O Exército anunciou ontem a construção do primeiro simulador de voo de helicóptero feito 100% no Brasil. A entidade agora estuda transferir a tecnologia para a polícia de diversos Estados, além da Marinha e da Aeronáutica. O projeto levou quatro anos para ser construído –em parceria com a empresa privada Spectra – e consumiu ao menos R$ 4 milhões.

É o primeiro equipamento do tipo a ser feito na América Latina. Trata-se de uma grande esfera que imita a cabine de um helicóptero e se movimenta imitando as manobras da aeronave. As imagens projetadas em seu interior são baseadas em fotos do território brasileiro e os movimentos do helicóptero em modelos matemáticos feitos pela Aeronáutica.

Ele permite tanto o treinamento de pilotos novatos como a simulação de missões de ataque ou de salvamento reais –poucas horas antes delas acontecerem. Isso ajuda os comandantes a decidirem se a ação planejada é viável e também a acostumar o piloto ao local onde serão realizadas.

São simulados, por exemplo, ataques com foguetes e metralhadoras contra inimigos em terra ou outros helicópteros, ou ainda pousos em locais difíceis durante missões de ajuda humanitária, tal como em enchentes.

Segundo o Exército, o projeto reduz custos. “A hora de voo de treinamento custa R$ 3.000. A do simulador sairá por R$ 300”, disse o general Eduardo Diniz, do Comando de Aviação do Exército. O simulador serve para treinar pilotos de helicóptero do modelo Esquilo (o Exército tem 36 deles), um tipo de aeronave largamente utilizado também por polícias militares e civis em diversos Estados.

“Há interesse do Exército em compartilhar essas tecnologias, oferecer condições para que as outras forças e órgãos ligados à defesa e à segurança pública possam usufruir desses desenvolvimentos”, disse o general Sinclair Mayer, responsável pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.

O equipamento também deve ser adaptado ao treinamento de pilotos de outros tipos de helicópteros usados pelo Exército.

Segundo a empresa Spectra, a tecnologia base desenvolvida pode ser usada para criar simuladores de combate com fuzil, tanto para militares quanto para policiais.

FONTE: Folha.com / FOTO: Moacyr Lopes Junior/Folhapress

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dario_avalosf
dario_avalosf
13 anos atrás

Excelente notícia para o final de ano! Redução de custo na esfera militar como também na civil. O grupo precisa pensar logo em vender serviços para com o $$ reinvestir em melhorias e novas tecnologias. Isso é só o começo. Como engenheiro e PPH, estou super feliz e orgulhoso. Parabéns ao Time do Projeto!

P.S: Na minha humilde opinião, vale ao grupo o recebimento de uma condecoração do Governo Federal. Também, o Exército precisa ” vender o peixe ” para a sociedade civil para demonstrar as vantagens de se investir nas FA’s. ( É a estória da galinha e da ema. O ovo da ema é enorme. Mas, quem grita e se faz saber que botou, é a galinha! )

dario_avalosf
dario_avalosf
12 anos atrás

Conversei com alguns servidores federais, que são ex-militares e todos foram unanimes: o EB é a F que melhor investe seus poucos recursos e tem o melhor melhor retorno. Depois, vem a MB e a FAB. Parabéns!