CADIM – Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia
O Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia (CADIM) está situado na ilha homônima, localizada no extremo oeste da restinga da Marambaia, estado do Rio de Janeiro. A restinga da Marambaia representa o limite sul da Baía de Sepetiba, importante pólo econômico do estado.
No entorno da Baía de Sepetiba estão localizados, dentre outros, o porto de Sepetiba, a Base Aérea de Santa Cruz (BASC) e as instalações da NUCLEP. Futuramente, ao lado do porto de Sepetiba, também será instalada uma nova base naval e um estaleiro responsável pela construção de submarinos convencionais e de propulsão nuclear.
A restinga da Marambaia representa uma faixa arenosa que se estende por 45 quilômetros e que está orientada, grosso modo, no sentido leste-oeste. Toda a sua área é de propriedade da União e está subdividida em três partes.
No lado leste, próximo ao continente, está a área pertencente ao Comando do Exército (área destacada em verde na imagem abaixo) e na ponta oposta (lado oeste), está a área de propriedade do Comando da Marinha (área destacada em laranja). No centro da restinga, limitada pelas áreas do Comando da Marinha e do Comando do Exército, está a área pertencente ao Comando da Aeronáutica (área destacada em azul).
O relevo é bastante plano e sua monotonia é quebrada somente no extremo oeste da restinga, área pertencente à Marinha. O ponto mais elevado é o pico da Marambaia (480 metros acima do nível do mar). Além de ser uma área militar, também é um paraíso ecológico com rica fauna e flora, estando a cobertura vegetal muito bem preservada. A Restinga da Marambaia é considerada Área de Proteção Ambiental (APA), de vital importância para o meio ambiente.
O CADIM
O CADIM é uma OM (Organização Militar) subordinada ao Comando do Pessoal de Fuzileiros Navais (CPesFN), sendo comandada atualmente pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra (FN) Marcos José Ferreira Viana. Sob seu comando estão 324 militares e duas dezenas de civis. Uma pequena parte destes homens e mulheres reside no local. A outra parte desloca-se do continente para a ilha durante o dia, utilizando uma embarcação que parte de Itacuruçá.
A missão principal do CADIM é contribuir para o aprestamento de Forças Navais e dos Fuzileiros Navais. Cabe destacar que o CADIM é o único local em todo o estado do Rio de Janeiro onde navios, aeronaves e veículos militares podem fazer uso de armamento real para adestramento. Em função da proximidade com várias outras OM, o deslocamento das unidades a serem adestradas é feito de forma rápida, economizando tempo e recursos.
As principais instalações do CADIM localizam-se em uma área voltada para o interior da Baía de Sepetiba, antigamente conhecida como Saquinho. Dentre as diversas edificações existentes, destacam-se o prédio do comando (antiga escola de pesca), a igreja de Nossa Senhora das Dores e o Hotel de Trânsito. Existe também diversas casas para os militares e suas famílias que moram no local, assim como instalações de apoio, heliponto e uma escola municipal que funciona em convênio com a Marinha.
Além de realizar atividades de adestramento, o CADIM recebe eventualmente o Presidente da República para períodos de descanso. Ali, o chefe da nação hospeda-se com privacidade e segurança.
Histórico
No período do Brasil colonial, a região da Marambaia (na língua indígena “cerco do mar”) era visitada por corsários que se abasteciam de víveres e mantinham suas naus abrigadas do mau tempo. Já na segunda metade do século XIX, no período imperial, o comendador Joaquim José de Souza Breves tomou posse das terras da restinga e instalou ali um centro de entreposto de escravos provenientes da África. O prédio que abriga atualmente o Hotel de Trânsito da Marinha (ver foto abaixo) foi, no passado, a antiga senzala da fazenda.
O Comendador Breves faleceu 1889, um ano após a declaração da Lei Áurea. Dois anos depois, familiares do Comendador Breves venderam à Companhia Promotora de Indústrias e Melhoramentos os terrenos da Marambaia. Quando a companhia foi liquidada em 1896 a propriedade da Ilha foi transferida para o Banco da República do Brasil.
No final da década de 1930, foi instalada ali a escola de pesca Darcy Vargas. A escola era mantida com os recursos da Fundação Cristo Redentor, que pertencia ao senhor Levy Miranda (nome da atual escola municipal da ilha). No início da década de 1970, a Fundação Cristo Redentor estava sem recursos para manter a escola e o terreno foi reintegrado ao patrimônio da União, sendo retransferido para a Marinha.
Em 1971, a Marinha ativou o “Campo da Ilha da Marambaia” e as instalações passaram a ser gerenciadas pelo CFN. A extinta escola de pesca passou a abrigar o Centro de Recrutas do Corpo de Fuzileiros Navais (CRCFN) até o ano de 1981, quando foi criado o Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia (CADIM).
Apoio à população civil local
É parte integrante do trabalho da Marinha dar suporte à comunidade que vive na Ilha da Marambaia. Este apoio é conhecido como Ações Cívico Sociais (ACISO).
Como a única forma de se chegar e sair da ilha é por via marítima, a Marinha disponibiliza para a comunidade local transporte entre o CADIM e a localidade de Itacuruçá. Existe uma embarcação que faz o percurso duas vezes ao dia. Dependendo das condições de mar e do tipo de embarcação empregad,a a viagem leva entre uma hora e uma hora e meia.
Em relação às atividades educacionais, a Marinha mantém um convênio com a Prefeitura de Mangaratiba com o propósito de apoiar o ensino fundamental, ministrado na Escola de Ensino Fundamental Levy Miranda. Ali estudam dependentes de militares e crianças da comunidade local. Dentre outras tarefas, cabe à Marinha o transporte dos professores desde o continente até a ilha.
Também é prestada assistência Médico-Ambulatorial à população civil da Ilha. Quando quadros clínicos graves são diagnosticados, a Marinha pode empregar embarcações e lanchas rápidas para retirada dos pacientes. O CADIM também presta apoio às campanhas de vacinação aos programas de controle de epidemias e pragas.
LEIA TAMBÉM:
NOTA DO BLOG: aguardem! Ainda não esgotamos nosso material coletado no CADIM. Outras matérias relacionadas à Passex Ocean 2010 virão.
E os “quilombolas” que dizem que a área é deles?
NOTA DOS EDITORES:
GENTE, A QUESTÃO DOS QUILOMBOLAS JÁ FOI DISCUTIDA VÁRIAS VEZES EM VÁRIAS MATÉRIAS POR AQUI. É DECEPCIONANTE, NUMA MATÉRIA COM TANTAS OUTRAS COISAS PARA DISCUTIR A RESPEITO DO ASSUNTO, O FOCO NESSE TEMA, DENTRO DE UM BLOG QUE DISCUTE DEFESA. QUE TAL FOCAR NO CONTEÚDO DA MATÉRIA?
Quilombolas que sejam deslocados pra bem longe dessas
áreas.Pelo menos é o que espero.
NOTA DOS EDITORES:
IDEM À OBSERVAÇÃO FEITA AO COMENTÁRIO MAIS ACIMA.
Muito boa a matéria.
Brasil.
A ilha é o lugar certo longe dos olhos e ouvidos mais delicados.
Local feito para o adestramento FN,quem dera todo o naval tivesse a sorte de ir na marambaia.
Quanto aos quilombolas não sei, mas só falta aparecer uma tribo de indio dizendo ser terra dos seus ancestrais ,há! uma ong internacional aí seria de maTAR.
Desculpem a brincadeira.
ADSUMUS
Sds
NOTA DOS EDITORES:
IDEM À OBSERVAÇÃO FEITA AO COMENTÁRIO MAIS ACIMA.
Pergunta: não havia um plano para mudar a Escola Naval para esta região?
Bacchi
Quilombola aí tb? So faltava essa.
Vou requerer metade de Santa Catarina. Vou chamar de Germanobola… Porque prometeram para os meu antepassados um monte de terra aqui e enganaram a gente.
Vou aproveitar e pedir indenização ao gorverno pela perseguição durante a segunda guerra. Meu avó foi proibido de falar alemão e de professar sua cultura.
Ahhh… fico p… com essa palhaçadas!
Momento Fúria OFF!
Mas que lugar lindo, hein!!!
NOTA DOS EDITORES:
IDEM À OBSERVAÇÃO FEITA AO COMENTÁRIO MAIS ACIMA.
Invincible,se tu ficar com metade da SC fica com a serra e deixa a outra metade pra mim”O litoral que tambem é bonito” vou chamar de Italianobola rsrsrsrsrs r
O editor vai ficar brabo.
SDS
.
Legal a materia, agora gostaria de sugerir uma aos editores! Gostaria de saber um pouco sobre a área de provas da Serra do Cachimbo no Sul do Pará, para mim uma verdadeira área 51 tupiniquim, ninguém nunca fala, não aparece nos mapas das bases da FAB, mas sabe-se que existe e inclusive o exercito queria detonar uma bomba núclear num poço profundo construido nessa área (algum dizem que teria até testado, hihihihi), enfim desafio feito, informações sobre a área de teste de armas de Cachimbo no Pará!
Hoje é conhecida como Campo de Provas Brigadeiro Velloso, onde são realizados apenas treinamentos. Tem área de 21,6 mil km² e perímetro de 653 km, sendo comparável, em tamanho, ao estado de Sergipe. Esta base ficou mundialmente conhecida quando o governo Collor fechou na área da base um campo, até então secreto, para testes de armas nucleares. Esse campo possuía um túnel concretado que fora escavado numa encosta e possuía mais de trezentos metros de profundidade, cuja confecção fazia parte do Programa nuclear paralelo. Collor, em ato público no início de setembro de 1990, colocou simbolicamente uma pá de cal… Read more »
Estou vendo, que vc não conhece nada da ilha da marambaia, principalmente sobre o CADIM, tem hotel de transito tem tem pessoas que moram lá na ilha, etc…
Essa reportagem não é sobre a restinga de marambaia.
Uma área bem grande não?
Ah, um detalhe meio off-topic:
Esse litoral que vai de Ubatuba-SP até o Recreio dos Bandeirantes na cidade do Rio de Janeiro, é sem dúvida um dos trechos mais bonitos de nosso litoral. Pra quem não é de SP/RJ, sugiro um passeio por lá, especialmente Parati e a Ilha Grande.
No mais, penso que se justificam as bases na Marambaia, especialmente para fins de proteção do complexo nuclear de Angra dos Reis.
Sds.
Vader
Não há bases na Marambaia. Só instalações para adestramento.
Vc está errado, tem hotel de transito e uma organização militar…
O fato de ter um hotel de trânsito (muito agradável, por sinal) não classifica a área como “base”.
Guilherme Poggio disse:
23 de setembro de 2010 às 13:25
Sim Poggio, claro. Instalações que podem se desdobrar em bases rapidamente, em caso de necessidade. E que sempre contam com presença militar.
Sds.
1001 anos de vida a quem pode contemplar a beleza desse lugar. Eu vivi 4 meses de minha vida lá e foram árudos meses, porém todo o sacrifício era aliviado ao fim do dia ao apreciar as belezas da Ilha.
Vader a Marambai não possui base e o desdobramento de uma por lá não seria assim tão simples.
Digo: árduos meses
É para isso que esse Blog presta: nos apresentar cada dia mais um Brasil, pelo menos para mim, menos conhecido. Parabéns. Sabre, eu acho uma coincidência danada o acidente da Gol ter ocorrido bem próximo as Serra do Cachimbo, vc não? Vader, sobre seu off, adoro a região que vc citou, principalmente Juqehy, Maresias, Barra do Una e Baleia. Uma coisa só que eu acho errado na estratégia militar brasileira até o momento: a concentração de forças Navais na região do RJ. Além de discutir se e onde seria a nova esquadra, deveriam tbem pensar em dispersar um pouco mais… Read more »
Fabio ASC disse:
23 de setembro de 2010 às 14:41
O RJ já perdeu o poder político, econômico, está em vias de perder o social, se perder, também, o militar é melhor fechar.
Editores, não existe também nessa região o Batalhão Tonelero, das Forças Especiais de Fuzileiros Navais??
A unica coisa que me lembro da Marambaia era que chuveu a semana todo que estive la e que me lembrava da “Ilha do Dr. Moreau” hehehehe.
Lembro de um ditado que um Naval havia me dito sobre chuver a toda hora la, sera que algume saberia as palavras exatas desse ditado?
Com relacao as instalacoes da ilha, nao conheco pra comentar mas parecem serem de qualidade!
Sds!
Aqui se não chove o dia todo chove todo o dia
Como bom naval sempre aumentando um pouco a situação,se tá ruim pode ficar pior.
ADSUMUS
Saudades!
ADSUMUS
FN,
Hahahahahahaha! Era isso mesmo!!
Fabio, acho coincidência, incluvive eu estava em peixoto de Azevedo quando o avião caiu lá, antes em 1989 caiu um avião da Varing na mesma região,se não me engano ali tem um ponto cego da cobertura de radar, apesar de ter uma base da FAB, esquisito não?Creio que se tivesse cobertura os operadores teriam evitado o choque entre o legace e o avião da Gol!Desculpa galera o off topic, mas eu gostaria de uma reportagem igual a essa do CADIM mas sobre Cachimbo!
Andre Luis pelo visto vc mal conhece o RJ. Então, como pode sugerir que não temos força política e que estamos perdendo a força social? Fala sério !!!
O Batalhão Tonelero fica na Ilha do Governador, muito longe da Marambaia que fica na região da Costa Verde.
O batalhao tonelero fica em campo grande na Ilha fica a base naval dos fuzileiros da ilha do governador que engloba comando da divisao anfibia, os ters batalhoes de infantaria, artilharia de campo e antiaerea, CIASC
Uncle disse:
24 de setembro de 2010 às 8:13
Cara, conheço o RJ desde que nasci…
___________________
Sou carioca e amo minha cidade, mas não sou idota.
Abraços
EDITADO
Pra complementar.
A perda de força política do estado é tão grande que basta ver a nova partilha dos royalties.
Cadê a bancada do RJ??????
PREZADO ANDRÉ LUIS,
O SENHOR TEM CERTEZA QUE, COM ESTE COMENTÁRIO, CONTRIBUIRÁ PARA O TEMA DO POST?
FAVOR NÃO INSISTIR MAIS NESTE ASSUNTO.
O MODERADOR
Foram 11 anos servindo na Ilha da Marambaia, eu era responavel pela geração de energia e pela manurtenção das embarcações e morava na casa 6, forma os meljhores anos da minha carreira, faltou as e/hi- stórias dos fantasmas….. lá acontece cada coisa….. é de arrepiar
Ilha da Marambaia … Permanece inigualável e quase virgem,em aos erradas seria uma tragedia,Fuzileiros Navais não abram mão nunca deste lugar! Since 1993 GrumeC
Po , só queria pescar ai um pouco , meu sonho . mas não tenho contato de ninguém que possa me ajudar , a área e bem preservada as forças armadas estão de parabéns. Se alguém puder me ajudar agradeço.
Alguém saberia me informar o email para contato no HT do Cadim? O email lima@cadim.mar.mil.br retorna como inválido. Obrigado
Boa noite!
Gostaria de saber como faco para entrar em contato com HT do Cadim. Obrigada.
servi 1983 cadim 1 sargento alonso sg eloy cb moleda bons tempos
que saudades dessa ILHA estive ai em 1987 foi muito bom uma experiência que já mais vou esquecer como disse o SARGENTO SILVA na época. Eu sair eu disse um Dia eu volto foi só um até breve
Parabéns pela matéria! Tive o prazer de ter meu pai adido nessa O.M e poder visitar algumas vezes ! É um local lindo ! Parte da minha infância e adolescência passei no CADIM ! Saudades !
Vocês deveriam respeitar as pessoas que moram na ilha pois antes mesmo de ser instalado uma base de adestramento da marinha esse povo já moravam lá um povo tão maravilhoso quanto a natureza bela da ilha.
Quilombolas são seres humanos como todos nós viva nossa ilha.
Muito bem Alexandre. Conheço alguns Quilombolas que moram na Ilha. Povo educado, amável, e solidário. “Um povo tão maravilhoso, quanto a natureza da Ilha”.
Boa noite
Gostaria de saber se teria uma forma de um civil visitar a ilha como forma de ver essas comunidades e aprender um pouco mais sobre essa cultura e se possivel visitar a igreja para apreciar esta obra de arte sacra?
Servi nesta OM, no ano de 1994. Posso afirmar, a Marambaia é um dos lugares mais lindos do Brasil.