Mundo tem que decidir se vai aceitar o Irã com bomba, diz especialista
Sanções são limitadas, diz analista que atuou no Conselho de Segurança. Para Heni Ozi Cukier, voto contrário do Brasil demonstra ‘viés ideológico’.
A aprovação de uma nova rodada de sanções – a quarta – contra o programa nuclear iraniano pelos países que compõem o Conselho de Segurança da ONU é menos uma solução para o problema e mais a construção de um consenso para o próximo passo, que pode ser o uso de força militar, afirma o professor de relações internacionais Heni Ozi Cukier.
“O que pode acontecer agora, no máximo, é eles [iranianos] acelerarem o programa nuclear por sentir que o cerco está se fechando. O intuito é ganhar tempo, e é o que estão fazendo há dez anos e vão continuar até terem a bomba atômica. O que o mundo tem que decidir agora é: ‘Vamos aceitar o Irã com bomba atômica ou impedir isso usando a força?’”, disse por o professor, que é mestre Resolução de Conflitos Internacionais pela American University, de Washington.
Na opinião de Cukier, que já atuou no Conselho de Segurança da ONU, a aprovação de resoluções com novas sanções têm um efeito limitado, difíceis de aplicar na prática, e um significado simbólico de pressão política e construção de consenso.
Ele destaca, no entanto, com um dos pontos importantes da resolução aprovada nesta quarta pelo conselho a proibição da venda de armas como uma das medidas de maior impacto até aqui. “É uma sanção mais difícil de burlar, que implica na venda dos mísseis que o Irã comprou da Rússia, os S-300”, diz.
Brasil
No que diz respeito ao voto contrário do Brasil, o professor de relações internacionais da ESPM afirma que o país demonstrou “imaturidade” ao lidar com o assunto.
“Se até os aliados iranianos como China e Rússia votaram a favor, o Brasil votar contra não tem sentido. O Irã está descumprindo normas internacionais, e não são os EUA que dizem isso. Se o Brasil votasse a favor não estava indo em direção ao que os EUA querem, mas andando junto com a comunidade internacional, com a ONU e com a AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica], que dizem que o Irã viola suas obrigações.”
Na opinião de Curkis, a política externa brasileira tem revelado um “viés ideológico” e “quase que uma obsessão” em tentar mostrar posições autônomas. O analista vê ainda na posição brasileira marcas de “ambições pessoais do presidente Lula de se mostrar com interlocutor mundial e outro status que ainda não detém, relacionado aos conflitos internacionais.”
FONTE: G1 FOTO: Reuters, via G1
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O Brasil necessita urgentemente de um artefato nuclear para ser ouvido neste mundo nuclear do CS da ONU. Sem uma arma nuclear, o país sempre será este João Bobo da Política Externa. Israel, Índia e Paquistão fazem o que desejam mundo a fora sem nenhum resolução em contrário do CS da ONU, uma vergonha.
[]s
“Se até os aliados iranianos como China e Rússia votaram a favor, o Brasil votar contra não tem sentido. O Irã está descumprindo normas internacionais, e não são os EUA que dizem isso.”
“a política externa brasileira tem revelado um “viés ideológico” e “quase que uma obsessão” em tentar mostrar posições autônomas”
“marcas de “ambições pessoais do presidente Lula de se mostrar com interlocutor mundial e outro status que ainda não detém, relacionado aos conflitos internacionais.”
O básico do básico. Coisa que quem enxerga a realidade como ela é, e não como a quer, já notou faz tempo. Mas é preciso uma derrota estrondosa, um verdadeiro tapa na cara da patética diplomacia do Itamaralívia para que a imprensa nacional, dominada em larga escala pelo mais rastaqüera esquerdismo, resolva mostrar a realidade ao invés do dogmatismo partidário.
Sds.
Quanto ao Irão, o mundo (que conta) já decidiu que irá “ajudar” o Irão a decidir não ter o artefato nuclear. Porque se ele decidir continuar seu programa nuclear secreto, será atacado por Israel.
O mundo optou por tentar a paz. Cabe ao Irão, se quiser, dar o próximo passo neste sentido. Porque se não der, o mundo dará outros passos. E se tal país chegar próximo de conseguir seu intento será atacado por Israel, tão certo como 1 + 1 = 2.
Israel já demonstrou por mais de uma vez que não tergiversa nem fica de blá blá blá idiota com sua segurança, e a ditadura iraniana é uma ameaça REAL e autodeclarada para Israel. Se for preciso, não será CS da ONU que irá parar Israel. Seus submarinos com mísseis balísticos na costa iraniana que o digam.
Sds.
Caro Wolfpack:
O amigo em sã consciência quer importar esse tipo de problema para nós? Não prefere que primeiro sejamos ricos economicamente e fortes militarmente (convencionalmente) antes de enfrentar e arrostar o mundo INTEIRO numa aventura nuclear que, pra começo de conversa, é ilegal, e cláusula pétrea da Constituição Federal?
Será que não temos outros problemas para cuidar? Não temos mais pobreza no Brasil? Não temos mais violência? Tráfico de drogas? Falta de educação? De saúde? Todos os problemas do país estão resolvidos? Temos uma Marinha poderosa? Um Exército super adestrado e equipado? Uma Força Aérea de impor respeito? Ou será que tudo isso é culpa “duzamericanu”?
Ou queremos a bomba pra que? Pra usar contra quem? Será que teríamos culhão de usá-la contra alguém, sob risco de total destruição? Uma frota invasora, talvez? Teríamos como entregá-la? Temos vetores para tanto? Ou vai de F-5EM?
E outra: será útil? Queremos uma Argentina nuclear? Uma Venezuela atômica? Bomba de hidrogênio com a Colômbia, talvez? O Chile com bomba de nêutrons? Será que termos a nossa bomba dará tranquilidade a nossos vizinhos? Eles quedar-se-ão quietos? Se darão por vencidos?
Precisamos? Será que os países do mundo já não tem conhecimento de nossa capacidade (latente) nuclear? Será que a CIA e o Mossad não sabem que dominamos o ciclo completo do Urânio? Que temos três usinas nucleares? Será que já não sabem que dominamos a teoria termonuclear? Que temos uma das maiores reservas de urânio do mundo? As melhores centrífugas do mundo? Que poderíamos construir uma bomba de hidrogênio em 6 meses, se quiséssemos?
O Brasil não precisa ter artefato nuclear para ser respeitado. Precisa CRESCER pra APARECER: econômica e militarmente. E precisa acima de tudo parar de palhaçadas com inimigos do gênero humano como Ahmadinejad, Chavez, Castro, o carniceiro do Sudão, et caterva.
Sds.
PS: relembro ao amigo que Israel, Índia e Paquistão, nenhum deles signatário do TNP (ao contrário do Brasil E do Irão), pagaram (e ainda pagam) um alto preço, durante muitos e muitos anos, por seus programas nucleares. E nem por isso a bomba atômica lhes tornou a vida mais fácil. Ou barata. E Israel ainda, quando foi atacado, não usou sua bomba, ou seja: nem economia lhe deu, pois teve que ir pro campo de batalha com armas convencionais.
programa nuclear secreto
Só dentro do capacete do sujeito (rs)
O programa iraniano não tem nada de secreto, o que está rolando são as infrações ao Protocolo Adicional, que é um chute no saco da soberania do país que assina o dito cujo, como o Irã. Agora, os persas estão pagando o pato. A gente, que não assinou e sofre outro tipo de pressão, a tecnológica.
giap49, o cara é bom, colega !!! Assisti um curso dele na Casa do Saber, aqui em Sampa: o sujeito tem estofo suficiente pra falar o que fala, apesar d´eu não concordar com as colocações um tanto eua-centricas na maior parte de sua praxis. Só me surpreende o fato dele, que é um defensor da soberania brasileira não conseguir fazer o link desse assunto (soberania) com o aspecto basilar da discussão (o Protocolo Adicional).
A sua colocação, colega, é correta mas datada, infelizmente: os persas queriam apenas o domínio completo do processo e enriquecer seus estoques uranio a 20%. Com a pressão ianque-européia subindo e gente belicosa e sem uma visão ampla de história se reproduzindo como cogumelos no pasto, os caras poderiam muito bem caminhar nessa direção, já que daqui pra diante é mais fácil chegar em 90% e fazer um bomba não é nada de muito secreto …
Os próximos passos vão ser ainda mais interessantes: os ianques tiveram de abrir as pernas para China e Rússia, por razões comerciais. Tanto que a construção da usina de Bushehr, feita pelos russos, vai continuar e a China não ter nenhum metro cúbico a menos de petróleo ou gás. As sanções são apenas mais um tijolo no muro de pressão.
Nos colocamos bem no tabuleiro, apesar dos viralatas latirem sem base, pois as mudanças que estão ocorrendo nesse exato momento nos arranjos de poder só serão compreendidos mais além.
athalyba disse:
10 de junho de 2010 às 9:56
“O programa iraniano não tem nada de secreto
Não foi o que consideraram 12 das 15 nações do Conselho de Segurança das Nações Unidas, inclusive China e Rússia.
o que está rolando são as infrações ao Protocolo Adicional”
Nananinanaum, sem desinformação meu caro amiguinho esquerduxo: o Irão (como o Brasil) ainda não assinou o protocolo adicional ao Tratado de Não Proliferação Nuclear e não vem sendo cobrado por isso. Está sendo cobrado por não estar cumprindo o TNP ORIGINAL mesmo. Ou seja: tem demonstrado à comunidade internacional que, além de ser um país sem palavra (que assina mas não cumpre), quer mesmo é desenvolver a bomba atômica “por debaixo dos panos”.
O resto de seu comentário é mera peroração vermelhuxa, que não merece comentários.
Olha só o padawan Anakin Skywalker caindo do cavalo:
Iran Signs Additional Protocol on Nuclear Safeguards
http://www.iaea.org/NewsCenter/News/2003/iranap20031218.html
Os persas assinaram o Protocolo Adicional em dezembro de 2003 , que prevê “n” mecanismos de contenção ao desenvolvimento nuclear (inclusivo de rádio fármacos) e depois de verem a c*gada, quiseram voltar atrás. Aí, deram brecha … Nós, que graças a D´us temos um governo que soube projetar nossa independencia e soberania, não precisamos passar por isso justamente por não termos assinado o monstrengo.
Então, mais uma vez, pra ver se fixa a informação:TODA a gritaria em relação ao programa iraniano baseia-se nas “infrações” do Protocolo Adicional.
É o que dá raciocinar contando com a ignorancia alheia, né não ???
NOTA DOS EDITORES:
COMO JÁ AVISAMOS DIVERSAS VEZES, SOLICITAMOS NÃO UTILIZAR NEGRITOS NOS COMENTÁRIOS. AS PARTES QUE ESTAVAM EM NEGRITO FORAM MUDADAS PARA A FONTE NORMAL. INSISTINDO, SERÃO DELETADAS.
Muito bem meu caro Ataliba, parabéns, vc está correto do ponto de vista formal, e eu errado.
Mas o fato é que só torna a questão pior: se o Irão assinou o adicional ao TNP, recentemente, porque assinou? E mais, se não quer mais fazer parte do TNP, porque não o denuncia? Simples.
Mas não: ele quer continuar a gozar das benesses do TNP+, mas não quer se submeter a inspeção alguma da comunidade internacional. Ou seja: é um país sem palavra, que não honra o que assina. Um “espertinho” que quer dar um “jeitinho”. Por isso que a coisa agrada tanto ao Imperador Sindicalista de Banânia…
A questão é simples:
Ninguém quer um Irã com um programa nuclear enquanto existir por lá uma ditadura teocrática suportada por um bando de sanguinários ( não vejo outra definição para a Guarda Revolucionária). Gente obscura, que prega a não existência de um estado, que nega o massacre de um povo, que financia o terrorismo… O Brasil hoje é aliado desta gente.
Nem o Líbano votou a favor do Irã…
Sobre o Título do Texto: “” mundo tem que decidir se aceitará o Irã com Bomba””
O mundo pode até aceitar, desde que combine com Israel… 🙂
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A decisão do CS não está salva do erro pela votação maior pro-sansões contra o Irã. É bom lembrar que os mesmos agentes aprovaram a invasão do Iraque de Saddan Russein pela falsa certeza de armas de destruição em massa.
Desde aquele conflito o CS da ONU é falso moralista, julga as nações desigualmente. Não é novidade que rege de acordo com os interesses das potências. Continua a cantar a cantiga do CS quem quer. Mas o direito de se opor a essa tendência é totalmente legítimo. As vezes quem perde sai ganhando.
O sangue das vítimas da guerra que estar por vir não estará nas mãos do Brasil e da Turquia.
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giap49 disse:
10 de junho de 2010 às 18:13
Giap, não apenas não irei parar de falar a verdade, como continuarei denunciando a mentira esquerduxa pregada (…………).
Veja a luz: se a ditadura teocrática do Irão não quisesse a bomba não se negaria a permitir as inspeções da AIEA, inspeções estas com as quais tal país anuiu expressamente e de livre e espontânea vontade ao assinar o protocolo adicional do TNP. Quem não deve não teme.
E se não quisesse a bomba não tinha escondido por anos seu principal complexo nuclear. Nem teria se negado a enviar todo seu urânio para ser enriquecido na Turquia, e não os ridículos 1.200 kg que se comprometeram perante o Brasil e a Turquia, quando o mundo todo já sabia há muito tempo que eles já dispunham de mais que o dobro disso. O Brasil foi voluntariamente “usado” pelo Zóio-Junto: fez papel de Zé Mané perante o mundo inteiro!
Quanto a Israel, tal país não é signatário do TNP e, acima de tudo, é uma democracia e mais: cercada por inimigos auto-declarados (dos quais o Irão é hoje o principal), que não exitariam por um único segundo em varrê-lo da face da terra, se pudessem.
Israel tem todo o direito de se defender. Por outro lado, dispõe de todos os mecanismos democráticos que conferem legitimidade e controle às suas armas de destruição em massa. Israel tem eleições, e olha que coisa, não são fraudadas! E não condena à forca os dissidentes que acusam fraudes nas eleições!
Alguém alguma vez ameaçou destruir o Estado do Irão? Não? Pois é!
No mais já falei: pare de pegar no meu pé; interlocutores muito melhores que você já tentaram me calar e não conseguiram. Respeite meu direito de expressão ou caia fora do Blog, porque esse espaço é livre. Vá pregar seu proselitismo no DB, Nassif, PHA, Dirceu, etc, que certamente será muito bem vindo por aquelas plagas…
NOTA DOS EDITORES:
VAMOS MANTER O BLOG LIMPO E EVITAR ESCALADA DE ATAQUES PESSOAIS, COM INFINITAS RÉPLICAS, TRÉPLICAS ETC. O COMENTARISTA GIAP JÁ FOI AVISADO PARA MUDAR DE POSTURA.
ditongo disse:
10 de junho de 2010 às 19:25
Caro Ditongo, só uma correção, o CS da ONU não aprovou a invasão do Iraque ok? Os EUA foram lá e invadiram do mesmo jeito.
Igualmente o CS da ONU sequer manifestou-se sobre a invasão russa na Geórgia. O que não impediu a Rússia de fazer a arruaça que fez.
Ou seja: o tal CS da ONU é absolutamente irrelevante para quem realmente interessa (os 5 grandes).
O que portanto causa espécie é a insistência patética do Itamaralívia em fazer parte de tal “clubinho”. Ou mais ridículo ainda: querer miná-lo sem ter nem as armas nem o poder econômico para tanto.
Quanto ao sangue das vítimas iranianas, não sei não: tendo a achar que a intrusão dos bolivarianos do gf no tema só apressou o inevitável resultado, que tão certo como 1+1=2 virá (a menos que aconteça um milagre, leia-se: caia a ditadura teocrática iraniana)…
Apois eu reafirmo que o CS da ONU não passa de um teatro. Se o CS reprovou o ataque ao Iraque de Saddan, porque não impediu a invasão americana na prática.
Qual o método, por acaso, que a ONU usar para as nações que a contraria e ataca nações sem a permissão ou justificativa verdadeira? falso moralismo. Eu não canto essa cantiga.
Num to interessado em justificar os erros do ocidente pelos erros da Rússia e conflitos que ela tambem promove. Tão pouco compartilho de criar neologismos eleitoreiros que visam macular a atuação do Itamarati, perante os brasileiros e países da America Latina. Lembramos que a venda de ALX Super-Tucanos, Viatura Marruá não está pequena pra nossos vizinhos.
As vezes não entendo o pavor ou medo que há de fazer alianças com os países vizinhos do Brasil. É incoerente dizer que o Brasil se alinhou ao bolivarianismo proclamado por H. Chavez. O Brasil parece ser maior e “remar bem ao contrário” a típica política regida pelo H. Chavez. Entretanto, se o bolivarianismo incomoda aos americanos, problema deles. Pelo que sei o Brasil nada mudou seus contratos com os EUA por causa de ninguem, nem violou tratados internacionai.
As nações não podem ficar no positivismo conservador e resolver os problemas com simples cálculo. Em diplomacia e resolução de conflitos a equação é muito maior que 1+1=2.
“Quanto ao sangue das vítimas iranianas, não sei não…”. Hóooo! Só os nazistas são os que ignoram (mentem pra si) o valor da perda humana. Temos que ter o senso e contemplar as vidas humanas, nunca triunfar sobre ela.
O sangue das vítimas da guerra que estar por vir não estará nas mãos do Brasil e da Turquia.
Estará nas mãos de quem, para a história?
Eu vou torcer pela paz!
Giap, estou do lado da lógica. Contra a mistificação e a hipocrisia. Só.
Antiamericanismo é hipocrisia.