China e Rússia fortalecem aliança e ampliam influência

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China e Rússia comprometeram-se nesta quarta-feira em Pequim a reforçar sua associação estratégica, atuando de forma conjunta sobre Síria e Irã, onde se opõem a uma intervenção militar estrangeira, e ampliando sua influência no Afeganistão antes da retirada da Otan.

Moscou e Pequim se posicionaram “contra o recurso à força militar ou a ameaça de um recurso à força contra o Irã, e não aprovam a adoção de sanções unilaterais” contra os iranianos, segundo um comunicado conjunto entre China e Rússia.

Rússia e China pediram a manutenção das negociações tendo em vista encontrar uma solução diplomática em relação ao controverso programa nuclear do Irã, sempre segundo este documento.

As duas potências advertem também que a confrontação persistente em relação ao Irã “pode ter consequências negativas não apenas para os países da região, como para toda a comunidade internacional”, sobretudo levando-se em consideração a instabilidade geral no Afeganistão, no Oriente Médio e no norte da África.

Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, declarou ao presidente iraniano que a China se opõe à aquisição de armamento nuclear por qualquer país do Oriente Médio.

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, que se encontra no Peru, acusou os Ocidentais de desperdiçarem o tempo das negociações nucleares ao se oporem a encontros preparatórios antes da reunião de Moscou, em 18 e 19 de junho, segundo o site do governo iraniano.

O Irã “duvida da vontade” das grandes potências de chegar a um acordo sobre a questão nuclear nas próximas negociações em Moscou, segundo o negociador iraniano Said Jalili, citado na quarta-feira pela agência oficial Irna.

Por outro lado, Moscou e Pequim, os principais aliados do regime de Damasco, prometeram coordenar suas ações em relação à Síria, sobretudo para aplicar o plano do enviado especial da ONU, Kofi Annan.

“Rússia e China se opuseram categoricamente às tentativas de resolver a crise na Síria mediante uma intervenção militar estrangeira, assim como às tentativas de impor uma mudança de governo”, completa o comunicado conjunto divulgado no fim da visita à capital chinesa feita pelo presidente russo, Vladimir Putin.

Uma queda do regime do presidente Bashar al-Assad, que mantém seu poder em Damasco por meio de uma repressão implacável, poderá conduzir a região a uma catástrofe, afirmou o ministro russo de Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

Lavrov também fez um apelo por uma nova conferência sobre a Síria reunindo os países ou as organizações internacionais “que realmente têm influência sobre os diferentes grupos opositores” sírios, como Turquia, Irã, Liga Árabe, União Europeia e os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, manifestou nesta quarta-feira suas reservas sobre a proposta russa de receber uma nova conferência internacional sobre a Síria da qual o Irã também participaria.

“É difícil imaginar convidar um país (Irã) que organiza os ataques do regime (do presidente sírio Bashar al) Assad contra sua população”, declarou Hillary no fim de uma visita ao Azerbaijão.

Vladimir Putin participou de encontros com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e com o vice-presidente Xi Jinping, muito provavelmente futuro número um da China.

“Fortalecer nossa associação estratégica corresponde não apenas aos interesses vitais de nossos dois países, como tem importância crucial para a paz e a estabilidade no mundo”, afirmou por sua vez Wen Jiabao.

Suas conversas ocorreram paralelamente à cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), às quais foram convidados o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, e seu colega afegão, Hamid Karzai.

China e Rússia são as duas grandes potências fronteiriças da Ásia Central, uma região estratégica e rica em hidrocarbonetos. A OCS é formada por Rússia, China e quatro ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central: Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Quirguistão.

O Irã é um dos quatro países que têm o estatuto de observador na OCS e se espera que o Afeganistão obtenha o posto de país observador durante esta cúpula, que terminará na quinta-feira.

FONTE: JB

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