MAP II da KADDB
Os transporte de tropas blindados leves, como o Striker americano, tem a função de transportar tropas até a frente de batalha onde desembarcam e passam a usar o terreno para avançar e lutar. Os transporte blindados leves não foram projetados para as tropas lutarem de dentro do blindado pois são muito vulneráveis as armas anti-carro.
Ao serem usados em conflitos de baixa intensidade, como o Iraque e Afeganistão, os blindados leves sofreram muito pois os contatos eram próximos e eram muito vulneráveis as minas e explosivos improvisados. A resposta foi usar os blindados resistentes a minas (MRAP).
Os Carros de Combate também foram usados com sucesso devido a grande blindagem, poder de fogo e precisão. A dissuasão era a melhor arma para prevenir ou terminar combates.
Os israelenses também tiveram uma péssima experiência com os seus M-113 durante a invasão do Líbano em 1982 e a ocupação posterior. A resposta foi criar um transporte de tropas blindado pesado que resultou no Achzarit baseado no T-55. O Acharit entrou em operação em 1989. O transporte de tropas blindado pesado israelense mais recente é o Nemer baseado no Merkava. Outros países copiaram a idéia com os russos em 1997 mostrando o BTR-T baseado no T55 e em 2001 os Jordanianos mostraram o Temsah baseado no Centurion.
Os transporte de tropas blindados pesados usam o melhor dos dois mundos. Tem a proteção necessária para as tropas lutarem de dentro do veículo, avançando direto até a posição inimiga, e a ação dissuasiva dos Carros de Combate, mesmo sem ter todo o poder de fogo necessário.
Em 2010 a empresa jordaniana King Abdullah II Design and Development Bureau KADDB mostrou o MAP II (Multipurpose Armour Platform). O MAP II é um blindado de transporte de tropas peso pesado baseado no carro de combate Tariq (Centurion). O MAP II foi equipado com torreta de armas de controle remoto e pode ser armado com mísseis e metralhadoras. Pode levar 13 tropas equipadas que usam uma porta em concha na frente e outra na traseira para entrar e sair do blindado.
Interessante conceito.
Muito interessante sim, mas ficam algumas dúvidas. Um carro que tem dimensões aparentemente avantajadas, não teria problemas de mobilidade em centros urbanos? Lembro que umas das grandes vantagens do M113 é ter mobilidade em função das suas dimensões externas.
A penúltima foto não parece ser do mesmo carro apresentado na matéria. Observar o tipo de entrada, o formato do compartimento e a disposição dos assentos.
O carro de origem (Centurion) tem o seu trem de força na parte traseira, e a foto demonstra o contrário.
Outro questionamento: sendo a saída maior na frente do veículo, não exporia a tropa a ser desembarcada ao fogo inimigo? Sendo assim, teriam que utilizar as portas traseiras, bem menores.
Como todo conceito, é interessante sim, mas na minha opinião apresenta algumas limitações. Mas, qual dos VBTP não tem limitação, não é mesmo?
O END não quer estimular a industria nacional de defesa? Tai um bom destino para os Leo1-A1…
Contrata uma bernadini da vida para transformar os Leo A1 em transporte de tropas…
O MAP pode ser largo, mas um Piranha ou Guarani são bem mais longos e não tem capacidade de girar no próprio eixo como os blindados de esteira.
Por outro lado, o cenário urbano é ainda mais arriscado para blindados leves e a capacidade de sobrevivência de um blindado pesado faria falta. Como exemplo temos os combates em Grozny onde apenas os T-72 conseguiam sobrevier aos RPG-7 e os BMP sendo dizimados.
A foto interna parece realmente ser do MAP I que tinha porta posterior unica e motor frontal.
A tropa fica sempre exposta assim que saí do veículo e não importa se é por tras, dos lados, de frente ou por cima. Basta manobrar para conseguir uma posição inicial vantajosa como proteger a saída da direção do inimigo ou usar outro blindado como proteção.
G-LOC
Achzarit:
(http://www.israeli-weapons.com/weapons/vehicles/armored_personnel_carriers/achzarit/Achzarit.html)
Ao invés de reformarmos nossos M-113, poderíamos reformar os Leo 1A1BE, seriam blindados mais adequados p/ compor c/ os Leo 1A5.
Estou achando este carro uma verdadeira engenhoca.
Isto no pior sentido da palavra.
Ha alguns anos atrás o Escritório de Projetos King Abdullah II, da Jordania, apresentou um projeto de VBTP sobre lagartas denominado: AB 14 Tensah.
O Tensah foi desenvolvido a partir do Tariq (Centurion), com o motor e a transmissão montados na frente, deixando uma grande porta traseira para uso da tropa embarcada.
Pelas fotografias no começo deste post dá a impressão que no MAP II o motor foi mantido na posição original (traseira), com uma especie de tunel lateral ao motor (como no Achzarit) para a tropa embarcada, sendo que na frente existe uma outra entrada/saida também para tropa.
Gostaria muito de uma opinião de Marine sobre este veículo.
Por mim está reprovado.
Bacchi
BTR-T:
(http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=13&ved=0CGMQFjAM&url=http%3A%2F%2Fwww.enemyforces.net%2Fapc%2Fbtrt.htm&ei=83DeTZaEOYibtwfp4t3uCQ&usg=AFQjCNGU6n3XwAD5GBHcHj0QWjXs0XpC-A)
AB 14 Temsah:
(http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=1&ved=0CBgQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.army-guide.com%2Feng%2Fproduct1687.html&ei=rnTeTeaoEMOBtgfQmpSDCg&usg=AFQjCNHLUvzRC4Vx8rX3n1FBG1d9V6uQeQ)
Namer, versões em chassis Merkava Mk-1 e Mk-4 e detalhes técnicos:
Lá pelo meio do texto, aparece a foto de um blindado “Nakpadon”, c/ acesso frontal.
(http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=6&ved=0CDMQFjAF&url=http%3A%2F%2Fwww.israeli-weapons.com%2Fweapons%2Fvehicles%2Farmored_personnel_carriers%2Fnamera%2FNamera.htm&ei=oXXeTfvwJNODtgfp5OT1CQ&usg=AFQjCNEdaiKm1YibvS0khNJwLosTWo4FVg)
Achzarit:
(http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=8&ved=0CEcQFjAH&url=http%3A%2F%2Fwww.israeli-weapons.com%2Fweapons%2Fvehicles%2Farmored_personnel_carriers%2Fachzarit%2FAchzarit.html&ei=1HneTfCvEsmWtwfO5fz5CQ&usg=AFQjCNFTzudswx913paU-EIGk3oXE-Qi9A)
Se serve como medida da integridade do design, um Achzarit foi destruído por ATGW na guerra do Líbano de 2006, 7 baixas.
Bacchi,
No minimo o veiculo emuito estranho. Primeiramente a porta frontal e na minha opiniao simplismente inutil. Nao ha infante no mundo que com 30kg de equipamento ira passar em algo tao estreito ou muito menos querer se arriscar passar por ali sobre fogo inimigo.
Outro problema de veiculos de lagarta em ambientes urbanos e seu alto ruido, eles facilemente alertam o inimigo com seu ruido unico e acabam sendo emboscados, ao inves de emboscarem, como muitos veiculos de roda como os Stryker por exemplo.
Como um APC, prefiro muito mais ir a frente de batalha em um Piranha ou Stryker ou ate mesmo MRAP do que algo como esse veiculo.
SF!
Parece que o pessoal não leu o texto. Em Grozny apenas os T-72 tinham chances de sobreviver enquanto os BTR e BMP eram dizimados.
Está discussão está muito estranha:
Muito estranho é um soldado sair de um veículo bem blindado para encarar uma posição inimiga conhecida, seja por trás, por cima, de frente ou do lado, ao invés de disparar de dentro do blindado, que é o objetivo dos transportes de tropas pesados, ou usar o armamento orgânico do veículo. Me faz lembrar uma das primeiras operações em Grozny. As tropas avançaram para o centro da cidade sem oposição e desembarcaram em uma praça. Os guerrilheiros locais foram se reuniram ao redor, atacaram e dizimaram as tropas e blindados. O buraco de saída não fez diferença nenhuma, mas evitar o buraco de entrada sim.
Mais estranho ainda é um um soldado com mochila e carregado sair com tudo isso direito para o combate. Imagino que em combate, durante um assalto a uma posição inimiga, eles deixariam as mochilas ou qualquer material extra nos veículos. Pelo menos os americanos faziam isso com as mochilas penduradas até do lado de fora dos veículos durante a invasão do Iraque. O problema é o mesmo dos helicópteros. As tropas levam a mochila no colo e só depois de desembarcar colocam nas costas.
Também é estranho este conceito de blindado silencioso. Não conheço nenhum silencioso. Emboscar alguém em cidade deve ser ainda mais difícil a não ser que estejam todos dormindo a base de soníferos.
Sempre imaginei que quem cria uma emboscada fica esperando o inimigo passar. Quando se avança até a posição inimiga isso é um assalto e não uma emboscada.
G-LOC
G-LOC,
O infante tem que estar preparado pra fazer tudo, seja disparar de dentro do veiculo ou ter que “dismount” e “locate, close with and destroy” o inimigo. Ate mesmo IFVs com calibres organicos de 30mm dismontam suas tropas para que elas possam atacar uma posicao.
So porque voce tem um veiculo de transporte pesado e bem armado nao quer dizer que sera possivel cobrir todas as missoes de dentro de tal veiculo. Existem inumeras ocasios em que a tropa tenha que desembarcar para “close with” o inimigo, seja um predio de varios andares, um “compound” inimigo ou ate mesmo uma edificacao que possa haver civis la dentro. Voce nao pode simplismente abrir fogo as cegas de dentro de sua blindagem so porque ali voce esta bem protegido. Essa mentalidade e muita passiva e em combate muitas vezes nao e desejavel.
Ninguem falou em mochila pra se efetuar o “closing with the enemy”. Citei apenas um peso e me referia a um infante hoje que tem que carregar kilos e mais kilos de body armor, placas SAPI e carregadores sem fim. Quem ja teve que combater assim sabe que mesmo o interior de um Humvee fica minusculo com tanto equipamento pessoal, quem dira uma escotilhazinha de um veiculo desse. Amigo ate eu com minha “cinturinha” (rsrsrs) de 30 polegadas vira mais de 40 com tanta tralha no colete. O cara simplsimente nao passa por portinha daquela.
Mais uma vez ninguem falou em blindado “silencioso”, citei apenas que os de lagarta fazem mais barulho. Agora e fato pra qualquer um que pode pesquisar o site do US Army Center for Lessons Learned por exemplo que veiculos sobre rodas como o Stryker fazem menos barulhos e foram capazes de emboscar e surpreender insurgentes em cidades como Mosul por exemplo. Nao sei se voce esta com a ideia na cabeca de um veiculo sobre rodas iria operar dentro de uma cidade com silencio total (se e que isso exista), mas em uma cidade com centenas de outros veiculos civis se movendo, buzinas de transito, radios altos e tudo mais que grandes metropolis possuam, um veiculo sobre rodas “mask” seu ruido com o resto dos carros e caminhoes nas ruas muito mais do que um veiculo sobre lagartas com seu ruido distinto.
Olha ninguem aqui o esta criticando mas tambem nao precisa ficar ofendido somente porque alguns outros comentaristas (que alias de peso como o Bacchi) nao gostaram ou ficaram impressionados com o veiculo da materia. Nao achar que o veiculo e seu conceito seja bom nao tem nada a ver com uma ofensa a sua pessoa.
Semper Fidelis!
Uma porta grande sempre é melhor, nem que seja para levar cargas ou macas, mas argumentos que a porta pequena não é problema ou problema grave:
– Israel usa e continua usando. A do Nemer continua sendo pequena, pelo menos estreita.
– As escotilhas no teto, como a do comandante, é pequena e não reclamam.
– Se tem dúvida então cria um mockup de madeira e testa com tropas carregadas.
No Strike, ao atacar uma posição inimiga, a tropa desembarca bem antes e o blindado fica a distância dando apoio de fogo. É a forma de se defender de armas leves por ser bem vulnerável. A tropa avança usando o terreno. No MAP, ou equivalente, a tropa avança no blindado que faz o papel do terreno. O desembarque é lá na frente com o alvo dominado, ou supostamente dominado. Imagino que podem colocar a porta dianteiro do blindado direto na porta de uma casa. O inimigo nem fica sabendo se entraram lá.
Não adianta citar vantagens de um Strike pois não foi criado para conflito de baixa intensidade e se deu mal no Iraque e Afeganistão. Blindado em combate urbano tem que ter proteção 360 graus, mais o teto e anti-minas. Não vai ficar leve, vai ter que usar esteira e um motor potente. Para comparar, os blindados e carros de combate focam a proteção em um arco de 60 graus para frente voltada para o inimigo. Em uma cidade nem interessa que lado fica a porta pois a ameaça pode estar em qualquer lugar.
Eu não me lembro de ter citado que fui ofendido, mas percebi falta de argumentação e sim desqualificação (geringonça). Se for discutir gosto é só lembrar que gosto não se discute.
G-LOC
G-LOC,
A escotilha do comandante nao e feita pra ele desembarcar de la como um infante e muito menos ele carrega o equipamento que um infante moderno hoje carrega.
Acho que quando voce se refere ao uso desses veiculos e quando a tropa desembarca, me parece que voce esta preso a ideia do uso desses veiculos (como no seu exemplo com os Strykers) em campo aberto – a la Fulda Gap dos anos 80.
No teatros urbanos atuais a tropa desembarca de um Stryker ou MRAP no mesmo quarteirao ou rua que o objetivo se encontra. O infante desembarca e ele mesmo e que tem que “dominar” o inimigo no objetivo. Nao existe por exemplo, tomar um edificio de dentro de um veiculo blindado.
Quando voce cita que o Stryker se deu mal no Iraque ou no Afeganistao, lhe digo que ate hoje nao encontrei um usuario dele que concorde com voce, alias apos terem “birdcage” instalados, os Stryker sao cheios de elogios e varios After Action Reports provam isso. Tambem nao digo isso so porque e um veiculo utilizado pelos gringos, suspeito que qualquer bom veiculo sobre rodas teria o mesmo sucesso, quer seja nosso Guarani ou um feito em varios outros paises.
Voce cita que blindado em combate urbanno tem que ter protecao 360 graus, concordo plenamente, alias tenho experiencia propria disso e afirmo que prefiro rodar em um bom MRAP com barriga em “V” do que qualquer blindado APC sobre lagartas atual em uma cidade – quer seja M113, BMP ou esse do post.
Em um ambiente urbano a porta tem que proporcionar uma entrada e saida rapida mas tambem e importante que se possivel possa deixar que o soldado veja la fora do veiculo – a “situational awareness” sendo vital em um ambiente desse.
Eu nao sou especialista em veiculo blindado – deixo isso para o Bacchi com suas decadas de experincia, mas no que sou especialista e combate de infantaria. O Bacchi me perguntou minha opiniao sobre o veiculo do ponto de vista de um infante e veterano de combate em que tive que me preocupar com todas e muitas outras colocacoes ja discutidas aqui.
Sendo assim nao procurei desqualificar o veiculo como uma geringonca mas do ponto de vista de alguem que teria que rodar nele nos cenarios em que ja participei.
Sds!
Vc está querendo colocar palavras na minha boca. Não referi nada ao uso exclusivo em campo aberto ou dominar um prédio de dentro de um veículo. Até citei a proteção necessária para terreno urbano.
Os MRAP foram feitos para proteção e o preço é serem ruins fora de estrada e altura também atrapalha o embarque e desembarque. As portas também são pequenas. O objetivo final é salvar vidas e funciona.
Vamos pensar em uma situação prática hipotética como a batalha de Mogadicio (do black hawk down). A surpresa era problema para os helicópteros então não é problema. O barulho dos blindados serve até como dissuasão. Um MAP teria problemas nas ruas estreitas, mas um Striker também e pior ainda com uma gaiola anti RPG. As barricadas e carros no caminho seriam um problema para o Striker enquanto o MAP passaria por cima. A proteção do MAP contra RPG era certa. A posição da porta não é um problema ao se pensar em uma ameaça de 360 graus. Na invasão de Bagdá as tropas nos M113 ativaram de dentro para cima cobrindo alvos em cima de prédios e pontes.
G-LOC
Sobre o Stryker no Afeganistão. Para quem não sabe traduzir o apelido dele é Kevlar Coffin.
That’s what US Army Soldiers in one Stryker Unit that deployed to Afghanistan called their vehicles…Kevlar Coffins.
That’s either an indictment of the vehicles or the tactics they used. Since I am a homer, I’ll blame the vehicles and it appears that the US Army agrees. This story from the Stars and Stripes describes how they’re about to deploy double hulled vehicles Army wide. Read the whole thing but here’s a juicy tidbit.
The double-V hull design, which went from conception to production in less than a year, will replace conventional, flat-bottomed Strykers that have seen extensive service in Iraq and made an inauspicious debut in Afghanistan in June 2009 with the deployment of the 5th Stryker Brigade, 2nd Infantry Division to Kandahar province.
Members of that brigade, which had 37 troops killed in action and 238 wounded during its yearlong mission, reportedly called the vehicles the “Kevlar coffin.” Things got so bad that part way through the deployment, the Stryker unit was diverted away from the main fighting in Kandahar to a “freedom of movement mission” guarding roads on the periphery of where the toughest combat was taking place.
Unfortunately, the strain of repeated combat tours necessitated the Strykers’ deployment to Afghanistan to “take their turn downrange,” said retired Lt. Col. David Johnson, executive director of the Center for Advanced Defense Studies. Stryker brigades’ soldiers — if not their vehicles — need to deploy to Afghanistan so that other units have enough dwell time at home.
But the Stryker vehicle itself might not be the best option in places like Afghanistan, he said. It was designed to be a rapidly deployable, medium-armor vehicle that would fight in a medium- to high-intensity conflict, carry troops to an assault position and dismount the troops.
“[It] isn’t perfectly suited for the environment in Afghanistan or a low-intensity conflict with IEDs,” he said. “The Stryker is a platform. If it doesn’t work, use another tool.”
The Army’s got a problem. They’ve re-oriented their entire force around the “Stryker” Brigade concept. If this vehicle isn’t adequate across all conflicts then its time to rethink organizational philosophy.
G-LOC,
Estou vendo que apesar de minha experiencia propria voce nao vai retroceder nos seus comentarios entao pra encerrar vou citar apenas o seguinte:
No Afeganistao, gracas a maravilhosa malha rodoviaria do pais em que praticamente todas as estradas sao de terra, as IEDs tem hoje um poder explosivo muitas vezes maior do que no Iraque (em que a maioria eram municoes de artilharia).
Nao convem revelar muito mas basta dizer que atualmente ate mesmo MRAPs com “V” hulls e MBTs nao sao 100% garantidos em prover protecao contra IEDs locais. Sendo assim nao existe veiculo no mundo que possa salvar a tripulacao contra certas municoes e explosivos sendo usados no TO do Afeganistao – quer seja Stryker, MRAP, M1, Leopard, BMP ou o que for…
Sds!
Marine
Se vc quer me convencer de alguma coisa deveria pelo menos usar argumentos convincentes. Experiência pessoais e técnicas de discutir como “colocar palavras na boca dos outros” não são argumentos.
Eu nunca citei que existe a intenção de criar blindados indestrutíveis. O objetivo é sempre diminuir ao máximo os riscos da tripulação. Hà 30 anos os sul africanos construíam blindados, como os MRAP atuais, que salvava tripulações de minas anti-carro empilhadas.
A sabedoria popular, que as vezes nos parece ridícula, apresenta algumas respostas simples e surpreendentemente verdadeiras.
A expressão “cada macaco no seu galho” pode ser um exemplo surpreendente.
Para cada missão uma arma.
Para cada terreno um veículo.
Veículos Blindados de Combate de Infantaria – VBCI possuem seu papel nas forças armadas, notadamente quando é necessário apoiar os Main Batle Tanks – MBT (Tanques Principais de Batalha) nas operações de cavalaria blindada.
Nesta categoria estão os israelenses Achzarit (Cruel), Nemerah, Nagmashot e Nagmachon; o jordaniano Temsah; o russo BTR-T baseado no T55 e até mesmo a conversão dos OF-40 dos Emirados Árabes Unidos, o OF-40/IFV.
Sua principal caracaterística é ter proteção blindade igual, ou mesmo superior, aos Carros de Combate – CC que dever apoiar, mantendo a mesma velocidade de deslocamento em todos os terrenos que o veículo principal transitar.
Os VBCI sobre rodas, como o Stryker, Piranha, Pandur ou mesmo os mais leves BTR-90 contam com uma maior velocidade em estradas e economia de combustível para operar de forma mais flúida, porém comprometendo a mobilidade tática em terrenos irregulares.
Como gastam menos combustível e possuem custo operacional menor são ideais para operar em deslocamentos mais longos, principalmente em frentes de menor intensidade, ou ao menos onde não se espera encontrar maior concentração de ATGW (anti-tank guided weapon).
A idéia é ter grandes unidades, hoje em dia seria o nível Brigada, toda sobre rodas ou toda sobre lagartas.
Assim sendo, uma força tarefa blindada conjunta (cavalaria+infantaria+artilharia+engenharia) poderia se deslocar na mesma velocidade.
Acredito que as forças armadas de uma grande nação precisa dos 2 (dois) tipos de veículos, sendo o percentual entre os modelos uma dependência dos TO em que tenha que lutar.
Mas a questão derivou para o combate urbano, que de excessão passou a ser regra em face das guerras assimétricas que temos visto nos últimos anos.
Neste caso o TO passa a ser o mesmo, o que muda é a situação.
Se é flúida, ou seja, é necessário rapidez e discreção no deslocamento, melhor usar os veículos sobre rodas para contornar o inimigo ou mesmo emboscá-lo pela retaguarda. Os norte-americanos que usam o Stryker estão inclusive adaptando um fundo em V para melhor proteger o ágil 8×8 das minas e engenhos explosivos improvisados.
http://www.areamilitar.net/noticias/noticias.aspx?NrNot=1071
Se é frontal, ou seja, é necessário uma força de choque direta contra o inimigo, melhor usar veículos blindados sobre lagartas, fortemente blindados, tendo alguns pás na parte frontal (ou mesmo apoiado por budozens).
O Nakpadon, um VBCI pesadão israelense construído pela conversão de um velho Centurion, é um exemplo da necessidades das IDF operar em operações de contra insurgência em terrenos apertados contra armas anti-carro pequenas, ou seja, atacar de frente posições palestinas.
http://www.military-today.com/apc/nakpadon_heavy_apc.htm
Finalmente voltando ao monstrengo MAP II apresentado, só posso dizer que a portinha da frente apenas enfraquece a parte da blindagem que deveria ser mais resistente, com poucas vantagens táticas para a infantaria embarcada… a não ser que ser pretenda que o motorista ‘enfie a cara’ do veículo em um alvo para abrira a escotilha… algo simplesmente ridículo.
Mas é apenas a opnião de um entusiasta. 🙂
Sds,
Ivan, a Old Infantryman.
Não entendi muito bem o porque da discussão, mas da minha pouquíssima experiência como ex-infante blindado afirmo que sou muito mais ir pro combate num Striker do que num M-113. Isso em qualquer hipótese de emprego.
A lagarta tem a vantagem nos quesitos passar em terrenos atravancados e resistência. Por outro lado, a roda tem a vantagem nos quesitos velocidade, peso, custo, disponibilidade e silêncio.
Por isso mais pendo para a roda.
Quanto a sobrevivência a IEDs e ataques, me parece que a vantagem dos veículos sobre lagarta seja relativa, se é que existe.
Abraços.
Ilmo Editores,
Estou com um comentário ‘preso’ a 14 horas.
Será que escrevi alguma coisa imprópria?
Sds,
Ivan, o antigo. 🙂
Ivan se eu não me engano o problema deve estar nos links que o sistema deve ter entendido como spam.
Com relação a discussão que instaurada, eu acredito que blindados sobre largatas ou sobre rodas devem existir em toda Força Terrestre,inclusive Anfibias, o que definira a “enfase” a um tipo ou outro deve ser a analise das Hipoteses de Emprego, em um cenario de pequeno deslocamento relativo, “aberto” e off-road unidades SL apresentam vantagens em relação as SR. Assim como unidades SR apresentam vantagens em ambientes um pouco mais “restritos”, long-range e de estradas/semipreparados. O Blindado em questão apresenta se como um vetor excelente para acompanhar os CC em um assalto inicial a uma dada localidade urbana modelo, no entanto, sozinho ele não faz tudo e dado os custos desses equipamento em aquisição/manutenção Bld-SR fazem se necessarios tbm!Ms é a minha opnião pessoal de que nem nunca chegou perto de um .38 quem dirá de um conflito urbano oficial…
Joker,
“…sozinho ele não faz tudo…”
Nenhuma arma, veículo ou soldado pode fazer tudo sozinho.
Por esta razão se trabalha com armas combinadas.
Entretanto é importante que todos os veículos e armas de uma força tarefa blindada tenha a mesma velocidade e capacidade de deslocamento.
No US Army as Brigadas Pesadas rodam com todos os veículos táticos sobre lagartas e as Brigadas Stryker rodam com todos os veículos táticos sobre rodas.
Cada grande unidade tem uma valor tático e estratégico diferente, assim como os veículos que utiliza.
O monstro em destaque, o MAP II da KADDB tenta um conceito estranho, que não vejo aplicação tática válida, pois a porta dianteira além de estreita enfraquece a blindagem frontal.
Não o vejo como um blindado válido.
Entretanto a idéia de usar um blindado antigo e profundamente reformado para novas missões de combate me parece muito interessante, tendo em vista a farta experiência israelense.
Sds,
Ivan.
Colegas,
O mais interessante, na minha opinião, é que as discussões aqui apresentadas servem para aumentar a cada dia o meu parco conhecimento (de estudioso) acerca dos mais diversos assuntos apresentados.
No passado me indispus com alguns que “contrariaram” minha posição sobre determinado assunto. Fui até advertido pela mediação. Mais uma vez aprendi a conter meus comentários.
Acredito que este é um bom lugar para “aprender” e ter a mente aberta aos comentários apresentados.
Afinal de contas não existe a “verdade absoluta” como eu acreditei no passado.
Portanto, acho que devo desculpas aos colegas (dentre eles o próprio Marine) pelo ocorrido no passado e agradeço a compreensão pelo futuro.
O Marine que tem experiência de campo muito maior que a maioria aqui já teve, e por isso tem o direito de se expressar (e com propriedade), apesar de achar que as realidades vividas pelos americanos ainda é muito diferente da nossa. Estamos anos luz atrás deles, e com especificidades também muito diferentes. Mas não devemos discutir isso agora… O que vale nesse momento é seu “expertise”.
Voltando ao Blindado: achei extremamente pertinentes os comentários (ou seus fragmentos) “cada macaco no seu galho” e “sozinho ele não faz tudo”.
Devemos ter cuidado pois daqui a pouco estaremos querendo um VBCI com bancos em couro, ar condicionado dual-zone, mecânica Lamborghini, com a economia de um Ford Ka, e autonomia de um navio transatlântico, não nos esquecendo do básio (ar, direção, vidro, travas, ABS e Air Bags)…
Mas que eu não gostaria de desembarcar pela porta frontal, é fato. Nem se ele já estivesse enfiado dentro de um edifício, só por saber que eu não teria onde me abrigar em um determinado momento crítico.
Sim, poderíamos adaptar nossos veículos mais antigos (Leo A1, M41…) para um VBCI, mas seria uma medida paleativa. É como usar papel alumínio para consertar um fusível: pode até resolver o problema momentaneamente, mas também pode te causar um dano muito maior.
“Cada macaco no seu galho”