Sistema de Proteção de Face BATLSKIN MHPS
A Revision Military mostrou seu novo sistema de proteção balístico para capacete, visor e protetor mandibular BATLSKIN Modular Head Protection System (MHPS). O BATLSKIN MHPS vem sendo desenvolvido por três anos após a empresa receber um contrato do US Amry. O MHPS é instalado no capacete e fica parecido com um capacete de motocicleta.
O sistema ainda precisa ser testado em combate, ser integrado com outros sistemas como fones e microfontes, não atrapalhar a visão e nem a posição de tiro com a coronha no ombro. O conforto e o calor podem ser um problema em local quente.
[youtube http://www.youtube.com/watch?v=eS1B3y_4k8k&w=560&h=315]
Quem acompanha o blog das Forças Terrestres percebe como os equipamentos das “tropas do chão” estão mudando.
Por ser uma força mais “humana” e estar mais em contato com outros semelhantes, em especial as populações de regiões mais simples e remotas, será que transformando o soldado em um “robocop” não estamos afastando mais o militar destas pessoas?
Tecnologia é importante, mas colocar o soldado em contato com estas populações e conquistar corações e mentes deles não seria fundamental?
Poggio, permita pegar carona no seu post antes de me atrever a expressar minha opinião a partir da sua pergunta.
O blog do forte tem acertado em cheio nas últimas semanas ao acompanhar e postar com mais frequência a evolução dos equipamentos individuais. Muito se fala em “soldado do futuro” e o que vemos é, na realidade, uma mudança aparentemente lenta no campo de batalha no que se refere ao que o soldado carrega.
Entretanto, é nos posts que se chama atenção para o fato de a tecnologia empregada é, na realidade, quase invisível. Ela está no tecido do fardamento, no óculos de visão noturna, nos capacetes mais leves e resistentes, de armas menores, mais precisas, leves e robustas, na miniturização dos equipamentos de comunicação e da ampla utilização de meios tecnológicos integrados no campo de batalha, principalmente no esforço de atualização e difusão da idéia de consciência situacional.
Dito isso, passamos à nova fase de avanço do equipamento individual, que é a tentativa cada vez maior de integrar o soldado aos diversos meios tecnológicos disponíveis, fazendo dele não apenas a ponta da lança, mas também um fator sensorial, que possa fornecer à retaguarda informações cruciais e privilegiadas sobre o campo de batalha.
Associado aos equipamentos mais leves, resistentes e furtivos, a tecnologia empregada no desenvolvimento da consciência situacional multiplica a capacidade que o soldado tem de agredir e sobreviver.
As próximas gerações verão essa futura – para nós – tecnologia sedimentada, observando a integração tecnológica como algo comum, sendo, certamente, ultrapassado pela corrida em favor da utilização de trajes biomecânicos, no aumento da precisão e na diminuição do tamanho dos armamentos e, principalmente, da nanotecnologia e da guerra em redes.
Agora, aproveitando sua provocação, permita-me, finalmente, expressar minha reflexão sobre o tema:
Acredito, a partir do exposto acima, que esse é um caminho inevitável. Com o investimento em torno da evolução da menor e mais crucial peça do campo de batalha, o soldado, este será cada vez mais envolto de tecnologias sensíveis e parecerá cada vez mais com uma máquina de matar, absolutamente profissionalizada, de realizar missões e atingir objetivos.
A questão é que, num futuro próximo, enquanto houver batalha, o soldado do “primeiro mundo” carregará o máximo de tecnologia disponível, até que se estabeleçam os objetivos estratégicos traçados pelo comando. É a guerra de conquista. A partir daí, na fase de ocupação e manutenção do terreno, veremos, provavelmente, trajes e equipamentos mais simples, trazendo essa “humanidade” por você mesmo sugerida.
A guerra atual nos apresenta cenários com os quais os comandantes ainda não estão acostumados a trabalhar. Cada vez mais a batalha será travada de forma rápida e eficiente, ao mesmo tempo em que a ocupação será longa e demorada.
Dessa forma, é provável que veremos soldados profissionalizados e extretamente preparados, parecidos com o “robocop”, que atuarão em diversas fases da guerra, e soldados mais humanizados, treinados para atuarem como força policial, atuando a partir do momento em que os objetivos principais forem atingidos.
É no segundo ponto, na manutenção do território e na incapacidade de distinguir a atuação de uma força policial da de um exército regular profissionalizado, que eu, pelo que leio sobre o tema, acredito (e deixo claro que é opinião isenta e intransferível), que pecam as atuais forças de invasão.
E essa também poderá ser uma evolução sensível dos exércitos do futuro, que absolutamente nada tem a ver com a tecnologia empregada, mas sim com a necessidade de aproximação com a população do território conquistado.
Um grande abraço.
Ótimos comentários pessoal! Não tenho muito o que adicionar, vocês já disseram tudo.
Não pude deixar de lembrar de Crysis 2 ao assistir este vídeo! O lindo trailer da Nanosuit 2!
http://www.youtube.com/watch?v=fgrcMVY4NQk&feature=related
Abraço!
Aquela junta de plastico entre o capacete e a proteçao da mandibula: sou só eu, ou parece meio fragil?!
Os britanicos em 2006 quando foram a Helmand, Afeganistao, levavam uma placa de kevlar na região inferior do corpo, entre as pernas (ali mesmo!), justamente pra proteger as “crianças” de estilhaços. Porém como todo armamento se testa de verdade em combate, até o mais fraco IED, quando explodia acionado por pressão (quando o soldado pisava), causava a morte. Algum tempo depois, no livro Task Force Helmand, escrito por Doug Beatie MC, se relatou com precisão o que causava morte quando no entanto esperava-se algumas multilações. A placa de kevlar era impulsionada pela explosão do IED e impactava justamente contra a cabeça, de baixo para cima, destruindo a mandibula, ferindo letalmente o pescoço e finalmente, causando traumatismo craneano.
Excelente matéria e excelentes comentários.
Mas me pergunto até que ponto uma proteção dessas é imprescindível.
Bronco,
Excelente analise mas permita-me discordar em um pequeno ponto. E inviavel criar divisoes, brigadas ou grandes OMs voltadas unicas e exclusivamentes com soldados que realizam apenas operacoes de paz ou manutencao de paz em detrimento das habilidades de combate tradicionais do infante.
Vale lembrar que tropas voltadas para e com enfase nessa funcao de certa forma ja existem – Civil Affairs, sendo organizadas em pequenas unidades (algumas centenas) e possuindo especialistas em policiamento comunitario, contrucao civil, agricultura e muitas outras especialidades.
A tendencia no futuro e fazer com que todo infante receba treinamento e mairo enfase nessas acoes, da mesma forma que ele se prepara para combater em terrenos diferentes. Ele recebera treinamento cultural, liguistico, religioso e politico-social sobre o TO mas nao deixara de ser um infante tradicional por isso.
O necessario nao e criar um “corpo ou divisao de pacificadores” mas sim ampliar o numero e apoio as ja existente civil affairs, possibiliatndo que quando forem necessarios possam ser ampliados rapidamente e retornados aos seus numeros normais apos o conflito.
Do ponto de vista institucional, repetireir as palavras do Vice-Chairman do JCS, General Cartright:
“Um Marine nao e um bombeiro, carteiro ou social worker. Marines sao matadores, pura e simplismente.” Ou seja ele relembra a lideranca politica de que psicologicamente o militar (principalmente em unidades de elite) possui uma mentalidade de guerreiro e geralmente o que o levou a se alistar nao condiz com um desejo de fazer parte de uma organizacao que se foca simplismente em “construir escola” em toda sua carreira. Do ponto de vista psicologico, o militar de espirito guerreiro poderia construir escola no ramo civil e nao necessitaria ter se alistado para isso, ou seja, seguiu o ramo militar com outros motivadores e desejos em mente.
Vader,
Protecoes mandibulares, “deltoid arm protections” e outras mais SE utilizadas no futuro teram em mente a protecao do soldado quando este se encontrar na defensiva em trincheiras e outras posicoes, ou quando sendo transportado em veiculos blindados nos quais a ameaca de IEDs e grande.
Da mesma forma que protecoes dos coletes modernos para a virilia e o pescoco. Enfim, nao ha como o infante moderno realizar uma patrulha a pe com um capacete desses na cabeca, tendo que pular muro e janela, correr montanha acima ou perseguir insurgentes. Esse tipo de equipamento sera usado em ocasioes em que a mobilidade nao e necessaria ou em que ela seja proporcionada por outro meio, i.e. veiculos.
Semper Fidelis!
Assunto interessante, porém esse equipamento me parece mais para defesa do que ataque.
Porque conforme o Marine descreveu esse capacete me dá um noção que não ajuda em uma perseguição a pé através de obstáculos.
Talvez ele seja usado por um soldado que realmente vai ser visto, tipo os que ficam de guarda, barreira etc.
Abraço
Marine,
Meu caro, muito importantes suas colocações.
Eu, entretanto, enquanto escrevia, não pensei em sugerir que se criasse uma divisão no exército regular atual.
Na realidade, e me aprofundando um pouco mais na idéia que na reflexão anterior, o que eu acho que pode funcionar muito bem, desde que o próprio comando se adapte e todo o sistema esteja preparado para a mudança, seria ter unidades especializadas, como hoje é a nossa Polícia do Exército – PE, sendo amplamente utilizadas no campo de batalha no comando de operações de formas de ocupação e manutenção da ordem.
Essas forças de ocupação poderia ser composta de policiais e/ou forças paramilitares nacionais, como bombeiros, defesa civil e corpo médico, a partir de alistamento voluntário no país de origem.
Assim, o soldad regular, profissionalizado, atuaria na frente de batalha e, cada vez menos ou, por menos tempo, na ocupação e manutenção da ordem.
Se isto é viável, não sei. Mas acredito, pelo que observo nas guerras de ocupação, que forças policiais voluntárias com aparato e estrutura física compatível à forças policiais, poderiam ser mais eficazes.
Não obstante, é preciso ter em mente que a ocupação do território é algo complicado e a insurgência é uma possibilidade sempre real. O que estou sugerindo, portanto, não é a suspensão das patrulhas e ações das divisões regulares, mas sim uma redução gradativa da importância delas na manutenção da ordem no período pós ocupação, liberando importantes peças com anos de adestramento para atuação no front.
Nesse caso, como os fronts atuais também são as cidades já ocupadas, as forças regulares poderiam atuar menos ostensivamente, ou seja, mais pontualmente a partir das ações da inteligência, onde a utilização de forças estritamente policiais fosse desaconselhada.
Um abraço.
Bronco,
Concordo, em teoria seria o ideal e as forcas militares do mundo tem consciencia disso. Entretanto a realidade e que “civilian surges” nao tem atraido o numero de voluntarios necessarios para exercer tais funcoes. O Dept. de Estado americano quase teve um motim quando disse que iria obrigar alguns servidores a servir na embaixada do Iraque a alguns anos atras justamente por nao terem tido voluntarios suficientes.
No bem da verdade civis em geral nao querem se arriscar em zonas de conflito em que a seguranca nao esta estabelecida e ai reside o problema. As dificuldades que vimos hoje se deve nao necessariamente a falta de civis mas sim a falta de seguranca para que civis voluntariem e trabalhem. E isso so pode ser conquistado com forcas de combate regulares.
O modelo nos TOs insurgentes atuais nao condiz com essa teoria, sendo a ideia dela tendo partido dos conflitos na antiga Yugoslavia, Haiti e outros. Sem a conquista da paz/seguranca nao existe ONG, civil, forca policial, escola ou hospital que atinja os objeticos politico-estrategicos.
A nocao de que forcas policias e civis estao melhor capacitadas se aplica melhor em manutencao da paz e nao na conquista da paz seguida por manutencao como e hoje um Afeganistao e foi um Iraque. Ou seja, essa teoria se aplica a uma fase apenas de todas as gamas dos conflitos “other than conventional war”.
*objetivos.
Ainda vamos ver soldados usando trajes como dos clones de Stars Wars ou ainda exércitos inteiros de clones.
Senhores,
Pena que não vi esta discussão final de semana.
A questão sobre a criação de dois corpos de soldados, uma para a função militar em si e outra para a policial já vem ocorrendo, mas não exatamente pela forma colocada pelos debatedores.
Me parece que a função de polícia vem sendo espertamente “terceirizada” para empresas de segurança, mercenários e para policiais e militares do(s) povo(s) do próprio país ocupado.
Até mesmo as obras de infraestrutura e logística são repassadas a empresas.
É o que ocorre no Iraque e Afeganistão.
Há grandes vantagens em se proceder desta forma.
A primeira que vejo é que os soldados encarregados desta função “policial” estão muito mais vulneráveis a qualquer ataque, pois precisam se misturar a multidão nas ruas, praças e mercados. Assim, evita-se este risco, mantendo-se as tropas regulares seguras nos quartéis até o momento que se fizerem necessárias para conflitos de maior atrito.
A segunda decorre da primeira. As baixas que ocorrerem neste cenário não são de tropas regulares e, assim, não podem ser contadas como “baixas de guerra”. Além disto, muitas vezes os funcionários destas empresas de segurança (para não chamá-los de mercenários), são de várias nacionalidades que não necessariamente a do país invasor. Assim, os mortos não voltam cobertos por bandeiras e não chocam a população civil do país invasor.
A terceira é que, como são menos armadas, menos preparadas e mais próximas da população do país ocupado, viram o alvo preferencial de qualquer ataque, servindo como verdadeiro escudo humano ao exército invasor.
A quarta é que esta função “policial” por estar trabalhando em meio a população do país ocupado está sujeita a corromper-se e a cometer abusos e erros. Nestes casos, o país invasor cria uma distância confortável entre si e a responsabilidade pelos atos desta força policial.
Maquiavel já aconselhava ao seu príncipe que era melhor, mais barato e menos desgastante colocar colonos do que tropas regulares em territórios ocupados.
Como na época de Maquiavel a economia era basicamente agrária, se trouxermos seu conselho para o dia de hoje, veremos que toda a gama de serviços, indústria (principalmente petróleo e mineração) e agrária deve ser repassada ao maior número de empresas que for possível.
Não é o que se faz hoje na guerra?