Novo tanque indiano Arjun passa por melhorias e governo encomenda 124 unidades iniciais
Testes operacionais com melhorias menores e maiores no MTB (Main Battle Tank) indiano Arjun Mark-I, como parte do programa MBT Arjun Mark-II, foram conduzidos pela DRDO (Defence Research and Development Organisation) no deserto de Rajasthan.
O DAC (Defence Acquisition Council) indiano deu aval ao processo de aquisição de 124 destes carros de combate que serão fabricados pela Heavy Vehicles Factory (HVF), em Avadi, Chennai.
O custo estimado de um MBT Arjun Mark-II, com todos os melhoramentos introduzidos, será de aproximadamente US$ 8 milhões.
O primeiro lote de Arjun Mark-II deve ser produzido em 2015.
FONTE: World of Defense
NOTA DO EDITOR: o programa MBT Arjun Mark-II sofre severas críticas da imprensa local. Uma delas é o custo unitário dos carros (superior ao preço de um Abrams segundo algumas fontes). Leia na matéria abaixo algumas críticas severas ao programa.
O Exército da Índia possue cerca de 93 (ou 97) Regimentos Blindados (Armoured Regiment), cada um com 45 (quarenta e cinco) Carros de Combate.
Apenas para atender esta ordem de batalha, sem contar as reservas, são necessários cerca de 4.500 (quatro mil e quinhentos) Carros de Combate.
Hoje a maioria dos tanques hindus são versões de fabricação local do T-72 soviético, com a companhia dos antigos T-55 e Vickers/Vijayanta que sobraram, acrescidos de aproximadamente 140 Arjun I e 660 novos T-90, também fabricados sob licença da Rússia.
Enquanto a Índia tinha apenas que se preocupar com o Paquistão, a linha da carros de combate T-55 e seus descendentes era suficiente. Mas agora há outros grandes players na região, que juntou o pragmatismo soviético de desenvolvimento das armas com os modernos métodos industriais ocidentais.
Hoje a China coloca em suas fileiras tanques diferentes da velha família soviética, bem como fornece para o Paquistão, sua futura base da apoio para o Oceano Índico e Mar da Arábia.
Os hindus precisam de algo mais que T-90, que não passam de um T-72 modernizado. Precisam também fomentar sua própria indústria de defesa e, convenhamos, apenas suas compras representam uma boa escala de produção.
O projeto Arjun, tanto o I como o II, padecem da dificuldade de reunir conceito, doutrina e tecnologia do ocidente e do oriente. Esta foi uma das razões do insucesso do primeiro modelo.
Mas acredito que é conveniente para a Índia, assim como para seu exército, partir para um produto nacional, que atenda exatamente suas exigências e desenvolvendo sua doutrina, a doutrina hindu, diferente da inglesa e da soviética, que influenciaram seu pensamento.
É caro, mas vale a pena para um país como a Índia.
Sds,
Ivan.
Ivan escreveu: “… O projeto Arjun, tanto o I como o II, padecem da dificuldade de reunir conceito, doutrina e tecnologia do ocidente e do oriente. Esta foi uma das razões do insucesso do primeiro modelo. …”.
Não concordo com sua explicação.
Eu acompanhei o projeto do Arjun desde o inicio.
Na minha opinião o que contribuiu para os insucessos iniciais foi a decisão de projetar e construir, todos, repito, todos os componentes na India, inclusive o motor.
Estas decisões foram tomadas sem nenhuma experiencia anterior em projeto autoctone de veiculo blindado. O Arjun foi o primeiro – o Viiajianta foi fabricado sob licença da Vickers.
Isto não aconteceu no Brasil. A ENGESA já tinha projetado o Cascavel, o Urutu, o Jararaca e o Sucuri 1, antes de entrar no projeto do Osório.
No projeto do Osorio a ENGESA se concentrou no projeto do chassi e da armonização de todo o conjunto, optando por adquirir componentes de motorização e sistema de tiro de fabricantes especializados nestas areas.
Exatamente como foram fabricados os M1 Abrams, Challenger 1 e 2, Leopard 1 e 2, Leclerc, Ariete, bem como os T-64, T-72 e seus derivados mais modernos.
O projeto do Ardun, a medida que iam percebendo a gelada em que tinham entrado, foi sendo modificado com a adoção de componentes já disponiveis (exatamente como o Osório e seus rivais).
Acho que a unica coisa que restou deste projeto megalomaniaco foi o canhão.
Bacchi
Uma prova de que nem sempre essa febre pela qual passa o Brasil hoje (de que todo sistema de armas tem de ser feito no Brasil) e a melhor solucao.
Nem mesmo os EUA fabricam tudo para os seus sistemas e como sempre falo, mais importante para o usuario do sistema e que ele seja de preferencia o melhor do mundo.
Independencia e capacitacao da industria nacional e importante, mas e comum vermos comentarios hojes em que a pessoa defende a ideia de que qualquer componente, caca, veiculo, navio – tudo seja feito no Brasil e oras, as coisas nao sao tao simples assim. Nao faz sentido estrategico e comercial de que qualquer pais fabrique 100% de tudo necessario para sua defesa, ninguem o faz.
No fim do dia, e preferivel termos o melhor sistema para a defesa do pais do que uma porcaria com estampado “made locally”. Nao ha soldado que se preze no mundo que prefira colocar sua vida em jogo somente pra dizer que seu fuzil e etc. sao fabricados no pais dele, ao inves de ter o que ha de melhor no mundo – principalmente se o seu inimigo possuir um sistema melhor do que o seu independente do local de fabricacao.
Como exemplo pessoal, prefiro e neo tenho problema algum em usar um fuzil alemao, metralhadora belga, CC com canhao alemao, caca STOVL desenvolvido na Inglaterra, LAV desenvolvido na Suica e assim por diante mesmo tendo sido membro da vanguarda americana.
Sds!
Alguem poderia informar de onde posso copiar o painel “Tank Trouble” mostrado no inicio deste post.
Obrigado
Bacchi