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Bronco
Bronco
13 anos atrás

É o T-26S, provavelmente um modelo 1939, por conta do formato da torreta, cônica, que recebeu modificações balísticas em relação à torreta de formas retilíneas no modelo 1933. Foi um dos principais tanques leves da União Soviética na Segunda Grande Guerra.

Tinha cerca de 10 ton e desenvolvia pouco menos de 35km/h, movido por um motor simples e robusto de apenas 95 cv. Não era necessário desenvolver grandes velocidades, pois seu desenvolvimento foi pensado para o acompanhamento da infantaria em marcha.

A curiosidade é que este veículo é resultado de uma das primeiras engenharias reversas russas. Foi desenvolvido a partir da plataforma do Vickers 6 Ton (tenho esse num diorama, com sua torreta dupla e duas metraladoras de 7.62 mm). Os russos perceberam que o desempenho do veículo permitiria que ele se transformasse num veículo de combate leve para apoio à infantaria e substituíram suas duas metralhadoras por uma torreta de 37 mm e outra menos, com uma metralhadora, dando origem ao modelo 1932.

O modelo 1933 teve sua segunda torreta, com a metralhadora, retirada e esta foi incorporada à uma nova torreta de 45 mm.

Já o modelo 1939 teve blindagem melhorada, torreta mais moderna que incorporava, entre outras modificações, um formato balístico, além de melhorias na motorização.

Importante lembrar que todos os modelos possuíam uma segunda metralhadora de 7.62 mm, voltada para a parte de trás do veículo, padrão nos veículos russos da época.

Outro veículo fabricado a partir do Vickers 6 Ton foi o polonês 7TP.

Lá atrás, do lado esquerdo da fotografia, ainda aparece o veículo ligeiro de reconhecimento BA-10, produzido a partir de 1938.

rsbacchi
rsbacchi
13 anos atrás

Bronco afirma uma coisa que para mim foi sempre uma grande duvida: engenharia reversa ou licença?

Eu tenho alguns livros excelentes em russo sobre o T-26. Infelizmente meu conhecimento da lingua russa (estudei 7 anos) não é suficiente para chegar a uma conclusão.

Nenhuma fonte britanica é clara a este respeito.

O interessante é que o BT (e subsequentes T-34/T-44/T-54/T-55 e T-62) tem chassi derivado do carro de combate Christie estadunidense, que foi vendido a União Soviética em meados dos anos 30.

Novamente a pergunta: engenharia reversa ou licença?

Também neste caso os excelentes livros russos nem as fontes estadunidenses me esclareceram quais das duas possibilidades.

Todas as fontes soviéticas / russas / britanicas / estadudisenses são claras na informação de derivação do Vickers 6 ton e do Christie.

Bacchi

Bacchi

Bronco
Bronco
13 anos atrás

Bacchi,

Deixo claro que é opinião minha, pessoal.

Há diversos outros casos em que parte ou todo o projeto foi copiado e/ou remodelado no calor da guerra. Alguns, com o no caso do Vickers 6 Ton, nem sequer chegou a ser produzido em massa no país onde foi desenvolvido, mas seu projeto encontrou espaço em outros exércitos.

A história desse tanque realmente dá espaço à interpretação dúbia sobre o mecanismo comercial que o gerou. Se por um lado o fato de não ter sido produzido em massa na Inglaterra pôde, a princípio, facilitar o licenciamento do projeto fora do país de origem, por outro eu acho essa possibilidade pouco válida.

Primeiro porque o número de unidades iniciais adquiridas pelo exército soviético no início da década de 1930 foi muito pequeno. Já li números diferentes em diversas fontes, mas todas dão conta de um número superior a 15 e inferior a 30 unidades.

Segundo porque houve, logo no início da produção, modificações significativas no projeto.

Terceiro porque não há indícios, pelo menos não catalogados, de grandes carregamentos de partes e peças para a produção em larga escala do Vickers na URSS.

Quarto, porque a tonelagem dos primeiros T-26 produzidos, mesmo com torreta dupla, já era bastante superior ao projeto inicial do Vickers, o que leva a crer que deve ter havido soluções locais, especialmente na blindagem.

Quinto, porque o licenciamento prevê registros de entrega de materiais diversos, como modelos, projetos, anotações e auxílio na engenharia. Não parece ter havido, ao menos a princípio, organização suficiente na transmissão dessas informações, ao menos não a ponto de serem citadas em publicações especializadas em algum momento.

rsbacchi
rsbacchi
13 anos atrás

Carissimo e estimado Bronco,

Você está raciocinando.

Eu também posso raciocinar.

Aliás faço muito isto.

Não é isto que eu estou procurando.

Estou procurando fatos.

Abraços e obrigado

Bacchi

Bronco
Bronco
13 anos atrás

Exatamente. Estou conjecturando.

Entretanto, no livro Russian Tanks of World War II Stalin’s Armored Might, o autor dá a entender que uma licença foi adquirida junto a Vickers Armstrong, com os dois primeiros protótipos sendo construídos na Bolshevik, em Leningrado.

Já no livro “Tanks of World War II”, não há menção ao fato, dando a entender que o T-26 foi produzido a partir da importação de quinze unidades iniciais compradas junto à Vickers, sendo uma delas enviada à Academia de artilharia e armas Dzerchinskiy, em Leningrado, para estudo, mesmo região onde os protótipos do T-26 começaram a ser produzidos.

Eu, particularmente, acredito que tudo leve a crer que vale a segunda versão.

Um abraço.

rsbacchi
rsbacchi
13 anos atrás

Estou contente em encontrar uma pessoa que leva à serio o estudo de blindados.

Veja, Bronco, eu não estou querendo bancar o chato!

Eu trabalhei 35 anos em indústria e lidei muito com questão de licença. Inclusive nos meus 14 anos de ENGESA.

Você encara licença de uma maneira muito rígida.

Inclusive uma coisa importante é lembrar que estamos falando dos meados dos anos 30, e não de hoje.

Para mim licença pode ir desde vender um produto por um preço que inclui a engenharia reversa com os direitos de aproveitamento da tecnologia, até aquilo que você definiu como licença.

Qualquer coisa que não seja isto, é pirataria.

Eu imagino, repito, imagino, que se trata da venda de um carro de combate com direito a engenharia reversa e o aproveitamento da tecnologia.

Mas, gostaria muito de encontrar algo que confirmasse isto. Estou procurando a mais de 30 anos e ainda não achei.

O interessante é que o caso de Christie também se estendeu ao governo britânico. Eles adquiriram um dos protótipos de Christie e desenvolveram o primeiro de uma serie de carros com sua suspensão: o Cruiser Mk III (A13).

Vou procurar mais informação e voltarei.

Bacchi