EUA: Republicanos fazem oposição, nada mais… e preparam 2012!
- A aproximação da data limite para que o Congresso dos EUA autorize a ampliação da dívida pública do governo cria uma excitação nos mercados e no noticiário da imprensa. Analistas carregam nas tintas. Obama se reúne com parlamentares. E se cria um clima de incerteza no mundo todo. Pura ingenuidade. É claro que os republicanos vão autorizar a expansão do endividamento.
- O que os Republicanos fazem é desgastar Obama, empurrar para ele a responsabilidade pela situação, e obter uma vitória política para suas teses relativas à redução do déficit fiscal, via diminuição do gasto público. E, se for possível, empurrar este jogo por mais algum tempo.
- Em 2012 há eleição presidencial. Após a vitória republicana para o Congresso em 2010 em função das críticas republicanas quanto às reformas de Obama, passaram a percepção de um presidente fraco. Obama recuperou prestígio com a morte de Bin Laden e o anúncio da retirada de soldados do Afeganistão.
- Agora é a vez dos Republicanos. Se houvesse um acordo de partida no Congresso e com Obama, não ficaria claro para a opinião pública a situação de endividamento, vis a vis uma data limite para sua expansão. Com essa pressão, os Republicanos ganham uma publicidade gratuita sobre a crítica que fazem à gestão econômica de Obama.
- E claro, no momento critico autorizam, pois além desse ponto, o desgaste seria deles. Se conseguirem autorizar a ampliação sem exagero, e tiver uma redução do gasto público substantiva, estarão politicamente vitoriosos e abrirão caminho para 2012. Pode ser um jogo arriscado, mas por enquanto vai dando certo.
- Como têm demonstrado nos últimos 30 anos, pós-Nixon, os Republicanos sabem como fazer oposição. Não foi muito diferente na primeira eleição de Clinton, que no ano anterior enfrentava um Bush-pai imbatível, depois da guerra do golfo. E, entrando pela economia (“é a economia, estúpido”), inverteu o jogo.
- Em 2012, nos EUA, não há mais favoritos, no mínimo.
FONTE: Ex-Blog do Cesar Maia
Só para contextualizar os críticos da dívida pública brasileira: a dívida estadunidense alcançou índices próximos a 100% do PIB. O governo republicano de Bush (8 anos) encerrou com este índice em 80%. A dívida brasileira é de aproximadamente 42% do PIB e vem mantendo este patamar há alguns anos. Não quero dizer, com isso, que é saudável o índice brasileiro. Quero apenas argumentar que o contexto mundial é de endividamento público. Observação ao editor: Sugiro diversificação das fontes dos posts. Sei que a trilogia está aberta a sugestões, porém não é minha intenção sugerir fontes. Seria interessante, inclusive, a veiculação… Read more »
Marco Antonio,
A administracao Obama foi a que mais endividou o pais, ela ate hoje “borrowed” mais do que qualquer outro governo no mesmo periodo de tempo.
Com relacao ao Brasil, nao se preocupe espera so ate as proximas eleicoes e ate o final das Olimpiadas e veremos aonde estara o nosso indice com relacao ao PIB…
Sds!
Alias mais um bom artigo sobre a qualidade e o nivel de contabilidade da politica economica de Obama:
http://washingtonexaminer.com/opinion/columnists/2011/07/presidential-flummery-and-questions-left-unasked
“Even when President Obama was inaugurated, the deficit was forecast at $1.2 trillion this year,” he points out. “Well, just in the four months that he’s been president, $600 billion have been added to the deficit number for this year alone, to bring it up to $1.8 trillion. “To put that number in context, it took President Bush seven years to borrow $1.8 trillion — and here we’re going to do it in one year.” Riedl contends that in this year alone, the federal debt will increase by about $16,000 per household. “Over the next ten years, the president’s budget… Read more »
Outra perola da politica economica de Obama e apoiada pela maioria dos democratas: “President Obama has been using the debt-ceiling debate and bipartisan calls for deficit reduction to demand higher taxes. With unemployment stuck at 9.2% and a vigorous economic “recovery” appearing more and more elusive, his timing couldn’t be worse. Two problems arise when marginal tax rates are raised. First, as college students learn in Econ 101, higher marginal rates cause real economic harm. The combined marginal rate from all taxes is a vital metric, since it heavily influences incentives in the economy—workers and employers, savers and investors base… Read more »
Exatamente, Marine. Houve um aumento de 25% na relação divida/PIB somente no mandato Obama (subiu de aprox. 80% para aprox. 100%). Quanto às causas deste fenômeno, segundo a sua visão devido a questões políticas internas deles, acredito que há um componente global que TAMBÉM influencia fortemente nesta questão. Há, de outro lado, uma “herança” fiscal republicana bastante relevante, como os gastos com duas guerras, uma crise gigantesca, etc… Quanto à sua opinião expressada no seguinte trecho: “Com relacao ao Brasil, nao se preocupe espera so ate as proximas eleicoes e ate o final das Olimpiadas e veremos aonde estara o… Read more »
Marco Antonio, Exato, posso falar com maior competencia sobre os EUA do que o Brasil mas pelo menos aqui o debate politico anda muito dividido nos ultimos anos. Muita ideologia que tem deixado o congresso paralisado. Vejamos bem, os Democratas defendem nao tocar no Social Security e no Medicare/Medicaid, mas sabem muito bem que eles sao insustentaveis da forma atual. Porque defendem essa direcao ao precipicio? A resposta e para agradar a sua base de elites esquerdistas e das massas a qual acreditam que – eles Democratas, lutam por seus direitos. Ja os Republicanos defendem nao haver aumento de impostos… Read more »
Ja com relacao ao Brasil, o que me preocupa (como voce bem citou) nao e somente o nivel da divida com relacao ao PIB, mas principalmente os juros que pagamos nessa divida com relacao aos EUA por exemplo e a nossa capacidade de paga-la.
Vide lembrar que nao podemos imprimir moeda com a facilidade dos EUA para quitarmos dividas e nem tao pouco podemos conrtar verbas com machados ja que somos um pais que carece muito ainda de investimentos em infraestrutura, defesa, saude e educacao. Investimentos alias muito mais importantes do que marketing internacional com jogos esportivos.
Falou muito bem, Marine. Aqui não é diferente. Tem também uma esquerda no governo querendo agradar aos seus às custas do povo e do país e uma direita raivosa, mal organizada politicamente, mas que propaga as suas ideias igualmente estúpidas e prejudiciais ao pais. Uns defendendo o Estado provedor de tudo……outros defendendo o Estado mínimo…….ambas teorias fracassadas e que somente se justificam para agradar aos tolos que levam ao pé da letra as “cartilhas ideológicas” dos dois extremos. E como foi muito bem dito: “No final das contas nenhum dos dois partidos esta sendo honesto com o povo americano e… Read more »