Oscar Santamaria, ex-chanceler de El Salvador, na reunião UPLA-FLC/DEM/FHS/AL, dia 24 de abril.

1. As gangues da América Central –MARAS E SAVATRUCHAS- tornaram-se extremamente violentas e de difícil combate com a experiência desenvolvida em Los Angeles. Aprenderam a enfrentar a polícia dos EUA e quando são deportados para El Salvador, Guatemala…, sua tarefa é facilitada com policias muito menos adestradas. Seu “negócio”, por muitos anos, foi a extorsão. Nos últimos anos passaram a se associar também ao tráfico de drogas –nos EUA e nos corredores da América Central junto aos cartéis mexicanos.

2. Os homicídios em El Salvador alcançaram, até 2011, uma taxa de 70 a 75 por cem mil habitantes. Algo como 14 a 16 por dia. Os maiores índices da América da Latina.

3. Em 2012, emissários da Igreja contataram os chefes dessas gangues –assassinos brutais- e em nome do governo propuseram um acordo que permitisse reduzir o número de homicídios sem interferir nas ações delituosas dessas gangues.

4. Os chefes dessas gangues –presos em penitenciárias de máxima segurança- sem contato com o ambiente externo, aceitaram negociar. A proposta deles aos emissários foi transferi-los de presídios de segurança máxima, para presídios comuns, com direito a acesso de visitas, acesso da imprensa, e podendo receber o que os presos dali podem como rádio, TV, comida de fora… Passaram a ser entrevistados em matérias de destaque contando os seus “feitos”… E prometeram que não fugiriam, mantendo-se voluntariamente presos. E até aqui, assim foi. Mas sem alterar o objeto de sua prática delinquencial.

5. As ordens sobre ação com assassinatos, uso de sicários, etc., foi transmitida a suas gangues. Nos últimos dois meses o número de homicídios foi reduzido em 2/3, passando daqueles 14 a 16 por dia, para 4 a 6 por dia, vale dizer passando de 75 por cem mil habitantes para 25 por cem mil habitantes.

6. Os números são mostrados como um sucesso. Mas quanto aos crimes de extorsão e apoio ao tráfico de drogas e cartéis mexicanos, nada mudou. Policiais, intelectuais e muitas pessoas estão perplexas com o acordo. É como se tenha ocorrido uma troca: liberdade para delinquir desde que com um muito menor recurso a mortes violentas. Até quando?

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