China age para vetar o Brasil no Conselho de Segurança da ONU
A China, o mais poderoso país do Brics, grupo que o Brasil integra, ampliou ofensiva diplomática contra tentativas de ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, uma das reivindicações da política externa brasileira. O Valor apurou que o governo chinês tenta agora torpedear um projeto de resolução que o G-4 – Brasil, Índia, Alemanha e Japão, todos candidatos a um assento permanente no Conselho de Segurança – planeja apresentar em breve à Assembleia Geral da ONU.
O projeto, que tem 71 apoios firmes, procura fazer com que a Assembleia sancione a necessidade de expandir as duas categorias de membros do Conselho de Segurança, os permanentes e os não permanentes. É uma tentativa de dar fôlego politico à discussão e obter o reconhecimento de que o mundo mudou e que as mudanças têm de ser incorporadas na estrutura das instituições de governança global.
O governo chinês mandou seus representantes advertirem as delegações diplomáticas africanas na sede da ONU, em Nova York, a não apoiarem nenhuma resolução por reforma do Conselho de Segurança. Para ter a certeza de que a mensagem foi bem recebida, Pequim também despachou emissários a capitais na África.
Nos círculos do G-8, dos países industrializados, fontes confirmaram também a existência de um telegrama diplomático atribuído à missão americana na ONU, que teria sido divulgado pelo Wikileaks, relatando antiga demanda da China para os Estados Unidos não levarem adiante uma reforma na organização.
No plano bilateral, Pequim tem dito ao Brasil que no momento adequado não vai complicar o pleito brasileiro. No entanto, o sentimento é de que os chineses fazem tudo para que esse momento nunca chegue.
A pressão chinesa visa bloquear a entrada do Japão e garantir para si a posição de único emergente com assento permanente no Conselho, o que lhe dá a aura de representante dos países em desenvolvimento. Se entram Brasil e Índia, os chineses tem reduzido seu poder.
A China não tem sido especialmente solidária com os países em desenvolvimento na cena multilateral. Na reforma das quotas para dar mais poder aos emergentes no Fundo Monetário Internacional, em 2010, Pequim não ajudou o Brasil a lutar por um resultado mais amplo e equilibrado. Agora, tampouco quer brigar por um representante emergente para dirigir o Fundo, preferindo apostar na conquista para um chinês do cargo de número dois.
FONTE: Jornal Valor
Um bloco de 4 países, onde 2 deles (Japão e Índia) representam “ameaças” regionais às pretensões chinesas. No meu entendimento, a possível resistência chinesa é dirigida ao bloco, ou seja, INDIRETAMENTE ao Brasil. Daí a expressão “momento adequado” em “No plano bilateral, Pequim tem dito ao Brasil que no momento adequado não vai complicar o pleito brasileiro.”. No mais, obviamente, qualquer um dos atuais membros permanentes têm resistências à ampliação, pois, logicamente, isto significa divisão de poder.
O Brasil resolveu ajudar a China e recebeu uma banana como resposta, sem falar na invasão de produtos ‘made in china’, causando falências e demissões aqui. Depois levamos outra banana da França.
Ou fazemos o nosso dever de casa, ou entraremos para o CS só no fim dos tempos…
O Brasil reconheceu a China como economia de mercado em troca do apoio chinês a uma vaga ao CS da ONU…
Caro Luis,
Temos que fazer o dever de casa ANTES de querer um assento permanente no CS da ONU. Com as Forças Armadas abandonadas e diplomacia perdida, contaminada ideologicamente, para que queremos e como podemos ter tamanha responsabilidade?
A coisa é simples. O brasil, por intermédio do “Itamaravilha” é uma nação que não tem um programa, um projeto de diplomacia internacional. É inconsistente e vago em suas posições. Defende a Democracia no mundo, mas apoia o irão…paga mico com Honduras e fecha os olhos aos “excessos” chineses contra os opositores do regime…o itamaravilha defende que Israel devolva os “territórios ocupados” mas se esquece que metade do Mato Grosso é terra ocupada, tomada do Paraguai durante a guerra…essa é nossa política externa…uma política ainda baseada no livro “O Capital”…
Quem quer ter assento no CS tem de ter posição firme, séria, mesmo estando errado, há de se defender o que se acredita…e estar preparado para jogar e o tabuleiro será o mundo…
Ahahahahahaha, cadê a estúpida caterva de antiamericanos travestidos de sinófilos agora para falar alguma coisa??? 🙂
Cadê os “Ilhas”, os “Porta-Aviões”, os “Athalayos”, os “Alfredos” e todo o resto dos esquerdopatas, pra glorificar mais esse nobilíssimo ato da China Vermelha contra nossa “independente e altiva” diplomacia??? 🙂
Cadê eles para exaltar os êxitos da gestão Celso Amorim, vulgo anão de jardim, em nosso Itamaralívia??? Cadê eles para louvar a condução lulística da nossa plítica externa, sob a batuta do boca-podre Marco Aurélio Garcia???
Ai ai ai, eu rio muito com esses escrotinhos, rsrsrs… Vou até dar uma olhada na esgotosfera por aí, pra ver se vejo os asquerosos vermelhuxos choramingando as pitangas ou dando desculpas esfarrapadas, hehehehe… Dado que aqui em boa hora não sobrou nenhum nem pra fazer molho, rsrsrs…
No tocante à matéria, o “momento adequado” da China é no tempo da civilização deles: pode ser daqui a 1 ano, mas o mais provável é que chegue daqui a uns 2.000 anos… 😉
Uma coisa é boa disso tudo: com a recusa do Obama em apoiar e o TORPEDEAMENTO pela China às pretensões do Itamaralívia PeTralha, está ACABADA, de uma vez por todas, essa IDIOTICE COLETIVA que tomou a República de Banânia de querer assento permanente no CS da ONU.
E agora, como diria um professor meu, bota essa CAMBADA DE VAGABUNDOS pra trabalhar, que o país é pobre. Na verdade um pobre-diabo no concerto das nações.
Saudações.
Ah sim, em tempo: o Brasil e o MUNDO ainda irão chorar lágrimas de SANGUE quando os “malditos ianques forem para casa”, e no seu lugar tomarem espaço os “bonzinhos” chineses.
Ou, como costumo dizer, descobriremos todos, na própria pele, que a garra da Águia era muito mais leve que a mandíbula do Dragão.
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E nada como um choque de realidade para fazer uma certa tchurmitcha voltar à terra. Tá linda a discussão na esgotosfera: vão dos choros às desculpinhas, entremeados por muita teoria da conspiração e desqualificação. Simnplesmente hilário, hehehehe… 🙂
Precisa explicar a eles que é assim que funciona: toda vez que se vai contra a realidade, essa chicoteia de volta, e judia sem dó do pobre demente que insiste em enxergar as coisas como quer, e não como elas são.
Saudações.
Marco Antônio disse:
30 de maio de 2011 às 20:31
Vc está aliviando um bocado com a China, Marco.
A China desde que foi reconhecida economia de mercado, não alivia nada, pra ninguém. O Brasil está sim, sendo diretamente bloqueado pela China. Basta vermos a história dos fatos desde o reconhecimento na OMC.
Ela está preocupada com ela mesma, única e exclusivamente, e o mundo que corra atrás! Errado? De forma nenhuma, ela é a bola da vez, tem mais é que aproveitar.
Burros fomos nós que caimos no conto do vigário.
É como li uma vez e achei interessante.
A China faz comércio a 5 mil anos. O PT a 30….
Sds.
Luiz Paulo disse:
31 de maio de 2011 às 11:16
“A China faz comércio a 5 mil anos. O PT a 30…”
AHUAHUAHUAHUAHUA!!! GENIAL!!! 🙂
Abraço.
Vader disse:
31 de maio de 2011 às 11:39
Hehe, é uma frase pra ser emoldurada, rs.
Sds!
Quem mandou eleger e re-eleger, um rematado apedeuta á Presidência da Republica.
Ou os apedeutas, nomos nós os eleitores???
E não contentes, ainda elegemos a mudinha, gerentona atrapalhada e cria do distinto.
Mas como aprender não é o nosso forte, culpamos os outros.
Coitadinha da China PRC, mandaram o sací-pererê, a cuca e o curupira, darem umas bordoados no dragão, por causa do ascento no CS da ONU!!!
Dragão sem dó, incinera eles!!!
Maurício,
‘Tão’ pensando que o Dragão Chinês é a ‘Cuca’ do Sítio do Pica Pau Amarelo, que é ludibriada pelo sací-pererê…
O Dragão acordou e está com fome.
Sds,
Ivan.
Luiz Paulo disse:
31 de maio de 2011 às 11:16
Luiz Paulo,
Acho que é uma questão de estilo de comentário. Tem aqueles que colocam toda a sua raiva com a vida nos comentários e xingam por trás de um avatar e um nickname. É psiquiatricamente compreensível e até saudável que esta raiva acumulada seja canalizada (imagina o cara fazer isto fisicamente como ocorre cada vez com mais frequência no mundo?!). Isso é coisa de adolecente (coisa de muleque, como dizem os cariocas). Meus comentários são mais comedidos.
Se me fiz entender desta forma que colocaste, esclareço que não vejo a China como inocente ou como uma nação disposta a ceder ao Brasil sem uma grande contrapartida. Acredito que nem a China nem qualquer dos atuais membros membros permanentes, como disse no meu comentário anterior, têm interesse em partilhar o poder de que dispõem.
Luiz Paulo disse:
31 de maio de 2011 às 11:16
Esqueci de te perguntar: concordas que a resistência chinesa está MAIS voltada ao Japão e à India?
Foi só isso que eu disse.
Senhores
A China, como um antigo império tem, naturalmente, uma preocupação com seu entorno, porém, estrategicamente, a sua preocupação esta focada em garantir a sua expansão política e econômica garantindo fontes de suprimento e mercados. Nesta visão, o Brasil e outros países da América d Sul e Africa que dispõe de recursos naturais, particularmente terras agriculturáveis são mais importantes. Não, como acreditam alguns pobres infelizes, no enfoque de parcerias vantajosas para todos, mas sim como fonte de comodities e mercado para seus produtos industriais. É uma visão neocolonialista ou talvez, pela tradição de império, de países vassalos.
O interesse pelo Japão é mais função da memória que não esqueceu as guerras de 1898 e de 1935 a 1945. Como, numa visão imperial qualquer desaforo não pode ficar sem troco, o Japão vai ter que por as barbas de molho bem como Taiwan que terá que se dobrar e virar província chinesa.
A India incomoda, politicamente, pelo desaforo de ter dado abrigo ao Dalai Lama e, economicamente, pela competição que haverá entre os dois países pelas fontes de alimentos, mas isto só acontecerá se a India conseguir sair da posição atual para uma de maior força política militar.
É bom observar que, paradoxalmente, a China, um dos maiores poluidores do mundo, trabalha com seu planejamento na contingência de que o aquecimento global ocorrerá de uma forma mais rápida do que a desejada e esperada pela maioria dos países (há vários que ainda apostam que não está acontecendo e não acontecerá). Dentro deste planejamento, a China está procurando garantir os recursos para o seu povo e isto explica sua forte ação na Africa e na América do Sul.
Sds
“”Cadê os “Ilhas”, os “Porta-Aviões”, os “Athalayos”, os “Alfredos” e todo o resto dos esquerdopatas””
kkkkkk, só perdi quem são os “Alfredos”, o resto eu captei, kkkkk
[]s
Control disse:
31 de maio de 2011 às 19:02
Interessante seu comentário. Gostaria de abordar um ponto do seu texto a respeito do qual tenho um entendimento que venho colocando nos meus comentários neste post:
“Nesta visão, o Brasil e outros países da América d Sul e Africa que dispõe de recursos naturais, particularmente terras agriculturáveis são mais importantes.(para a China)”
Acredito que os referidos países, pelos motivos expostos, são estratégicos não apenas para a China;o são para todos os membros permanentes do CS e, portanto, não lhes interessa dividir poder com aqueles. Uma relação de dependência é o real interesse da China, dos EUA, da Rússia, da França e GB. Os países latino americanos e africanos continuam tendo o papel que sempre tiveram na geopolítica.
O que venho ressaltando é que não vejo tratamento diferenciado da China em relação ao Brasil, neste ponto. Os EUA, por exemplo, têm a mesma postura.
Continuando, entendo que China e EUA, pelo poder que têm, não sentarão à mesa com o Brasil para negociar em termos aceitáveis para um país soberano. Teríamos mais chances, em tese, com GB, França e Rússia. Como a GB tem uma política externa extremamente alinhada aos EUA, nos restariam França e Rússia.
Não creio que devemos escolher um “parceiro estratégico”. É claro que há muito “conto de fadas” circulando por aí. Ao dizer que França e Rússia seriam, em tese, de mais fácil aproximação, não estou dizendo que teríamos vantagens gratuitamente. Estou dizendo que temos mais a oferecer a eles do que aos outros. Somos mais relevantes em relação a estes.
De um lado, a França já percebeu que é uma “potência em declínio” devido a fatores diversos; não se conforma com este fato. A Rússia tem sede de voltar a ser potência; parece que elegeu a India como parceiro na empreitada de contraposição à China. Me parecem mais “desesperados” com a situação.
De outro lado, os EUA têm uma situação ainda confortável no médio prazo. A China tem uma estratégia expansionista tão agressiva que não perde tempo com negociações. A GB me parece uma ex-potência conformada com o papel de coadjuvante dos EUA.
Marco Antônio disse:
31 de maio de 2011 às 17:52
Concordo que a primeira preocupação da China hoje seja sim, Japao e India.
Só na forma como foi colocada, a China me pareceu bem mansa conosco, oque ja foi esclarecido por vc, não acontece.
No caso o Brasil ficaria entre as principais preocupações dela, unicamente por ser talvez o mais ativo, ou o que fala mais em reforma do CS. Então ela se preocupa diretamente. Afinal, nosso GF sabe fazer um barulho.
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Uma questão que acho pertinente e foi levantada, e por isso colocaria o Brasil talvez em pé de igualdade com India e Japao nas preocupações da China a médio prazo.
O Brasil tem grande potencial industrial, embora tenha todo aquele problema de educação, mão de obra qualificada e infraestrutura, caminhando, seria mais um com pauta industrial e tecnologica forte. Incomodaria bastante.
E óbvio China tem um único interesse no Brasil principalmente e Africa. Comida. Comodites.
O que ela fez? Viu uma criança esperniandoo pirulito, jogou o famoso ‘xaveco’, na criança que queria o pirulito, conseguiu a chave de casa (OMC) e agora dita as regras pra criança dentro da casa.
O que acontece agora? Compra compra compra, bens primarios, e vende vende vende manufaturados.
Consequencia, nossa industria vai para o espaço pois não tem como competir.
Ou seja, no médio prazo, não tomando atitudes enérgicas agora, vamos caminhar a passos largos para nos tornar um grande fazendão. Tudo que eles queriam. Aliás hoje já estão conseguindo. Saiu no jornal a queda das nossas industrias.
Caso não conseguissem isso, teriam um belo mercado competidor, alem da India.
Enfim, seriamos uma boa preocupação se nossos governantes fossem tão ferozes pela nação, como falam.
Como nosso comando não é sério, e nossas decisões e atitudes são superficiais… vivemos olhando pro nosso proprio umbigo admirando sua ‘grandeza’ paralisados, enquanto o mundo caminha.
E assim vamos vivendo.
Sds.
Prezado Marco Antônio
Entendo o seu ponto de vista e concordo que, a princípio não interessa aos atuais membros do CS dividir o seu poder, principalmente com países que são meros provedores de matérias primas e alimentos.
Discordo porém de algumas possibilidades de acordos de interesse ou de pressões subordinantes pois, considerando a motivação (terras agriculturáveis), a pressão sobre a America do Sul e Africa deve vir, principalmente daqueles países com grande população e/ou território pequeno (China e India).
Como foi citado, os EUA tem uma posição relativamente tranquila, pelo seu grande território e população relativamente pequena (na proporção); Se ele entrar num ciclo isolacionista, o que é provável, adotará o papel de observador e ficará de fora.
A Rússia também cai nesta condição, pois tem grande território que tende a se tornar mais disponível para a agricultura. Há ainda sua posição hegemônica sobre a Ucrânia que tem grandes áreas agrícolas (referência Europa). Portanto, do ponto de vista pragmático e tendo em mente a tradição russa de visão continental, é possível ver sua ação sobre a America do Sul e Africa como uma opção política mas não tão interessada a ponto de confrontar direta e fortemente a China.
A França, como a UK, já vem em declínio desde o fim da IGM, porém, em conjunto com a Alemanha e o resto da Europa, premida pelas circunstâncias, pode tentar um confronto mais firme com a China. Porém, sozinha ela não é páreo e dificilmente arriscará. Cabe observar que a Europa Ocidental está sendo pressionada, e será ainda mais no futuro, pela migração oriunda da Africa e Oriente Próximo (olha aí a encrenca do Irã), o que, em certo sentido diminui a sua capacidade de manobra e ação fora deste âmbito.
Naturalmente, se as necessidades por alimentos crescerem sobre a Europa, e se ela conseguir trabalhar em conjunto (?????), poderá opor alguma restrição a ação da China na Africa e America do Sul, mas a tendência seria seu foco ficar nos países do norte e oeste da Africa, deixando para a China toda a costa leste e sul (que tem as melhores condições do ponto de vista agrícola). A Europa Ocidental tem, ainda, a possibilidade de um acordo com a Rússia para usufruir dos recursos desta e dos países sob sua influência.
Numa visão talvez pessimista, os países da America do Sul bem como de uma parte da Africa serão abandonados a sua sorte, dependendo talvez da “boa vontade” do Tio Sam, se este estiver disposto e em condições de colocar os países da região sob seu guarda chuva.
É bom notar que a China parece ser o único país que sabe para onde está indo, estando, tanto so europeus como o Japão e mesmo o Tio Sam apenas reagindo aos eventos e fatos.
Sds
Luiz Paulo disse:
1 de junho de 2011 às 1:08
É interessante notar que a diferença de perspectivas sobre o mesmo fato gera conclusões diferentes. Eu considero a entrada da China na OMC muito interessante, visto que assim se sujeita a regras comerciais. Está certo que muitos ignoram a OMC, vide EUA e França em várias questões agrícolas, onde simplesmente atropelam os interesses brasileiros e, quando ganhamos o direito de retaliação na OMC, eles vêm à mesa negociar. Neste ínterim, sofremos as consequências.
Resumindo, prefiro a China “sujeitada” às regras da OMC do que agindo como um “pirata comercial”. Ressalto que, apesar da sujeição que mencionei, práticas comerciais abusivas acontecerão, como praticam EUA e França frequentemente.
A questão da invasão de manufaturados chineses é simplesmente um golpe de mestre de quem estudou as fraquezas do capitalismo global e criou uma estratégia de inserção soberana no contexto das potências. A estratégia tem pontos fundamentais como compra de títulos públicos europeus e estadunidenses, compra de transnacionais, compra de grandes extensões de terras agricultáveis, compra de ativos minerais, expansão militar e aproveitamento do 2 principais trunfos que tem a China: produção com baixo custo (tanto por questões de abundância de mão de obra e seu consequente baixo custo, quanto por questões de escala de produção) e mercado consumidor interno com grande potencial de expansão.
Control disse:
1 de junho de 2011 às 1:52
Concordo com grande parte do seu comentário. Vejo, entretanto, de forma diferente o seguinte ponto:
“a pressão sobre a America do Sul e Africa deve vir, principalmente daqueles países com grande população e/ou território pequeno (China e India).”
No meu entendimento, está clara a tendência de China e India voltarem-se à África. Logisticamente e até políticamente é mais promissor. Como disse em comentário anterior, América Latina e África têm o mesmo papel geopolítico de sempre. A África é o terreno a ser disputado.
Pense bem: ressalvadas pouquíssimas exceções, não existem nações, na sua concepção teórica, na África. Isto facilita uma influência externa. Lá existem territórios dominados por grupos facilmente cooptado$ e esta estratégia é a preferencial da China. Como já falei, a China é tão agressiva que não perde tempo negociando soberanamente.
A China tem o que precisa na África. Eu entendo que em uma escala, o Brasil se aproxima mais de ser um concorrente chinês do que um país influenciado por eles, na visão chinesa. Apesar disto, eles não levam fé na possibilidade de um “Brasil potência”. Por este exato motivo, se houver pressão para uma reforma no CS, tudo me leva a crer que se os candidatos forem Japão, India, Brasil e Alemanha, os dois últimos têm muito mais chances de receber o apoio chinês. Este, pra mim, é o significado de “momento adequado” em “No plano bilateral, Pequim tem dito ao Brasil que no momento adequado não vai complicar o pleito brasileiro.”
Um fato muito interessante: o apoio dos EUA à India foi meramente uma provocação à China. Aliás, se eu fosse indiano, preferiria não receber este apoio. Parece-me aquelas negociações em que eu apresento o meu preferido; você apresenta o seu; eu apresento o meu veto; você apresenta o seu; descartamos todos e vamos buscar um meio termo. Se o Brasil não for vetado ou preferido, tem grandes chances. Não vejo o Brasil alinhado com qualquer um destes ou como a PRINCIPAL preocupação dos mesmos.
Vejo aqui muitas opiniões defendendo alinhamento ou postura agressiva do Brasil. Vi também muita gente “comemorando” o apoio dos EUA à India e dizendo que o Brasil deveria seguir o exemplo. Eu realmente questiono se estas pessoas pensam no Brasil em primeiro lugar ou se é simplesmente falta de visão mesmo.
A mesma crítica vale para os integrantes do governo, sendo que lá o negócio é a antítese de algumas manifestações de comentaristas daqui. Quando vejo o Brasil no meio desta disputa de egos, ideologias e radicais de ambos os lados, concluo que brasileiros de verdade estão em extinção.
Questão de “estilo” ou questão de ter o que falar?
Uma mera questão de “forma” ou uma questão de material, de conteúdo?
Uma coisa é certa: há aqueles que preferem “dourar a pílula” ao escrever, pra afetar aos incautos um conteúdo que não possuem, e há aqueles que falam o que há para ser dito “na lata”.
Estilo cada um escolhe o que mais lhe apetece. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, e sempre existe o recurso do “pular”.
Já conteúdo não se ganha da noite para o dia, nem se finge que se tem. Ou se tem ou não se tem. E aí, para quem não tem, a melhor sugestão é “cada macaco no seu galho”, para não ser desmascarado como um farsante.
Mas sinal de infantilidade mesmo, quando não imbecilidade, é não querer enxergar a realidade como ela é, e ficar dando tratos à bola na tentativa estúpida e, ademais, inútil, de tentar adaptá-la aos seus anseios, sonhos, devaneios, “viagens”, etc.
E mais do que isso, ficar brabinho quando alguém bota o dedo na ferida. 😉
Marco Antônio disse:
1 de junho de 2011 às 9:37
Duas pérolas monumentais da “douração de pílula” em uma única frase: 🙂
“o apoio dos EUA à India foi meramente uma provocação à China”.
Ah sim, é verdade, uma nação de 350 milhões de pessoas, a mais rica e poderosa do mundo, e a maior potência bélica da história da humanidade fica fazendo provocaçõezinhas baratas com seu adversário estratégico, para isso usando outra nação com mais de um bilhão de almas.
Realmente, você acha que estratégia e diplomacia são feitos no tabuleiro de “War”??? Que Barack Obama, a CIA, a NSA etc., etc., etc., estão todos jogando joguinhos de guerra?
Cidadão, não existe “provocação” em diplomacia! Nações não se “provocam”. Nações mandam MENSAGENS umas às outras.
A MENSAGEM dos EUA à China foi clara: “estamos te cercando pelo leste e pelo sul. Fique no seu próprio quadrado”.
Muito burros teriam sido os chineses de, ao invés de se aproveitarem disso e fazerem o mesmo com os EUA, apoiando o ingresso do Brasil e a reforma do CS da ONU, reforma esta que – até eles sabem – será inevitável mais cedo ou mais tarde, entrarem em “obstrução”, vetando qualquer discussão sobre o tema, e fazendo um adversário ao mesmo tempo (nós).
A MENOS QUE, evidentemente, tenham chegado à óbvia e ululante conclusão de que, para eles chineses, ter a Índia e o Japão no CS da ONU é muito mais preocupante do que para os EUA ter o pobre, inofensivo e nada confiável Brasil.
Viu como é fácil entender as coisas usando apenas os fatos e a lógica? 😉
“Aliás, se eu fosse indiano, preferiria não receber este apoio”.
Ah sim, claro… posso até imaginar uma ou duas boas razões para se rejeitar o apoio explícito da maior potência econômica e bélica do planeta…
Mas como MA não se escreve em hindi, os hindús estão bastante contentes com o apoio explícito da administração americana aos seus projetos de potência.
Ainda que tenham que fazer o papel de faca na garganta da China, papel este que, ademais, já fazem espontaneamente, como aliás não poderia deixar de ser por sua pujança e tamanho.
Senhores
Numa comparação simplista, a China e a Russia (e talvez a India) têm uma visão imperial similar a romana, em suas relações com o resto do mudo, pela sua história (milenar para a China e India) e pela forma como se envolve e trata com os países em sua área de influência.
Os EUA, assim como os europeus (exceção talvez da Alemanha de Hitler e do Império Britânico no fim da era vitoriana até a IGM), tem uma visão mais mercantil (modelo Cartago, talvez) visando mais as vantagens comerciais do que o estabelecimento de uma relação de poder de país central com o país vassalo. Isto e tão verdade que os países europeus se desvencilharam rapidamente de suas colonias quando viram mais vantagem nisto. Um império tem um sentido de posse e de imagem mais forte e não faria isto tão facilmente.
Dentro desta visão, é e será diferente o trato da China com os países de sua área de influência do trato dos EUA com os países influenciados por ele. Será do império com um país vassalo enquanto os EUA estão sempre mais focados nas vantagens econômicas da relação. Dirão os senhores, mas sempre haverá a busca de vantagens; é vero, porém para os EUA as coisas podem mudar conforme o rol de vantagens econômicas mudem e a China raciocinará primeiro sobre o papel de cada um na relação (a subordinação é prioritária) e depois nas eventuais vantagens econômicas.
Concordo quanto a abordagem que a Africa é o alvo preferencial e mais vantajoso para a China, porém há variáveis não controladas que podem prejudicar os resultados desejados na Africa, tais como a presença no caminho da India que também terá que se movimentar neste jogo para garantir seus interesses (a India está bem mais próxima da costa leste africana que a China). E a Europa, como citado anteriormente tem interesses e relações estabelecidas com a Africa.
Há, ainda, o problema climático já em andamento, vide a situação do Sudão e de outros países da borda do Saara, onde está havendo um movimento migratório contínuo conforme o deserto avança para o sul. Isto tem sido um dos fatores da atual situação de Darfur, onde grupos populacionais da região mais próxima da borda do deserto estão atacando populações com terras que ainda permitem sua subsistência. Estes conflitos estão ocorrendo mais pelo domínio de terras melhores para a agricultura e pastoreio do que por razões políticas e menos ainda ideológicas. É a velha luta pela terra.
Assim, como medida preventiva, os chineses, além de sua política mais agressiva na Africa, estão buscando fincar o pé na América do Sul de modo a ter alternativas para seu crescimento.
Quanto a China ter um comportamento mais ameno pela sua entrada na OMC, isto é duvidoso pois sua política agressiva tem se mantido constante, tendo até se radicalizado após a crise de 2008. Temos que entender que a China tem uma política de império e dentro desta política todas as ferramentas e táticas são úteis para chegar aos objetivos, não havendo nenhum motivo para o respeito as regras se estas não lhes forem favoráveis. Este é um comportamento tipicamente imperial onde o juiz da validade das ações é a própria autoridade do império e a sua vontade é a lei. Observe-se, aliás, que regras e leis para nortear as relações entre os países é uma inovação recente na história humana e não há nenhum fator coercitivo que possa limitar o poder de uma potência a não ser a pressão de outras potências. Se não houver esta pressão, as leis e regras são solenemente ignoradas (mesmo entre os países periféricos e nanicos).
Quanto aos EUA procurarem conter a China estabelecendo um cordão de países ao seu redor com poder e influência (India, Vietnã, Japão), isto é natural; porém os governos americanos não conseguem manter uma política que lhes cause desgaste por muito tempo, haja visto o Iraque e o Afeganistão. O Tio Sam tem a maior capacidade militar do planeta, porém, pelas amarras internas de sua cultura, não consegue transformar isto em controle sobre países periféricos; falta-lhe a visão imperial dos romanos.
A China conta e tem jogado com isto. Observe-se que o Tio Sam tem feito pouco para limitar a expansão chinesa na Africa e America do Sul; Mais, tem colaborado com isto visando vantagens econômicas.
Como citado anteriormente, os EUA não tem um planejamento a longo prazo (como a China) e os seus líderes estão focados nos problemas internos, o que tem influenciado de maneira muito negativa seus resultados externos (veja-se as diretrizes operacionais das guerras no Afeganistão e Iraque; piores que as do Vietnã, onde o Tio Sam já passou por um grande vexame).
Quanto as chances do Brasil no CS, creio que isto não tem grande importância para a China a longo prazo, que vê, aliás como a própria Russia, o CS e a própria ONU como uma ferramenta a ser usada e não como algo a ser respeitado. A ONU é importante para os países pequenos, pois é a única (precária) garantia destes contra os grandes, porém sua existência depende basicamente dos EUA e da Europa que financiam grande parte de seus custos e respeitam (em termos) suas decisões. O resto dos países, aí se incluindo a China e mesmo o Brasil, a verem como um recurso a ser usado quando lhes convém. A questão do CS é importante, hoje, para China, porque não lhe convém diluir o poder que o CS dispõe e, quanto ao Brasil, não lhe interessa que ele ganhe proeminência visto que este não é o papel desenhado para ele no planejamento chinês (ou russo, ou americano ou europeu, em geral); Porém, na etapa seguinte, quando a China estiver melhor posicionada e como superpotência, o CS e a ONU serão, mais claramente, meras figuras de fundo de um teatro para os povos e não atores importantes a serem considerados e respeitados.
Lembrem-se: estamos falando de um império.
Sds
Control disse:
1 de junho de 2011 às 14:18
Iria fazer uma abordagem bem parecida sobre a diferença dos ‘impérios’ EUA e China, mas é totalmente desnecessário.
Explicou de forma bem clara as diferenças.
Principalmente a parte em como a China usa as ‘auto-limitações’ dos EUA nas atitudes que este toma ou deixa de tomar.
A grosso modo agente pode falar o seguinte.
Os EUA desrespeitam as regras? Sim. Se auto-impõe limites no seu jogo estratégico (tem amarras culturais)? Sim.
A China desrespeitam as regras? Sim. Se auto-impõe limites no seu jogo estratégico (tem amarras culturais)? Não.
Filosofias de impérios bem diferentes. Querer igualar os dois é bem insensato. É fechar os olhos para os fatos.
“O Tio Sam tem a maior capacidade militar do planeta, porém, pelas amarras internas de sua cultura, não consegue transformar isto em controle sobre países periféricos; falta-lhe a visão imperial dos romanos.
A China conta e tem jogado com isto.”
Perfeito.
No final das de todas as considerações, e como disse, por mais que se tente aliviar a China, vamos ver de fato, como disse o Vader, que as mandíbulas do dragão são bem mais doloridas que as garras da águia.
Só uma questão não concordei.
“…os EUA não tem um planejamento a longo prazo (como a China) e os seus líderes estão focados nos problemas internos…”
Hoje é fato eles tem bastantes problemas internos, mas dizer que não tem planejamento de longo prazo, acho muitíssimo improvável.
Talvez por não vermos atitudes tão “romanizadas” (como vc disse) dos EUA, como faz a China, pensamos que estejam sonolentos. Mas eles têm sempre um coelho na cartola. Quem viver verá.
Sds.
Pronto! Lá se foi o alto nível de discussão. Uma pena….mas as novas regras de inclusão obrigam a convivência com a diversidade (como os portadores de síndrome de tourette). Mas deixemos de lado as ignorâncias e continuemos com o debate saudável e respeitoso entre adultos.
Quanto à comparação China e EUA, eu vejo os EUA atuando militarmente com muuuuuuuuuito mais frequência do que a China…..apesar da mencionada resistência cultural. Se Taiwan fosse inimiga dos EUA, talvez fosse tratada como um Iraque, Vietnã, Afeganistão, etc…
Portanto, vejo os EUA muito mais próximos de Roma do que a China. Do contrário, façam o favor de citar recentes intervenções militares chinesas de proporção considerável fora do seu território.
Sobre desrespeito a organismos internacionais, vimos uma solene desconsiderãção da ONU pelos EUA na invasão do Iraque, utilizando-se de “provas” ridiculamente forjadas (cadê arma de destruição em massa??????? cadê a CIA, a NSA???????).
Neste contexto, ninguém é santo e ninguém é puramente mal intencionado. Todos disputam o poder com as armas de que dispõe. A China é bastante agressiva em sua estratégia de expansão. Os EUA são bastante agressivos na sua estratégia de manutenção do poder. A diferença é que o último tem recorrido às armas com uma frequência infinitamente superior.
Marco Antônio disse:
1 de junho de 2011 às 15:30
Opa Marco, a China ainda não tem meios de contra-balancear militarmente os EUA.
O prórpio general deles afirmou isso no pentagono esses dias, o Marine postou por aqui.
Até uma intervenção externa fica ruim pra eles. A maquina de guerra deles não tem a mesma logistica do EUA e meios e tudo mais. Não tem como se aventurar.
Enfim a questão seria então o seguinte. Quando eles estiverem pau a pau, com uma força expedicionária, força bruta, igual os EUA, no mínimo, ou se eles estivesse no lugar dos EUA, como seria o tratamento deles?.
Militarmente haveriam intervenções, claro.
A diferença é que eles não precisariam ser atacados com uma bomba nuclear em Pequim, ou ter algum retorno econômico para intervir em algum local. Além do mais, após intervenção, em conformidade com o Control, haveria uma ligação maior de dependência com o controle central.
Como podemos afirmar isso? Pela filosofia de império deles, pelo tratamento interno aos seus cidadãos e tudo mais. Todo o conjunto da “ópera” aponta para isso.
E o 1Afeganistão, 2Iraque, 3Vietnã? De forma grosseira, motivados por 1afronta a soberania, 2inimizade declarada se tornando uma dor de cabeça/obviamente viés economico, 3Política Estratégica.
Em alguns dos casos, a população responde ou ficou politicamente subserviente a Washington a qual exerce um controle central impondo o que deve ser feito a essas populações? Obviamente não.
“Ficaram dependentes economicamente.” Certo, a população pode definir seu caminho, seus governantes e suas relações com vizinhos? Elas hoje podem tem a liberdade de pressionar seus governantes igual nós temos. Sim. Basta que elas sejam maduras e queiram isso. Essa liberdade elas têm.
Ora, isso são fatos, é latente a todos nós, todos os dias em todos os meios de comunicação, não são conspirações.
Por isso o militarmente ativo EUA, é bem diferente da silenciosa China, nem por isso sendo, como falei, uma atitude mais “romana”. Não tanto como a China seria/será.
Sds.
Excelente comentário caro Control.
Ótima complementação prezado Luiz Paulo.
Sds.
Marco Antônio disse:
1 de junho de 2011 às 15:30
“eu vejo os EUA atuando militarmente com muuuuuuuuuito mais frequência do que a China” e “Do contrário, façam o favor de citar recentes intervenções militares chinesas de proporção considerável fora do seu território”
Para as duas questões serve o Tibete???
Ou você vai usar o argumento do Partido Comunista Chinês de que o Tibete é “parte do ancestral território chinês”???)
Os chineses não intervem nada porque NÃO PODEM. E não podem porque ainda tem seus problemas e inimigos internos, e porque o Tio Sam mantém aqueles B-2, F-22 e um Classe Nimitz logo ali, no Japão.
Porque o dia em que puderem, o dia em que suprimirem seus inimigos internos, e o dia em que “uzyanque malditu forem pra casa” eles o farão, como aliás fizeram ao longo de toda a sua milenar história.
Pergunte pra qualquer vietnamita, mongol, coreano, japonês ou indiano o que eles acham da China e do povo chinês. A resposta poderá surpreendê-lo.
Quanto aos EUA, estes não mantém “colônias” ocupadas militarmente em nenhum lugar do mundo, como faz a China no Tibete há SESSENTA E UM anos!
Luiz Paulo disse:
1 de junho de 2011 às 16:24
Concordo com a diferença latente entre os poderios militares de China e EUA, Luiz Paulo. Só não tenho o costume de fazer prognósticos precisos sobre como acontecerão eventos futuros que nem se sabe se ocorrerão. Prefiro falar da realidade, do que acontece e do que vem acontecendo no passado recente. Projeções, sejam elas baseadas em qualquer argumento, são suposições. No meu entendimento, não se equiparam a fatos consumados. Pode ser esta a nossa discordância. Uma análise lógica, desprovida de emoções, não permite comparação de suposição com fato.
Você até pode construir cenários prospectivos, mas não deve, segundo a lógica, falar dos mesmos como fatos.
Marco Antônio disse:
1 de junho de 2011 às 17:17
Desculpe se ficou como fato consumado minha projeções chinesas. Obviamente não podemos advinhar o futuro.
Mas onde há fumaça, há fogo, não?
Trabalhamos sempre com prospecções. Cenários futuros. Enfim todo governo/nação que se preze, deve ter planejamento.
É suposição? Claro, porém trabalhando com o que temos hoje, ou seja quanto mais conhecemos as peças do jogo, o modo de agir de cada uma, mais podemos fazer um cenário próximo a realidade, não?
Em se conhecendo as “peças chinesas”, o modo de agirem, podemos fazer o mesmo.
A não ser que esteje em andamento um grande plano para reverter o pensamente chinês atual, seja um golpe, ou alguma pessoal do alto escalão infiltrada, que fará um reviravolta no futuro, não teremos um cenário muito diferente do que vemos.
Claro existem os milhares de por menores, mas no geral não estariamos longe.
Assim creio, trabalhamos todos os dias. Com os prognósticos.
Pela árvore se conhece o fruto. Ou pelo fruto se conhece a árvore, enfim. Simples assim.
Sds.
Completando.
Os fatos de hoje, apontam para o que podem ser fatos futuros. Levando isso em conta nas prospecções, não ferimos a lógica.
Minhas colocações não são puramente achismo, tem o mínimo de baseamento lógico com as peças que temos hoje.
Fazer prognósticos miraculosos sem levar em conta os fatos de hoje, aí sim, é faltar com a lógica e bom senso, creio não cheguei a esse ponto.
Sds.
Pronto, o ultimo post do Vader mostrou bons exemplos, como a China e o Tibete.
Bons exemplos como os outros povos veem eles. Usando a história, os fatos como conhecemos e são de conhecimento publico.
Acrescentaria Taiwan.
Pergunto, pq será que Taiwan não faz questão de ser integrado a China? Ou ainda, resta alguma dúvida de que se não fossem os EUA, Taiwan já estaria em domínio chines? Esse domínio seria diferente de como fazem no Tibet?
Fazer essa prospecção não é faltar com a lógica.
Um outro exemplo.
“Irã quer riscar Israel do mapa.”
Isso é achismo? Não, o lider deles falou para o mundo todo com todas as letras. Inclusive que o holocausto é uma invenção.
Outro.
“O capitalismo acabou com a vida em marte.” Ou “Os EUA causaram o terremoto do Haiti.”
Nosso amigo venezuelano disse isso. Está registrado, basta procurar. Frases loucas, mas ele disse, é um fato que disse.
Agora.
“Hoje, os EUA querem invadir o Brasil”.
Que fatos podem subsidiar essa afirmação? Que atitudes os EUA tomam, ou tomaram no passado?
“Eles iriam invadir o Nordeste na segunda guerra caso não entrassemos do lado dele”. Certo isso é um fato histórico. Tem documentos mostrando isso.
Agora, hoje? Nenhum. 4ª frota? Vão pegar nosso pré-sal e por debaixo do braço?
Enfim são alguns exemplos do que falam por aí, vc bem sabe, alguns com fundamento, outros não.
É só pra ilutrar mais ou menos que minhas prospecções não são absurdas, rs.
Sds!
Luiz Paulo,
Peço desculpas se não me fiz entender. Tentarei explicar.
Eu não disse que construir cenários prospectivos é um atentado à lógica. Tampouco disse que se trata de “achismo”. Achismo é dizer algo sem subsídios. Eu, claramente, qualifiquei a sua opinião como “construção de cenário prospectivo, o que significa que, com fundamentos, uma teoria foi construída.
O que eu disse e reafirmo é que equiparar uma prospecção, uma possibilidade, uma projeção de evento futuro e incerto com uma fato consumado, isso sim, fere a lógica. Comparar fatos presentes e de um passado recente com uma prospecção é inconcebível.
Construir cenários prospectivos e preparar estratégias para enfrentar ameaças potenciais é fundamental em qualquer planejamento estratégico. Com isso eu concordo plenamente.
Outro esclarecimento que me parece necessário, é que a menção aos EUA não trata-se de antiamericanismo. Foi feita pelo simples fato de ser, hoje, o único país com capacidade de atacar em qualquer lugar, qualquer país.
Excelente aula de politica internacional, parabéns a todos, excelentes comentarios !
Bom meu governo me transmitiu a seguinte opinião sobre essa briguinha entre Brasil ( que em Moscou sequer sabemos onde fica) e os chineses ( nosssos melhores clientes) :
Que o Brasil mande carne a preço barato. Que compre mais Mil-mis 35. Que venda alguns blocos de petroleo para nossas empresas petroliferas.
Que a China importe ainda mais petroleo ( vamos ganhar uma grana)e pare de copiar nossos sukhois, que coisa mais anti-etica !! Que coisa mais feia !! Copiar nossos orgulhosos SU 35 ?? que absurdo !! Vão copiar nossas matrushka tambem ???? com bonequinhos do mao-tsé-tung ????
Quanto ao CS, apoiamos a India e não o Japão, que fica brigando por causa das Kurilas conosco. O Brasil, ao que entendemos, não tem maturidade politica para dizer efetivamente NÃO aos EUA e portanto não é vantagem bota-los no CS.
De resto, queremos que todos mandem dinheiro para cá e comprem nossos equipamentos militares !! mandem empresas para Skolkovo , de resto podem se matar, já que nossa preocupação no momento é parar os oito milhoes de abortos que ocorrem na Russia anualmente, e estamos pouco ligando para aventuras imperiais… estamos velhos demais para isso.
SDS
Diretamente do Kremlin
🙂
Marco, os EUA NÃO TEM CAPACIDADE para atacar Russia ou China sem levar resposta mortal.
da mesma forma que China ou Russia nao podem atacar os USA sem impunidade, ou China atacar Russia sem resposta.
EUA, Russia e China são poderosos demais para serem atacados ou invadidos.
Wagner disse:
2 de junho de 2011 às 9:44
Diante do seu comentário, com o qual concordo, refaço o meu texto, tentando, desta vez, expor com clareza a ideia que quis passar no meu comentário:
Os EUA são o único pais capaz de atacar por um periodo considerável, um pais distante. China ou Rússia não têm capacidade de intervir como fizeram os EUA no Iraque, no Vietnã ou no Afeganistão, à milhares de quilômtros de casa.
Wagner disse:
2 de junho de 2011 às 9:44
(continuando) Com isso quero dizer que usei os EUA como parâmetro pq é o único parâmetro real. Não posso imaginar como seria se China ou Rússia tivessem esta capacidade e comparar com os EUA, que a têm. Não posso comparar uma ocupação do tibete e comparar com uma ação no Iraque. Poderia se os EUA tivessem ocupado o México ou o Canadá. Mas, no fundo, o que ocorre é que eu falo uma coisa e tem gente que entende outra, pq existem respostas preparadas para defender os EUA por parte de quem não deveria ter a honra de ser considerado brasileiro. Aqui existem comentaristas-torcedores de paises e ideologias estrangeiros. Não é o caso do Luiz Paulo, por exemplo, com quem se pode ter um debate saudável, nem o seu caso.
Wagner disse:
2 de junho de 2011 às 9:39
“O Brasil, ao que entendemos, não tem maturidade politica para dizer efetivamente NÃO aos EUA e portanto não é vantagem bota-los no CS.”
Deve ser porque, quando se diz não, aparecem vários “imaturos” dizendo que eh coisa de comunista, de anti americano, teoria da conspiração, etc…
Se alguem diz que os EUA tem capacidade de ação militar global e vem exercendo no presente e no passado recente, imediatamente aparecem pra dizer que eh um absurdo cogitar uma invasão do Brasil pelos EUA (eh um exercício de distorção da realidade que beira a esquizofrenia)….chega a ser ilário.
correção – “hilário”
Marco Antônio disse:
1 de junho de 2011 às 22:25
“Comparar fatos presentes e de um passado recente com uma prospecção é inconcebível.
Construir cenários prospectivos e preparar estratégias para enfrentar ameaças potenciais é fundamental em qualquer planejamento estratégico. Com isso eu concordo plenamente.”
Marco, como faço prospecções futuras, ou como uma nação/governo faz planejamento? Nnão é baseado em fatos do passado e do presente? Não é conhecendo como determinada peça se comportou no passado e se comporta no presente?
Ficou meio esquisito. Conhecer o passado e o presente é fundamental para nos prepararmos para um futuro.
Marco Antônio disse:
2 de junho de 2011 às 11:36
Marco, o fato de o único país com capacidade global de ação militar seja os EUA, e que ele não tenha invadido o México ou Canadá, não quer dizer que não possa ser comparado a China no Tibet, ou Taiwan, se fosse o caso.
Toda ação militar tem por traz um modo de pensar de um povo/governantes, sobre o motivo da ação, a ação própriamente dita, e o pós ação.
Isso é inseparável, suas atitudes são reflexo do pensar.
Nesse caso pode se comparar, não a ação em si, pois eu parti da base de que a China estaria no lugar dos Eua, ou teria um poder igual para igual, mas também dos motivos, da ação própriamente dita e o que fazer no pós ação.
E foi isso que fizemo. Foi isso que Control mostrou, e eu e o Vader.
Volto a falar. Conhecendo como conhecemos a China seu modo de pensar e o que vemos de suas atitudes, no passado e no presente. Veríamos ações diferentes da do Tibet, fosse qual fosse a nação a ser invadida (lembre-se, motivo, ação em si, e pós ação)?
Chegamos a conclusão, a forma dos EUA em relação a China é totalmente diferente.
Marco Antônio disse:
2 de junho de 2011 às 11:42
Ainda levando em conta os parametros que concordamos pelo menos em parte acima nos posts anteriores, sua afirmação da invasão no Brasil:
“Se alguem diz que os EUA tem capacidade de ação militar global e vem exercendo no presente e no passado recente, imediatamente aparecem pra dizer que eh um absurdo cogitar uma invasão do Brasil pelos EUA (eh um exercício de distorção da realidade que beira a esquizofrenia)….chega a ser ilário.”
fica meio contraditória, pois vc novamente esquece motivo da ação, modo da ação em si, e o pós ação, esquece basicamente as “amarras culturais” dos EUA,forma de pensamente de todo um povo/governantes as quais a China por assim dizer não tem, nesse quesito (ação global).
Esquece também os fatos históricos e os presentes.
Pois na história vemos que houve a possibilidade sim, dadas as condições, e hoje que é improvável, dadas também as condições. Não somos o Afeganistão, Iraque ou Vietnã.
O que conhecemos do modus operanti dos EUA não dá base nenhuma, não aponta para um cenário onde haja uma invasão aqui. Volto a lembrar, levando em consideração as “amarras culturais”. Totalmente diferente da China.
Vc diretamente esta criando um cenário improvavel, levando em conta os fatos historicos e presentes
Aí, vc está ferindo um pouco a lógica.
Dizer que é altamente improvavel que os EUA invadam o Brasil, não é faltar com a lógica ou com os fatos.
Dizer que é altamente provavel, é desconsiderar a lógica, os fatos, enfim desconsidera todo aquele contexto que falei do modus operanti, modo de pensamento um povo/governantes que vemos fazendo com que a possivel invasão não se aplica a nós.
Sds.
Marco Antônio disse:
2 de junho de 2011 às 11:36
“o que ocorre é que eu falo uma coisa e tem gente que entende outra”
Muito ao contrário meu caro, as palavras tem sentido. Então de duas umas: ou V. Sa. não sabe se expressar, e aí é caso de voltar pra escola, ou quis dizer exatamente o que disse; e aí não é o caso de reclamar com os outros…
“pq existem respostas preparadas para defender os EUA por parte de quem não deveria ter a honra de ser considerado brasileiro”
Não meu caro, não são respostas preparadas. O que ocorre é que já debati tanto com antiamericanos como você que já sei como destruir um por um dos seus argumentos estapafúrdios: nenhum deles consegue fazer o menor sentido e, quando confrontados com os fatos e a lógica elementar, se revelam pueris, quando não de má-fé.
E essa história de ter “honra” de ser brasileiro é de um pachequismo retrógrado e ridículo. “Honra” de que? Do carnaval? Da beleza natural? De ser pobre? Das mulheres? Do futebol? De se achar muito “ixperrtu”? Oras, tenha santa paciência…
Gente é gente em qualquer lugar, e o brasileiro não é melhor do que nenhum outro povo (também não é pior, diga-se a bem da verdade).
Por outro lado, fiz e faço minha parte, como brasileiro, muito mais do que muitos outros que aqui frequentam. Servi minha pátria, quando muitos outros não o fizeram (alguns por covardia pura e simples). Já fui mesário em diversas eleições. Fui filiado a partido político. Pago meus tributos. Ajudo com meu trabalho muita gente pobre que não teria como ter acesso à justiça. Vivo aqui, e não no estrangeiro. Ou seja: sou no mínimo tão brasileiro quanto qualquer outro, de maneira que ninguém, mas muito menos você, tem o direito de julgar se devo ou não ser considerado brasileiro.
Então, muito cuidado antes de apontar o dedo e dizer que esse ou aquele não deveria ter a “honra” de ser chamado brasileiro. Você não sabe exatamente com quem está falando…
“Aqui existem comentaristas-torcedores de paises e ideologias estrangeiros”
Claro que existe. Veja o Wagner por exemplo: ele “torce” para a Rússia, escancaradamente, e não faz questão de esconder isso de ninguém. E todo mundo sabe disso, e o deixa em paz com suas convicções.
Porque não poderia eu ou qualquer outro “torcer” para os EUA, para a França ou para a Namíbia? 😉
Será que só você pode “torcer” para quem quer que seja? Ou será que “torcer” CONTRA os EUA pode, torcer a favor não?
Mas o fato é que não “torço” pelos EUA coisa nenhuma.
Torço é para que o Brasil seja melhor que os EUA um dia, para que tenhamos a mesma liberdade política e individual, a mesma pujança das instituições democráticas e a mesma riqueza material. Mas sem imitar os péssimos ranços e problemas que aquele país tem (não preciso enumerá-los).
Mas enfim, pense você o que quiser. Já deixou claro com suas palavras ser mais um teleguiado do antiamericanismo. Mais um “maria-vai-com-as-outras” da legião que infesta a internet. Mas um do “consenso” para quem a discordância tem que ser suprimida.
Mas não irás me calar, parceiro.
Senhores
O início do debate deve-se ao bloqueio da China as pretensões do Brasil e de outros países em ampliarem o número de membros permanentes do CS.
Entendo que esta atitude da China fundamenta-se em sua natureza e em sua estratégia para voltar a ser o que era na antiguidade: o Império do Centro.
Naturalmente ao buscar se caracterizar esta natureza e explicar sua lógica de ação, obrigatoriamente surgem ilações e estimativas sobre o futuro próximo, o que não é mau pois nos permite exercitar os possíveis cenários futuros. Entendo que isto enriquece o debate e creio que ninguém entende estimativas como fatos.
Por outro lado, a ação da China na Africa, a expansão de seu poderio militar, inclusive com equipamentos para a projeção de seu poder a nível global, são fatos e não ilações. Isto, bem como as reações que já se fazem sentir em outros países, o recuo da economia européia e a redução de seu poder militar e a atual tendência americana de reduzir sua presença militar planejando sair/saindo do Iraque e do Afeganistão e fugindo de um papel mais ativo na Libia são fatos claros.
A somatória destes fatos dão um resultado, do qual pode-se tirar algumas conclusões, inclusive sobre a posição do Brasil e as suas possibilidades em ser aceito como membro permanente do CS (improváveis no status quo atual) e da sua posição frente aos grandes jogadores da geopolítica no futuro próximo (Brasil Potência ????? – Preocupante).
Quanto as ações militares dos EUA versus as ações militares da China, divergem em quantidade sim, mas também divergem em natureza. Os EUA tem estado em conflito quase que permanente desde a IIGM, mas pode-se se ver pelo histórico que suas intervenções tem tido um aspecto mais ideológico, na primeira fase (até o Vietnã) e mercantil na segunda (Iraque) do que defesa de uma posição imperial. Os EUA não lutaram para manter uma região subordinada a eles mas sim por sustentar uma ideologia (independência da Coréia do Sul) ou suprir uma necessidade econômica (petróleo no Iraque) A China desde a IIGM agiu firmemente no intuito de manter a sua posição e sua area de influência, casos do Tibete (enquadramento de um país vassalo) e do Vietnã (punir desaforos). Cabe ressaltar que povos tem referências éticas mas países tem apenas interesses.
Quanto ao CS e o poder militar, foi bem lembrado pelo Wagner, o fator nuclear. Os participantes do CS tem este poder em maior (EUA) ou menor grau (GB e França). Estes países, por disporem deste poder tem, pode-se dizer, um seguro contra pressões excessivas de outros com poder assemelhado, coisa que o Brasil certamente não tem, o que o coloca, participante do CS ou não em desvantagem.. Cabe a ressalva que num conflito por controle de terras para agricultura o uso do recurso nuclear é um tiro no pé pelo estrago que gera no ambiente, porém num conflito em que estiver em jogo a posição de uma destas potências, o uso do recurso das armas nucleares não pode, em sã consciência, ser descartado.
Sds
Aproveitando os bons comentarios
O Japão, no inicio, encomendou a classe Kongo, e depois produziu os tres irmaos dele. Fez engenharia reversa, mas aprendeu a construir navios, na época, razoaveis. Depois da classe Kongo, vieram outros grandes, como a classe Mutsu, por exemplo.
Ou seja, o que a China está fazendo é uma idéia, copiar primeiro, para depois inventar. O Irã, em escala bem menor, faz o mesmo.
Pode um corpo de engenheiros desenvolver armas proprias, posteriormente, a partir da experiencia em copiar os gringos ?
O Japão conseguiu, aproximou-se bastante dos ocidentais. Vejamos a China.
me falaram que os engenheiros chineses carecem de iniciativa e criatividade, eles atuam mecanicamente e tem dificuldade para pensar para resolver problemas.
mas pode ser só uma questão de falta de experiência.
Ate mesmo o J 20, como alguem aqui disse, é na verdade um MIG 1.44 disfarçado. Não está ruim, para quem nunca produziu um caça stealth antes. Mas se a China quiser superar India, Russia e EUA, vai ter que criar o proprio parque tecnologico. Dinheiro e numeros eles tem. Falta se desenvolver de uma vez. O que pode levar… sei lá ! 10 anos ? 30 ?
Dizem que eles vão chutar todos os gringos um dia quando se sentirem confiantes o suficiente para projetar e construir seus proprios lap-tops…
resta aguardar…