O fracasso dos bombardeios da Otan (aliança militar ocidental) em impedir tropas do ditador Muammar Gaddafi de atacar a cidade de Misrata fez o Reino Unido anunciar ontem o envio de forças especiais para treinar os rebeldes líbios.

A medida foi criticada pelo vice-chanceler de Gaddafi, Khaled Kayim, que acusou as potências de estarem extrapolando a resolução da ONU -que autoriza o uso da força só para proteção de civis.

O almirante Giampaolo Di Paola, presidente do comitê militar da Otan, admitiu ontem que os bombardeios aéreos não são suficientes para acabar com o arsenal de Gaddafi -embora tenham causado “um dano altamente significativo”.

Em uma estratégia complementar, ao menos 20 militares britânicos, especialistas em formar guerrilheiros e organizar milícias em solo estrangeiro, estão sendo enviados à Líbia.

Algumas das missões deles serão treinar os rebeldes em táticas de guerra e guiar bombardeios aéreos com informações do terreno.

As potências aliadas devem enviar ainda radares e sistemas eletrônicos de bloqueio de comunicações.

Kayim afirmou que essas ações mostram que as potências tomaram partido dos rebeldes. “Tudo o que eles [aliados] têm feito desde o início está fora do mandato.”

TROPAS TERRESTRES

Nuri Abdala Abdulati, porta-voz dos rebeldes em Misrata, pediu ontem o envio de tropas de assalto internacionais para
defender a cidade contra Gaddafi.

O pedido tem encontrado forte resistência dos governos da França e da Itália.

Misrata está sitiada há dois meses pelas tropas governistas e é alvo diariamente de franco-atiradores, mísseis e bombas de fragmentação banidas em 108 países.

Apesar da resistência em relação a uma invasão em larga escala, a União Europeia propôs o envio de uma força militar de até mil homens para proteger ações humanitárias na cidade.

A ação implicaria em combates diretos contra forças leais ao regime.

Por isso, o início da operação “Eufor Líbia” (Força Europeia na Líbia) está condicionado à aprovação das Nações Unidas.
“Se a autorização chegar, rapidamente reuniremos pessoal e equipamentos entre nossos países-membros”, disse à Folha Michael Mann, porta-voz da alta representante do Conselho de Relações Internacionais do bloco, Catherine Ashton.

Segundo a ONU, ao menos 10 mil refugiados deixaram a Líbia em direção à Tunísia por causa dos bombardeios do regime em Misrata e na região montanhosa de Nafusa.

FONTE: Folha de São Paulo

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Ivan
Ivan
13 anos atrás

Saiu algo parecido no GlobalSecurity.org. Em uma tradução livre, com ajuda do google translator, segue abaixo: “Rebeldes da Líbia recebem aconselhamento militar da UE, ajuda dos EUA” (VOA News, abril 20, 2011) “Mais dois países da União Europeia dizem que vão juntar-se a Grã-Bretanha no envio de conselheiros militares à Líbia para ajudar as forças rebeldes. O ministro da Defesa italiano, Ignazio La Russa, disse nesta quarta-feira que seu país irá enviar 10 instrutores para ajudar a treinar os rebeldes que lutam contra as forças leais ao líder líbio Muamar Kadafi. Mais cedo, a França também anunciou que vai enviar… Read more »

Ivan
Ivan
13 anos atrás

O envio de “conselheiros militares” é algo sempre muito arriscado. Os norte-americanos tem dois exemplos emblemáticos na sua história. Um de fracasso, no Vietnam, quando os conselhos não foram suficiente para ajudar um governo corrupto e distante do povo. Outro de sucesso, na Colômbia, quando os conselhos foram recebidos por policiais e militares dedicados, sendo suficiente (com mais alguns milhões de US$) para ajudar um governo democrático e que buscava atender os anseios do povo. Na Líbia as coisas serão muito mais difícies, pois nem governo há, nem mesmo uma instituição caráter nacional, mas um amontoado de tribos e forças… Read more »

Marine
13 anos atrás

Ivan,

Queria so acrecentar que outros exemplos tambem existem com niveis variados de eficacia:

Afeganistao na decada de 80.

Nicaragua nos anos 80.

Haiti na primeira metade do seculo XX contra os Cacos.

Ivan
Ivan
13 anos atrás

Marine,

Levantar todos os exemplos de “conselheiros militares” seria muito interessante, mas a questão que proponho é o risco de se colocar estes destacamentos diferentes em terra.

O crescimento do conflito pode ‘sugar’ estes para a batalha, arrastando mais “conselheiros militares” que terminariam como combatentes não oficiais.

Um risco maior ainda quando observamos os desencontros políticos e operacionais das três potências europeias na coalizão: França, Itália e Reino Unido.

Estes ‘caras’ foram incapazes de padronizar sequer os fuzis de seus exércitos. Como farão para coordenar suas operações especiais?

Sds,
Ivan, an old infantryman.

Marine
13 anos atrás

Ivan,

Sim concordo plenamente. Infelizmente hoje penso que os rebeldes libios sao incapazes e imcopetentes e nao ha “military advisors” no mundo suficientes para torna-los uma forca de combate eficaz.

Alias ao que me parece os rebeldes libios estao dispostos apenas a OTAN fazer todo o trabalho sujo e o rela combate que seria necessario para depor Qadaffi.

Ou seja ha uma real “under performance” da OTAN mas tambem ha uma “over expectation” pelos rebeldes do que a OTAN pode e esta disposta a fazer e enquanto houver esse “disconnect” Qadaffi agradece.

Semper Fidelis!

vassilizaitsev
vassilizaitsev
13 anos atrás

rsrsrsrrss…………….

esses pequenos números de “conselheiros militares” logo logo serão alterados. e para cima, creio eu.

Forças Especiais……….. cadê vcs??????????? tragam logo seus rádios e designadores laser para o deserto.

nada de Abrams, Bradley, Javelin, Apache…….. nada disso será necessário.

abraços.