Epidemia de Snipers
O uso dos snipers (caçador no EB) pelas forças americanas vem aumentando vertiginosamente. Um sniper dos Seals conseguiu a marca de 160 kills confirmados (e 95 não confirmados). A maioria foi conseguida em quatro tours no Iraque. O recorde anterior era de 109 no Vietnã.
Os snipers estão sendo usados de forma mais agressiva na última década assim como as táticas de infantaria tem mudado bastante. A ênfase vem sendo disparar poucos tiros e com muito mais precisão com vinham operando as forças de elite com as Special Forces e Seals. A oportunidade de treinar tiro vem sendo aumentando em todas as tropas, além do uso de novas armas, equipamentos, táticas e treinamento especializado. O uso de simuladores de tiro está permitindo que as tropas disparem tiros virtuais em cenários realistas sem muitos gastos e sem a perda de tempo de um estande de tiro.
O uso dos snipers também está aumentando. Atualmente, cerca de 10% das tropas de infantaria americana são treinadas e equipadas como snipers. Os comandantes tem usado as duplas de snipers para inteligência e também para disparo de precisão. Os snipers são melhores para encontrar e matar o inimigo, com pouco barulho. Novas miras de fuzil tem permitido que os infantes consigam disparar com precisão e acertar com um único tiro. Com o inimigo usando civis como cobertura, o uso dos snipers ficou mais interessante para evitar baixas civis.
Novas armas também estão fazendo diferença. Munição de maior calibre como a Lapua Magnum vem permitindo atingir alvos a distâncias maiores. O novo fuzil M110 SASS (Semi-Automatic Sniper System) foi um grande avanço substituindo boa parte dos fuzis M24. Um silenciador diminuiu o barulho e a fumaça dos disparos, evitando denunciar a posição dos snipers.
Desde a Segunda Guerra que os snipers perceberam que havia situações onde era melhor ter um fuzil semi-automático. Somente com o M110 as tropas resolveram o problema da precisão. Antes os snipers usavam o fuzil automático M-14, mas não foi projetado para tiro de precisão. O resultado final foi a mudança na aparência (menos tiros randômicos) e a sensação (as tropas americanas parecem ter mais controle) do campo de batalha. Detectar o inimigo ficou mais fácil. O inimigo dispara automático enquanto os americanos disparam um tiro de cada vez, e são os últimos a disparar.
Fonte: Strategypage
A quantidade de snipers deve estar aumentando, mas o que realmente deve estar aumentando é a quantidade de “designated marksman”, como o da foto.
Embora parecidos, são diferentes, tanto no modo de agir, no de vestir e no equipamento.
@Bosco Jr, falou bem, é isso mesmo!
O Conceito do DM (Designated Marksman) não é usado no Exército Brasileiro, acho que por isso ocorreu esse problema no artigo. O que seria mais próximo do DMR aqui no EB seria o “Atirador de Pelotão” oque também não é correto pois o Atirador de Pelotão não possuiu uma arma diferenciada para tiros de precisão.
A arma do DM, chamada de “DMR” (Designated Marksman Rifle) tem o funcionamento semi-automático e possui dispositivo ótico (luneta) acoplado, tendo em vista que o DM irá atuar junto a unidade, normalmente contra alvos em movimento aonde nem sempre ele poderá contar com a furtividade da operação do Sniper.
Mas não pense que uma arma DMR é apenas um fuzil com bipé e uma luneta e acoplada. Normalmente essas armas passam por modificações para melhorar a performance do disparo, como por exemplo o uso de canos mais pesados. As armas mais usadas para esse conceito são a M14 (principalmente na versão EBR) e M110 ambos no calibre 7,62x51mm NATO para alvos até 1.000m e em algumas unidades (101º e 82º) também é usado o M16, no calibre 5,56x45mm, para alvos até 500m.
O DM atua também para suprir a necessidade do pelotão e dependendo do tipo de missão ele pode usar uma M16 com lançador de granadas acoplado ou até mesmo uma M249 para suprir fogo.
Esse assunto merece uma matéria! rss
Aproveitando, eu queria agradecer ao G-Lock pela linda foto dos DM da 82º Airborne equipado com o M110.
Abração
Amigos,
Na verdade o assunto e mais complicado do o artigo da a impressao.
O conceito de DM se originou no inicio da Guerra Contra o Terror, quando as forcas convencionais nao contavam com miras como as ACOGs (todos se lembram da diferenca do equipamento individual na invasao do Afeganistao e do Iraque e o que ha hoje). Alias houveram tres fases distintas do nivel de equipamnto individual do infante americano desde 2001. Uma entre 2001 a 2004, outra de 2005 ate 2010, e finalmente uma que ocorre ate hoje.
Essas fases viram a introducao desde melhores acessorios para o armamento, ate melhores trajes de protecao individual contra o clima e fogo.
Sendo assim, nunca houve um aumento nos batalhoes de infantaria no numero de “snipers” (termo usado demasiadamente muito brando no meio civil) – ou seja nunca houve um aumento no numero de posicoes (“billets”” de snipers na infantaria e nem tao pouco no SOCOM.
O que esta ocorrendo e que na verdade sempre houve e uma falta de reais “snipers” (termo usado pelo US Army, ao contrario de “scout/sniper”, ja usado pelo USMC, e de minha opiniao de melhor descricao do real papel desse militar) ocupando as posicoes (billets) que sempre existiram. Ou seja para as cerca de 20 posicoes de “snipers” em um batalhao de infantaria do USMC por exemplo, nunca havia mais do que 6-8 reais snipers graduados da escola de scout/snipers devido a atricao, aposentadorias e falta de mais cursos no ano para cobrir tal lacuna.
Entao o que tem ocorrido hoje e um maior esforco em preencher essas posicoes que sempre existiram mas que invariavelmente iam sem estar preenchidas.
Ou seja, ao contrario do que a noticia da parecer, nao ha uma “explosao” ou “epidemia” de snipers. Seus numeros nao tem crescido em relativa comparacao com o resto da infantaria ou das forcas de operacoes especiais. A enfase tem sido apenas em finalmente preencher posicoes que sempre estiveram vazias e em ter mais numeros de militares graduados como sniper mesmo que esta nao seja sua posicao primaria dentro de uma unidade de operacoes especiais (cross-training).
Vale lembrar que o tiro de precisao e a enfase em “marksmanship” ja existia no USMC desde sua criacao. Marines ja eram conhecidos por maior enfase em marksmanship do que o Army desde a 1GM quando atingiam alemaes a 800m com seus Springfield 1903s em Belleau Wood. Nao e a toa que exista o slogan – “Every Marine is first and foremost a Rifleman”. Entao nao e recente a enfase em tiro de precisao, pelo contrario, ele sempre foi.
O artigo esta correto quando afirma que em cenarios urbanos de contra-insurgencia, o tiro preciso se torna ainda mais valioso por obvias razoes.
Semper Fidelis!
Esqueci de dizer que ate mesmo o conceito de DM ja praticamente nao existe mais como no inicio da Guerra Contra o Terror.
Hoje temos que distinguir entre a posicao (billet) de “Designated Marksman” e o papel/funcao (role) do mesmo.
Hoje, salve algumas unidades com missoes especificas, nao existe mais a posicao de DM em um batalhao. Hoje existe apenas a funcao de DM, sendo geralmente exercida pelos melhores atiradores da equipe ou GC armados com miras de magnificacao.
E comun hoje que o lider do GC, ou um ou mais de seus lideres de “Fire Teams” exercam a funcao de DM; ja que as regras de engajamento no cenario urbano de contra-insurgencia sao conhecidamente restritas, muitas vezes o lider da fraccao de unidade prefere que somente ele ou outro militar de maior experiencia e maturidade, possa exercer a funcao de engajar alvos seletivos a maiores distancias.
Semper Fidelis!
Marine, o que mais me chamou atenção no artigo original é o treino das tropas comuns que estão usando táticas mais parecidas com os sniper, além do treino e equipamento. Dai mudei o título do artigo para epidemia.
Só para acrescentar, no Exército Brasileiro, desde que começou, ou recomeçou, o interesse do EB em dotar seus batalhões de infantaria, a atividade de “coleta de informações” exercida por caçadores sempre fez parte da doutrina. No curso/estágio de caçadores, existe uma fase em que eles são colocados em determinada posição e uma tropa com veículos motorizados é deslocada a uma grande distância. Na volta (debriefing) da missão, o estagiário tem que descrever as quantidades e tipos de tropas e veículos visualizados. Eles também são colocados em ambientes escuros onde são colocados sobre o chão diversos objetos. A luz é acesa por poucos segundos e novamente apagada. Eles são retirados do local e precisam fazer um relatório descrevendo, com maior precisão possível, os tipos e quantidades de objetos, que podem ser armas, munições, rações de campanha e outros itens.
G-LOC,
Eu nao li o artigo original, mas se ele se refere a ainda maior enfase em disparos precisos, eu concordo que sempre existira uma demanda cada vez maior por maior precisao. Claro que devido a regras de engajamento atuais, ate ao menor gasto de municao e logistica.
Nautilus,
Tal treinamento e comum em tropas de reconhecimento, sendo aqui conhecidas como “KIM Games” – Keep in Memory. Eu mesmo tive que realiza-las quando fiz o Recon “indocrination”.
Sds!