1. Os brasileiros que ganham mais de R$ 10.200 são apenas 3 milhões. Os brasileiros que sobrevivem com menos de R$ 1 mil vão a 79 milhões. Detalhe: estamos falando de renda familiar, não individual. Ou, em porcentagens: apenas 1,5% dos brasileiros habitam o andar de cima. Uma massa formidável de 41% mora mesmo é no porão. Outros 40%, pouco mais ou menos, ocupam o andar de baixo. Estatística à parte, o mais elementar sentido comum manda chamar de pobres esses 80%.
  2. Há brasileiros em condição ainda pior, conforme constatou o “O Estado de S. Paulo”, com dados do Ministério de Desenvolvimento Social: “Entre as 12,7 milhões de famílias beneficiárias do Bolsa-Família, 7,4 milhões (58%) encontram-se na faixa de renda entre R$ 70 e R$ 140 mensais por pessoa da família. Dessas, 4,4 milhões (35% do total dos beneficiários) superaram a condição de extrema pobreza com o pagamento do benefício. Mas ainda restam 5,3 milhões (42%) de miseráveis no programa”. Posto de outra forma, quase a metade dos pobres entre os pobres não levanta cabeça nem mesmo com a ajuda do governo, de resto indispensável para que pelo menos não morram de fome.

FONTE: Coluna Clovis Rossi-Folha de SP

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