Em visita a Washington, nos Estados Unidos, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, não descartou, na terça-feira, participar de um eventual governo José Serra (PSDB), destacando sua amizade pessoal com o candidato à Presidência e dizendo que “transita para todos os lados”.
– Não faço projetos – afirmou o ministro.

Jobim explicou que sua proximidade com o candidato tucano criou um impedimento para que ele participasse da campanha. Como não poderia trabalhar para o PSDB, já que continua parte do governo petista atual, o ministro disse que nem sequer assiste aos programas eleitorais “para evitar dar opiniões depois”.

Falou, ainda, sobre um ponto que virou tema de campanha – o uso de vants (veículos não tripulados) no Brasil. Os vants entraram no debate ao serem apresentados por Dilma Rousseff (PT) como uma revolução nas patrulhas de fronteiras. O ministro fez as declarações após palestra sobre defesa nacional na Universidade George Washington, na qual atacou os EUA e defendeu a Venezuela, dizendo que o país não causa nenhuma preocupação em relação ao seu programa nuclear.

– Não achamos que todo programa nuclear é militar. Não temos síndromes conspiratórias em relação ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, nem ao boliviano, Evo Morales – afirmou ele.

Sobre os EUA, criticou o país pela dificuldade de compra de equipamento militar. Por outro lado, disse que o pacto de cooperação assinado com os americanos no começo do ano já começou a dar frutos.
Citou um acordo técnico que deverá ser firmado em dezembro para estabelecer mecanismos para harmonizar o tratamento às informações sigilosas.

Também disse que os EUA precisam ratificar a convenção da ONU sobre o direito do mar, que contém regras para exploração de recursos em águas nacionais, e combater o consumo doméstico de drogas antes de pedir controle do tráfico em outros países.

FONTE: Diário Catarinense

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Diego Luiz
Diego Luiz
14 anos atrás

Eu não sou fã de Jobim, mas que ele deve ter falado bem dizendo essas coisas ele falou em uahauhaeea, só queria ver a cara das pessoas na Universidade….mas é a pura realidade.

Marcos Blumenau
Marcos Blumenau
14 anos atrás

A teta deve ta boa…
É ministro no governo do PT e aceita trabalhar num eventual governo do PSDB…
Politica é podre mesmo…

Danilo
Danilo
14 anos atrás

O Jobim resolveu latir la pra cima cuidado, lá cão invasor leva tiro meu caro !

@MauroVS
@MauroVS
14 anos atrás

O ministro da Defesa, Nelson Jobim: “Não faço projetos”.
Exceto o projeto ser candidato a presidência em 2005, que lhe rendeu a saída do STF em março de 2006.
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL76934-5601-413,00.html
É um PeTucano legítimo.

Luis
Luis
14 anos atrás

Não quer sair enquanto não for Rafale no FX-2.

Pede pra sair, 02, o senhor é um fanfarrão.

marujo
marujo
14 anos atrás

Não há dúvida que ele é o único ministro de Defesa efeivo que tivemos. A END é uma iniciativa elogiável, assim como as modificações estruturais que estão ocorrendo na Defesa. Mas esse negócio de querer ser ministro em qualquer governo, é o quê preocupa. Em pleno processo eleitoral, em que as posições cada vez mais se antagonizam, Jobim admite que ser ministro do candidato rival ao do governo que ele representa. Será que isso é falta de caráter? Será que ele não desconfiou ainda que com uma eventual vitória da oposição tuncana (Deus me livre!) a política de defesa vai ser outra?

Fabio ASC
Fabio ASC
14 anos atrás

Marujo, não sou fã do NJ, mas não acredito ser falta de caráteer, senão, o que dizer do Henrique Meireles? Na miha opinião o principal pilar da política econômica do governo petista.

Ele foi eleito Deputado Federal em Goiás pelo PSDB.

Baschera
Baschera
14 anos atrás

Tá tudo dominado !!

Com esta declaração….. pode ir fazendo as malas.

Sds.

Galileu
Galileu
14 anos atrás

NÃOOOOOOOO
Esse lobbym é pior que mandinga, gato preto, bruxaria, quebrar espelho, aaahhh socorroooo!!! ahahah

Zirium
Zirium
14 anos atrás

Senhores,

A END é política de Estado, pelo menos é o que se ventila, porque não manter o mesmo ministro, sob está optica no cargo para dar continuidade, uma vez que, essa é a frase da moda??

Não tenho nada contra ele, a não ser a predileção pela Jaca…

RtadeuR
RtadeuR
14 anos atrás

As coisas estão andando na atual administração, o fiel da balança do Jobim é o Rafale, que vai contra a FIESP, contra SBCampo, contra os metalúrgicos (sindicato?), contra a Embraer, contra Akaer, contra a opnião do Ozires, contra…

Paulo
Paulo
14 anos atrás

O Jobim só seria ministro do Serra se ele aprender a falar sueco. Mas o comentário é que ele seria mesmo é ministro da Justiça.

Alberto
Alberto
14 anos atrás

Pelego esse cara!….ministro da defesa no governo do Sr. Burns? Primeiro: Pra que ministerio da defesa num muito pouco provavel governo do Sr. Burns ? Pra defender o que? Ele vai vender tudo para os gringos mesmo !

Rodrigo
Rodrigo
14 anos atrás

Alberto disse:
24 de outubro de 2010 às 19:32

Que venda, pelo menos não dá de graça como o seu amado Presidente fez com as refinarias para os Bolivianos e vai mandando energia elétrica para o Paraguai..

Wi
Wi
14 anos atrás

Já que o post menciona a politica, continuidade da politica de defesa, Washington, PSDB, PT, Dilma Roussef…

Creio que o texto abaixo , publicado originalmente no jornal da “Strategic Culture Foundation” – a partir de sua seção norte-americana, especializada em geopolítica – é relevante:

O texto original, na sua fonte, está aqui:

http://www.strategic-culture.org/news/2010/10/07/elections-in-brazil-and-the-us-intelligence-community.html

comentários e tradução parcial:

No artigo intitulado “Elections in Brazil and the US Intelligence Community” (Eleições no Brasil e a comunidade de inteligência dos EUA), assinado pelo analista Nil Nikandrov, a instituição lembra que “o Brasil nunca pediu permissão para afirmar o seu direito à soberania e à posição de independência na política internacional em causa ao longo dos oito anos da presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, e era amplamente esperado que G. Bush acabaria por perder a paciência e tentar domar o líder brasileiro. Nada disso aconteceu, embora, evidentemente, porque os EUA se sentiram sobrecarregados demais com problemas com a Venezuela para ficar trancado em um conflito adicional na América Latina”.

A Estrategic Cultural Foundation aborda a questão geopolítica mundial

Leia os principais trechos do artigo:

“Falando aos diplomatas e agentes de inteligência na Embaixada dos EUA no Brasil em março de 2010, a Secretária de Estado, Hillary Clinton enfatizou: ‘na administração Obama, estamos tentando aprofundar e alargar as nossas relações com um certo número de países estratégicos e o Brasil está no topo da lista. Este é um país que realmente importa. E é um país que está tentando muito duro para cumprir a sua promessa ao seu povo de um futuro melhor. E assim, juntos, os Estados Unidos e o Brasil tem que liderar o caminho para os povos deste hemisfério”.

“Vale ressaltar que H. Clinton credita ao Brasil nada menos do que o direito de mostrar o caminho para outras nações, embora de mãos dadas com Washington. Para este último, o caminho é o de suprimir as iniciativas socialistas em todo o continente, de se abster de juntar projetos de integração regional a menos que sejam patrocinados pelos EUA, para se opor aos esforços dos populistas que visam formar um bloco latino-americano de defesa, e para impedir a crescente expansão econômica chinesa.

“Os EUA nomeou o ex-chefe do Departamento de Estado de Assuntos do Hemisfério Ocidental e um passaporte diplomático, com uma reputação dúbia Thomas A. Shannon como novo embaixador para o Brasil às vésperas das eleições no país. Ele se esforçou para convencer o presidente do Brasil para alinhar o país com os EUA e a adotar políticas internacionais menos independentes. Washington ofereceu vantagens ao Brasil como maior cooperação na produção de combustíveis renováveis, consentiram em que estabelece uma divisão da Boeing no país, e assinou uma série de acordos com as indústrias de defesa brasileira, incluindo a comissão de 200 aviões Tucano para a Força Aérea dos EUA.

“O presidente Lula não aceitou. Ele teimosamente manteve a parceria com a H. Chavez e Morales J. esteve em Havana e Teerã, condenou o golpe pró-EUA em Honduras, e até mesmo se comprometeu a desenvolver um setor nacional de energia nuclear. Ele propôs Dilma Rousseff – uma candidata séria, para esperar para orientar um curso da mesma forma independente – como seu sucessor. É alarmante para Washington, Dilma era membro do Partido Comunista e integrou a Vanguarda Armada Revolucionária – nomeadamente, com o pseudônimo de Joana d’Arc, na década de 1970. Ela foi traída por um agente do governo, depois presa, torturada sob os métodos que a CIA ensinou na Escola das Américas, e teve que passar três anos na cadeia. Por isso, mesmo décadas depois Rousseff não é a pessoa da qual se possa esperar que seja um grande fã dos EUA.

“A campanha de Dilma ganhou força gradualmente e as sondagens começaram a dar-lhe um lugar na corrida à frente do candidato de direita, José Serra. Jornalistas ‘amigos-da-américa (do norte)’ e agentes da CIA sondaram a sua disponibilidade para forjar um acordo secreto com Washington e então descobriu-se que o plano não teve chance porque Rousseff firmemente prometera fidelidade ao curso do presidente Lula. A CIA reagiu a tentativa de manchar Rousseff, e os meios de comunicação de imediato lançaram o mito sobre o seu extremismo. Encontraram informantes da polícia, que posaram como “testemunhas” de seu envolvimento em assaltos a bancos para os quais pretendia pegar o dinheiro para apoiar o terrorismo no Brasil. A mídia conservadora travara uma guerra de classificações e elogios em coro pró-EUA, José Serra como o incontestado favorito e Dilma – como um rival puramente nominal. Estabilizada a situação, no entanto, Dilma Rousseff finalmente emergiu como a líder da campanha, graças a um apoio pessoal do presidente Lula.

“Ainda assim, a pontuação de Rousseff caiu de 3% a 4%, tirando a chance de vencer ainda no primeiro turno das eleições. O resultado do segundo turno dependerá em grande parte os defensores de Marina da Silva Vaz de Lima, do Partido Verde, que ocupou o terceiro lugar nas eleições, com 19% dos votos. A guerra entre os militantes do PV está declarada e Shannon irá tentar de todos os meios para quebrar uma aliança entre Serra e Silva.

“O time de Dilma visivelmente perdeu o tom triunfalista inicial – o segundo turno é um jogo difícil, e o adversário de seu candidato está implicitamente apoiado por um império poderoso e cheio de recursos que é conhecido por ter impulsionado rotineiramente candidatos à esperança para a vitória. A mídia no Brasil – O Globo, as editoras Abril, como Folha de S. Paulo e a revista Veja – estão ocupados em lavagem cerebral do eleitorado do país.

“A equipe de Shannon está enfrentando a missão de ajudar ‘novas forças’ menos propensas a desafiar Washington e ajudar a obter um controle sobre o poder no Brasil. A CIA emprega ex-policiais brasileiros demitidos de seus cargos por várias razões, para fazer o trabalho de campo como a vigilância, as invasões a apartamentos, roubos de dados de computador, e chantagem. Na maioria dos casos, estes são os indivíduos com tendências ultradireitistas que consideram Serra como seu candidato. Ministérios do Brasil, comunidades de inteligência e complexo militar-industrial estão fortemente infiltradas por agentes dos EUA. A embaixada dos EUA e do pessoal do consulado no Brasil inclui cerca de 40 dentre a CIA, DEA, FBI, agentes de inteligência e do exército, e têm planos para abrir dez novos consulados nas principais cidades do Brasil, como Manaus, na Amazônia.

“Embora o Departamento de Estado dos EUA esteja empenhado em reduzir o tamanho da representação diplomática no mundo, em um esforço para cortar despesas orçamentais, o Brasil continua sendo uma exceção à regra. O país tem um potencial para se estabelecer como uma força contrária na geopolítica para os EUA no Hemisfério Ocidental dentro dos próximos 15 a 20 anos e as administrações dos EUA – tanto republicanos quanto democratas – estão preocupados com a tarefa de impedi-lo de assumir o papel”.

Alberto
Alberto
14 anos atrás

Rodrigo,

1) Eu nao disse que ele é meu “amado presidente” em parte nenhuma do meu post.

2) Respeito sua opiniao em relacao ao questao da Bolivia mas nao concordo.Tem muito mais coisa envolvida nesta questao do que vc ou eu possamos imaginar. Alem disso, nao acho que um forum sobre defesa nao é o lugar mais adequado para se discutir isso.

Agora dentro do contexto e sendo mais pragmatico: Em qual administracao houve maior investimento na modernizacao da FAs?

sds

RtadeuR
RtadeuR
14 anos atrás

Parabéns WI
pela excelente tradução do pensamento de Nil Nikandrov, aliás da fundação que ele trabalha.
Na verdade não estou surpreso, mas os detalhes impressionam, cada linha deste artigo nos leva à um livro de espionagem / contra-espionagem.
Os interesses americanos e de dezenas de outros paises pelo Brasil e pela América Latina vem de décadas, que levou à cabo a Operação Condor.Não tenho dúvida alguma que os EUA não vão querer perder o controle da situação no mundo o que dirá no continente. É uma luta séria que está sendo decidida na urna, nunca vi tanta importância em uma eleição como esta.
Parabéns à trilogia .Essa tradução deveria ser colocada como matéria principal para comentário geral.

@wagner
@wagner
14 anos atrás

Jobim de novo ????? NÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO !!!!!!

Wi
Wi
14 anos atrás

RtadeuR ,

obrigado, más a tradução não é minha, apenas postei o texto, o que não diminui sua relevância.

Parece que esta tradução foi feita no Correio do Brasil, más o que importa é a origem do texto, não a sua tradução…

Leandro RQ
Leandro RQ
14 anos atrás

Deixa eu ver se entendi.

O Fanfarrão do ministro do PT quer continuar trabalhando em um eventual governo do PSDB?

Esse não vale o que come…

Sobre o texto político publicado no blog:

Não foi proibido divulgação de material de cunho político aqui? Se for permitido, tenho uns texto bem legais, onde estrangeiros de alto gabarito analisam o provavel futuro que nos aguarda com os “vermelhuxos” no poder…

Bruno
Bruno
14 anos atrás

Digam o que quiserem mas o NJ foi o ministro que mais fez ( aliás, foi o único que fez alguma coisa) na questão da Defesa do país.Será muito bom se ele continuar no ministério, desde que siga com o que já vem sendo feito, e não mude em razão do presidente/partido eleito.

Quanto a matéria do Wi, demonstra perfeitamente o que eles ( e eu, particularmente ) acreditam que vai acontecer com Mrs. Burns no poder. Nossa iniciativa vai pro saco e voltaremos a nos curvar à vontade dos EUA, perderemos nossa influência em questões mundiais e abriremos as portas do país, mais uma vez.Nos abandonaram depois de nos usar, e agora que estamos nos tornando alguém querem retomar o controle.