Estados do Golfo preparados para uma indesejada guerra EUA-Irã
DUBAI, 6 Jan 2012 (AFP) -Os Estados árabes que estão apenas a poucos quilômetros do Golfo do Irã estão observando, tensos, as perspectivas de uma guerra entre Teerã e o Ocidente, um conflito que nenhum deles deseja e que todos sabem que poderá arruinar suas economias.
Esse temor real está levando os Estados ricos em petróleo a aumentar suas defesas enquanto esperam que a diplomacia possa prevalecer nas ambições regionais de Teerã e colocar um fim a seu preocupante programa nuclear.
“Nenhum Estado do Golfo quer a guerra, mas todos estão se preparando para a possibilidade que isso possa acontecer”, afirmou disse o analista militar Riad Kahwaji.
A tensão aumenta enquanto o Ocidente continua pressionando Teerã sobre seu programa nuclear e a União Europeia ameaça uma proibição total das importações de petróleo iraniano.
O Irã ameaçou fechar o estratégico Estreito do Ormuz – que liga o Golfo ao Mar Arábico e por onde passam 20% do petróleo mundial transportado pelo mar – se as vendas de petróleo forem bloqueadas.
Os Estados Unidos, cuja Quinta Frota da marinha está baseada no Estado do Golfo de Bahrein, que está presente militarmente em um certo número de outros países, o que levou Teerã a dizer que não vai tolerar qualquer movimento.
Esses leais aliados de Washington serão empurrados para uma guerra com o Irã se Teerã os atacar, explica Kahwaji, que dirige o Instituto para o Oriente Médio e Análise Militar do Golfo (Inegma) com sede em Dubai.
“O relógio está correndo e nós no Golfo não temos controle sobre isso”, acrescentou o analista político kuwaitiano Sami al-Faraj em relação a um possível ataque israelense e americano contra o Irã.
Muitas vezes no passado, o Irã alertou que atacaria as instalações militares americanas nos Estados do Golfo Árabe no caso de guerra.
Além da Quinta Frota, Qatar hospeda o Comando Central dos EUA, há cerca de 23 mil tropas americanas no Kuwait e cerca de 2 mil tropas militares dos EUA nos Emirados Árabes Unidos.
O site “Mashreq”, alinhado com as Guardas Revolucionárias do Irã, disse que os alvos no Golfo já foram escolhidos, de acordo com o jornal pan-árabe Al-Hayat.
O primeiro-ministro catariano, o xeque Hamad bin Jassem Al-Thani, cujo país tentou, no passado, reduzir as lacunas entre Teerã e as nações do Golfo, disse que estas devem contribuir para resolver a crise.
“Eu acredito que todos nós temos um interesse em que não haja conflitos no Golfo”, disse ele recentemente, acrescentando que os Estados do Golfo estão “naturalmente preocupados” com o aumento da tensão EUA-Irã.
“Já vivemos conflitos militares e todos nós sabemos que não há vencedor nesses conflitos, especialmente para os países ao redor do Golfo”, disse ele.
Além das ameaças externas, os Estados do Golfo têm que lidar com a ameaça das famosas células adormecidas que, suspeita-se, o Irã está espalhando pela região.
“Ouvimos falar em medidas preventivas em muitos países para lidar das células adormecidas do Irã”, disse Kahwaji.
O desejo de evitar a guerra está acompanhado de outro, de conter a influência regional do Irã.
“Há agora duas posições no Golfo”, disse Faraj. “Uma rejeita completamente recorrer à guerra a menos que seja imposta”.
“A segunda vê a necessidade de conter a interferência iraniana na Síria, Iraque, Líbano, Iêmen e Sudão e está ventilando a tensão sectária (no Golfo), apesar de não necessariamente através dos conflitos armados”.
A segunda corrente tem se “tornado mais forte” recentemente, acrescentou.
Faraj disse à AFP: “são os países do Golfo que sofrerão mais porque estamos ao alcance dos foguetes iranianos”, observando, junto com Kahwaji que eles têm instalações de petróleo estratégicas e centros financeiros e de negócios em suas costas, próximas ao Irã.
O maior terminal petrolífero da Arábia Saudita de Ras Tanura, por exemplo, em apenas 180 quilômetros distantes da costa do Irã. Abu Dhabi, outro importante produtor de petróleo está longe apenas 220 quilômetros.
Enquanto esperam, os Estados do Golfo estão aumentando as compras de material de defesa.
No mês passado, a Arábia Saudita assinou um acordo avaliado em US$ 29,4 bilhões para comprar 84 caças americanos F-15 e aprimorar outros 70 caças.
Pouco depois, um acordo de armamento de US$ 3,48 bilhões dos Emirados Árabes veio à tona, incluindo o avançado antimíssil Terminal High Altitude Area Defense System (Thaad).
Em 2011, os Estados Unidos e a Arábia Saudita anunciaram um acordo de US$ 1,7 bilhão para reforçar as baterias de mísseis Patriot, enquanto o Kuwait comprou 209 mísseis por US$ 900 milhões.
FONTE: AFP, via Terra
Gente! Se os EUA atacarem o Irã vai ser em um momento em que a opinião pública mundial de apoio total. Para isso os EUA esperam a deixa que o Irã logo vai dar. Nessa hora os EUA vão usar a boa e velha força bruta, bem mais que no Iraq, pois eles sabem que precisam dar uma paulada certeira que desmonte o Irã. Principalmente porque vão querer fazer a China se borrar. Eu acho isso uma pena, pois o Irã é um país com um cultura e lugares fantásticos que vão ser destruídos por culpa de uma Teocracia maluca e irresponsável.
Com o Irã na mão os EUA asseguram total controle da Ásia central, do pretróleo e ainda ficam cercam a China por completo.
Diego,
Se “ele”, antes de desenvolver nossas forças armadas insistir em pregar que a Argentina tem que ser arrasada e financiar grupos terroristas (homens bomba), tem que morrer sim.
Um país que financia “homens bomba” e sistematicamente diz que quer destruir um país reconhecido e legitimado pela comunidade internacional não é propriamente um país confiável aos olhos de quem manda no mundo hoje e que detêm arsenais nucleares.
E nem entro na questão da legitimidade das ações terroristas frente a um oponente mais forte já que não é questão de justiça, e sim de lei, além de “poder”, é claro.
O mundo é o que é e não o que idealizamos que seja. Infelizmente!
Além de sistema defensivos também é de se notar a aquisição de equipamentos eminentemente ofensivos, tais como os mísseis ATACMS.
Diego,
Os serviços de inteligência das potências mundiais (Rússia e China inclusive) interpretam o desenvolvimento de mísseis balísticos e de armas nucleares por parte do Irã igual um psicólogo interpreta a compra de armas de fogo por parte de um adolescente que invariavelmente anuncia na internet (face book, orkut, etc) que vai matar a todos no colégio, a mãe e o pai, o padeiro da esquina, etc.
Pode ser só brincadeirinha do inocente garoto, mas daí pra deixar ele comprar um penca de fuzis, espingardas e pistolas aí já é loucura de quem deixa.
O mundo e as nações vivem sob regras supranacionais, muitas vezes não escritas e não raro “tácitas”, iguais as que orientam o comportamento de uma cidade, de um estado ou mesmo de um indivíduo.
Infelizmente tais regras mais parecem com a “política do galinheiro”, onde algumas levam bicadas de todas e não bica ninguém e algumas poucas bicam em todas e não levam bicadas de ninguém.
O problema é que as galinhas no topo da pirâmide consideram “párias sociais” todas as galinhas que se acham no direito de burlarem a lei do galinheiro.
Ehh mundinho cão esse!!!
O “tem que morrer sim” foi apenas para não sair da linha de argumentação do Diego, onde ele ilustrou seu comentário com uma situação hipotética.
Não desejo que nenhum legítimo chefe de Estado de um país soberano deva morrer, principalmente o do Irã, que nunca fez nenhum mal ao meu país e muito menos a mim e pelo que sei está imbuído de boas intenções para com o seu povo e age de acordo com suas convicções, embora reconheça que estas podem colidir com as convicções de outros povos e governantes igualmente bem intencionados.
De acordo com a constituição americana os EUA só podem atacar se atacados, quem sabe por isso estejam passando porta aviões tão próximos.
AndreFerraz,
“De acordo com a constituição americana os EUA só podem atacar se atacados.”
Me mostra aonde na constituicao americana que se diz isso.
Como jesus disse a Pedro quem “Vive Pela Espada Pela Espada Perecerá” se o Irã quiser viver pela Espada seu destino será a Espada se os Estados unidos quiserem viver ou vivem pela espada pela espada perecerão, o Destino e só um pra duas nações.