Rússia pretende instalar bases militares em Cuba e no Vietnã
A nova estratégia deve aumentar a tensão entre Moscou e Washington, dizem analistas
MOSCOU – O governo da Rússia pretende montar bases militares em Cuba e no Vietnã, dois aliados da época da Guerra Fria. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, 27, pelo vice-marechal Viktor Chirkov. Para analistas, a nova estratégia militar deve aumentar a tensão entre Moscou e Washington, já esgarçada pela crise na Síria.
“Estamos trabalhando para montar bases navais fora da Rússia”, disse o militar à agência Ria-Novosti. “Pretendemos construí-las em Cuba, Vietnã e nas Ilhas Seychelles.”
O presidente russo, Vladimir Putin, pretende aumentar no ano que vem em 19% os gastos militares russos. O investimento total em defesa do país deve somar US$ 1,35 trilhão.
Em 2008, o general americano Norton Schawartz alertou a Rússia contra uma base de reabastecimento em Cuba. Em 1962, a Crise dos Mísseis quase levou os dois países a um confronto nuclear.
FONTE: O Estado de S. Paulo
Escudo de misseis americano do lado da Russia pode, agora base naval russa em cuba não pode, que contraste.
E que recomece a Guerra Fria!!!
Daqui a pouco, a China espalhará seus tentáculos pelos quatro cantos do mundo.
E nós? O que queremos?
1,35 trilhao de dolares?!
Em quanto tempo seria essa quantia, 10 anos?
Sds.
A Petralhada/Bolivariana estão em festa! o Molusco/Apedeuta,Chapolim Colorado e El Comandante irão cortar a fita de inauguração, rss…há esqueci da Comandanta Vanda……rsss
Marine disse:
27 de julho de 2012 às 18:28
Deve ser até 2020 ou deve ser 1,35 trilhão de rubros por ano.
Uitinã,
Na notícia está escrito “US$ 1,35 trilhão”, portanto, 1,35 trilhão de dólares.
É bastaaaaante coisa…
Daglian disse:
27 de julho de 2012 às 23:52
as vezes pode ser erro de tradução, fiz a conversão aqui e 1,35 trilhão de rubro dá mais ou menos 50 bilhões de dólares americanos.
O braZil é que tinha de ter umas duas bases navais na áfrica, uma ao bem ao norte e uma ao sul…mas…
Uitinã disse:
28 de julho de 2012 às 8:39
É, o valor parece plausível e bem respeitável. Deve ser isto mesmo.
Senhores,
O que me chama a atenção é escolher Cuba e não Venezuela, a grande aliada atual (e maior cliente dos armamentos russos nas américas).
Será que é uma decisão baseada puramente na logística e geografia?
Ou será uma decisão política? Será que os russos não consideram o regime bolivariano mais frágil e instável do que o cubano?
Será?
Observador disse:
28 de julho de 2012 às 16:46
Um dos motivos são as boas relações que a Russia mantém com o brasil, por ser um membro dos Brics, a Venezuela e apenas um bom cliente, como os russos querem estreitar as relações comerciais e militares com o brasil uma base na Venezuela está para uma base americana no Paraguai pode surgir boatos mas dificilmente vai se realizar, o foco dos 2 países e o brasil aqui eles sabem que podem ganhar uma grana preta com negócios comerciais em infraestrutura, e tecnologia e negócios militares.
Meu cara Giordane1974, se não temos condições de estalarmos e mantermos bases na nossa região norte, vc acha que teriamos condições de estalarmos e mantermos bases no norte e sul da Africa? e com que equipamentos dariamos proteção e manteriamos essas bases: com takapes, canoas indigenas, arcos e flexas.
Observador: Vc conhece aquele ditado que diz devemos estar de olho nas mulheres dos outros, pois a nossa ja é nossa,esse é o caso da Russia em relação a Cuba e a Venezuela.
Concordo, Uitinã. Não tem por que a Rússia colocar uma base perto do Brasil se não somos ameaças para eles. Seria jogar dinheiro fora.
Senhores,
O objetivo de uma base naval fora do território do país que a criou é dar suporte logístico aos seus navios longe de casa.
Com uma base no Caribe, os russos podem ficar muito mais tempo por ali, e a um custo muito menor.
Projeção de Poder é isto.
Como o objetivo da base naval é o mar e não a terra, qualquer país com litoral no Caribe poderia receber a base. Assim, a escolha (imagino) primeiro reside nos locais mais adequados pela geografia e logística e destes é escolhido UM pelos critérios políticos.
Por isto chamou-me a atenção o fato de Cuba e não a Venezuela ser a escolhida, já que esta possui muito mais recursos (combustível, alimentos, etc.) do que a ilha falida dos irmãos Castro.
Os russos não estão nem aí para o Brasil, que não tem saída para o Mar do Caribe e exerce pouca – para não dizer nenhuma – influência naquela região.
Não entendi porque citam o Brasil nos comentários.
Deu na mídia internacional:
“Russian Navy Commander-in-Chief Viktor Chirkov says its country will seek ports of call in Vietnam, Cuba and the Seychelles.
Observers think it’s for show and are not impressed by Russian naval operational availability.
But what’s with the sudden interest in the Seychelles? China also wants to be able to resupply its ships there while the US Air Force already operates UAVs out of the island.
(http://www.defenseindustrydaily.com/Rapid-Fire-July-30-2012-Rookie-Mistakes-07484/)
Alem de bancarem a “maria vai c/ as outras”, não estão falando exatamente em “bases”.
Com o fim da URSS aparentemente a Rússia perdeu a posição de ‘super potência’ mundial, mas nunca deixou de ser uma ‘potência’ regional e seu arsenal nuclear deixa sua posição internacional inferior apenas aos EUA…
… por enquanto.
Entendo como natural este esforço, ou promessa de esforço, para dispor novamente de bases e/ou facilidades navais ao redor do mundo.
Entendo ainda que não há ameaça a nenhum país objetivamente, mas uma movimentação no xadrez geopolítico para posicionar peças em locais úteis.
Como o conjunto da obra é claro, dispor de logística ao redor do globo, seria interessante observar cada um em separado.
Abç.,
Ivan, an oldinfantryman.
Cuba.
Velha conhecida do Kremlin é a base natural para suporte logístico russo.
Sendo uma grande ilha encravada no Caribe, ao sul dos Estados Unidos e ao norte da América do Sul, tem a localização perfeita para incomodar ao norte e fantasiar apoios ao sul.
O regime cubano, por sua vez, amigável à Moscou, é também mais estável que muitos governos populistas mais ao sul, alguns tão personalistas que sugerem dúvidas quanto ao futuro.
Por fim, incomodar os Yankees no que eles pensavam ser seu território pode ser muito útil como moeda de troca, enquanto estes americanos mantém posições na Ásia tão próximas da Mãe Rússia.
O que não entendo é o porque de demoraram tanto a buscar o óbvio. Dinheiro pouco, certamente.
Sds.,
Ivan, o antigo.
Vietnã.
Outra base óbvia, velho amigo de outras guerras.
Mas o inimigo oculto é outro, o velho e faminto Dragão que já mostrou suas garras em 1979 na guerra (ou conflito) sino-vietnamita, quando a China invadiu o Vietnã para mostrar aos soviéticos (agora russos) quem era a potência local.
Tanto os vietnamitas como os russos guardaram muito bem a mensagem e buscam medidas para conter a voracidade disfarsada do populoso vizinho.
(O Vietnã tem se aproximado dos EUA, entre outras medidas.)
Uma base e/ou facilidades navais da Rússia no Mar do Sul da China seria muito útil para a Frota do Pacífico, que durante o inverno fica limitada pelo gelo em Vladivostok.
Acredito que seria interessante também para os vietamintas, em face da belicosidade disfarçada do vizinho e das disputas recentes por ilhas, recentemente noticiadas.
O que não entendo, novamente, é porque demoraram tanto a tomar este rumo. Possivelmente o motivo se repete: dinheiro pouco.
Sds.,
Ivan, o antigo.
Ilhas Seychelles.
Nas bases anteriores contive o impulso de postar um mapa, mas agora não ‘dá’…
Olha o mapa:
http://www.guiageo-mapas.com/oceano-indico.htm
Estas ilhas ficam em uma posição oriental da costa leste da África, fronteira de disputas futuras estre as potências econômicas e militares do mundo, incluindo além dos EUA países como China e Índia.
Mais ao norte que as Ilhas Reunion (Reunião) francesas e mais à oeste que os Territórios Britânicos do Oceano Índico, onde fica a base anglo-americana de Diego Garcia, a posição das Seychelles é importantíssima. Particularmente quando consideramos que o país tem pouco mais que 80.000 habitantes e vive basicamente de turismo.
Uma tentação estratégica que poderá ser disputada também por chineses.
Só não compreendo ainda é qual a aproximação de Moscow com Victoria, capital das Seychelles.
Sds.,
Ivan, o antigo.
Mas como ficará Tartus?
Enquanto se divulga planos para uma Marinha da Russia de projeção global, é preciso observar como ficará a base naval (ou posto de apoio técnico e material) de Tartus, na costa mediterrânea da Síria.
Esta é a última e única base de apoio russa do Mar Mediterrâneo. Sem ela a outrora poderosa Frota do Mar Negro será confinada sem disparar um único tiro.
De que adianta planejar viagens ao Caribe, Índico ou Mar do Sul da China se for expulsa do Mediterrâneo?
Fica aqui a sugestão: acredito que este assunto merece um destaque maior aqui no Forte e no Naval.
Sds.,
Ivan.
http://portuguese.ruvr.ru/2012_07_28/83206240/
“…quando a China invadiu o Vietnã para mostrar aos soviéticos (agora russos) quem era a potência local.”
Ivan,
Ocorre que em 1979 “madame Dragão” teve que retornar as carreiras, de olho roxo e nariz sangrando, a toca; pois os vietnamitas estavam a envadí-la.
Ka ka ka ka…
Maurício,
Os vietnamitas são bons de briga mesmo.
Já provaram isso contra franceses, americanos e chineses e continuam firmes.
Respeitáveis combatentes.
Sds.
Ivan “o Mapento” e “sem Tempo”, ataca novamente, espancando-nos (e espantando-nos) com dados geográficos.
Só não podemos esquecer da outra área de grande interesse para o Urso: o Oceano Ártico, depósito de grandes recursos naturais a ser explorado (e disputado) neste século XXI.
Potência é isto. Onde tem uma fresta, ela procura se impor.
Mais algumas décadas, veremos movimento semelhante pela Índia, assim que alguns produtos importados começarem a ser grandes gargalos para o seu desenvolvimento.
Podemos estar caminhando a passos largos para uma nova Guerra Fria, não bipolar, mas MULTIpolar. Envolvendo EUA, Rússia, China e Índia (e talvez a Europa).
E qual o papel do Brasil nisto?
Se continuar nesta toada, só mais uma área de influência a ser disputada pelas potências de verdade.