Zawiyah estava cercada há cinco dias

As forças leais ao ditador líbio Muammar Gaddafi conseguiram retomar a cidade de Zawiyah –localizada a apenas 50 quilômetros da capital Trípoli– após mantê-la sitiada durante cinco dias, em um cerco que causou dezenas de mortes, informou nesta terça-feira a rede de televisão Al Jazeera.

A cidade, onde fica uma das mais importantes refinarias do país, foi castigada com fogo de artilharia e morteiros, além das incursões dos carros de combate, que foram rechaçados durante pelo menos três dias.

A comunicação com o interior da cidade foi perdida na noite do último domingo, após a telefonia celular e a energia elétrica terem sido cortadas, em uma cidade já sem reservas de munição, armas e alimentos.

As sucessivas tentativas das forças leais a Gaddafi de tomar a praça dos Mártires, onde os rebeldes empreenderam uma desesperada defesa, ocasionaram um “açougue”, em palavras de alguns residentes pró-revolucionários ouvidos pela Al Jazeera.

CONFLITOS SANGRENTOS

A Força Aérea leal ao ditador líbio voltou a bombardear neste terça-feira a região do estratégico porto petroleiro de Ras Lanuf, leste do país, controlada pelos rebeldes, segundo informações da agência France Presse.

Na segunda-feira, além de ataques a Ras Lanuf, as forças governistas enfrentaram ainda os rebeldes em Bin Jawad, em um confronto que deixou ao menos 12 mortos, segundo fontes locais.

Os rebeldes disseram que se reagruparão com forças do oeste do país e trarão armas de grosso calibre para rebater a ofensiva dos últimos dias das forças de Gaddafi que impediram a marcha da oposição à capital Trípoli.

Mohamad Samir, coronel que luta ao lado dos rebeldes, disse à agência de notícias Associated Press que suas forças precisavam de reforço do oeste depois dos reveses de domingo. “As ordens são para ficar aqui e guardar a refinaria, porque o petróleo é o que faz o mundo girar”, disse o rebelde Ali Suleiman, em um dos postos de checagem de Ras Lanuf.

Segundo as agências de notícias, as forças leais a Gaddafi lançaram ao menos dois ataques aéreos perto de Ras Lanuf –uma delas a dois quilômetros da cidade, no deserto. Não há relato de vítimas.

Uma das bombas caiu por volta das 10h45 (5h45 de Brasília) a poucos quilômetros de um posto de controle rebelde junto ao terminal petrolífero de Ras Lanuf, em uma zona desértica, aparentemente para amedrontar os rebeldes.

Os rebeldes tentaram atingir os caças, sem sucesso. Fontes rebeldes indicaram que outro avião havia lançado previamente uma bomba contra outra posição rebelde em Ras Lanuf, mas também caiu em uma zona desértica.

“Houve uma nave, ela lançou dois foguetes e não houve mortes”, disse Mokhtar Dobrug, combatente rebelde em Ras Lanuf, confirmando que não houve vítimas.

As forças de Gaddafi já haviam bombardeado Ras Lanuf no domingo. A cidade é controlada pelos insurgentes desde sexta-feira, apesar da TV estatal ter proclamado na véspera a conquista da cidade pelas forças governistas.

FONTE: Folha.com.br

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Ivan
Ivan
13 anos atrás

Ainda garoto, quando conversava sobre as batalhas da 2º Guerra com meu pai, usava um mapa para entender os movimentos entre os adversários. Ao servir o EB como infante, mas uma vez encontrei o mapa (e uma bússula) para situar minha tropa e a missão no terreno. Ainda hoje, como viajante civil, tenho o hábito de dispor do mapa da cidade que visito, mesmo com GPS portátil. O mapa é o instrumento mais básico para consciência situacional, do infante ao piloto de caça. Assim sendo, sugiro respeitosamente aos amigos editores que disponibilizem mapas das regiões conflagradas, facilitando o entendimento de… Read more »

Ivan
Ivan
13 anos atrás

Se os editores permitirem (caso negativo basta deletar), deixo algumas dicas de mapas que encontrei em uma busca muito rápida na internet:

http://www.africa-turismo.com/imagens/libia-mapa.gif

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/libia/mapa-da-libia.php

http://maps.google.com.br/

A última opção, da Google, exige que o interessado digite o país ou região a vistar, mas oferece alguns recursos interessante no menu interativo para os que tiverem maior curiosidade.

Respeitosamente,
Ivan, o Antigo. 🙂

Ivan
Ivan
13 anos atrás

Poggio,

É um excelente mapa, inclusive com relevo (tons de diferentes de cor).

Entretanto, como a situação está mais flúida, envolvento mais cidades, talvez seja necessário ampliar a plotagem das mesmas.

Tobruk, Darnah, Al Bayda e Al Marj no nordeste;
Al Dabiya entre Benghazi e Brega;
Al Jawf no sudeste;
Misratah próximo (leste) a Tripoli, onde há combates,
entre tantas outras que vc pode julgar necessário.

Mas, como sempre, é apenas uma sugestão.

Respeitosamente,
Ivan, o Antigo. 🙂

Mauricio R.
Mauricio R.
13 anos atrás

Parece que a diferença entre soldados que sabem pq e para que estão equipados c/ por exemplo o T-72 aí da foto, e um bando de malucos que por qq coisa que aconteça atiram p/ o ar a esmo, começou a se fazer sentir. E a tal da zona de exclusão aérea está cada dia mais improvável, graças a um “letherneck” “carne de pescoço”, mas em posição de mando: “Objections to the U.S. establishing a no-fly zone over Libya are based on erroneous suppositions made by leaders in the Pentagon – such as U.S. Central Command chief, Marine Corps Gen.… Read more »

Vader
13 anos atrás

Não tenho a menor dúvida que os EUA estabelecem a tal NFZ com o pé nas costas na Líbia, e nem precisam de PA para isso: basta usar sua base na Itália, onde se não me engano já ficam estacionados F-16. Se botar um esquadrão de B-1B junto então mandam o regime do Kadafi pra Idade da Pedra. O problema não é esse, é político: os EUA não querem fazer nada que possa ser creditado à sua fama de “imperialistas”, “intervencionistas”, e outras bossas da catervuxa antiamericana. Aí os patéticos democratas estão procurando desculpas para cair fora do enrosco, deixando… Read more »

Wagner
Wagner
13 anos atrás

Império não significa um termo depreciativo, Vader. É um termo que reconhece apenas o poder militar dos americanos. TODO MUNDO chama eles de Império. Normal. É o mesmo que vc me falar ” Império soviético” . Uma descrição correta. Afinal não faz muito sentido falar em ” O poder imperial espanhol”, ninguém fála assim, mesmo que a Espanha seja uma Monarquia. Falava-se isso deles a 500 anos, mas hoje… putz… Império também é usado com os EUA em alusão ao Império Romano, com o qual eles guardam certas semelhanças. Império significa Poder. Se é para o bem ( kosovo, haiti)… Read more »

Vader
13 anos atrás

Wagner disse: 9 de março de 2011 às 17:57 “Império não significa um termo depreciativo, Vader.” Não me venha com semânticas Wagner. Império em língua portuguesa remete a absolutismo, e absolutismo a tirania. Não queira você reinventar a língua. Vocês sabem muito bem porque chamam os EUA de Império, e não de federação, confederação, república, ou o que seja. É para passar mesmo a idéia de tirania, coisa que os EUA estão muuuuuito longe de ser, malgrados seus defeitos. “TODO MUNDO chama eles de Império. Normal.” Normal no seu mundo, não no meu. E “todo mundo” quem cara pálida? Essa… Read more »

Wagner
Wagner
13 anos atrás

Nossa vc ficou chato hein…

Vader
13 anos atrás

Ora Wagner, você vem com discussões de semântica e gramática e eu é que sou chato?