Mahmoud Jibril, um dos líderes do CNT (Conselho Nacional de Transição), o órgão político dos rebeldes líbios, comentou os últimos desdobramentos da revolução no país durante uma entrevista coletiva em Doha, no Qatar, classificando a tomada do complexo residencial do ditador Muammar Gaddafi como uma “importante vitória” após seis meses de intensos combates.

“A transição começa imediatamente” para a construção de uma “nova Líbia”, anunciou. “Construímos agora uma nova Líbia, com todos os líbios como irmãos por uma nação unida, civil e democrática”, acrescentou Jibril.

O líder agradeceu o apoio do Qatar e dos EUA, que auxiliaram as lutas dos rebeldes com apoio logístico para exportação de petróleo e com ajuda financeira, respectivamente.

Mais cedo, o coronel Ahmed Omar Bani, porta-voz militar dos rebeldes em Benghazi, a capital rebelde no leste do país, confirmou à agência de notícias France Presse que os oposicionistas já controlam todo o complexo de Bab al Aziziya, considerado um dos últimos bastiões do regime. No aeroporto internacional de Trípoli, e ao sul da capital, no entanto, ainda há intensos combates entre os rebeldes e forças gaddafistas, informa a CNN.

Para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Gaddafi já é “parte da história” e esta terça-feira representa uma importante vitória rebelde, embora a comunidade internacional ainda hesite em dar como totalmente vencida a guerra, já que o paradeiro do ditador permanece indeterminado.

No Qatar, sinalizando o início de um futuro político pós-Gaddafi, Jibril disse que a Alemanha foi um dos primeiros países a adiantar uma linha de financiamento para ajudar o governo rebelde.

O líder comentou ainda os controversos relatos de prisão de um dos filhos de Gaddafi, Saif al Islam, que ontem (22) reapareceu em Trípoli e desmentiu ter sido detido pelos insurgentes.

Para Jibril a polêmica foi uma tentativa desesperada de Gaddafi para obscurecer os êxitos da revolução dos rebeldes.

“Foi um ato cinematográfico, ele apareceu diante da mídia internacional”, disse Jibril ao falar sobre o assunto, criticando a aparição do herdeiro do ditador no hotel onde os jornalistas internacionais estão sendo mantidos, no centro de Trípoli, ainda na noite de ontem (22).

Segundo o líder, os relatos obtidos inicialmente eram de que ele havia, de fato, sido detido. Jibril citou ainda as fontes do TPI (Tribunal Penal Internacional), que também divulgou, durante o fim de semana, que Saif havia sido preso.

TOMADA DO QUARTEL-GENERAL

Os rebeldes oposicionistas da Líbia entraram na casa de Muammar Gaddafi, depois de avançarem sobre um dos portões do complexo militar de Bab al Aziziya, um conjunto de edifícios fortificados que é considerado o quartel-general do ditador.

Ahmed Omar Bani disse que os rebeldes não encontraram nenhum sinal de Gaddafi ou de seus filhos.

“Bab al Aziziya está completamente sob nosso controle, o coronel Gaddafi e seus filhos não estavam no lugar”, disse. “Ninguém sabe onde estão”, completou.

O paradeiro de Gaddafi é desconhecido dos rebeldes e da comunidade internacional. Apesar de rumores de que teria viajado à vizinha Tunísia ou até mesmo à Venezuela, o Pentágono diz acreditar que ele ainda está na Líbia.

A conquista do complexo é vista por muitos como o golpe final contra o regime, mas a prisão de Gaddafi seria um fim simbólico ao regime de 42 anos.

FIM DA RESISTÊNCIA

Os rebeldes disparavam tiros para o ar em comemoração após entrarem na fortaleza do ditador, disse um repórter da Reuters no local. O combate mais violento começou nas primeiras horas desta terça-feira. Forças pró-Gaddafi tentaram defender o complexo, mas a resistência acabou.

Segundo relatos da correspondente da rede de TV americana CNN, alguns choravam de alegria por terem vencido a resistência, e rebeldes mostravam documentos com estampas oficiais do governo para mostrar que estavam dentro do gabinete de Gaddafi. “Eles conseguiram pegar algumas das armas que estavam com as forças de Gaddafi”, disse.

Os rebeldes ainda se organizavam para fazer a segurança do local e se defender de um eventual contra-ataque.

As forças rebeldes avançam também no leste do país, fora da capital. Segundo a Al Jazeera, os rebeldes controlaram o porto de exportação de petróleo de Ras Lanuf e agora avançam rumo a Bin Jawad.

O correspondente do canal de TV na Líbia disse ainda que as tropas de Gaddafi estão recuando da cidade natal do ditador, Sirte, no que seria uma conquista muito simbólica para os oposicionistas.

FONTE/AP: Folha.com/AP

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Drcockroach
Drcockroach
13 anos atrás

O que aconteceu na Libia ainda irah dar alguns livros de historia politica e militar.

Hoje eh aguardar p/ ver se veremos oficialmente “boots on the ground” se a SAS britanica for usada para resgatar os jornalistas internacionais presos no hotel. Se os rebeldes nao tomarem o hotel dos pro-ghadaffi hoje, eh bem possivel.

Termino com uma frase filosofica do gadhaffi:

“I am not such a dictator that I would shut down Facebook. I’ll merely imprison anyone who logs in to it.”

[]s!

Drcockroach
Drcockroach
13 anos atrás

Os jornalistas sairam do hotel, a operacao da SAS foi suspensa.

[]s!

Drcockroach
Drcockroach
13 anos atrás

Meet the Irish teen who tracks and kills Qaddafi snipers
http://www.alarabiya.net/articles/2011/08/20/163178.html

“We killed four last night, two the night before. We hear from informants that there’s a sniper somewhere, so we go to see what’s happening, we stay several hours just to observe and then we do our tricks. At night the job is easier. We attach a light to a dog, and when it crosses the street, we see where the sniper’s laser sight is coming from. That’s how we got the last one. Or we run across the street ourselves to draw their fire. The most we’ve waited to get a sniper is eight hours. We’re not (elite US Navy) SEALs or anything, we’re just lucky.Two days ago we caught a Nigerian woman sniper, she was bloody brilliant. I have a British passport but that doesn’t mean anything here if they catch me.”

[]s!