indústria de defesa do Brasil”. O ministro Celso Amorim, por sua vez, afirmou que o início da produção do Guarani representa a materialização do Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (Paed). Segundo ele, a novidade serve para mostrar que “o Paed está se tornando realidade”, e que sua implementação contribuirá para fortalecer a indústria de defesa brasileira.

Amorim lembrou ainda que 48 das 86 viaturas previstas no contrato foram incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Equipamentos do Governo Federal. Ao todo, o Ministério da Defesa terá R$ 1,527 bilhão do PAC Equipamentos. Além dos 40 carros de combate Guarani, os recursos serão destinados para compra de 4.170 caminhões e 30 veículos lançadores de mísseis Astros 2020. O repasse do dinheiro foi autorizado no final de junho, por meio de Medida Provisória assinada pela presidenta Dilma Rousseff.

Viaturas

Desenvolvido com tecnologia brasileira, por meio de um projeto conjunto entre o Centro de Tecnologia do Exército e a Iveco – empresa do Grupo Fiat Industrial –, o Guarani é um veículo anfíbio com tração 6×6 que servirá de base para uma nova família de blindados multimissões, capaz de realizar ações de reconhecimento e apoio de fogo.

O novo blindado pesa 18 toneladas e vem para substituir os modelos Urutu e Cascavel, desenvolvidos nos anos 1970 pela extinta Engesa (Engenheiros Especializados S.A). A principal característica das novas viaturas é seu design modular, permitindo a incorporação de diferentes torres, armas, sensores e sistemas de comunicações para o mesmo carro.

Por sua versatilidade, o projeto atraiu o interesse de países vizinhos empenhados em reequipar suas Forças Armadas. No primeiro semestre, houve conversas preliminares com a Argentina, que poderá adquirir 14 unidades do veículo para uso em missões conjuntas de paz com o Chile.

Os novos blindados serão produzidos em fábrica totalmente dedicada ao projeto, dentro do complexo industrial da Iveco em Sete Lagoas (MG). Até o momento, foi entregue oficialmente um único protótipo, em testes no Centro de Avaliação do Exército. A fabricação em larga escala dos Guaranis deverá ser iniciada no começo de 2013.

De acordo com a previsão do Exército Brasileiro, sete carros blindados estarão prontos até dezembro deste ano. Eles fazem parte de um total de 16 viaturas do lote-piloto do projeto. Já o Lote de Experimentação Doutrinária deverá ter 38 unidades disponíveis até julho de 2013, e os 48 restantes até julho de 2014.

Segundo a Iveco, a produção já começa com índice de conteúdo local acima de 60%. Quando a fábrica estiver operando em capacidade máxima, a cadeia produtiva deverá envolver, no Brasil, cerca de 110 fornecedores diretos e até 600 fornecedores indiretos.

Além do ministro Celso Amorim e do presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, participaram da cerimônia de assinatura do contrato o comandante do Exército, general Enzo Peri; o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi; o chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, general Sinclair James Mayer; o embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca; representantes da Iveco, além de autoridades civis e militares.

FONTE: Ministério da Sefesa

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Black Hawk
Black Hawk
12 anos atrás

que lindo!!
ate todas as viaturas serem entregues as preimeiras ja terao 20 anos de fabricaçao e ja estarao presisando de reformas…
poxa sera q nao daria pra aumentar esse ritmo de produçao pra umas 250 ano nao??
desse jeito e tenso modenizar!!

ReturnOfTheKing
ReturnOfTheKing
12 anos atrás

Black Hawk eu fiquei sabendo que vão sair de 10 a 20 e assim por diante gradativamente irão aumentar a produção! Me foi dito se é verdade ou não ai não posso responder!

Uitinã
Uitinã
12 anos atrás

Eu também acho um prazo muito grande pra se entregar os veículos, mais aqui no brasil e melhor do que nada, e que saiam do papel todas as 2 mil unidades.

Uitinã
Uitinã
12 anos atrás

Eu também acho um prazo muito grande pra se entregar os veículos, mais aqui no brasil e melhor do que nada, e que saiam do papel todas as 2 mil unidades.

giordani1974
giordani1974
12 anos atrás

É que a coisa é bem simples: É pegar ou largar. Se não for assim, o EB fica na mão, ou melhor, a pé!

danra2
danra2
12 anos atrás

E o que será que as forças armadas italianas acham do projeto? Afinal, se a IVECO é italiana, é impossível que eles não conheçam o projeto. Será que ele é bom o suficiente para exportação?

Mauricio R.
Mauricio R.
12 anos atrás

Na Itália o interesse é por plataformas 8 X 8, como o Centauro e o Freccia ou o Super AV.

Requena
Requena
12 anos atrás

No caso do EB o importante é que venham, mesmo que sejam a “conta gotas”…

Mauricio R.
Mauricio R.
12 anos atrás

“Não é a quantidade de rodas que faz deste ou daquele um carro melhor ou pior.”

Não foi o que se viu no Iraque e principalmente, ainda está se vendo no Afeganistão, aonde mesmo plataformas 8 X 8 não tem uma vida assim tão fácil.
A total falta de infra estrutura do país, tem custado caro aos operadores de veículos c/ rodas.

Mauricio R.
Mauricio R.
12 anos atrás

Poggio,

No caso do Afeganistão, exatamente isto.