(Jorge Castro – Clarín) 1. O governo chinês reconhece esta tendência e diminuiu por duas vezes suas previsões de crescimento em 2012, levando-os a 7,5% e 7% no ano (entre 2000 e 2008 foi de11% ao ano, com um pico de 13% em 2007).

2. O Banco Mundial prevê que em 20 anos a taxa de crescimento passará de 10% para 5% ao ano. Tudo indica, em suma, que a forma de crescimento dos últimos 30 anos (exportações +aumento sistemático do investimento) esgotou seu potencial, e que a desaceleração atual não tem um caráter cíclico, mas estrutural.

3. O problema é o curto e médio prazo, cheio de incertezas, especialmente para os exportadores de matérias-primas, como são todos os países da América do Sul. Em longo prazo a mudança é nítida; tem a força bruta da certeza e se assimila a óbvia comprovação da realidade.

4. A desaceleração da economia chinesa significa que os grandes exportadores de minérios (Austrália, Brasil, Chile, Peru, entre outros) dificilmente vão receber nos próximos 10 anos os benefícios de um superciclo de matérias-primas tão intenso quanto o da última década. Entre 2000 e 2010, as importações chinesas de minério de ferro aumentaram 42,5 vezes; as de carvão, 248 vezes; e as de cobre, 16,2 vezes.

5. O índice de matérias primas caiu 12% em abril, em comparação com o primeiro trimestre. O minério de ferro e o carvão tiveram as maiores quedas (12% em Abril).

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Corsario137
Corsario137
12 anos atrás

Calma, calma, calma, não criemos cânico!

A China está desacelerando? Sim, está.

Mas…

Crescer, digamos 7% sobre o PIB atual é menos do que crescer 10 ou 11% sobre o PIB de 10 anos atrás?

A China é um gigante que desacelera mas não freia. A economia mundial não é uma constante nem uma variável aleatória mas uma curva que hora sobe, hora desce.

A China é a “fábrica do mundo” e o mundo está consumindo menos desde 2008. Foram necessários quase 4 anos para a máquina sentir a desaceleração e ainda assim, queria o resto do mundo dar uma desacelerada dessas.

É simplesmente a boa e velha “mão invisível” de Adam Smith operando. A crise atual, filha da crise de 2008, desmontou ativos e países podres, trazendo a economia para um patamar menos fictício e mais real. Nesse mundo real existe menos dinheiro, o que significa menos consumo e conseqüentemente menor produção. É um conjunto sem fim de curvas movendo-se rumo a realidade: consumo, produção, preço das matérias primas…

Momentos como esses são de enorme oportunidade, tanto para governos quanto para indivíduos.

Vejamos o nosso caso: com a produção industrial a todo vapor pressionando a inflação não havia espaço para uma redução significativa dos juros. Enquanto amargamos esse crescimento pífio reduzimos a selic e importantes investimentos, principalmente da iniciativa privada, vão se concretizando e se transformando em capacidade instalada, permitindo assim que não precisemos retornar ao nível passado de juros quando a economia reaquecer.

Para os indivíduos, além dos juros menores para redução do individamento, surgem oportunidades de consumo (como a compra de automóvel subsidiada) e aumento de patrimônio através do debilitado mercado de ações. Resumindo: agora é a hora de comprar!