Itália traz mais risco para Europa e bolsas fecham em forte queda
Londres caiu 1,03%; Frankfurt, 2,33%. Paris apresentou queda de 2,71%. Em Lisboa, a baixa chegou a 4,28% e Madri amargou perda de 2,69%. Milão despencou 3,96%
SÃO PAULO – As bolsas na Europa fecharam em forte queda nessa segunda-feira, depois que o risco de calote atingiu também a Itália. Londres caiu 1,03%; Frankfurt, 2,33%. Paris apresentou queda de 2,71%. Em Lisboa, a baixa chegou a 4,28% e Madri amargou perda de 2,69%. Milão despencou 3,96%.
O setor bancário foi o que mais sofreu impacto das preocupações com a crise europeia. BNP Paribas caiu 6,8% em Paris, Commerzbank recuou 8,6% em Frankfurt e Dexia cedeu 8% em Bruxelas. Em Milão, Intesa Sanpaolo declinou 7,7% e UniCredit perdeu 6,3%. “As preocupações com a Itália estão dominando tudo no momento”, comentou Joshua Raymond, estrategista do City Index.
O pessimismo provocou reflexos em vários ativos do mercado. O ouro, usado como porto seguro pelos investidores, chegou a 1.108,92 euros por onça-troy, rompendo brevemente o importante nível de resistência de 1.100 euros. Esse foi o preço mais alto já atingido pelo ouro em euros e representou um avanço de 8,4% sobre o valor do começo da semana passada.
A aversão ao risco também fez com que o rendimento dos títulos de 10 anos do governo da Espanha superassem 6% pela primeira vez desde a introdução do euro, chegando a 6,027%. Para se ter uma ideia, na semana passada o Brasil chegou a captar no exterior, no mesmo prazo, com juro de 4,188%.
No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) também sentiu os reflexos da piora no quadro internacional. Com investidores fugindo das opções de risco no mercado, a Bolsa cai para 2,08%, às 14h26, no patamar mínimo dessa segunda. O dólar sobe para R$ 1,58, com alta de 1,6%.
Crise. No domingo, a União Europeia convocou uma reunião de emergência para discutir o risco de calote em países europeus, principalmente na Itália. Na sexta-feira, o risco do país foi duramente atingido pelo mercado, que passou a apostar não apenas na quebra da periferia. As dúvidas em relação à saúde dos bancos italianos também ajudou a proliferar a tensão. As ações do Unicredit Spa, o maior banco da Itália, desabaram quase 8%.
Nos Estados Unidos, fundos de pensão que tinham investimentos na Itália iniciaram uma corrida para vender seus ativos, aprofundando ainda mais os temores em relação à Roma.
A chanceler alemã Angela Merkel disse que a Itália deve enviar um “sinal muito importante” aos investidores nervosos, garantindo a apresentação de um plano crível para consolidar os planos para o orçamento do país. Merkel disse ainda que conversou ao telefone ontem com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, sobre a posição da dívida da Itália e sobre o plano orçamentário.
“Acredito haver um sinal muito importante de que a Itália deve enviar – a aprovação de um orçamento que inclua a consolidação necessária”, disse Merkel. “Tenho completa confiança de que o parlamento italiano irá aprovar tal orçamento”, acrescentou.
Merkel afirmou que a reunião das autoridades da União Europeia e os ministros das finanças desta segunda-feira em Bruxelas precisa ter como foco a preparação de um novo pacote de ajuda para a Grécia, e que a zona do euro deve continuar a fazer o que for necessário para proteger a moeda comum.
“A Alemanha e seus parceiros na zona do euro estão completamente comprometidos em defender a estabilidade do euro de modo geral”, afirmou Merkel.
China tem confiança no euro e vai cooperar com a Europa, diz BC chinês
Danielle Chaves, da Agência Estado
FRANKFURT E HONG KONG – A China tem confiança no euro e está pronta para explorar “vários meios de cooperação efetiva” com a União Europeia para lidar com a crise de dívida soberana do bloco, afirmou Yi Gang, vice-presidente do Banco do Povo da China (PBOC, banco central do país). Separadamente, Fu Ying, ministra de Relações Exteriores chinês, declarou que a recuperação das economias desenvolvidas voltou a um “caminho saudável”.
“Nós apoiamos todas as medidas adotadas pela União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional para solucionar a crise de dívida soberana”, disse Yi durante uma conferencia no banco central da Alemanha, o Bundesbank. Os bancos centrais da China e da Alemanha pretendem fortalecer a cooperação entre eles para manter a estabilidade financeira.
“Nós estamos preparados para explorar, junto com a União Europeia, várias formas de cooperação efetiva”, acrescentou. Segundo Yi, a China “sempre considerou a Europa um importante destino de investimentos” e vai continuar ativamente protegendo “a estabilidade do mercado financeiro internacional” como um investidor de longo prazo responsável.
Em um discurso em Hong Kong, Fu observou que o desemprego em alguns países europeus ainda é uma preocupação. Em Junho, Fu havia informado que a China aumentou a quantidade de bônus europeus que possui desde a crise financeira – uma retórica padrão que mostra que Pequim apoia os países debilitados da Europa. As informações são da Dow Jones.
FONTE: Estadão
´Mas quem será o culpado de toda essa crise se não os…os… membros do governo Berlusconi !! kkkkk !!
A Administração dele foi inepta, corrupta, podre, e ele mesmo foi um péssimo exemplo moral para um belo país.
A irresponsabilidade dele, e daqueles que o elegeram, é um dos pilares da crise. O corte de gastos deveria ter sido promovido tres anos atrás…
Não obstante, eu acho que essa ditadura das agências de classificação de risco devia terminar, esses caras estão solapando a confiança mundial, em prol dos proprios interesses. Imaginem a grana de subornos que não entra para uma Moodys da vida rebaixar não sei quem.
E para aqueles qe acham que a China quer a destruição da civilização ocidental, mais uma vez um fato comprova aquilo o que eu disse: a reportagem é clara ao mostar a vontade de Pequim de preservar os mercados. Não por bondade, é claro, mas por interesse mesmo. Isso apenas COMPROVA o que eu sempre falo: a economia interligada mundial faz com que ninguem mais queria que o vizinho apodreça.
É com base em fatos econômicos como o mostrado que eu provo aquilo que disse: não vai existir beligerância com a China num futuro próximo. Se a China fosse o país malvado e demoníaco que alguns no ocidente pensam, eles estariam indo contra. Mas como os interesses convergem, Pequim tende a colaborar.
Se bem que eles não abram mão da moeda desvalorizada… mas já vi economista norte americano dizer que Washington usa a moeda desvalorizada chinesa como desculpa para or proprios problemas internos dos EUA.
ps: Parabéns aos editores por postarem uma reportagem bem pertinente, visto que o militarismo anda muitas vezes atrelado a economia, outra coisa que eu disse dias atrás…
E se alguem na Europa espera uma super-produção de EFAS… ihhhhhhhhh
🙂