Dois importantes generais falam sobre América Latina, Brasil e Estratégia

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1. Reunião da UPLA-FLC/DEM-FHS/AL-FAES/PP/ES em S. Paulo dias 23-24 de abril. General (r) Juan Emilio Cheyre –ex-comandante do exército chileno e, hoje, Diretor do Centro de Estudos Internacionais da PUC-Chile, e General (r) Sergio Conforto –ex-comandante dos exércitos do sudeste e centro-oeste do Brasil, ex-ministro do STM e, hoje, professor de estratégia da FAAP-SP.

2. Gen. Cheyre.

2.1. Há matizes na politica exterior do Brasil e sua ação externa. Uma coisa é ter porte de potência e outra coisa é exercer este poder. Brasil aspira ser potência marcando diferenças com EUA e UE. Atuação internacional dos Países depende das condições internas além das externas.

2.2. BRICs. Afinal, o que os une além do tamanho? China e Brasil têm objetivos contrapostos. EUA desistiu de ser guardião do mundo. Quer parceiros regionais. Mas não é suficientemente coincidente com Brasil. América Latina não é realidade única. Há forças assimétricas e dissociativas. Há muitos pactos, tratados e convênios na região. Mas não se complementam, como Unasur e Pacto do Pacífico (Chile, Peru, Colômbia e México).

2.3. AL é única região em que não há guerra. Mas é onde a criminalidade é a maior pelo narcotráfico. Brasil: indefinição sobre combate ao tráfico. Brasil, agora com Dilma, tende a se preocupar mais com seus problemas internos. Fatores internos dos países são básicos para sua ação externa: qualidade das instituições, criminalidade, facilidade para fazer negócios, competitividade, pobreza e diferenças, etc. É um fator de poder. Brasil –por isso- não tem como exercer internacionalmente, o poder potencial que tem. Há, também, que pagar por este exercício de poder.

2.4. Na AL, Brasil tanto joga na ALBA como fora dela. China vota pouco no CS-ONU. Países da África votam pela China. Presença na África (e na AL) é preocupante. Interesse da China na África é que não há Estado de Direito.

3. General Sergio Conforto.

3.1. Fronteira terrestre do Brasil é 40% da circunferência do Equador e marítima é a distância Santos-Lisboa. Inteligência Militar: não apenas ter informações, mas convencer potenciais adversários que não valem a pena confrontos. O debate nacional sobre Defesa foi aberto em dezembro de 2008: “A Nova Defesa do Brasil” com planejamento para 20 anos. Exército se concentra na questão cibernética, Marinha na questão nuclear e Aeronáutica na questão espacial.

3.2. Mas, para isso, além dos 0,8% do PIB que as FFAAs gastam atualmente, há que se agregar mais 2,5% do PIB todo ano daqui até lá. Pré-Sal é foco da Marinha como defesa, afinal é uma Amazônia Azul pela área e pelos interesses que desperta. Brasil precisa controlar todo o Ciclo Nuclear até 20% de enriquecimento para produção de energia. Uma segunda esquadra na embocadura do rio Amazonas, completar efetivo do exército que está menor que o da lei, criar uma cortina eletrônica no oeste (tráfico de armas e drogas). Há 16 anos que Brasil discute que tipo de avião-caça comprar.

3.3. Plantação de Maconha no Paraguai tem 100 km de extensão. É plantada em bosques para encobrir. Cocaína na Bolívia com fronteiras abertas ao tráfico. Brasileiros controlam um e outro caso.

FONTE: Ex-Blog do Cesar Maia

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