Rebeldes líbios seguem para o último bastião das forças de Kadhafi

Os rebeldes líbios estão cada vez mais próximos da cidade natal de Muammar Kadhafi, Sirte. Nos últimos dias os rebeldes conquistaram várias zonas chave como Bin Jawad, considerada um dos maiores obstáculos no caminho para Sirte.

A localidade é tida como o último bastião da liderança do coronel, que após 42 anos pode ter os dias contados. No entanto, é um desafio difícil dados os laços tribais que unem a população da cidade ao ditador.

Ontem, o porta-voz da oposição Ahmed Bani, disse em conferência de imprensa que os rebeldes controlavam a estrada que liga a capital líbia, Trípoli, a Sabha, local no deserto do sul do país que até há pouco tempo estava nas mãos das forças leais ao coronel. De acordo com a agência Reuters, o plano da oposição é ganhar vantagem em Sabha, após dominarem totalmente Sirte. “Caso eles recusem, vamos tomar Sirte pela força”, disse Bani. “Vamos oferecer-lhes soluções pacíficas à priori, depois tomamos a nossa decisão”. “Sirte é uma cidade líbia e Sirte não ficará nunca sob o controle de um ditador”, acrescentou.

Entretanto, e após ter dito na semana passada que ia resistir até à morte, Kadhafi parece ter mudado de ideias. Segundo a Al Jaazera, o coronel afirmou ontem estar disposto a discutir uma transição de poder no país, que será mediada pelo filho al-Saadi. Já não é a primeira vez que o líder recua depois de promessas sanguinárias. A sua vontade de negociar pode ter sido motivada pelo facto da oposição controlar mais de 95% do país e de a sua cabeça estar a prémio por mais de um milhão de euros. A disposição para cooperar também foi confirmada pelo seu porta-voz, Moussa Ibrahim, à Associated Press. O telefonema parece representar uma mudança de estratégia ou, para os mais conspirativos, uma dose de bluff para ganhar mais tempo e preparar a fuga. Ainda na semana passada, Muammar Kadhafi referiu-se aos rebeldes como “ratos” e apelou aos seus apoiantes para continuarem a resistir.

O Conselho Nacional de Transição (CNT) para a Líbia, reforçado pela suas vitórias militares, disse que só negociaria com o coronel se ele se rendesse. “Não vai a haver negociações com Kadhafi”, garantiu Ali Tarhouni, membro do governo responsável pelo petróleo e questões financeiras, numa altura em que o paradeiro do líder continua a ser um enigma.

Já o número dois do CNT, Mahmoud Jibril, apelou no sábado à contenção do povo líbio e pediu para não se vingarem com as próprias mãos. “É o direito de todos nós entendermos porque fomos mal tratados durante os últimos 42 anos. Haverá uma verdadeira oportunidade para cada prisioneiro ter um julgamento justo e ver o seu caminho rumo à luz”, disse Jibril. O número dois do CNT esteve no sábado reunido com a Liga Árabe no Cairo que reconheceu os rebeldes como o governo legítimo da Líbia.

FONTE: ionline.pt

0 0 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
guest

6 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Cinquini
Cinquini
13 anos atrás

Alguém reparou na arma do rebelde?
É o bom e velho FAL participando de mais uma guerra!

Quem sabe o Brasil, através da Imbel não consiga fazer uma grande venda do Imbel IA2 para o “novo exército” Líbio.

Cinquini
Cinquini
13 anos atrás

Poggio, pra vc ver a confiabilidade do equipamento, na África só “entra” AK e FAL e isso se dá por 2 motivos, primeiro por causa da possibilidade de compra (nao tinha restrição dos países produtores) e segundo pela robustez do equipamento.

Marine
13 anos atrás

Poggio e demais,

E isso mesmo, fuzis robustos mas feitos para analfabetos. Milico e milico, independente do idioma ou TO.

Outro caso famosos era dos Montagnards vietnamitas que quando comecaram a receber instrucoes de navegacao por bussola e mapa dos EUA, nao sabiam que a terra era redonda! Agora imagina o que e explicar o uso de um Javelin para tropas dessa? Ou ate tabela balistica para fuzis de sniper?!

Sds!