Cerca de 500 grevistas e manifestantes se reúnem no centro de Salvador para discutir próximas ações. Grupo realiza assembleia às 17h

 

A desocupação da Assembleia Legislativa da Bahia feita pelos policiais militares grevistas, nesta manhã de quinta-feira, não significou o fim do movimento. Os manifestantes que deixaram o prédio estão reunidos neste momento no centro de Salvador, em um ginásio de esportes na Ladeira dos Aflitos, onde discutem as próximas ações. Cerca de 500 pessoas participam da reunião.

Os alimentos que estavam estocados na Assembleia foram levados para o ginásio. Neste momento, eles recebem ainda mais mantimentos como pães e macarrão. Há pouco, os policiais cantaram o grito que acompanha o grupo desde a deflagração da greve, no dia 31 de janeiro: “A PM parou”.

Além disso, o movimento pode ser ampliado com a possível adesão dos oficiais. O grupo se reúne em assembleia às 17h. Neste momento, dirigentes de quatro associações que vêm negociando com o governo estão reunidos com representantes dos oficiais para definir as atividades seguintes.

Nesta manhã, saíram do prédio 245 policiais grevistas e não havia crianças entre os manifestantes, de acordo com o tenente-coronel Márcio Cunha, responsável pela comunicação da operação. Todos passaram por uma vistoria do Exército antes de deixar o local. Após a saída, o Exército iniciou uma varredura. Ainda restam oito mandados de prisão a ser cumpridos. Ao sair do prédio, os policiais que não tinham prisão decretada foram embora em seus próprios carros.

O governo do Estado ainda não se pronunciou sobre o assunto. O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo (PDT), aliado do governador Jaques Wagner, comemorou a saída dos manifestantes do prédio. “Felizmente não houve o derramamento de uma gota de sangue. Tenho a consciência limpa. Se eu não tivesse pedido o prédio, eles estariam até agora”, disse o deputado que no domingo chegou a fazer um ultimato para que os grevistas deixassem o prédio até a meia-noite.

Rendição

A saída dos grevistas era esperada nesta madrugada em Salvador. A informação de que Marco Prisco, um dos líderes da greve, ia se entregar hoje foi confirmada, por volta das 2h, por seu advogado Rogério Andrade. Com isso, durante toda a madrugada, a movimentação foi intensa no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Os dois líderes do movimento que tiveram a prisão decretada pela Justiça, Prisco e Antônio Paulo Angelini, foram presos e pediram para sair pelos fundos do prédio.

Segundo Andrade, Prisco decidiu se entregar para facilitar negociações, por isso nem todos encaram essa rendição como sendo o fim da greve. “Ele está fazendo o que qualquer homem sensato faria para garantir a segurança das pessoas e também para alcançar os objetivos da greve”.

“Já que o governo do Estado colocou a sua prisão como condição para retomar as negociações”, assinalou o advogado. Prisco se entregou horas depois de o Jornal Nacional, da Rede Globo, revelar áudio com conversa que o comprometeu.

FONTE: iG/*com Agência Brasil e reportagem de Cintia Kelly, especial para o iG, em Salvador

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