Soldados da oposição conversam com oficial da ONU em Abidjan. O presidente em exercício da Costa do Marfim Laurent Gbagbo exigiu a retirada imediata de todos os soldados de paz estrangeiros do país, aumentando a tensão política na região. Em um comunicado na rede de televisão estatal neste sábado, a porta-voz de Gbagbo, Jacqueline Oble, disse que o presidente exigiu a “saída imediata da Onuci (missão da ONU no país) e das tropas francesas que a apóiam”.

Oble acusou as tropas da ONU e da França de conspirar com rebeldes e disse que as forças de paz “interferiram seriamente nos assuntos internos da Costa do Marfim”. O correspondente da BBC em Abidjan. John James, disse que a tensão vem crescendo desde que o chefe da Onuci, Choi Young-Jin, reconheceu o líder da oposição, Alassane Ouattara, como o vencedor das eleições de 28 de novembro.

Um acordo de paz assinado por todas as partes deu à ONU o papel de certificar o resultado do pleito. No entanto, Laurent Gbagbo se recusa a deixar o cargo. Ele diz que as eleições foram fraudadas pelos rebeldes que ainda dominam o norte do país após a guerra civil de 2002. Ouattara está atualmente sobre a proteção da ONU em um hotel em Abidjan, a maior cidade do país.

Conflitos

Horas antes do comunicado, a ONU disse que uma de suas patrulhas foi atacada ao entrar na sede da missão em Abidjan. Partidários da oposição dizem que voltarão às ruas da cidade após conflitos armados que deixaram 20 mortos na última quinta-feira. Além da ONU, os Estados Unidos, a França e a União Africana pediram a Laurent Gbagbo que abdique do poder. O presidente francês Nicolas Sarkozy disse na última sexta-feira que Gbagbo deveria sair até o próximo domingo ou enfrentar sanções da União Europeia.

Missão da ONU vai permanecer na Costa do Marfim, diz Ban

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, rejeitou na noite de sábado o ultimato de Laurent Gbagbo, um dos dois presidentes proclamados da Costa do Marfim, para a saída dos soldados da missão de paz da organização do país africano e advertiu que em caso de ataques contra os capacetes azuis existirão “consequências”.
“A missão da ONU, UNOCI, completará seu mandato e seguirá monitorando e documentando qualquer violação aos direitos humanos, incitação ao ódio e à violência, assim como os ataques contra as forças de paz da ONU”, afirma um comunicado divulgado pelo porta-voz do secretário-geral.

Gbagbo pediu a saída das tropas da ONU e das forças francesas da Costa dos Marfim. Ele acusou ambas de apoiar seu rival, Alassane Ouattara, que foi reconhecido como presidente legítimo pela ONU. “Ban está profundamente preocupado com os ataques contra uma patrulha das Nações Unidas e sentinelas da ONUCI executados por elementos das forças da Costa do Marfim, ao que parece as forças leais a Gbagbo”, completa o texto. “Haverá consequências para aqueles que cometeram ou planejaram tais ações ou o façam no futuro”, conclui o comunicado.

FONTE: AFP / BBC

Nota do Blog: O Brasil participa da UNOCI , desde outubro de 2003, com sete militares, no Estado-Maior da Força de Paz: um da Marinha; um do Exército e um da Força Aérea e como Observadores Militares: três do Exército e um da Marinha.

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