Exército e Marinha apresentam demandas à indústria da defesa

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Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Exército e a Marinha apresentaram a representantes da indústria de defesa o perfil de equipamentos e serviços que pretendem adquirir até meados deste século. Os oficiais das duas Forças Armadas falaram durante a abertura da Conferência Anual de Defesa que começou hoje (17).

A lista inclui mais de 20 submarinos – seis deles, nucleares – navios de diversos tipos e aeronaves. Só de aeronaves de interceptação e ataque serão 48, até 2047. Três tipos de navios patrulha também estão na lista. Ao todo serão 62 compras desse tipo de embarcação até 2030. Há ainda helicópteros, serviços e tecnologias das mais diversas áreas e outros equipamentos.

“Nosso plano é bastante ambicioso. Não se pode almejar a aquisição de tudo, mas priorizaremos o grupo de navios previsto no pacote do Programa de Obtenção de Meios de Superfície [ProSuper]”, disse o coordenador do Programa de Reaparelhamento e diretor geral de Material da Marinha Brasileira, contra-almirate Rodolfo Henrique de Saboia.

O representante da Marinha falou sobre a Estratégia de Defesa Nacional até 2030, que pretende reorganizar as Forças Armadas e a indústria nacional de material de defesa, além de melhor compor o efetivo militar, com profissionais familiarizados a tecnologias de ponta.

“Já temos propostas comerciais da Itália, Alemanha, Espanha, Holanda, Coreia do Sul e do Reino Unido”, adiantou Saboia. “Claro que todas as compras pretendidas têm como premissa a transferência de tecnologia”, acrescentou. “Só com o programa de submarino temos a expectativa de gerar cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos”.

O oficial citou também alguns objetivos pretendidos pelo Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul, destinado a monitorar e controlar o espaço aéreo e marítimo brasileiro. “É uma oportunidade de recuperarmos e incentivarmos o crescimento da base industrial instalada, e de elevar o investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação em nosso país, por meio da ampliação do fornecimento às forças Armadas”, concluiu o militar. A exportação desse tipo de material, disse o militar, também poderá ser beneficiada.

O general de brigada Walmir Almada Schneider , da 7ª subchefia do Estado Maior do Exército apontou as aquisições pretendidas pelo Exército. “Temos de estar na fronteira dos conhecimentos relativos a quatro áreas: nanotecnologia, robótica, inteligência artificial e fusão de dados. Essa é uma realidade desafiadora vivida por todos os exércitos do mundo”.

Para Schneider, o aspecto humano é fundamental para o melhor proveito das tecnologias, principalmente do setor cibernético. “Queremos jovens com consciência situacional, capazes de assimilar com maior facilidade as tecnologias, porque a revisão do perfil dos nossos militares é contínua”, disse ao reforçar o peso que a informação terá para o “soldado do futuro” e para as suas condicionantes, em meio a fatores como a possibilidade de guerras cibernéticas. A Conferência Anual de Defesa termina na quarta-feira (19). (Edição: Rivadavia Severo)

FONTE: Agência Brasil

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Almeida
Almeida
13 anos atrás

HAHAHAHAHAHAHAHAHAA!!!

A FAB está há 12 anos tentando comprar 12, depois 36, caças e não consegue, mas a MB acha que vai comprar 48 caças ALÉM DE 20 (vinte!) submarinos sendo 6 (seis!) nucleares e mais 62 navios patrulha.

Sério, ao fazer um anúncio como esse eles só perdem apoio popular, dado o vulto de tais aspirações megalomaníacas e desnecessárias! A MB não consegue nem mandar UMA FRAGATA pra uma operação em conjunto fora do país sem um gasto especial! Absurdo!

Desçam do palco almirantes, vocês não estão na US Navy. Nem mesmo na RN. Aliás, nem mesmo na Armada Chilena.

carlosserrat
carlosserrat
13 anos atrás

As demandas das Forças Armadas brasileiras são coerentes com a estatura político-estratégica de um país chamado Brasil. O problema maior está na falta de visão, conhecimento e interesse de políticos e decisores em assuntos relacionados à defesa. Enquanto os militares colocam os seus objetivos na altura do teto os governantes colocam os seus objetivos no rodapé. Entre esses dois mundos há um abismo colossal, fazendo do Brasil um gigante com pés de barro.