KMW abre escritório no Brasil
Fábrica alemã de manutenção de blindados pretende iniciar operações em um ano
A fábrica alemã de blindados e de manutenção de equipamentos pesados Krauss-Maffei-Wegmann (KMW) terá sua sede em Santa Maria a partir de hoje, quando a empresa vai assinar o contrato de locação de uma sala comercial no último andar de uma das torres de escritórios do Santa Maria Shopping. Na cidade, funcionará o escritório central no Brasil, que será transferido de São Paulo para cá e representará a empresa na América do Sul. Além disso, daqui a um ano, já deve estar em funcionamento a unidade de manutenção dos blindados Leopard, comprados pelo Exército Brasileiro. Porém, a KMW tem planos bem mais ousados para Santa Maria. Aqui, também serão feitos serviços especializados de manutenção de veículos e equipamentos pesados para empresas privadas. No futuro, a empresa pretende ainda construir uma fábrica de blindados ou outros equipamentos na cidade.
Quem disse isso foi o gerente geral da KMW do Brasil Sistemas Militares, Christian Böge, um alemão que fala português fluente e que foi apresentado ontem ao prefeito Cezar Schirmer. Christian já está morando na cidade para definir os detalhes da instalação da empresa – sua família virá de São Paulo dentro de seis meses. A KMW ainda não definiu o terreno onde será erguido o prédio e a pista de testes de blindados, pois depende de novos estudos de resistência do solo das duas áreas em vista.
O gerente da KMW anunciou que a empresa pretende trazer equipamentos de última geração, que ainda não existem no Brasil, para colocar à disposição de laboratórios da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e também para treinar pessoas em conjunto com a UFSM. A empresa também já está em busca de empresas de engenharia e arquitetura locais para auxiliar no andamento da construção de seu prédio na cidade. A KMW quer contratar um escritório de contabilidade local, com profissionais que falem inglês. Interessados podem falar com o gabinete do prefeito.
Para Schirmer, a instalação da fábrica em Santa Maria será um grande salto de qualidade do ponto de vista tecnológico, pois os serviços de última geração oferecidos pela KMW na área de metal-mecânica devem fortalecer indústrias locais e atrair novas fábricas do setor para a cidade.
– A partir da instalação da KMW, Santa Maria se tornará uma referência no setor metal-mecânico do país. A KMW é uma referência mundial. Esse não é um projeto do nosso governo, mas, sim, um projeto estratégico para, no mínimo, 10 anos – disse Schirmer.
O gerente da empresa disse que o plano da KMW para Santa Maria é a longo prazo e que prevê investimentos pesados.
– Não é um projeto para seis meses, um ano. É um projeto da KMW para 10, 20 anos ou mais. A fábrica na Alemanha disse: “Nós queremos fazer uma parceria com a cidade” – contou Christian Böge.
Também está em Santa Maria o representante legal da KMW no Brasil, Sönke Böge, que ficará responsável pelas assinaturas de contratos e também conversou com o Diário ontem.
‘Vamos treinar as pessoas’
Diário de Santa Maria – Por que a KMW escolheu Santa Maria para instalar sua unidade no Brasil?
Christian Böge – Nós escolhemos Santa Maria por ser um polo na parte industrial, pelos blindados estarem aqui, por fornece uma mão de obra muito especializada, muito específica na parte de engenharia.
Diário – A empresa pretende contratar mão de obra da cidade?
Christian – A mão de obra, pretendemos que seja de Santa Maria mesmo. Eles vão ser treinados aqui na cidade e, futuramente, serão enviados para a Alemanha para um aprendizado mais aprofundado. Para isso, o idioma alemão é também imprescindível. Não precisa ser fluente. Mas seria um fator positivo se já tivesse alemão. E se não tiver fluente, vamos dar treinamento e contratar empresas que tenham curso de idiomas.
Diário – Já existe um prazo para começar as obras?
Christian – Estamos definindo isso. Não posso dizer agora as datas. Nós precisamos ainda fazer alguns estudos referentes ao solo (nos terrenos que estão sendo analisados). As datas exatas, eu poderia dar em, aproximadamente, três semanas.
Diário – Quais seriam os planos futuros da KMW para Santa Maria? Será uma fábrica?
Sönke Böge – Vamos construir aqui um galpão, e dentro, vai ser uma fábrica. Além de cumprir o contrato com o Exército, queremos ser um centro de excelência de manutenção, para fazer serviços de manutenção e outras coisas sobre qualquer tipo de equipamento pesado. Pode ser uma colheitadeira, pode ser um caminhão pesado. Nós vamos trazer a tecnologia para fazer a manutenção preventiva e também, posterior, para todo o tipo de equipamento pesado. Teremos o nosso escritório e vamos ter tecnologia em soldagem, hidráulica e eletromecânica para oferecer para quem quiser. Aqui vai ter um centro de excelência para fazer aquilo que não se consegue fazer hoje no Brasil. Nós vamos trazer alguns tipos de equipamentos que ainda não existem no Brasil e que estarão à disposição também dos laboratórios das faculdades. E máquinas de soldagem que não existem aqui e que estarão à disposição das indústrias.
FONTE: Diário de Santa Maria
Não poderia ter uma noticia boa como essa.
As coisas estão caminhando, espero que o EB adquira os equipamentos alemães.
Sejam Bem Vindos ao Brasil.
Abs.
Em um primeiro momento , o interesse está nos blindados alemães do EB.
Mas depois parece que atira p/ qq lado, a esmo, sem alvo definido.
Não, tanques não são prioridade. Roubar no Congresso é que é a prioridade…