Exército dos EUA ajudará Brasil na construção de vias fluviais

 

A hidrovia do São Francisco – futura via de escoamento da produção dos agricultores situados nos vales do São Francisco e do Parnaíba, que deverá mudar a feição da economia da região – está recebendo investimentos de R$ 73 milhões até o final deste ano para cumprir a meta de, numa primeira etapa, tornar 657 quilômetros do Velho Chico navegáveis. Esta e outras informações foram repassadas pelo presidente da Codevasf, Elmo Vaz, à comitiva do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos (Commander of US Southern Command), liderada pelo comandante Douglas Fraser, tenente-brigadeiro da Força Aérea daquele país, na manhã desta terça (10) em Brasilia.

O objetivo do encontro foi discutir o contrato de cooperação técnica assinado entre a Codevasf e o Corpo de Engenheiros do Exército Americano (USACE) para consultoria, visando ao desenvolvimento da hidrovia do São Francisco mediante o controle de processos erosivos, melhoria de navegabilidade e contenção de margens. A comitiva do tenente-brigadeiro Fraser era formada também por líderes da Comunidade Americana. O secretário extraordinário da Indústria Naval e Portuária do Estado da Bahia, Carlos Costa, também participou, além de diretores e técnicos da Codevasf.

Na abertura do evento, Elmo Vaz fez uma breve apresentação institucional da Codevasf, ressaltando, dentre outros aspectos, a área de abrangência da empresa e as principais ações em andamento, com destaque para os projetos de irrigação implantados ao longo do vale do São Francisco.

“Sobre a hidrovia, queremos ressaltar que a Codevasf contribui, como empresa de desenvolvimento regional, para a revitalização e a melhoria da navegação do rio. Temos um potencial de navegabilidade de 1.371 km entre Pirapora, em Minas Gerais, até Juazeiro/Petrolina, na Bahia e Pernambuco, respectivamente. Acredito que a hidrovia do São Francisco é a melhor opção para o escoamento da produção agrícola da região. Tendo em vista a vasta experiência do USACE na área, acreditamos no sucesso dessa iniciativa”, afirmou Vaz, acrescentando que a Codevasf – uma empresa pública vinculada ao Ministério da Integração Nacional -, atua em 13% do território nacional, perfazendo mais de 1,1 milhão de quilômetros quadrados abrangendo 894 municípios e uma população de 23,3 milhões de pessoas.

Em seu pronunciamento, o tenente-brigadeiro Fraser falou da importância do trabalho conjunto com a Codevasf. “É um privilégio vir ao Brasil para conhecer melhor esse projeto. Esperamos que haja um fortalecimento dessa parceria com novas ações a partir dessa cooperação com a Codevasf”, afirmou.

Na sequência, o engenheiro hidráulico do USACE, Calvin Creech, e o gerente de Concessões e Projetos Especiais da Codevasf, Roberto Strazer, fizeram uma explanação técnica sobre o trabalho que está sendo desenvolvido por meio do contrato, assinado em dezembro de 2011, com vigência de três anos, envolvendo investimento de US$ 3,84 milhões. De acordo com o contrato, o USACE irá providenciar assistência técnica ao longo do São Francisco, em tempo integral, com especialistas em áreas de hidráulica, geotécnica, dragagem e engenharia de construção (incluindo outras especialidades a serem requeridas pela Codevasf), com experiência em estabilização de margens de rio, controle de erosão, dragagem, escavação em rocha e navegação.

A consulta técnica de seleção de projetos, concepção, construção, dragagem e escavação de rocha está prevista para ser realizada ao longo dos três anos do acordo. Foi identificado um total de 12 projetos de navegação aquaviária, que serão avaliados nos primeiros doze meses. No primeiro ano, está sendo avaliada a programação dos três anos do contrato. Para o primeiro ano, até agora foram identificados os projetos de avaliação do campo de provas, em Barra (BA), e a aplicação dos tubos de geotêxtil, na Ilha Sambaíba, e Curralinho.

As ações foram iniciadas em março deste ano com a coleta de dados e visita ao campo de provas. O monitoramento do projeto pelo USACE envolve também investigação geológica, avaliação geotécnica, análise da qualidade da construção, análise hidrológica e outros estudos. O campo de provas é uma experiência piloto da Codevasf para contenção de margens e melhoria da navegabilidade do São Francisco. No local estão sendo aplicados métodos de bioengenharia, com aproveitamento de vegetação nativa da região, para fixação da mata ciliar. As intervenções envolveram diversas etapas desde a análise do solo, levantamento topográfico até o trabalho de conformação de margens, com a confecção de trincheiras e defletores.

Sobre o projeto, o secretário extraordinário da Indústria Naval e Portuária do Estado da Bahia, Carlos Costa, disse estar entusiasmado. “Vimos a grandiosidade dessa ação e a importância dessa parceria entre a Codevasf e o USACE. Nesta oportunidade, aproveito para solicitar que seja pensada uma ampliação do foco do projeto, contemplando outras regiões com grande potencial agrícola e de produção de minérios na Bahia, que necessitam deste tipo de apoio na área do transporte”, enfatizou Costa.

FONTE: CODEVASF

COLABOROU: ‘wallace’

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aldoghisolfi
aldoghisolfi
12 anos atrás

Isso quer dizer que somos incompetentes até mesmo para trabalharmos nossos rios?

fsneto
fsneto
12 anos atrás

Não sabia que a minha cidade (Barra-BA) era campo de provas. Aqui o EB vem trabalhando mas, é pra a recuperação das margens do Rio São Francisco por causa da Transposição em Cabrobó, o trabalho da Codevasf é muito pouco divulgado por aqui, apesar de haver um trabalho intenso. Agora acho importante o aumento da hidrovia, somente um navio de grande porte passa por aqui e ele sai de Juazeiro (BA) até Ibotirama (BA), o transito de embarcações poderia ser melhor aproveitado por essa hidrovia.

Observador
Observador
12 anos atrás

Pois é.

Talvez não sejamos incompetentes para trabalhar em nossos rios, mas nossas “otoridadis” são bem incompetentes no planejamento do uso deles.

Eles tinham que estudar o Rio Reno na Europa, um rio comparável ao Velho Chico. É barco para cima e para baixo o tempo todo. Carga e passageiros. Dá gosto de ver.

Mas quando vão para Europa ou é para fazer turismo com a família ou é para fazer festa com a(s) amante(s).

Tudo com o nosso dinheiro, é lógico.

Aqui, nos nossos rios navegáveis se fez (e ainda se faz) várias hidrelétricas sem as indispensáveis eclusas. Daí, o que custaria uma fração a mais na obra toda para ser feito, fica com um custo proibitivo para arrumar depois.

Vejam o blog: http://ossamisakamori.blogspot.com.br/2012/04/brasil-nao-ha-trasnporte-fluvial.html

E então dá-lhe caminhão na estrada, dá-lhe estradas esburacadas que não se dá conta de arrumar, dá-lhe filas, dá-lhe frete caro, dá-lhe acidentes, dá-lhe mortes…