Jogos Militares terminam com problemas e vitória do Brasil
DANIEL FAVERO
Direto do Rio de Janeiro
Com a ajuda de atletas profissionais militarizados pelas Forças Armadas, o Brasil encerrou seu papel de anfitrião dos Jogos Mundiais Militares, no Rio de Janeiro, em primeiro lugar no quadro geral de medalhas com 114 pódios. Os jogos foram marcados pelos problemas de logística, atrasos, arquibancadas vazias em um evento esportivo de 10 dias que custou R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.
De acordo com o presidente do Conselho Internacional de Esporte Militar (CISM na sigla em inglês), coronel Hamad Kalkaba Malboum essa foi a melhor entra as cinco edições já realizadas e a Coreia terá bastante trabalho para superar o Rio. “O evento foi um sucesso, agradeço ao comitê organizador e a todos que deram apoio para essa experiência nova”, disse aos jornalistas pouco antes do início da cerimônia de encerramento no estádio do Engenhão.
Mais de 4 mil atletas militares de 114 nacionalidades participaram das 20 modalidades esportivas disputadas no Rio de Janeiro. O desempenho brasileiro foi maior até do que o protagonizado por países como a China, com 99 medalhas, e Itália, com 51 medalhas. No Brasil, o recrutamento de atletas civis contou com apoio do Comitê Olímpico Brasileiro e dos ministérios da Defesa e do Esporte.
Os Estados Unidos uma das maiores potências em jogos olímpicos deixa os Jogos Militares com apenas cinco medalhas, um ouro, uma prata e um bronze no paraquedismo, e outros dois bronzes no basquete e na vela. Segundo militares brasileiros, os americanos ainda sofrem os efeitos da crise econômica mundial e só vieram para marcar presença.
Além de terminar a competição com o maior número de medalhas, o Brasil também obteve o maior número de medalhistas de ouro, 45, contra 37 da China e 14 da Itália. O brasileiro Gabriel Mangabeira, da natação, foi o maior vencedor da competição com cinco ouros e uma prata. Atrás dele aparece a nadadora chinesa Liuyang Jiao, com quatro ouros
A natação e o atletismo brasileiros foram os responsáveis pelo bom resultado com 18 medalhas de ouro. O grande número de medalhas pode ser atribuído ao investimento feito pelas Forças Armadas que lançou um edital em 2009 recrutando atletas profissionais. A prática é considerada comum entre os militares de diversos países.
Os jogos foram marcados pelos problemas no transporte, uma das maiores reclamações dos atletas e locais de competição vazios. Inicialmente os ingressos foram distribuídos pela internet, mas devido à baixa procura, passaram a ser distribuídas nos locais dos eventos, no entanto, muita gente reclamou que não conseguiu entrar apesar do grande número de lugares vagos.
De acordo com o presidente do comitê organizador dos Jogos Mundiais Militares no Rio de Janeiro, general Jamil Megid, os problemas em relação ao transporte ocorreram entre os atletas que queriam treinar nos locais fora dos horários pré-estabelecidos. “Tivemos uma boa estrutura de transporte, 98% das locomoções para as competições foram realizadas no tempo planejado”.
Para o presidente do CISM, a cidade do Rio de Janeiro possui tráfego pesado e não é possível prever o movimento dos automóveis. “Não tem como planejar o tráfego e sabemos que durante a Copa e Olímpiadas as ruas ficaram ainda mais cheias, então fica a experiência para o Rio de Janeiro”, disse.
Números
- 4.230 – atletas
- 1.188 – juízes
- 1.706 – oficiais
- 2.229 – observadores
- 2.092 – jornalistas
- 619 – medalhas
- 27 – recordes mundiais militares batidos
- 30 mil – refeições distribuídas diariamente
- 17.952 – número de militares que trabalharam nos jogos
- 1.742 – voluntários
Notar o erro na conjugação do tempo do verbo ficar no último parágrafo. Lamentável!