Blindados sírios entram em cidade rebelada
Tanques do Exército sírio entraram na manhã deste sábado na cidade de Banias (ver imagem acima), no noroeste do país, um dos focos da revolta contra o regime do ditador Bashar al Assad, informaram ativistas dos direitos humanos citados pela agência France Presse.
Os tanques entraram em Banias ainda de madrugada e tentam agora se dirigir aos bairros do sul, onde se encontra a maioria dos manifestantes, acrescentaram as fontes.
Os moradores locais “formaram um escudo humano” para impedir o avanço dos blindados, afirmaram ainda os ativistas, segundo os quais as comunicações e a eletricidade foram cortadas na cidade.
Banias se encontra sitiada pelo Exército sírio há mais de uma semana. Na noite da última quarta-feira, as forças de segurança reforçaram os acessos à cidade, onde milhares de pessoas haviam se manifestado contra o ditador.
“Parece que estão planejando atacar a cidade como fizeram em Deraa [cidade so sul do país onde tiveram início os movimentos de protesto contra o regime]”, disse um dos ativistas.
Mortes
Na sexta-feira (06), ao menos 21 pessoas morreram durante uma violenta repressão das forças de segurança sírias aos protestos da oposição nas cidades de Homs e Hama, ao norte da capital Damasco.
Os confrontos mais violentos ocorreram em Homs, onde tanques do Exército dispararam indiscriminadamente contra os manifestantes, segundo o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Ammar Qurabi.
Segundo organizações de direitos humanos na Síria, ao menos 565 civis e mais de uma centena de membros do Exército e das forças de segurança morreram desde o início dos protestos, em meados de março.
Sanções
Os países da UE alcançaram na sexta-feira um acordo político para sancionar 13 nomes do regime sírio, em resposta à violenta repressão dos protestos de oposição no país.
Na lista não aparece, entretanto, o ditador da Síria, Bashar al Assad, apesar de vários Estados-membros terem pressionado para que seu nome fosse incluído.
As sanções serão adotadas formalmente no início da próxima semana e vão incluir a proibição de viajar à Europa e o congelamento de ativos em todo o território do bloco europeu dos envolvidos.
A exclusão de Bashar al Assad da lista de sancionados não significa que não possa ser afetado em um futuro próximo, porque este tipo de lista é alvo de constante revisão e pode ser ampliada rapidamente.
Este será o primeiro pacote europeu de sanções contra a Síria, mas pode ser acompanhado em breve de novas medidas.
Já os EUA advertiram na sexta que adotará “medidas adicionais” contra a Síria caso Damasco não detenha sua brutal repressão aos manifestantes, quase uma semana depois de terem imposto duras sanções ao país árabe.
No dia 30 de abril, os EUA ordenaram o congelamento de operações financeiras da Síria, notadamente visando Maher Al Assad, irmão poderoso do presidente, que comanda a temida Quarta Divisão Blindada da Síria.
Também foram incluídos nestas sanções Ali Mamluk, chefe dos serviços de inteligência, e Atef Najib, que se apresentou como o ex-chefe de inteligência de Deraa (sul), epicentro dos protestos contra o regime.
O ditador, no entanto, foi poupado pelas sanções americanas.
FONTTE: FolhaOnline